Copie Neemias 5 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente Neemias 5:6-8, 15, 19. Você também pode reescrever as passagens com suas palavras ou fazer um esboço do capítulo.
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1. Leia Neemias 9:1-3. Por que o povo estava se apartando de todos os estrangeiros? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Porque a mistura com os estrangeiros produziria uma raça mais fraca.
B. ( ) Para não se contaminar com outros deuses.
Embora Neemias desejasse muito que o povo associasse esse momento com a alegria, ele conduziu a assembleia ao jejum. Eles se humilharam perante Deus, jogaram pó na cabeça e vestiram pano de saco. Como os estrangeiros não tiveram participação no pecado coletivo do povo de Israel, os israelitas se apartaram deles, pois sabiam que seus pecados precisavam ser perdoados. Suas orações e confissão coletivas demonstraram uma profunda compreensão da natureza do pecado. Eles reconheceram os pecados de sua nação, que a levaram ao exílio.
Onde há movimento, há atrito. Justamente quando os problemas externos pareciam estar resolvidos, surgiu um conflito interno. Essa crise envolveu, líderes, famílias e a comunidade como um todo. Os ricos estavam ficando mais ricos, e os pobres, mais pobres. Devido ao fato de estarem ocupados na reconstrução do muro, não tinham tempo para trabalhar nos campos. A fome fez com que alguns tomassem dinheiro emprestado para comprar alimento. Outros, penhoraram seus campos para pagar impostos. Os que não conseguiram pagar tiveram que vender seus filhos como escravos.
Depois de ter usado os inimigos externos sem obter sucesso, Satanás, tentou interromper a obra provocando um conflito interno. O capítulo 5 é caótico e cheio de confusões. Embora Neemias tivesse conseguido fazer as pessoas se unirem em favor de um ideal, e também organizado o trabalho, o povo perdeu de vista o alvo. As necessidades materiais o fez perder o foco.
Neemias ficou indignado. Os líderes espirituais devem mostrar indignação quando se deparam com injustiças. A ira pecaminosa procede do egoísmo, da impaciência, do orgulho ferido, do ressentimento ou da perda do autocontrole.
O sentido original, no hebraico, para Neemias 5:7 seria: “Analisei comigo mesmo”. Líderes espirituais precisam refletir calmamente nas coisas, observar tudo da maneira mais objetiva possível, e então definir que medida tomar. Não devem agir impetuosamente, de forma irracional.
Para solucionar o problema, Neemias, primeiramente, se reuniu com os nobres em particular. Ele não ficou intimidado pelo fato de eles serem ricos, porque estava a serviço do Rei do Universo. Parece que essa reunião não foi muito produtiva. Então, ele convocou uma grande assembleia do povo para publicamente confrontar seus pecados.
Neemias explicou que a atitude dos nobres estava errada e contrária à vontade de Deus (Êx 22:22-27; Lv 25:35-37; Dt 14:28, 29; 15:7-9). A imagem do povo diante dos inimigos estava sendo maculada e juros exorbitantes sendo cobrados (Ne 5:7-10). Neemias exigiu restauração e correção (Ne 5:11). Como os profetas, ele sacudiu a dobra do seu manto ilustrando a punição divina para os que quebrassem a promessa.
Os líderes cristãos devem sempre exercer sua autoridade sob a orientação divina. Neemias não queria que os transgressores prestassem contas dos seus atos a ele, nem era seu objetivo envergonhá-los publicamente. Ele queria que assumissem, perante o público, a responsabilidade pelos atos maus que haviam praticado. Solicitou a presença dos sacerdotes para que eles, em nome de Deus, testemunhassem tudo, e exigiu que os nobres fizessem um voto diante deles.
2. Leia Neemias 9:4-8. Quais os principais assuntos em que a oração se concentra nesses versos? Por quê?
Na cultura hebraica, um nome não era apenas a maneira pela qual as pessoas chamavam alguém, mas dava a essa pessoa identidade. Portanto, o louvor ao nome de Deus é significativo porque demonstra ao mundo que esse é um nome digno de louvor e honra. Esse é o nome do Criador do Universo.
A primeira metade do capítulo 5 de Neemias é um exemplo do exercício adequado da autoridade que por direito compete ao líder. A outra metade ensina a não se valer dessa autoridade para proveito próprio. Liderança não tem que ver com o uso arbitrário e opressivo de poder. Muitas vezes, tem que ver com a abdicação de poder. No caso de Neemias, ele trabalhou como governador de Judá por 12 anos. Durante esse tempo, ele não explorou o povo nem usou o poder para obter ganho pessoal (Ne 5:14-19). Mesmo nas coisas a que tinha direito, as verbas que poderiam ser gastas em seu benefício, ele não as usou. Neemias não se dedicou a outra atividade, nem comprou terras, ele somente se ocupou da missão que lhe foi confiada.
O que leva um líder a abrir mão de seus direitos? Seria o fato de ele ter que prestar contas a uma comissão encarregada de verificar todas as suas transações financeiras? Não! A decisão de Neemias é claramente percebida nos versos 15 e 18, “por temer a Deus” e porque “eram demasiadas as exigências que pesavam sobre o povo”. Ele tinha que prestar contas a Deus de sua fidelidade na missão que lhe havia sido confiada. Além disso, ele se compadeceu do seu povo, que não tinha o suficiente para se sustentar. Por isso usou as provisões a que tinha direito, como governador, para alimentá-lo. A liderança secular está centralizada no “eu” e nas “pessoas”. A liderança cristã se fundamenta em Deus e em Sua vontade para Seus filhos.
Isso não traz à lembrança os dois grandes mandamentos de Cristo? “‘Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente.’ Este é o maior mandamento e o mais importante. E o segundo mais importante é parecido com o primeiro: ‘Ame os outros como você ama a você mesmo.’ Toda a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas se funamentam nesses dois mandamentos” (Mt 22:37-40).
Os mandamentos não são um código de ética abstrato, são o fundamento do governo divino. Por isso, Neemias observava as leis divinas, mas elas estavam por tal forma gravadas em sua matriz ética que isso se revelou em seu estilo de liderança. Também se revelou, de maneira suprema, no estilo de liderança e no caráter de Cristo. Ele exerceu Sua autoridade com base na justiça e na misericórdia, e abriu mão de Seus próprios direitos pelo bem dos outros.
3. Leia Neemias 9:9-22. Qual é a diferença entre essa parte da oração e a anterior?
A oração passa dos louvores a Deus, por Sua fidelidade, ao relato da contrastante infidelidade dos israelitas em sua experiência no Egito e no deserto. Nela, Neemias menciona todas as diferentes coisas que Deus deu aos israelitas; mas, infelizmente, a resposta dos “pais” a essas dádivas foi orgulho e teimosia, além do desprezo pelas ações graciosas de Deus entre eles. O reconhecimento do fracasso humano e da falta de verdadeira devoção a Deus é um passo importante no arrependimento e na confissão. E mesmo que o texto esteja falando de pessoas que há muito nos deixaram, ninguém pode negar que todos temos problemas com as mesmas questões que elas enfrentaram.
Descubra a relação das passagens abaixo com o texto bíblico-chave (Ne 5) da lição desta semana:
Tiago 1:1-13
1 Timóteo 6:10
Romanos 12:14-21
Efésios 4:4-6
Eclesiastes 5:4
Atos 2:42-47; 20:32-38
Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com Neemias 5?
4. Leia Neemias 9:23-31. Como os israelitas foram descritos em comparação com a “grande bondade” de Deus? Ne 9:25
Imagine que você tem a capacidade de fazer tudo o que deseja, quando, onde e do jeito que desejar. Mas então imagine que voluntariamente você se limitou a tudo isso. Não é preciso imaginar mais, pois isso aconteceu na encarnação de Cristo. Foi Sua disposição voluntária de Se encarnar como um ser humano limitado que revelou o caráter de Deus. É claro que Cristo conservou Sua divindade, e em Sua pessoa a natureza humana e divina se combinaram. Os detalhes de Seu esvaziamento estão descritos em Filipenses 2:5-11. A raiz grega, phroneo, denota atitude mental (Fp 1:27; 2:2, 5; 3:15, 16, 19; 4:2, 10), e, nesse contexto, a atitude mental manifestada na encarnação.
Embora Jesus, a segunda Pessoa do trio celestial, fosse “Deus” e “igual a Deus”, condescendeu em assumir a forma humana. O interessante é que Cristo poderia ter escolhido vir em qualquer nível da sociedade humana, mas escolheu a forma de um servo. Esse Servo poderia ter simplesmente cumprido as obrigações legais, mas viveu de maneira justa até Sua morte. Cristo poderia também ter escolhido qualquer forma de morte, mas Se submeteu à humilhação da morte na cruz.
Isso não é mera semântica nem eloquência poética. Paulo fez questão de explicar que os seguidores de Cristo precisam ter a mesma humildade, maneira de viver e atitude do Salvador. Nosso Senhor renunciou aos direitos que tinha.
Em resposta a esse esvaziamento voluntário do Filho, o Pai, a primeira pessoa da Divindade, exaltou-O, dando-Lhe o mais alto nome, e todo o universo, por fim, se ajoelhará aos Seus pés e confessará Sua supremacia. Deus endireitará todas as coisas. Ele exaltará aqueles que precisam ser exaltados e humilhará os que precisam ser humilhados. Se confiamos no Senhor precisamos, pelo poder do Espírito, reproduzir essa atitude de Cristo em nossos relacionamentos (Fp 1:27).
Não somente porque Ele morreu em uma cruz, mas à luz de Sua condescendência, vida, humilhação, ressurreição e glorificação, devemos viver com a mesma atitude abnegada e, por Sua graça, tratar o próximo como Ele nos tratou.
5. Leia Neemias 9:32-38. Qual é o foco da conclusão dessa oração de confissão?
Novamente, a oração se volta para o louvor a Deus, exaltando Suas qualidades: Ele é grande, poderoso e temível, Aquele que guarda a aliança e a misericórdia. O povo parecia sincero em seu reconhecimento da bondade de Deus para com eles. Eles também apresentaram uma petição que consistia em uma aliança estabelecida com Deus, que foi descrita em detalhes no capítulo 10. Qual era a petição do povo? “Agora, pois, ó Deus nosso, ó Deus grande, poderoso e temível, que guardas a aliança e a misericórdia, não menosprezes toda a aflição que nos sobreveio” (Ne 9:32). A comunidade tinha que pagar tributos aos reis que a dominavam. A opressão de todos os lados estava atormentando o pequeno grupo de israelitas, e eles estavam cansados disso. Tinham suportado uma tirania após a outra e esperavam alívio.
"A reconstrução dos muros de Jerusalém ainda não havia sido terminada e Neemias precisou voltar sua atenção para a classe mais pobre do povo. [...] Os mais ricos entre os judeus tinham tirado vantagem dos mais pobres, enriquecendo-se, hipotecando suas terras e tomando posse ilegalmente das propriedades deles. Eles também exigiam juros injustos sobre todo o dinheiro emprestado. Esse procedimento reduziu os infelizes devedores à mais profunda pobreza. Muitos tinham sido forçados a vender seus filhos e filhas como escravos. Parecia não haver esperança de que sua condição pudesse melhorar, nem possibilidade de redimir seus filhos, suas terras, nem qualquer outra perspectiva, exceto, a escravidão perpétua.
No entanto, eles eram da mesma nação, povo do mesmo concerto, como seus irmãos mais favorecidos. Eles tinham a mesma afeição por seus filhos que os demais. Sua agonia não havia sido causada por indolência nem desperdício. Foram, sim, compelidos a contrair dívidas por causa da falta de colheitas e por pagarem pesadas taxas.
“Como último recurso eles apresentaram seu caso a Neemias. [...] O fato de que os opressores eram homens ricos, cujo apoio era necessário na obra de restauração da cidade e suas defesas, nem por um momento influenciou Neemias. Ele repreendeu severamente os nobres e juízes, convocou uma grande assembleia do povo, apresentou o que Deus pedia no tocante ao caso e chamou a atenção de seus ouvintes. [...]
“Na medida em que o ser humano se beneficia à custa do semelhante, seu coração se torna endurecido à influência do Espírito de Deus. O ganho assim obtido é uma perda terrível. É melhor padecer necessidade do que mentir, passar fome do que defraudar, morrer do que pecar. Extravagâncias, excessos e extorsões estão corrompendo a fé de muitos, e destruindo sua espiritualidade. A igreja é, em grande medida, responsável pelos pecados dos seus membros. Ela encoraja o mal se deixa de levantar a voz contra isso. A influência mais temida pela igreja não é a dos opositores declarados, dos infiéis e blasfemos, mas a dos professos seguidores incoerentes de Cristo. Esses são os que afastam de Israel as bênçãos de Deus.
“Todos aqueles que desejam possuir um caráter que os habilite para o Céu, devem ser cristãos verdadeiros. Devem ser diligentes no estudo do Mapa que conduz à vida eterna. De maneira cuidadosa e com oração eles devem examinar os motivos que os levam à ação. O mundo dos negócios não está fora dos limites do governo de Deus. O cristianismo não deve ser simplesmente mostrado no sábado e exibido no santuário, mas todos os dias da semana e em todos os lugares. Seus princípios devem ser reconhecidos e praticados em cada ato da vida. Cristãos que vivem a verdadeira religião revelarão em todas as suas transações comerciais uma percepção do direito tão clara como quando oferecem suas súplicas diante do trono da graça” (Trechos selecionados do livro de Ellen G. White, Lições da Vida de Neemias, capítulos 10 e 11).
DISCUSSÃO
Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais. Perguntas sugestivas para ser discutidas:
- Alguém já tirou vantagem de outras pessoas? De que maneira?
- Como podemos praticar os princípios bíblicos no mundo?
- O que é mais difícil: usar o poder na hora certa ou abrir mão do poder?
- Preocupamo-nos mais com nossos direitos ou em ser uma pessoa abnegada?
- É possível ter a mente de Cristo e imitar Suas atitudes?