Uma pequena cidade estava enfrentando terrível seca havia anos. As árvores tinham perdido as folhas e o rio, que antes corria com água limpa e abundante, estava seco. Os pássaros haviam fugido e os urubus rondavam a cidade procurando animais mortos para se alimentarem. Os poucos habitantes que resistiam estavam magros, abatidos e não tinham como se sustentar. Depois de esgotarem todos os seus recursos, fizeram uma reunião. “Vamos orar”, sugeriu uma senhora idosa. “Só Deus pode nos ajudar agora.” Decidiram realizar uma grande vigília de oração na praça da cidade. Todos foram convidados a participar. Entre as pessoas reunidas na vigília, uma menininha segurava um guarda-chuva aberto. A multidão reunida não entendeu o que estava acontecendo. Alguns ficaram curiosos, outros incomodados e até irritados por estar sendo espetados pelas varetas do guarda-chuva. Finalmente, um senhor se aproximou da garotinha e perguntou: “Por que você trouxe um guarda-chuva? Você não vê que não há o mínimo sinal de chuva e que viemos aqui justamente para pedir a Deus que nos envie chuva?”
A menininha respondeu: “Eu também vim para orar. Tenho certeza de que Jesus ouvirá nossas orações, e que vai chover. Foi por isso que eu trouxe o guarda-chuva!” *
Ao longo da vida, sempre ocorrem mudanças. Elas podem ocorrer de uma hora para outra e, geralmente, estamos despreparados quando chegam. Alguém poderá argumentar: “Se a vida é cheia de mudanças, por que sempre nos surpreendemos quando elas acontecem?” A chave para que isso não ocorra é ter a mesma atitude da garotinha de nossa história: fé e preparo. A fé deve ser a companheira constante do cristão.
Mudanças são inevitáveis, mas podemos lidar com elas de diferentes maneiras: podemos escolher ser como os cidadãos da pequena cidade que estavam despreparados para a mudança pela qual se dispuseram a orar, ou podemos ser como a menininha, que veio preparada para a mudança que ela esperava que acontecesse.
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* Adaptado do Professor Nazeer Ahmed, https://historyofislam.com/the-king-learns-the-secret-of-happiness-from-a-child/the-child-who-brought-an-open-umbrella-for-prayer.
Kenisha K. A. Hutson, Georgetown, Guiana
1. Quais são as advertências e as promessas em 1 Coríntios 10:1-13?
2. Quais erros o povo cometeu diante de mudanças? O que podemos aprender com seus erros?
At 5:1-10: __________________________________________________________________________________________
Gn 16:1, 2, 5, 6: ______________________________________________________________________________________
Mt 20:20-22: ________________________________________________________________________________________
As mudanças acontecem e muitas vezes trazem tentações, desafios e, às vezes, até medo. Portanto, é crucial que tenhamos a armadura espiritual para lidar com elas da maneira correta. Não importa se as mudanças são inesperadas ou se fazem parte do ciclo normal da vida. Precisamos estar preparados para o que virá, tanto para o que é visto quanto para o que não vemos.
O preparo (Sl 139:14; Dt 31:6). A borboleta põe seus ovos sobre determinada folha ou planta que ela escolhe pelo contato dos seus pés. O fato de ela buscar o local ideal para sua desova mostra a preocupação com seus “bebês”, se eles conseguirão se alimentar dessa folha ou planta depois que saírem dos ovos. Não é impressionante? À medida que o tempo vai passando, as larvas, dentro dos ovos, vão comendo aos poucos a casca desses ovos, seu primeiro alimento antes de começarem a se alimentar da folha ou planta sobre a qual os ovos foram depositados.
Pense nas mulheres grávidas: seu corpo muda para se adaptar à nova vida que está dentro delas. Segundo as pesquisas, até o cérebro muda para atender às necessidades do bebê que irá nascer. As mães são abençoadas por terem sido feitas “de modo especial e admirável” (Sl 139:14).
Deus também nos prepara para as mudanças que ocorrerão ao longo da vida. Ele coloca em nós a motivação e o encorajamento para lidar com essas mudanças quando elas surgirem. O Senhor não nos deixa lutar sozinhos (Dt 31:6).
O alimento e a troca do invólucro (1Co 10:1-13). Nos estágios do nascimento da borboleta, a larva surge em um mundo desconhecido, mas pode ficar na mesma planta ou folha, alimentando-se constantemente dela. Ela precisa comer o máximo que puder para alcançar um novo estágio de desenvolvimento. Isso faz com que a lagarta cresça muito rápido, porém seu exoesqueleto não cresce junto com ela. Por isso, ele experimenta quatro ou mais mudanças durante esse estágio.
À medida que o tempo vai passando, nós ficamos física e mentalmente mais velhos. Desenvolvemos habilidades com nossos pais, com a escola, com o trabalho e outras mais. Tudo isso afeta o resultado final para com nossas atitudes e nosso caráter. Mas, assim como ocorre com a lagarta, nosso exoesqueleto vai ficando pequeno e, periodicamente, precisamos trocar de invólucro. Se queremos nos preparar para o próximo estágio da vida, e para a eternidade, temos que mudar certas atitudes. Leia 1 Coríntios 10:1 a 13. Os filhos de Israel estavam se alimentando da mesma comida e bebida espiritual. Eles estavam crescendo, mas nem todos estavam deixando para trás o invólucro do pecado, e Deus não Se agradou disso (v. 5-10).
Por outro lado, vemos dois exemplos de famílias que seguiram as orientações divinas: Zacarias e Isabel (Lc 1:13-17), e os pais de Sansão (Jz 13:7). A orientação foi para que não consumissem bebidas fermentadas nem alimentos impuros, porque Deus estava preparando os filhos deles para algo grandioso. Obedecer a Deus requer renúncia e sacrifício. Entretanto, se achamos difícil demais, 1 Coríntios 10:13 declara que Deus não permite que sejamos tentados mais do que podemos suportar. Isso pode não ser fácil, mas, semelhantemente às lagartas que trocam seu invólucro, nós também, talvez tenhamos que passar por um período de repetidas mudanças para abandonar determinado pecado.
Chega o tempo de virar pupa (Mc 1:35). A pupa, também chamada de crisálida, é o estágio intermediário entre a larva e a fase adulta, no desenvolvimento de certos insetos que passam por metamorfose completa. Assim como uma lagarta não sabe que vai virar borboleta, chega, para nós, o tempo de ser guiado durante a fase para a qual nos preparamos. Ela ainda é desconhecida porque não sabemos seu desfecho exato, mas podemos deixar o que nos é desconhecido nas mãos de Deus, pois Ele conhece tudo.
Enquanto passamos por essa fase, muitos imaginam que estejamos descansando, assim como o mundo olha para um casulo inerte e não pode ver as maravilhas que estão ocorrendo dentro dele. No casulo, a lagarta está digerindo a si mesma. Os sucos usados para digerir seu alimento no estágio de larva, agora estão digerindo o corpo da lagarta. Essa digestão transforma seu corpo em células. Essas células irão se transformar e formar um novo corpo. Esse processo pode ser rápido, e levar apenas duas semanas, ou pode ser lento, e durar meses.
Da mesma forma, precisamos permitir a atuação do Espírito Santo. Ele está pronto para nos transformar. O Espírito Santo deseja nos nutrir com o alimento bíblico que comemos, e nos preparar para as mudanças de vida. Foi assim que Cristo recebeu preparo e capacidade para enfrentar os desafios nesta Terra (Mc 1:35).
A libertação. Desde o nascimento até a fase de crisálida, ainda não existe uma borboleta, porque só depois que todos os estágios estiverem completos, a borboleta surgirá. Contudo, essas fases fazem parte do processo necessário para que ela se torne uma borboleta.
Fazendo um paralelo com a vida cristã, nosso estágio de maturidade espiritual ocorre depois de passarmos por uma série de mudanças. Essas mudanças são possibilitadas pela atuação do Espírito de Deus quando nos rendemos à sua direção. Finalmente, na segunda vinda de Cristo, passaremos pela transformação final: nossa glorificação!
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* https://www.sciencealert.com/pregnancy-changes-a-woman-s-brain-structure-for-at-least-2-years-after-giving-birth.
Chrystel Pile, East Coast Demerara, Guiana
3. Quais são as características cruciais em todos os aspectos da vida, mas especialmente aos que estão se preparando para o casamento? 1Co 13:4-8; Gl 5:22, 23. Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Amor, paciência, bondade, alegria, fidelidade, etc.
B. ( ) Conhecimento, dom de profecia, filantropia e dom de línguas.
A preparação para o casamento deve começar conosco, de maneira pessoal e individual. Ao mesmo tempo, precisamos analisar cautelosamente nosso futuro cônjuge para ver se ele(a) será um bom complemento para nós.
“O casamento é algo que influenciará e afetará a vida tanto neste mundo como no por vir. O cristão sincero não levará avante seus planos sem ter a certeza de que Deus aprova sua intenção. Não desejará escolher por si mesmo, mas sentirá que Deus deve escolher.”1
“Poucos têm ideias corretas acerca da relação conjugal. Muitos pensam que o casamento é a conquista da perfeita bem-aventurança; mas se eles soubessem um quarto dos pesares de homens e mulheres ligados pelos votos matrimoniais em cadeias que eles não podem e não ousam quebrar, não se surpreenderiam que eu escrevesse essas linhas. Na maioria dos casos, o casamento é um jugo muito aflitivo. Há milhares de casais que se acham acasalados, porém não casados. Os livros do Céu acham-se carregados com os infortúnios, a impiedade e o abuso que se acham ocultos sob o manto do casamento. Eis porque eu desejo advertir os jovens que se acham em idade para casar a não se apressarem na escolha de um cônjuge.”2
“Eis algumas coisas que devem ser consideradas: A pessoa com quem você deseja se casar trará felicidade ao lar? É econômica, ou depois de casada irá gastar não somente os rendimentos dela, mas também os seus, para satisfazer a vaidade, o amor à aparência? São seus princípios corretos nesse sentido? Ela possui alguma coisa de que possa depender?”3
“Antes de dar a mão em casamento, toda mulher deveria indagar se é digno aquele com quem está para unir seu destino. Qual é seu passado? Sua vida é pura? O amor que ele exprime é de caráter nobre, elevado, ou é simples inclinação emotiva? Tem os traços de caráter que me tornarão feliz? Poderei encontrar verdadeira paz e alegria na afeição dele? Terei permissão para conservar minha individualidade, ou terei de submeter meu juízo e minha consciência ao domínio dele? [...] Pode honrar as reivindicações do Salvador como supremas? Serão conservados puros e santos o corpo e a alma, os pensamentos e propósitos? Essas perguntas têm influência vital sobre o bem-estar de toda mulher que se casa.”4
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1. Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 43.
2. Ibid., p. 44.
3. Ibid., p. 46.
4. Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 439.
Lennox Jason, Georgetown, Guiana
4. Por mais singulares que sejam as seguintes histórias sobre nascimentos, quais princípios os que se preparam para ser pais podem tirar desses relatos? 1Sm 1:27; Jz 13:7; Lc 1:6, 13-17, 39-45, 46-55, 76-79. Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. ( ) Devemos orar pelos filhos e evitar alimentos e hábitos prejudiciais.
B. ( ) Devemos considerar primeiramente nosso bem-estar, depois, o da criança.
Que responsabilidade e oportunidade grandiosas esses pais tiveram! No entanto, mesmo que nossos filhos não estejam destinados a ser profetas bíblicos, os pais ainda devem se preparar para essa mudança radical em sua vida.
“A morte é uma experiência humana universal. […] É uma crise que todas as famílias encontram, e que é reconhecida como o acontecimento mais tenso da vida enfrentado pelas famílias. A ocorrência da morte, embora inevitável, pode ser significativamente turbulenta e perturbadora para o sistema familiar e para a rede de relacionamentos da pessoa falecida. [...] Basta dizer que os seres humanos nunca se acostumarão com a morte. […]
“Muitos irão argumentar que, em determinadas faixas etárias (especialmente, nos idosos) a morte é um acontecimento normativo no curso da vida. Contudo, Lavee, McCubbin e Olson têm outra opinião. Eles argumentam que, não importa quando ocorra, a morte, na verdade, não é normativa. Isso acontece porque ela continua sendo um evento inesperado e, em grande parte, indesejado. Deve ser compreendido que não é o ato de morrer, em si, que determina se ele é normativo ou não, mas o contexto e os efeitos da morte. Por exemplo, a morte de um senhor de 82 anos, que é o principal cuidador ou tutor de um garoto de 15 anos pode ser ‘normativa’ para o homem, mas seria muito perturbadora para o adolescente.”*
A Bíblia afirma que a morte veio como resultado do pecado. Ela é inimiga dos seres humanos. Desde o momento em que Adão e Eva comeram do fruto proibido (Gn 3:6), a morte se tornou real para toda a humanidade (Rm 5:12). A boa notícia é que a Bíblia também nos assegura que a morte, um dia, será destruída (1Co 15:26). Um dia, a própria morte terá seu “funeral”. Esse funeral será o último. Portanto, há uma esperança: Jesus já derrotou o inimigo chamado “morte” por meio de Sua morte e ressurreição.
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* Oladayo A. Afolabi, “Death, Grief, and Family Dynamics: The Impact of Family Member’s Death and Delayed Grief Resolution on the Family System”, https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2826483.
Durwin S. Humphrey, Georgetown, Guiana
5. Leia o Salmo 71. O que esse salmo nos ensina sobre a preparação para a velhice e sobre a vida em geral?
O salmo 71 é de uma pessoa idosa que vivenciou os desafios inerentes à vida, mas que foi feliz porque desde o princípio depositou sua confiança em Deus. A melhor maneira de envelhecer é confiando em Deus enquanto ainda somos jovens.
Há um ditado que diz: “Se falhamos em nos preparar, estamos nos preparando para falhar.” Quando analisamos o papel da paternidade em nossa sociedade, notamos que os pais estão apenas preocupados em se preparar para o nascimento de uma criança. Agindo dessa maneira, eles falham em não saber que a paternidade é um investimento para toda a vida.
Muitas vezes, após o nascimento da criança, os pais relaxam na oração em favor de seus filhos e deixam de instruí-los firmemente nos padrões cristãos. Assim, abrem caminho para os ataques do inimigo, que pode resultar em grandes amarguras.
A seguir, estão alguns itens necessários no preparo para exercer a paternidade segundo a vontade de Deus.
Ore a Deus e siga Suas orientações. À mãe de Sansão foram dadas instruções claras a respeito da criação dele: “Não beba vinho nem outra bebida fermentada, e não coma nada impuro, porque o menino será nazireu, consagrado a Deus” (Jz 13:7). Deus nos orienta por meio de Sua Palavra.
Mantenha-se ligado a Cristo e desenvolva um caráter semelhante ao Dele. Os atos falam mais alto do que as palavras. Por isso, os pais devem permanecer em íntimo relacionamento com Jesus a fim de dar exemplo do caráter cristão que eles desejam ver em seus filhos. Como ocorreu com Isabel, mãe de João Batista, e Maria, mãe do Salvador, o relacionamento com Deus deve incluir estudo de Sua Palavra, orações, louvores e gratidão.
Eduque permanentemente seu filho. “Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar” (Dt 6:6, 7). Os pais não devem desistir de ensinar e orientar seus filhos nos caminhos da justiça. Se isso acontecer, a luz da presença divina irradiará da vida dos pais e dos filhos, e pessoas serão ganhas para o Reino de Deus.
Andrew Sparman, Georgetown, Guiana
6. O que a Bíblia ensina sobre a morte? 1Co 15:24-26. Assinale a alternativa correta:
A. ( ) É uma passagem para outra vida.
B. ( ) É o último inimigo a ser destruído.
7. Leia em 1 Reis 2:1-4, algumas das últimas palavras de Davi ao seu filho Salomão. Quais lições podemos extrair dessa passagem sobre a preparação para nossa morte e para o falecimento dos nossos familiares?
Em meu país, assim como em outros, as crianças e jovens vão para a escola e os adultos trabalham para sustentar a casa. Eles raramente têm tempo para cuidar de si mesmos. Um senhor me relatou que tem trabalhado a maior parte da sua vida para economizar dinheiro para a aposentadoria, para que, quando se aposentar possa desfrutar dos benefícios do seu suor. Ele também citou Paulo: “O que o homem semear, isso também colherá” (Gl 6:7). Ao falar de planos para a aposentadoria, geralmente se pensa em casas, terras, investimentos e coisas que são consideradas “tesouros deste mundo”. Muitas pessoas se deixam contaminar pelo acúmulo de bens materiais, mas se esquecem de buscar a vontade de Deus. Elas não se preocupam em testemunhar e influenciar de maneira cristã a vida de outras pessoas. O fato triste é que a maioria delas vive acreditando que jamais envelhecerá, sua única intenção é desfrutar das coisas do mundo achando que ele nunca acabará.
O rei Davi reconheceu a mão de Deus ao longo de toda a sua vida. Ele pediu ao Senhor que, em sua velhice, Ele continuasse dirigindo sua vida. Pediu também que, mesmo na velhice, o Senhor permitisse que sua vida fosse um testemunho da graça e da misericórdia divinas. Em vez de pedir a Deus que o preservasse para que ele pudesse desfrutar de suas riquezas, Davi pediu que sua vida fosse uma demonstração da bondade divina: “Desde a minha juventude, ó Deus, tens me ensinado, e até hoje eu anuncio as Tuas maravilhas. Agora que estou velho, de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, para que eu possa falar da Tua força aos nossos filhos, e do Teu poder às futuras gerações” (Sl 71:17, 18).
O Senhor deseja que nos preparemos para o fim, sabendo que Ele tem uma recompensa para cada um dos Seus filhos. É com essa esperança que devemos planejar nossa vida, deixando espaço para que a vontade de Deus se manifeste. A missão de todo cristão é transmitir o amor de Deus, Sua bondade e graça, pedindo a Ele que nos permita ser um testemunho verdadeiro de fé.
Jamol Pompey, Georgetown, Guiana