Lição 9
22 a 28 de fevereiro
Profecia Preditiva
Prévia da semana: Confiança A confiança pode ser construída ou estabelecida considerando o histórico de uma pessoa. Confiança é algo relacional e dinâmico, que aumenta ou diminui, dependendo das relações estabelecidas com familiares, amigos, instituições, governos e outros. Em outras palavras, é bem mais fácil confiar em alguém que apoia, incentiva e dedica tempo para nos ajudar nas diversas situações da vida. No entanto, se ocorre o oposto a tendência é perder a confiança nessa pessoa. A confiança depende da avaliação que fazemos do caráter de alguém. Traços de caráter, como perseverança e compromisso em manter a palavra dada, constroem a confiança. O que a pessoa é e o que ela diz, em termos de confiabilidade, determinam o nível de confiança que depositamos nela. Por outro lado, mesmo que confiemos em determinada pessoa, podemos não confiar nela para determinada tarefa por achar que não seja a pessoa indicada para tal finalidade. Em outras palavras, a confiança precisa considerar tanto o caráter quanto a capacidade. A profecia é um dos meios pelo qual o Senhor nos ajuda a depositar confiança Nele e em Seus planos. As profecias bíblicas revelam o caráter de Deus, e o cumprimento delas revela a Onisciência divina. Nesta semana vamos estudar a profecia do capítulo 2 de Daniel. Nela, Deus deixou muitas evidências para que confiemos inteiramente Nele.
Leitura adicional: Daniel 2:31-49
Domingo, 23 de fevereiro

Copie Daniel 2:31-49 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente Daniel 2:31-35. Você também pode reescrever as passagens com suas palavras ou fazer um esboço do capítulo.

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Mãos à Bíblia

1. Leia Daniel 8. Qual é o conteúdo dessa visão e qual é o paralelo entre ela e o que vimos em Daniel 2 e 7?

Assim como em Daniel 2 e 7, o capítulo 8 apresenta outra visão da ascensão e queda dos impérios mundiais, embora com um simbolismo diferente. Esse simbolismo está diretamente relacionado ao santuário de Deus. Nesse caso, os símbolos de um carneiro e um bode foram usados devido à sua relação com o ritual do santuário no Dia da Expiação, uma ocasião de juízo para o antigo Israel.

Conforme explicado pelo anjo, o carneiro com dois chifres representa o Império Medo-Persa (Dn 8:20). Em seguida, surge um bode com um grande chifre, que representa o Império Grego, sob o comando de Alexandre, o Grande (Dn 8:21).

Segunda-feira, 24 de fevereiro
Perfeitamente claro

O capítulo 2 de Daniel descreve o sonho de Nabucodonosor, rei de Babilônia. Daniel interpretou o sonho do rei e fez uma predição impressionante sobre a ascensão e queda dos reinos deste mundo que culminará com a segunda vinda de Cristo. O rei sonhou com uma grande estátua de metal que era a sua própria imagem. A interpretação de Daniel foi dada por meio de revelação divina e se confirmou ao longo da História:

Cabeça de ouro – Babilônia
Peito de prata – Medo-Pérsia
Ventre de bronze – Grécia
Pernas de ferro – Roma
Pés de ferro e de barro – Europa dividida
Pedra – Segunda vinda de Cristo

Daniel profetizou que haveria quatro impérios mundiais representados pelos metais que formavam as partes da estátua. Os metais diminuiriam de valor à medida que a História avançasse, mas aumentariam em domínio e poder. Quando descreveu o quarto império, o romano, Daniel disse que ele se fragmentaria em dez partes, semelhante aos dedos dos pés da estátua, e jamais se uniria novamente, assim como o ferro não se mistura com o barro.

A história mundial registra diversas tentativas nesse sentido. Carlos Magno, Napoleão Bonaparte, Hitler e outros tentaram unir a Europa, mas todos eles falharam.

Quando terminou de interpretar o sonho a Nabucodonosor, Daniel disse que, no fim da história desses reinos, o Deus dos Céus estabeleceria Seu reino eterno e ele jamais seria destruído.

Deus conhece o fim desde o princípio. Sua Onisciência é presciência, ou seja, o Senhor já sabe o que ainda vai acontecer. Enquanto o reino de Babilônia ainda estava no auge de sua glória e poder, Daniel predisse com incrível exatidão a história da sucessão dos reinos com 100% de acerto. Babilônia foi conquistada pelo reino da Medo-Pérsia, que depois foi vencido pela Grécia, e esta pelos romanos.

A única parte que ainda não se cumpriu foi a segunda vinda de Cristo. Do ponto de vista puramente estatístico, a crença na segunda vinda de Cristo é algo lógico e razoável. A fé na segunda vinda não se baseia numa falta de evidências que apela à nossa razão. Deus nos dá um histórico de 100% de acerto para que confiemos em Sua Palavra.

Mãos à Bíblia

2. Leia Daniel 8:8-12. Em quais direções o chifre pequeno estava se movendo? Por que é importante entender isso? Assinale a alternativa correta:

A. (    ) Para o ocidente e para o norte. O chifre pequeno jamais seria destruído.
B. (    ) Para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa. Isso é importante, pois revela até onde se estenderia o domínio do chifre pequeno.

Depois de descrever quatro chifres se espalhando aos quatro ventos do Céu, o texto bíblico declara que, de um deles, surgiu um chifre pequeno. Um entendimento comum é que esse chifre seja Roma, primeiramente pagã e depois papal.

Mãos à obra
- Volte ao texto que você copiou e estude as passagens. - Faça um círculo em torno das palavras/frases/ideias repetidas - Sublinhe palavras/frases que você achou importantes - Desenhe flechas ligando palavras/frases a outras palavras/frases que estão associadas ou relacionadas - Escolha um verso favorito do texto-chave desta semana. Escreva-o para ajudar na memorização.
Terça-feira, 25 de fevereiro
Examinando Daniel 2

Daniel é um profeta legítimo? Seu livro é digno de confiança? A profecia contida no capítulo 2 do livro de Daniel é tão admirável e sua interpretação tão exata que os críticos dizem que seu livro não pode ter sido escrito durante o tempo de Babilônia. Ele deve ter sido escrito algum tempo depois da ascensão do Império Romano, cerca do segundo século a.C. Em Mateus 24:15 Jesus disse: “Quando, pois, vocês virem, situado no lugar santo, o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, quem lê entenda” (NAA).

Jesus viveu na Terra durante o tempo do Império Romano. Ele declarou que Daniel foi um profeta de Deus e endossou não somente a autenticidade de seu livro, mas a veracidade das profecias contidas nele. Se cremos em Jesus, também podemos crer em Suas palavras. Elas dizem que o profeta Daniel e seu livro são autênticos. Se você confia em Jesus precisa também confiar na autenticidade do livro de Daniel, e no fato de que Daniel capítulo 2, e o sonho relatado ali, se cumpriram conforme foram profetizados.

Haverá um arrebatamento secreto? O sonho de Nabucodonosor e a interpretação dada por Daniel indicam que a segunda vinda de Cristo será um evento catastrófico que atingirá os pés da estátua e a destruirá inteiramente. A volta de Cristo à Terra significará o fim de todos os poderes terrenos.

A falsa doutrina do arrebatamento secreto defende a ideia de que os seguidores fiéis de Cristo serão removidos secretamente da Terra e levados para o Céu. Os demais que permanecerem aqui passarão por um período de tribulação, mas depois terão uma “segunda chance” de salvação. Até mesmo por meio de uma leitura superficial de Daniel 2 pode-se verificar que um arrebatamento secreto não será possível, dada à maneira em que a segunda vinda ocorrerá. Ela virá como uma imensa “pedra” que põe fim a toda a História humana.

A teoria do arrebatamento secreto se fundamenta em duas ideias principais: a expressão “como ladrão à noite” (1Ts 5:2) e a expressão “uma [pessoa] será levada, e a outra, deixada” (Lc 17:34, NTLH). A ideia do ladrão à noite pode ser facilmente descartada pela simples leitura de 2 Pedro 3:10: “O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a Terra, e tudo o que nela há, será desnudada”. Isso pode ser interpretado como secreto? A expressão “ladrão à noite” se refere à noção de que, assim como um ladrão vem no momento em que menos se espera, a vinda de Jesus acontecerá de repente, e muitos serão pegos de surpresa. Não significa que ela será um evento secreto, nem oculto para que as pessoas não possam ver.

O outro “mantra” do arrebatamento secreto é a frase: “Uma será levada, e a outra, deixada” (ver Lc 17:24-37, NTLH). No verso 37 Jesus deixou uma indicação da condição dos ímpios, quando os discípulos perguntaram: “Onde, Senhor?” e Jesus respondeu: “Onde houver um cadáver, ali se ajuntarão os abutres”. Em outras palavras, os ímpios não receberão uma segunda chance. Os que estiverem vivos, na segunda vinda de Cristo, morrerão e servirão de alimento para os pássaros (ver Ap 18:17, 18).

Mãos à Bíblia

3. De acordo com Daniel 8:10-12, que tipo de atividade o chifre pequeno realiza? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A. (    ) Atinge o exército dos Céus e tira do Príncipe o sacrifício diário.
B. (    ) Ele se dobra ao Príncipe dos exércitos e Lhe rende adoração.

Daniel 8:11 fala sobre um “Príncipe”, mencionado em outras porções de Daniel como “Messias, o Príncipe” (Dn 9:25; ARC), “Miguel, vosso Príncipe” (Dn 10:21) e “Miguel, o grande Príncipe” (Dn 12:1). Ninguém, a não ser Jesus Cristo, poderia ser o referente dessa expressão.

Em Daniel 8:11, o “sacrifício diário” aparece em conexão com o santuário terrestre a fim de designar os aspectos diversos e contínuos dos serviços rituais – incluindo os sacrifícios e a intercessão. É mediante esses serviços que os pecadores são perdoados e o problema dos pecados é resolvido no tabernáculo. Esse sistema terrestre representa o ministério de intercessão de Cristo no santuário celestial. Portanto, como a profecia prediz, o papado troca a intercessão de Cristo pela intercessão dos sacerdotes. Por meio dessa adoração falsificada, o chifre pequeno tira o ministério de intercessão de Cristo e simbolicamente derruba o lugar de Seu santuário.

Pense Nisto
- Observando o texto bíblico que você copiou e marcou, que ideia principal você destacaria? - Quais perguntas surgem em sua mente? - O que é tão enganoso na ideia do arrebatamento secreto?
Quarta-feira, 26 de fevereiro

Descubra a relação das passagens abaixo com o texto bíblico-chave (Daniel 2:31-49) da lição desta semana:

Deus conhece o futuro

  • Isaías 46:9, 10
  • Daniel 5:24-28, 30-31 (ascensão da Média-Pérsia)
  • Daniel 8:20, 21 (ascensão da Grécia)
  • Lucas 2:1 (Império Romano)

Características da segunda vinda de Cristo

  • Atos 1:9-11
  • Apocalipse 1:7
  • 1 Tessalonicenses 4:16, 17

Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com Daniel 2:31-49?

Mãos à Bíblia

4. O que ocorre em Daniel 8:14? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A. (    ) O sacerdote oferece um novilho.
B. (    ) O santuário é purificado.

Após o ataque devastador do chifre, foi feito o anúncio de que o santuário seria purificado.

Quinta-feira, 27 de fevereiro
Intelectual e relacional

Jesus enfatizou que um dos propósitos da profecia preditiva é desenvolver confiança na Palavra de Deus: “Isso Eu lhes disse agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês creiam” (Jo 14:29). A profecia preditiva é uma evidência que apela à razão. Ou seja, se seu cumprimento acontece exatamente como predito pela revelação divina, isso é uma evidência em favor da confiabilidade da Bíblia. Ainda há espaço para a dúvida? É claro que há. No entanto, isso ocorre com qualquer proposição. Deus nos deixou as profecias para que possamos ter evidências sobre as quais fundamentar nossa fé. No que diz respeito à dúvida, somos incentivados a ter fé com base nessas evidências.

Qual é o propósito principal da profecia preditiva? Cristo disse: “Estou lhes dizendo antes que aconteça, a fim de que, quando acontecer, vocês creiam que Eu Sou” (Jo 13:19). O propósito principal da profecia é levar o pecador a conhecer o Salvador. Cristo é o centro da profecia. Deus conhece o futuro e, em Seu infinito amor, escolheu revelá-lo antes que ele aconteça para que possamos depositar confiança em Seu poder, em Sua Palavra e aceitar Sua salvação.

As profecias das Escrituras desenvolvem nossa confiança nas ações e intervenções divinas e nos revelam o Deus da profecia. A profecia é intelectual e relacional. Ela apela à mente e ao coração. Apela à razão e desperta o desejo de conhecer e aceitar Jesus, a razão principal da profecia.

Pense Nisto
- Em que parte de Daniel 2:44, 45 você vê Jesus? - Você passou a ver Jesus sob nova perspectiva depois desta lição? - Como você reage ao ver Cristo dessa forma?
Sexta-feira, 28 de fevereiro

"Muitas pessoas, especialmente aquelas que ainda são novas na vida cristã, por vezes ficam perturbadas por dúvidas. Existem na Bíblia muitas coisas que elas não conseguem explicar nem entender, e Satanás as utiliza para abalar sua fé nas Escrituras como revelação de Deus. Elas perguntam: ‘Como saberei qual é o caminho certo? Se a Bíblia é, na verdade, a Palavra de Deus, como poderei me livrar dessas dúvidas e perplexidades?’

“Deus nunca pede que creiamos sem que nos dê suficientes evidências sobre as quais possamos alicerçar nossa fé. Sua existência, Seu caráter e a veracidade de Sua Palavra se fundamentam em testemunhos que falam à nossa razão; e esses testemunhos são numerosos. Apesar disso, Deus nunca removeu a possibilidade de dúvida. Nossa fé deve ter por base evidências, não demonstrações. Os que desejam duvidar terão a oportunidade de fazê-lo, enquanto os que realmente desejam conhecer a verdade poderão encontrar muitas evidências em que apoiar sua fé. […]

“Deus deseja que o ser humano exercite o raciocínio. O estudo da Bíblia, como nenhum outro, fortalece e aumenta a capacidade da mente. Devemos cuidar, entretanto, para não endeusar a razão, pois ela está sujeita às fraquezas e enfermidades humanas. Se não quisermos que as Escrituras estejam ocultas ao nosso entendimento, sem que possamos compreender suas mais simples verdades, é preciso que tenhamos a simplicidade e a fé de uma criança, estando dispostos a aprender e a suplicar pelo auxílio do Espírito Santo. A consciência do poder e da sabedoria de Deus, bem como da nossa incapacidade de compreender Sua grandeza, deve promover em nós um espírito de humildade. Devemos abrir Sua palavra com reverência, como se estivéssemos em Sua presença. Ao lermos a Bíblia, a razão deve reconhecer uma autoridade superior a si mesma, e o coração e a inteligência devem se curvar perante o grande EU SOU.

“Existem muitas coisas aparentemente difíceis ou obscuras, as quais Deus tornará claras e simples aos que buscarem entendê-las. Sem a orientação do Espírito Santo, porém, estaremos continuamente sujeitos a distorcer as Escrituras ou a interpretá-las de maneira equivocada. Muitas vezes lê-se a Bíblia sem que haja qualquer proveito. Em muitos casos essa leitura é até nociva. Quando a Palavra de Deus é aberta sem reverência e oração, quando os pensamentos e as afeições não estão centralizados em Deus nem em harmonia com Sua vontade, a mente fica obscurecida pelas dúvidas. O próprio estudo da Bíblia fortalece o ceticismo. O inimigo se apodera dos pensamentos e sugere interpretações incorretas. Sempre que os homens não buscam, por palavras e atos, estar em harmonia com Deus, por mais preparados que sejam, estão sempre sujeitos a errar em sua compreensão das Escrituras. Não é seguro confiar em suas explicações. Os que abrem as Escrituras para encontrar discrepâncias não têm conhecimento espiritual. Com sua visão distorcida verão muitas razões para dúvida e descrença em coisas que são realmente claras e simples” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 105, 110, 111).

 

DISCUSSÃO

Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais. Perguntas sugestivas para ser discutidas:

  • O histórico de uma pessoa em cumprir ou não com sua palavra influencia a confiança que você deposita nela?
  • A exatidão do cumprimento da profecia de Daniel 2 fortalece sua confiança na Onisciência de Deus?
  • Como o fato de visualizar as profecias bíblicas com as lentes da razão e da fé mudam sua compreensão a respeito delas?
  • De que maneira a profecia fortalece sua confiança em Deus e em Sua Palavra?
  • De que forma nossas motivações afetam a aceitação das evidências divinas diante das dúvidas sobre elas?
Pense Nisto
- Depois do estudo de Daniel 2:31-49, nesta semana, quais aplicações você pode fazer em sua vida? - Quais práticas você pensa adotar em sua vida social?