Em uma sala de aula da Universidade Estadual do Michigan, Josh e eu conversávamos. Duas pessoas, com duas visões de mundo completamente diferentes. Enquanto Josh me falava o quanto desprezava o cristianismo, perguntei a ele: “De quais evidências você precisaria para crer que Deus existe?” Com a mente totalmente formada em favor do ateísmo, ele respondeu: “Nenhuma evidência. Mesmo que Ele Se apresentasse diante de mim agora, eu não acreditaria.”
Meu coração se compadeceu ao ouvir sua resposta. Eu percebi o emaranhado de mentiras e falsas teorias nas quais Josh estava preso. Uma cadeia de falsidades tão complexa, que muitos não conseguem sair. Na verdade, eu mesma havia estado aprisionada nessa cadeia por alguns anos, e grande parte do mundo moderno também está. É o tipo de cegueira da qual o apóstolo Paulo falou: “Se o nosso evangelho está encoberto, para os que estão perecendo é que está encoberto. O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4:3, 4).
É uma cegueira que Satanás espalhou nos lares, nas escolas, nos locais de trabalho, na política, nos relacionamentos, nas culturas, nas sociedades, e que ele continua espalhando. Felizmente, o Apocalipse nos apresenta a solução: “Então vi outro anjo, que voava pelo céu e tinha na mão o evangelho eterno para proclamar aos que habitam na Terra, a toda nação, tribo, língua e povo” (Ap 14:6). Essa é a única mensagem de esperança capaz de remover o véu que bloqueia a visão e curar os cegos espirituais.
Nesse grande conflito entre a verdade e sua contrafação, Satanás parece ser o vitorioso. Nos últimos dias, ele fará todo esforço para obrigar os habitantes deste mundo a adorar a besta e receber sua marca. Mas Deus protegerá Seu remanescente. O Senhor tem um povo fiel que defenderá firmemente Sua verdade até o fim: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12, ARA).
Durante o estudo desta semana, veremos qual é a missão do remanescente de Deus e a mensagem do Apocalipse para os últimos dias. O Senhor deseja que ninguém se perca, mas que todos se arrependam e sejam salvos por meio do sacrifício de Cristo.
Halee Boughton › East Lansing, MI, EUA
1. Leia Apocalipse 14:6 e Mateus 24:14. A mensagem do primeiro anjo é referida como “evangelho eterno” (Ap 14:6). O que a descrição dessa proclamação como “evangelho eterno” revela sobre o conteúdo e o propósito da primeira mensagem angélica? Por que essa mensagem é central para nossa crença?_______________________________________________________________________________________________
Essa primeira mensagem do tempo do fim é a proclamação do evangelho no contexto do juízo de Deus que virá sobre o mundo. A primeira mensagem angélica inclui tanto a salvação quanto o juízo. Ela é uma boa notícia aos que dão glória a Deus e O adoram como seu Criador, mas também é uma advertência de juízo aos que rejeitam o Criador e o sinal da verdadeira adoração que Ele concedeu: o sétimo dia, o sábado.
O general Dwight Eisenhower estava se preparando para atacar a fortaleza nazista na Normandia. As tropas aliadas, bem treinadas, estavam aguardando sua ordem de marcha. O dia D estava marcado. Em 6 de junho de 1944, ele escreveu: “Os olhos do mundo estão sobre vocês. As esperanças e orações dos povos que anseiam pela liberdade marcharão com vocês. Sua missão não será fácil. Nosso inimigo é bem treinado, bem equipado e preparado para a batalha. Ele vai lutar com selvageria. [...] Mas este é o ano de 1944! [...] A maré virou! Os homens livres do mundo estão marchando unidos para alcançar a vitória!”1
No grande conflito entre Cristo e Satanás, o dia D é todo dia. O inimigo está lutando com selvageria porque ele “sabe que lhe resta pouco tempo” (Ap 12:12). Apocalipse 13 revela suas ações ao longo da história. Ele usou a Igreja e o Estado para conseguir adoração para si mesmo. No fim dos tempos, ele fará com que ambos se unam novamente em favor de um falso dia de adoração que será imposto sobre todas as nações da Terra (Ap 13:7, 8).
A maré irá virar quando for feito o chamado divino para o ajuntamento de todos os fiéis e a chuva serôdia for derramada. Haverá, então, um “alto clamor” e o evangelho será proclamado de maneira poderosa e universal. A mensagem inclui um chamado para adorar o único Deus verdadeiro no verdadeiro dia de adoração.
Em grego, a palavra “anjo” significa mensageiro, isto é, alguém que anuncia boas-novas. Deus nos chamou para proclamar uma mensagem distinta para todas as pessoas. Ele prometeu estar conosco até o fim (Mt 28:18-20). Embora haja um inimigo endurecido pela batalha, que luta com selvageria, temos um Salvador vitorioso que está ao nosso lado enquanto cumprimos a Grande Comissão que Ele nos confiou.
Jermaine Gayle › Bath, MI, EUA
2. Leia Apocalipse 14:7 e Eclesiastes 12:13, 14. O que significa “temer a Deus”? Como o conceito de temer a Deus está relacionado ao evangelho? O que o evangelho tem que ver com a guarda dos mandamentos de Deus? (Veja também Rm 7:7-13). Qual é a conexão entre temer a Deus e glorificá-Lo?_______________________________________________________________________________________________
Na Bíblia, temer a Deus e dar-Lhe glória estão intimamente associados (ver Sl 22:23; Ap 15:4). Isso não significa ter medo Dele, mas levá-Lo a sério e permitir Sua presença em nossa vida. O juízo investigativo ou pré-advento ocorre antes da segunda vinda de Cristo. Seu propósito é revelar se estamos ou não verdadeiramente servindo a Deus, uma escolha manifestada pelas nossas obras (ver 2Co 5:10).
Muitos cristãos desejariam viver no anonimato, livres dos olhares do público. Talvez se sintam inseguros em testemunhar sua fé ou achem que sua vida não seja um exemplo digno de um seguidor de Cristo. As três mensagens angélicas têm a finalidade de preparar um povo para ser um testemunho vivo do que o Senhor deseja que Seus filhos sejam.
O primeiro anjo (Ez 20:12; Rm 12:1; 1Co 6:19; 10:31; Ap 4:11; 14:6, 7). Os três anjos (Ap 14:6-12) proclamam mensagens solenes para aqueles que estão vivendo às portas da eternidade. Elas constituem um apelo à restauração de verdades bíblicas lançadas por terra (Dn 8:12) e uma advertência contra a falsa adoração no fim dos tempos.
A mensagem do primeiro anjo é um chamado para temer, glorificar e adorar o Criador (Ap 14:6, 7). Embora a palavra grega para “temer” expresse a ideia de “ter medo de alguém”, ela também significa “tratar com deferência ou com obediência reverente”.* Deus deseja que O reverenciemos por meio da obediência aos Seus mandamentos.
Deus deseja que reconheçamos que somos Dele e que Seu Espírito habita em nós (1Co 6:19). Ele deseja um povo que faça da Sua glória o centro na vida. Toda decisão tomada é uma oportunidade de glorificarmos a Deus. Nossa vida deve ser um ato contínuo de adoração ao Criador (Rm 12:1).
A primeira mensagem angélica também é um chamado para a adoração no sábado (Ap 14:7), o sinal que Deus estabeleceu entre Ele, o Criador, e os adoradores do verdadeiro Deus (Ez 20:12). Nos versos 6 e 7, o apóstolo João fez clara alusão a Êxodo 20:8-11, o quarto mandamento da lei de Deus. Somente o Senhor é digno de adoração porque Ele é o Criador (Ap 4:11).
João não citou Êxodo 20:8-11 na íntegra. Ele escreveu: “Adorem Aquele que fez os céus, a terra, o mar”, mas em vez de terminar com “e tudo o que neles existe”, ele terminou com “e as fontes das águas”. Por quê? Talvez, João estivesse fazendo referência a Gênesis 7:11, quando os juízos divinos foram “derramados” em forma de um dilúvio de águas encobrindo toda a Terra. Por analogia, ele também estaria se referindo aos últimos dias em que haverá o “derramamento final” do juízo divino como “um lago” de fogo. Somente os adoradores do verdadeiro Deus, que O honrarem e permanecerem fiéis, estarão livres da condenação eterna quando Jesus voltar.
Os outros anjos (Ap 14:8-11; 18:2, 3; 20:9). A segunda mensagem angélica é uma evidência de que o inimigo foi derrotado em seus ardis: “Caiu Babilônia” (Ap 14:8). Babilônia significa confusão. Os falsos ensinos da antiga cidade sobre a morte, a adoração de imagens e do sol constituíam um falso sistema religioso que era diretamente contrário à verdade bíblica revelada. No Apocalipse, Babilônia representa todos os sistemas religiosos falsos que espalham confusão entre as nações (Ap 18:2, 3). No entanto, mesmo tendo embriagado as nações com um falso evangelho, Deus e Sua verdade revelada prevalecerão.
O terceiro anjo faz soar a mais séria advertência contra a adoração à besta (Ap 14:9-11). Se ela não for atendida, a consequência será “enxofre ardente” (Ap 14:10). A cena desse tormento é descrita em maiores detalhes no capítulo 20, em que a ira (justiça) divina será derramada em forma de “fogo devorador”
(Ap 20:9). Aqueles que adorarem a besta decidirão seguir sua própria vontade em lugar da vontade do Senhor para eles (Ap 20:15).
O evangelho eterno (Mt 24:14; Ap 14:4, 6, 12, 14, 15). À medida que esses três anjos proclamam suas mensagens, Deus está mostrando ao mundo como são Seus fiéis seguidores. Eles são descritos como guardadores dos mandamentos e da fé em Jesus Cristo (Ap 14:12). O evangelho eterno é o que transforma nossa vida, tornando-nos fiéis seguidores de Cristo diante dos olhares do mundo.
Tornamo-nos para o mundo uma demonstração viva desse poder divino transformador de vidas
(Ap 14:4, 12). Quando o evangelho nos transforma, o mundo não pode deixar de notar!
Daniel McGrath › Cedar Springs, MI, EUA
3. Recapitule os quatro primeiros mandamentos do Decálogo (Êx 20:2-11). Em seguida, examine Apocalipse 13. De que maneira a exigência de adoração (Ap 13:15); a formação de uma imagem à besta para ser adorada (Ap 13:14, 15); a blasfêmia contra Deus e Seu nome (Ap 13:5, 6), e o recebimento da marca da besta (Ap 13:16, 17) apontam para os ataques de Satanás aos quatro primeiros mandamentos do Decálogo na crise final?_______________________________________________________________________________________________
O conceito central dos quatro primeiros mandamentos do Decálogo é adoração. Esse fato mostra que o chamado para adorar a Deus, o Criador, é um chamado à observância do sábado.
O descanso e a adoração no sétimo dia é um sinal especial do nosso relacionamento com Deus (Êx 31:13; Ez 20:12). A primeira mensagem angélica é um chamado a adorar o Criador.
Afim de preparar um povo para estar em pé no dia de Deus, deveria realizar-se uma grande obra de reforma. Deus viu que muitos dentre Seu povo professo não estavam edificando para a eternidade, e em Sua misericórdia estava prestes a enviar uma mensagem de advertência a fim de despertá-lo de seu torpor e levá-lo a preparar-se para a vinda de Jesus. [...]
“A primeira dessas advertências anuncia o juízo que se aproxima. O profeta contemplou um anjo voando pelo meio do céu, tendo o ‘evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a Terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo. E adorai Aquele que fez o Céu e a Terra, e o mar, e as fontes das águas’ (Ap 14:6, 7, ARC).
“Declara-se que esta mensagem é parte integrante do ‘evangelho eterno’. A obra de pregar o evangelho não foi delegada aos anjos, mas confiada aos homens. Santos anjos têm sido empregados na direção dessa obra; eles têm a seu cargo os grandes movimentos para a salvação dos homens; mas a proclamação do evangelho propriamente dita é efetuada pelos servos de Cristo sobre a Terra.
“Homens fiéis, que eram obedientes aos impulsos do Espírito de Deus e aos ensinos de Sua Palavra, deveriam proclamar essa advertência ao mundo. Eram eles os que haviam atendido à mui firme ‘palavra dos profetas’, à ‘luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça’ (2Pe 1:19, ARC). Tinham estado a buscar o conhecimento de Deus, mais do que a todos os tesouros escondidos, considerando-o ‘melhor do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino’ (Pv 3:14, ARC). E Deus lhes revelou as grandes coisas do reino. ‘O segredo do Senhor é para os que O temem; e Ele lhes fará saber o Seu concerto’ (Sl 25:14, ARC).”*
Isaí McGrath, Cedar Springs, MI, EUA
4. Leia Apocalipse 14:8, 18:2 e Isaías 21:9. A repetição da palavra “caiu” indica a progressiva apostasia de Babilônia e indica a certeza de seu completo colapso moral. Por que Babilônia foi descrita como se já tivesse caído, embora sua queda também seja descrita como um evento futuro?_______________________________________________________________________________________________
5. Leia Apocalipse 14:8, 17:2 e 18:3. Como Babilônia faz o mundo beber do vinho da sua prostituição? O que esse vinho simboliza? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Faz com que a Terra adore a besta. O vinho é o falso evangelho.
B. ( ) Ela levanta questionamentos sobre a obra do Espírito Santo.
A expiação de Cristo na cruz é uma oferta de salvação para todos os que desejam aceitá-la. Imagine que uma pessoa esteja se afogando num lago, quando, de repente, uma boia aparece na frente dela. Então, ela tem a chance de se salvar, mas cabe a ela decidir se agarra ou não a boia. Nos eventos finais do grande conflito, Deus apresenta a última mensagem de misericórdia ao mundo, dando a cada um a oportunidade de se salvar.
Como podemos ter certeza de que aceitamos Sua provisão e recusaremos a marca da besta? Eis algumas sugestões:
Estude a Bíblia (Sl 119:11). Há um vendaval de falsas doutrinas para enredar toda pessoa que não estuda a Palavra de Deus diligentemente. A melhor maneira de discernir entre a verdade e o erro é estar tão familiarizado com a verdade que, quando o erro for apresentado, sejamos capazes de reconhecê-lo.
Concentre-se em Jesus (2Co 3:18). Quando pensamos no Cordeiro de Deus dando Sua vida na cruz do Calvário, nosso amor pelo Seu sacrifício se intensifica e as coisas deste mundo perdem seu atrativo. Somos aconselhados a passar uma hora por dia refletindo sobre a vida de Cristo, especialmente sobre as cenas finais da Sua trajetória na Terra.*
A descrença sobre a segunda vinda de Cristo crescerá ainda mais (2Pe 3). Se tivermos a correta compreensão dos tempos em que estamos vivendo, nosso coração se encherá de alegria, porque estaremos aguardando ansiosamente Seu retorno.
Vigie e ore (Mt 26:41). À medida que o fim se aproxima, o povo de Deus enfrentará tremendas provações e enganos sutis do inimigo. Nossa única segurança está em confiar na direção e proteção divinas até o fim.
Chris Matts › East Lansing, MI, EUA
6. Como Apocalipse 14:12 representa o povo fiel de Deus? Complete as lacunas:
“Aqui está a ____________________________ dos santos, os que guardam os _______________________ de Deus e a _______________________ em Jesus” (Ap 14:12).
7. Leia Apocalipse 14:10, 11; 20:10-15. Como Isaías 34:8-10 e Judas 7 esclarecem a afirmação: “A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos”? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Os ímpios queimarão pela eternidade.
B. ( ) Não haverá um fogo eterno literal, mas consequências eternas.
A declaração sobre o tormento com fogo e enxofre se refere à completa destruição (ver Gn 19:24; Is 34:8-10). Sodoma e Gomorra sofreram o castigo do “fogo eterno” (Jd 7). Mas nenhuma delas está queimando hoje. As consequências são eternas, não a queima em si.
Cremos que estamos vivendo “no fim do tempo do fim”. O livro do Apocalipse nos ajuda a conhecer os tempos e saber antecipadamente o que acontecerá antes e depois da segunda vinda de Cristo. Nem sempre o estudo do Apocalipse ocupou lugar prioritário em minha vida devocional. Quando eu era mais nova, ele me parecia assustador e eu só o lia com todas as luzes acesas. À medida que fui crescendo, percebi que, no Apocalipse, Jesus Se revela como Vencedor no grande conflito entre o bem e o mal. Você já leu alguma história e não quis saber o final? Isso é muito improvável.
O Apocalipse fala sobre o tempo em que poderemos viver em perfeita harmonia com Deus por toda a eternidade. Contudo, para que o propósito divino se cumpra, é preciso uma completa transformação deste mundo de pecado em que o iníquo foi revelado, mas será destruído para sempre e o caráter de Deus será reivindicado.
É preciso estudar o Apocalipse no contexto do amor divino, tendo em mente o plano da salvação. Talvez alguns tenham medo do futuro por causa da incerteza, mas, no Apocalipse, Deus nos revelou as coisas que ainda sobrevirão para nos dar esperança e certeza de que Ele não irá nos desamparar.
Satanás faz todos os esforços para nos convencer a não abrir nem estudar o Apocalipse, seja nos induzindo a um estado de letargia espiritual, seja nos amedrontando com mentiras a respeito do livro. No entanto, Cristo promete uma bênção aos que se dedicam a estudar as palavras e profecias escritas no livro (Ap 1:3).
Portanto, é fundamental examinar e compreender o conteúdo de suas páginas. Então sigamos em frente, não com medo, mas na certeza de que nosso Deus reina e de que nosso futuro está garantido.
Athena Heredia › Rockford, MI, EUA