Copie Neemias 9:26-38 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente Neemias 9:30-35. Você também pode reescrever as passagens com suas palavras ou fazer um esboço do capítulo.
________________________
1. Leia Neemias 13:23-25. O que ocorreu e como explicar a reação do servo de Deus diante do problema?
Quando é dito que ele os repreendeu e os amaldiçoou, não devemos pensar que o servo de Deus usou linguagem suja ou ofensiva, mas que ele proferiu as maldições descritas em Deuteronômio 28 sobre aqueles que quebraram a aliança. Muito possivelmente Neemias escolheu as palavras da Bíblia para levá-los à compreensão de suas ações erradas e das consequências de suas más escolhas. Além disso, quando o texto diz que Neemias espancou alguns deles e lhes arrancou os cabelos (Ne 13:25), em vez de vê-lo indignado e reagindo com fúria, devemos observar que uma surra era uma punição pública prevista. Essa conduta foi aplicada apenas a “alguns” deles, ou seja, aos líderes que causaram ou promoveram a conduta errada. Essas ações deveriam servir como métodos de humilhação pública. Neemias desejava assegurar que as pessoas entendessem a gravidade de suas escolhas e as consequências delas.
A oração inicia louvando o nome de Deus (Ne 9:1). A seguir, passa a falar da história dos israelitas. O relato da criação de Gênesis é mencionado no verso 6, e Abraão, o pai da aliança, nos versos 7 e 8. Há uma transição para o livro de Êxodo nos versos 9 a 17. Neles são mencionados Moisés e os mandamentos. As experiências no deserto aparecem nos versos 18 a 21, e a conquista de Canaã é descrita nos versos 22 a 25.
À primeira vista, talvez tenhamos vontade de pular este capítulo, pensando que ele seja apenas uma recapitulação do Antigo Testamento. E, de certo modo, é. Mas há algo mais profundo nele. O conteúdo da adoração, com expressões de louvor e orações, desenvolveu um tipo de teologia da história da salvação.
A memória é um instrumento poderoso. Mais do que percebemos, ela molda nossa maneira de ser. Embora nem todos fiquem relembrando diária e intencionalmente das experiências do passado, elas estão presentes em nosso subconsciente. Isso afeta nossa maneira de interagir com as pessoas, o estado emocional em meio às diferentes situações, aos hábitos que naturalmente se desenvolvem, aos comportamentos repugnantes e outros.
As recordações, sejam elas boas ou más, estão armazenadas em nossa mente. Relembrar as ações do Senhor faz com que reavivemos a fé e fortaleçamos a identidade, os valores, o amor e a esperança.
Embora isso deva acontecer em nível pessoal, como ocorreu com Neemias no capítulo 1, a experiência se torna mais profunda quando ocorre em nível coletivo. Embora Deus atue na vida individual das pessoas, Ele também atua na coletividade. O Senhor escolheu Abraão a fim de torná-lo pai de uma grande nação, livrou Seu povo da escravidão egípcia, protegeu-o e abençou sua descendência. O tema predominante que emerge é: o Deus que é bom.
Sob a certeza da bondade divina, os judeus, liderados por Neemias e seus auxiliares, podiam seguir em frente confiantes de que Deus continuaria cuidando deles. É no exercício da reflexão que podem surgir ideias e revelações a respeito de nós mesmos e sobre Deus. Isso nos beneficia, não só na contemplação do passado ou na satisfação presente, mas, o que é mais importante, na certeza e na segurança do futuro.
2. Em que medida a história bíblica é importante para nos informar sobre os perigos de nos desviarmos do caminho certo?
3. Por que Neemias estava certo em reprovar a nação por causa dos casamentos com pagãos? Gn 6:1-4;
24:3, 4; 28:1, 2; Dt 7:3, 4; 2Co 6:14
A ordem para não contrair casamento misto não tinha relação com nacionalismo, mas com idolatria. O princípio do jugo igual no casamento deve encorajar mutuamente a devoção a Deus.
Experimente ler o capítulo 9 de Neemias duas vezes em seguida. Assim como dirigir em local desconhecido nos parece estranho, o mesmo ocorre quando lemos um texto da Bíblia pela primeira vez. No entanto, quanto mais vezes lemos mais familiarizados nos tornamos com seu conteúdo.
A cada leitura surgem novas descobertas. Detalhes que a princípio pareciam insignificantes podem adquirir importância. Partes que eram de difícil compreensão passam a ficar mais claras. A repetição aprofunda a impressão. Nas Escrituras, o estilo literário da repetição geralmente usa advérbios de contraste. Por exemplo, palavras e expressões como, “porém”, “mas” e “ainda assim”, são usadas para contrastar a primeira declaração com a segunda. Parece um cântico com frases intercaladas:
Verso 15: “Quando estavam com fome lhes deste pão dos céus, e quando estavam com sede fizeste brotar água...”
Verso 16: “Porém eles, os nossos pais, se tornaram arrogantes”
Verso 18: “Fizeram para si um bezerro de metal fundido”
Verso 19: “Mas Tu, pela multidão das Tuas misericórdias, não os abandonaste no deserto”
Verso 25: “Comeram, se fartaram, engordaram e viveram em delícias, pela Tua grande bondade”
Verso 26: “Ainda assim foram desobedientes”
(NAA, itálicos acrescentados).
O mesmo estilo continua ao longo de toda a oração. A conclusão se encontra no verso 33: “Agiste com lealdade mesmo quando fomos infiéis”. Uma coisa é admitir que Deus é bom e nós somos maus. Outra é relembrar todas as ocasiões em que o Senhor usou de bondade para conosco e nós falhamos com Ele. Ao passo que a bondade divina deu certeza ao povo judeu quanto ao futuro, sua desobediência e rebeldia sempre foram frustrantes. Por que eles caíram? Porque se esqueceram das ações de Deus ao longo da sua história.
O esquecimento pode ter consequências terríveis. Esse não é um episódio isolado, mas um hábito entre muitos cristãos que se esquecem das intervenções e ações divinas em sua vida. O esquecimento encontra paralelos na presunção, na graça barata e em um falso senso de fidelidade.
4. Leia Esdras 9. Como o servo de Deus reagiu ao ouvir sobre os casamentos mistos entre os israelitas?
__________________
Curiosamente, os líderes civis levaram a notícia a Esdras, pois até mesmo os líderes espirituais da nação, sacerdotes e levitas, eram culpados dessa transgressão.
Eles entendiam que ninguém poderia se casar com um cônjuge cujas crenças diferentes não tivessem impacto sobre o casamento ou a maneira de criar os filhos.
Descubra a relação das passagens abaixo com o texto bíblico-chave (Ne 9) da lição desta semana:
Êxodo 2:23-25
Salmos 42:5, 6
Lucas 17:32
1 Coríntios 10:6-12
Hebreus 13:1-8
Judas 1:17-21
Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com Neemias 9?
5. Leia Esdras 10. Como os líderes trataram o problema do casamento misto? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. ( ) Mandaram embora suas esposas e filhos.
B. ( ) Forçaram as esposas e os filhos a se converterem a Deus.
Mandar embora mães que tinham filhos não parece racional nem correto. No entanto, devemos lembrar que esse foi um momento único, no qual Deus estava recomeçando sua história com a nação judaica e, em certo sentido, eles estavam firmando um pacto com Ele. Seguir totalmente a Deus exige medidas radicais.
Tire algum tempo agora para refletir como a mão do Senhor tem guiado sua vida particular e espiritual. Quais são os padrões que emergem? Qual é a teologia da história da salvação em sua vida? Como sua história de conversão se encaixa dentro da história do movimento adventista, da igreja cristã e do grande conflito? Anote suas reflexões.
___________________________________________
6. Como Paulo lidava com o problema do cristão que tinha um cônjuge incrédulo? Leia 1 Coríntios 7:10-17. Como devemos abordar o jugo desigual?
Como não há na Bíblia uma ordem elaborada sobre o que fazer com os casamentos inter-religiosos, é imprudente e contrário à intenção do texto e de seus princípios insistir na ideia de que se separar do cônjuge incrédulo é a abordagem correta e que, com base no relato de Esdras, a separação deve ser recomendada. A situação em Esdras e Neemias foi um evento único e estava de acordo com a vontade do Senhor (Ed 10:11), pois o futuro e a adoração de toda a comunidade estavam em risco. Eles estavam perdendo sua identidade como adoradores do Deus vivo. O evento do tempo de Esdras não deve ser tomado como uma prescrição para o rompimento de casamentos e famílias sempre que um cristão se casar com
um incrédulo.
"'Todo ser que respira louve ao Senhor’ (Sl 150:6, ARA). Tem acaso algum de nós considerado devidamente quanto temos por que ser agradecidos? Lembramos nós que as misericórdias do Senhor são novas cada manhã, e que Sua fidelidade é para sempre? Reconhecemos nossa dependência Dele, e exprimimos gratidão por todos os Seus favores? Ao contrário, demasiadas vezes esquecemos que ‘toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes’ (Tg 1:17, ARA).
“Quantas vezes os que estão com saúde esquecem as maravilhosas bênçãos que lhes são continuamente concedidas dia a dia, ano após ano! Não rendem a Deus tributo de louvor por todos os Seus benefícios. Quando sobrevém a doença, porém, lembram-se de Deus. O forte desejo de restabelecer-se induz a fervorosa oração; e isto é direito. Deus é nosso refúgio tanto na enfermidade como na saúde. Muitos, no entanto, não Lhe entregam seu caso; eles promovem a fraqueza e a doença preocupando-se consigo mesmos. Caso deixassem de afligir-se, e se erguessem acima da depressão e das sombras, mais certa seria sua cura. Devem lembrar-se com gratidão por quanto tempo desfrutaram a bênção da saúde; e, fosse essa preciosa graça a eles restituída, não deveriam esquecer que se acham sob nova obrigação para com seu Criador. Quando os dez leprosos foram curados, unicamente um voltou em busca de Jesus e deu-Lhe glória. Não sejamos nós como os ingratos nove, cujo coração não foi tocado pela misericórdia de Deus” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 315).
“O hábito de ficar pensando em males antecipados não é sábio nem cristão. Assim fazendo, deixamos de desfrutar as bênçãos e aproveitar as oportunidades do presente. O Senhor exige que cumpramos os deveres do dia de hoje, e lhe suportemos as provas. Hoje, devemos vigiar a fim de não pecarmos por palavras e atos. Cumpre-nos hoje louvar e honrar a Deus. Pelo exercício de uma fé viva hoje, temos que conquistar o inimigo. Precisamos buscar hoje a Deus, e estar decididos a não ficar satisfeitos sem Sua presença. Devemos vigiar e trabalhar e orar como se este fosse o último dia a nós concedido. Quão intensamente zelosa, então, seria nossa vida! Quão de perto seguiríamos a Jesus em todas as nossas palavras e ações!” (Ibid., p. 200).
DISCUSSÃO
Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais. Perguntas sugestivas para ser discutidas:
- Por que é tão importante refletir sobre o passado?
- Como podemos colocar em prática a oração de recordação?
- A tecnologia e as redes sociais podem diminuir nossa capacidade de reflexão?
- A quais conclusões você chegou após refletir sobre a maneira que Deus tem dirigido sua vida?
- Por que as pessoas não gostam de relembrar o passado?
- É possível esquecer os atos de bondade do Senhor?
- Conhecer intimamente o caráter de Deus nos ajuda a enfrentar as provações?