Copie João 21:1-14 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente João 21:3-6. Você também pode reescrever as passagens com suas próprias palavras ou fazer um esboço do texto.
1. Leia Marcos 8:22-26. Em sua opinião, por que Cristo curou o cego em duas etapas? Sendo testemunhas de Jesus, quais lições essa história nos ensina?
É possível que também não vejamos as pessoas claramente. Será que às vezes as vemos mais como “árvores andando”, em formas vagas e indistintas, do que como candidatas ao reino de Deus? Em sua opinião, o que às vezes nos leva a não ver as pessoas nitidamente?
Em algum momento da caminhada espiritual é preciso reavaliar os conceitos religiosos. Situações de dor e sofrimento nos levam com maior frequência a refletir sobre fé e espiritualidade. Em outros casos, simplesmente nos deparamos com novas questões ou entramos em um novo estágio em que nossas necessidades mudam. Não há nada de errado em reavaliar nossas crenças. A questão é como fazemos isso.
O padrão adventista consiste em verificar tudo à luz da Bíblia. Por exemplo, nesta série de estudos, estamos analisando o conceito de discipulado. Alguns cristãos podem estar vivendo uma experiência religiosa bastante superficial, presumindo que ser membro da igreja e ser discípulo de Cristo é a mesma coisa.
Por isso, nosso conceito de “igreja” também precisa ser testado. Todo verdadeiro discípulo de Cristo se torna um “pescador de gente” (Mc 1:17, NAA). O discípulo não se contenta somente em ouvir sermões e assistir a programações no banco da igreja, mas se dispõe a trabalhar na seara do Senhor, cuidar de pessoas (At 14:21-23). Em meio à rotina do exercício do discipulado pode ocorrer impaciência, desânimo e até fracasso. Mas isso ressalta ainda mais a necessidade de um processo de orientação no qual o recém-convertido possa aprender dos cristãos mais experientes (2Tm 2:2).
Discípulos fazem discípulos, que geram mais discípulos. Esse é o processo do Ciclo de Crescimento, o modelo discipulador de Cristo. Quando esse processo se completa, e a adição se transforma em multiplicação, esse mecanismo torna a igreja poderosa (Ef 4:11, 12). Em outras palavras, a igreja é o povo de Deus que trabalha com amor, buscando alcançar os corações para fazer crescer o Reino de Deus.
Essa visão dinâmica de igreja é muito diferente do modelo de consumidores sentados em bancos, no qual as pessoas vêm, ouvem um sermão e vão embora até repetirem o processo na semana seguinte, deixando todo o trabalho para os “profissionais pagos”. Igreja é a plataforma na qual estamos envolvidos no discipulado com Cristo. Em nossos dias de nômades digitais, nossa geração deve perceber que conectar-se a Cristo envolve ligar-se ao Seu corpo – a igreja. Identificar-se com a igreja e sua história, desfrutar da comunhão com seus membros e envolver-se em sua vida e ministério são componentes vitais do discipulado orgânico, autêntico e centrado em Cristo.
Ao exemplificar para os discípulos o que significava enxergar cada indivíduo de uma nova perspectiva, Jesus ensinou-lhes a ver as pessoas pelos olhos do Céu. Sua visão das pessoas era radical. Ele não via o que elas eram, mas o que poderiam se tornar.
2. Leia João 4:3-34. Como Jesus Se aproximou da mulher samaritana? Qual foi a reação da mulher à conversa de Cristo com ela? Qual foi a reação dos discípulos a essa experiência e como Jesus ampliou a visão deles?
A eterna lição que Jesus desejava ensinar aos Seus discípulos e a cada um de nós é simplesmente esta: “Aqueles que têm o Espírito de Cristo verão todos os homens pelos olhos da compaixão divina” (Ellen G. White, The Signs of the Times, 20 de junho de 1892).
Embora o discipulado também seja praticado por outras denominações, o discipulado no contexto adventista tem algumas diferenças. Primeiramente, ele leva em consideração o contexto do tempo do fim. A expressão teológica seria “discipulado escatológico”. O discipulado adventista deve refletir a missão e a mensagem distintiva de nossa igreja. Por mais simples que isso possa parecer, nem sempre é tão óbvio. A mensagem distintiva, confiada à igreja remanescente e solidamente fundamentada na Bíblia, é o alicerce da nossa fé.
Os discípulos do fim dos tempos devem ser ensinados por meio da Bíblia como Deus levantou o movimento adventista do sétimo dia. Eles precisam compreender sua identidade como parte de um movimento profético que teve seu surgimento em um momento específico da história (Dn 8:14; Ap 10) com uma mensagem e uma missão peculiares (Ap 12:17; 14:6-12).
A Igreja Adventista tem quatro níveis administrativos os quais a diferem das outras estruturas eclesiásticas tradicionais:
1. Igreja local: um grupo de membros sob a supervisão de líderes leigos locais (eleitos a cada um ou dois anos) e do pastor distrital.
2. Associação ou Missão: um grupo de igrejas, distritos e pastores distritais de uma região específica (um estado ou parte dele) sob a supervisão dos administradores e departamentais da Associação ou Missão (geralmente eleitos a cada quatro anos).
3. União: um grupo de Associações e/ou Missões
de uma região específica (um estado, um conjunto de estados ou um país) sob a supervisão dos administradores e departamentais das Uniões (geralmente eleitos a cada cinco anos).
4. Associação Geral: órgão administrativo mundial da igreja, tendo como apoio várias Divisões (sedes continentais), com líderes eleitos a cada cinco anos.
A igreja se reúne em assembleia mundial a cada cinco anos, tendo como uma de suas principais responsabilidades eleger os líderes da Associação Geral para o quinquênio seguinte e revisar o Manual da Igreja. Esse livro contém os princípios e as práticas eclesiásticas que são aprovadas por representantes da denominação de todas as partes do mundo (incluindo pastores e leigos). Ao contrário dos ensinos bíblicos, que são imutáveis, ele está sujeito a revisão e mudança ao longo do tempo.
“Sua principal preocupação é colocar em prática um plano de discipulado ativo que inclua tanto a nutrição espiritual da igreja como o trabalho de planejar e promover o evangelismo.
“Dentre as responsabilidades da Comissão da Igreja estão:
“1. Um plano de discipulado ativo.
“2. Evangelismo em todas as suas fases.
“3. Nutrição espiritual e mentoreamento dos membros.” (Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia [Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016], p. 132.
Alguém disse, e com razão: “Na vida, o único lugar de onde devemos começar é o ponto em que estamos, pois não há outra opção.” Jesus enfatizou esse princípio em Atos 1:8.
3. Leia João 1:40, 41; 6:5-11; 12:20-26. O que essas passagens revelam sobre a visão espiritual de André e sua abordagem ao testemunho? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) André sempre pensava em levar as pessoas a Jesus.
B. ( ) Ele se preocupava apenas em evangelizar os judeus.
A experiência de André fala muito a nós. Ele começou com sua família. Primeiramente compartilhou sua fé em Cristo com seu irmão Pedro. André desenvolveu um relacionamento cordial com um garotinho que depois providenciou para Jesus o material para um milagre. Além disso, ele soube exatamente o que fazer com os gregos. Em vez de debater teologia, ele percebeu a necessidade daqueles homens e os apresentou a Jesus.
Descubra a relação das passagens abaixo com o texto-chave (Jo 21:1-14) da lição desta semana:
- João 18:15-18
- Marcos 1:16-22
- Êxodo 18:17-27
Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com todo o Ciclo de Crescimento?
Jesus era Mestre em lidar com pessoas difíceis. Por Suas palavras e ações, Ele demonstrava aceitação. Ouvia com sensibilidade as preocupações das pessoas, fazia perguntas e gradualmente revelava verdades divinas. Reconhecia o desejo interior nos corações endurecidos e via potencial nos pecadores mais vis. Para Jesus, ninguém estava além do alcance do evangelho.
4. Leia Mateus 4:18, 19; Marcos 12:28-34; Lucas 23:39-43. Quais são as semelhanças nos apelos de Cristo a Pedro e André, ao escriba e ao ladrão na cruz?
Peça ao Senhor que torne você sensível ao trabalho que o Espírito Santo está fazendo na vida de outras pessoas. Ele coloca diante de você todos os dias a oportunidade de compartilhar sua fé. A vida terá um significado totalmente novo. Você terá uma sensação de satisfação e alegria que nunca experimentou antes. Somente os que trabalham em favor das pessoas conhecem a satisfação que isso pode trazer.
O Evangelho de João apresenta uma bela narrativa que está dividida em duas partes, ligadas por uma palavra grega: anthrakia, que significa fogo ou fogueira. A palavra “antraz” deriva desse termo e designa uma rara infecção bacteriana que causa cicatrizes que parecem carvão em brasas.
Essa palavra aparece pela primeira vez em João 18:16-27, quando Simão Pedro nega Jesus três vezes. Na primeira negação, Pedro está diante de uma anthrakia, uma fogueira acessa. João destaca que estava frio (ele estava presente), talvez associando a temperatura com a condição do coração de Pedro. As pessoas estavam “ao redor de uma fogueira que haviam feito para se aquecerem” e “Pedro também estava em pé com eles, aquecendo-se” (Jo 18:18). No momento em que Pedro deveria estar junto com outra Pessoa, ele se distanciou.
A fogueira é mencionada pela segunda vez em João 21:3-19. Pedro era um discípulo que havia sido chamado por Jesus. Porém, após os incidentes do sofrimento e morte de Cristo, Pedro abandonou seu chamado e voltou à vida de pescador (Jo 21:3). Sendo o líder do grupo, outros ex-pescadores o seguiram retornando à única profissão que conheciam. Apesar de terem passado a noite inteira trabalhando, não pegaram nenhum peixe. Eles achavam que eram bons pelo menos nisso, mas fracassaram.
Provando ser o Senhor dos peixes, da pescaria, dos pescadores de toda a criação, Jesus operou mais um milagre na vida dos Seus discípulos. Sem falar muito, Jesus mostrou que sem Ele, não se poderia pescar peixes nem gente, apesar da experiência que tinham. Pedro havia falhado terrivelmente e estava com muita vergonha, mas Cristo novamente lhe ofereceu a oportunidade de pastorear Seu rebanho (Jo 21:15-19).
A igreja é formada por “Pedros” que estão desanimados, sentem vergonha de sua condição e de ter decepcionado Jesus. E, nessas experiências com Jesus, esses “Pedros” podem novamente obter sucesso espiritual e pescar 153 peixes grandes!
5. Leia Atos 8:26-38. O que esses versos ensinam sobre como Filipe estava aberto à orientação de Deus e acerca da capacidade dele de responder às oportunidades dadas por Deus? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Filipe duvidou da voz de Deus e não Lhe obedeceu.
B. ( ) Filipe estava sensível à voz do Senhor e foi se encontrar com o etíope.
“Um anjo guiou Filipe àquele que procurava a luz e que estava pronto para receber o evangelho; e hoje anjos guiarão os passos dos obreiros que permitirem ao Espírito Santo santificar sua língua e educar e enobrecer seu coração.
O anjo enviado a Filipe poderia ter ele mesmo feito a obra pelo etíope, mas essa não é a maneira de Deus agir. Seu plano é que homens e mulheres trabalhem por seus semelhantes” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 109).
"Outro dever, muitas vezes considerado levianamente, o qual precisa ser explicado aos jovens, para que tenham noção daquilo que Cristo exige, é sua obrigação para com a igreja. A relação entre Cristo e Sua igreja é muito íntima e sagrada: Ele é o noivo, e a igreja, a noiva; Ele, a cabeça, e a igreja, o corpo. A ligação com Cristo, portanto, envolve a ligação com Sua igreja.
“A igreja foi organizada para o serviço, e, numa vida de serviço dedicado a Cristo, a ligação com a igreja é um dos primeiros passos. A lealdade para com Cristo exige o fiel cumprimento dos deveres perante a igreja. [...] E uma igreja impregnada pela vida do Mestre conduzirá diretamente ao esforço em favor da humanidade” (Ellen G. White, Educação, p. 268, 269).
“Um lugar após outro deve ser visitado; uma igreja após outra ser estabelecida. Os que se colocam do lado da verdade precisam ser organizados em igrejas, e então, o pastor deve se dirigir a outros campos igualmente importantes.
“Logo que seja organizada uma igreja, o pastor deve colocar os membros para trabalhar. Eles precisarão ser ensinados a trabalhar com êxito. [...]
“O poder do evangelho deve sobrevir aos grupos já formados de crentes, habilitando-os para o serviço. Alguns dos novos conversos serão de tal modo cheios do poder de Deus que se porão imediatamente a trabalhar. Trabalharão com tanta diligência que não terão tempo nem vontade de enfraquecer as mãos de seus irmãos com críticas descorteses. Seu único desejo será levarem a verdade às regiões que lhes estão à frente” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 19, 20).
“Os que estão empenhados mais ativamente em realizar, com fidelidade e comprometimento, sua obra de ganhar pessoas para Jesus Cristo são os mais desenvolvidos em espiritualidade e devoção. Seu trabalho ativo proporciona os meios à sua espiritualidade. Há risco de a religião perder em profundidade o que adquire em amplitude. Não é necessário que seja assim, se, em vez de longos sermões, for ministrada sábia instrução aos recém-convertidos à fé. [...] Faça-os sentir que não devem ser carregados pelos outros e apoiar-se na igreja, mas devem ter raízes em si mesmos. Eles podem, segundo suas várias habilidades, ser úteis à igreja em muitos sentidos, ajudando-a a se aproximar mais de Deus e trabalhando de várias maneiras para atuar fora da igreja, o que será um meio de trazer muitos benefícios sobre ela” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 356).
DISCUSSÃO
Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais.
Perguntas sugestivas para ser discutidas:
- Como sua igreja pode se tornar um lugar mais acolhedor?
- Quais outros conceitos, definições e expectativas existem a respeito da igreja?
- O que é necessário para realizar mudanças em sua igreja a fim de atender a esses conceitos, definições e expectativas?
- Você tem conhecimento das atividades locais e globais da Igreja Adventista?
- Por que a organização eclesiástica é necessária?
- Como podemos ajudar a “noiva” de Cristo?