Copie 1 Reis 17:1-9 e 18:1 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente os versos que lhe chamaram a atenção. Você também pode reescrever as passagens com suas palavras ou fazer um esboço do capítulo.
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1. Leia 2 Pedro 1:19-21. Como o apóstolo expressou sua convicção sobre a origem da mensagem profética das Escrituras?
A Bíblia não é como qualquer outro livro. Segundo o apóstolo Pedro, os profetas foram movidos pelo Espírito Santo de tal maneira que o conteúdo de sua mensagem veio de Deus. Eles não o inventaram. Em vez de ser “fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1:16), a mensagem profética da Bíblia é de origem divina e, portanto, verdadeira e fidedigna. “Homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:21). Deus atuou no processo de revelação, no qual manifestou Sua vontade a seres humanos escolhidos. Por isso, a Bíblia tem autoridade divina especial. Os livros bíblicos são apropriadamente chamados de “Sagradas Escrituras” (Rm 1:2; 2Tm 3:15).
A mais clara revelação da vontade de Deus se encontra na Bíblia. A segunda carta de Paulo a Timóteo diz: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3:16, 17). Talvez alguns possam achar que isso impõe limitações à vontade divina. Contudo, devemos destacar que a Bíblia é a fonte principal para conhecer Sua vontade.
Muitos cristãos vivem dessa forma, crendo em alguma forma deísta de Deus. Ele existe e nos ama. Mas é um Deus ausente que não Se comunica nem interage conosco. Dessa maneira, estamos neste mundo por acaso, obrigados a tomar decisões a cada momento, mas sem saber como realizar Sua vontade.
No outro extremo, há o conceito de que as fontes de conhecimento da vontade divina estão em todas as coisas existentes. As pessoas que defendem essa posição creem em um Deus panteísta que está em toda parte, em tudo e dentro de todos. Assim, a vida transcende a lógica, o pensamento racional e toda forma de raciocínio coerente. Adotando essa posição podemos acabar seguindo um caminho qualquer que nos leve para um lugar qualquer.
A vontade de Deus está claramente revelada na Bíblia. Ela não é a única fonte, mas é a principal. No entanto, não podemos desconsiderar o contexto em que suas mensagens foram escritas. Os críticos dizem que as Escrituras podem ser interpretadas da maneira que você desejar, e isso é parcialmente verdade. Quando lemos certas passagens sem levar em conta o contexto, ou impondo nossa opinião sobre o texto, as conclusões resultantes podem ser na melhor das hipóteses cômicas ou catastróficas!
É preciso considerar o escopo geral que está por trás das narrativas. Durante o estudo da Palavra, o Espírito Santo toca nosso coração. Quando estudamos o contexto, Ele impressiona nossa mente. E ao passarmos tempo com a Bíblia, Jesus direciona nossa vida aplicando o princípio ao contexto em que estamos vivendo. Pelo fato de sermos diferentes uns dos outros, a aplicação dos princípios bíblicos também será diferente. Assim, embora a vontade divina seja a mesma para todos, a aplicação dela pode ser diferente no contexto de vida de cada um.
A Bíblia é o resultado da verdade reveladora de Deus para nós mediante a obra do Espírito Santo, que transmite e protege Sua mensagem por meio de instrumentos humanos.
2. Leia 2 Pedro 1:21, 2 Timóteo 3:16 e Deuteronômio 18:18. O que esses textos afirmam sobre a inspiração das Escrituras? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) As Escrituras são fruto de pensamentos humanos sobre Deus.
B. ( ) As Escrituras foram inspiradas pelo próprio Deus.
Embora nem tudo na Bíblia tenha sido revelado de maneira direta ou sobrenatural, toda a Escritura é divinamente inspirada por Deus (2Tm 3:16), mesmo aquelas partes não tão fáceis de ler e entender, ou que não são especificamente aplicáveis a nós hoje, como por exemplo, as festas hebraicas.
Algumas decisões da vontade divina são universais e incondicionais. Por exemplo, a segunda vinda de Cristo é um evento que ocorrerá independentemente de aceitarmos ou não o plano divino. Nada irá mudar essa realidade. É a chamada vontade soberana de Deus. No entanto, há a vontade revelada de Deus. Ela se torna conhecida por meio das revelações divinas no contexto das circunstâncias pessoais de cada um de nós sob a guia do Espírito Santo.
Quando precisamos tomar uma decisão devemos buscar a Deus em oração e pedir a ajuda do Espírito Santo. A Bíblia deve ser consultada a fim de encontrar contextos semelhantes à situação pela qual estamos passando. Vamos tomar como exemplo os textos bíblicos desta semana, 1 Reis 17:1-9; 18:1. O que pode ser aplicado à situação que você está vivendo? Há outros textos ou passagens que podem ser analisados e comparados com esses? A lição extraída do contexto das passagens desta semana é que Elias sempre esperava pela Palavra do Senhor. Ele aguardava a orientação do Céu. Infelizmente, após o episódio do Monte Carmelo, Elias tomou sua própria decisão e fugiu com medo da perseguição de Jezabel. No entanto, não encontramos nenhuma passagem mencionando que ele fez isso “segundo a Palavra do Senhor”.
A oração é necessária não somente para suplicar pela ajuda divina, mas também para evitar que o coração nos engane. A Bíblia diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem poderá entendê-lo?” (Jr 17:9, NAA). Mesmo enquanto estamos estudando a Bíblia, o coração pode ser seletivo sobre o que ele quer saber e deseja fazer.
3. Leia Êxodo 34:27. Por que o Senhor pediu que Moisés escrevesse essas palavras, em vez de apenas recitá-las ao povo? Qual é a vantagem evidente da Palavra escrita?
O Deus que fala e que criou a linguagem humana habilita pessoas escolhidas para comunicar as verdades divinamente reveladas e os pensamentos divinamente inspirados de maneira confiável e fidedigna.
Êx 17:14; 24:4 __________________________
Js 24:26 ______________________________
Jr 30:2 ___________________________
Ap 1:11, 19; 21:5; 22:18, 19 _______________
4. O que os seguintes textos ensinam sobre a revelação escrita?
Descubra a relação das passagens abaixo com os textos bíblicos-chave (1Rs 17:1-9; 18:1) da lição desta semana:
Esdras 7:10
2 Crônicas 7:14
2 Timóteo 2:14-16
Atos 2:14-39
Salmos 119:50, 88, 93, 165
Quais outras passagens/promessas lhe vêm à mente em relação à conexão entre a Bíblia e a vontade de Deus?
O estudo sistemático da Palavra de Deus, tendo como base o método correto de interpretação, confere ao leitor sincero a oportunidade de conhecer a vontade divina. Livros religiosos e comentários bíblicos ficam em segundo plano na mecânica do processo. A maior revelação não é a orientação em si. A maior revelação é a pessoa Daquele que nos concede a orientação.
Cristo anseia que a revelação de Sua pessoa e obra seja conhecida pelos habitantes deste mundo caído. Na criação Ele revelou a Adão a beleza do Universo que Ele havia criado. Para o povo de Israel Cristo deu instruções para que construíssem um santuário a fim de poder habitar no meio deles. Por meio dos profetas Ele Se revelou como o futuro Messias e Salvador. Na encarnação Ele Se tornou o Deus encarnado entre nós. Na cruz o Salvador Se revelou como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. No estabelecimento da igreja apostólica os apóstolos testemunharam da revelação da vida, morte e ressurreição de Jesus. Durante a trajetória do cristianismo Ele tem Se revelado como nosso Supremo Sumo Sacerdote e Intercessor no santuário celestial. Hoje, Jesus deseja revelar Sua vontade não só nos grandes movimentos da Igreja, mas também nas pequenas decisões de nossa vida.
Ao longo dos 40 anos da travessia do deserto, Cristo “foi à frente […], numa coluna de fogo de noite e numa nuvem de dia, para procurar lugares para […] acamparem e para mostrar-lhes o caminho que […] deviam seguir” (Dt 1:33). Embora haja necessidade de perguntarmos que caminho seguir? Em que momento? Por quanto tempo? E por quais meios? Essas perguntas são de natureza mecânica e podem somente fornecer orientação temporária. Precisamos experimentar a revelação da vontade de Deus e refletir sobre ela. Aquele que concedeu orientação no passado a Seu povo, também a concederá a todo aquele que O buscar com coração sincero. O resultado dessa busca deve produzir em nós ausência de ansiedade, preocupação, tensão e apreensão na vida. Assim, devemos ler a Bíblia diariamente, seguindo a orientação do Espírito Santo.
5. Leia João 1:14; 2:22; 8:31, 32; 17:17. Quais paralelos existem entre Jesus, o Verbo de Deus encarnado, e as Escrituras, a Palavra escrita do Senhor?
Assim como Jesus foi concebido de maneira sobrenatural pelo Espírito Santo, embora nascido de uma mulher, as Sagradas Escrituras também são de origem sobrenatural, porém transmitidas por meio de seres humanos.
A Bíblia é uma união divino-humana singular e inseparável.
"Deus nos deu Sua Palavra para que pudéssemos nos familiarizar com seus ensinos e saber, por nós mesmos, o que Ele requer de nós. Quando o doutor da lei veio a Jesus com a pergunta: ‘Que farei para herdar a vida eterna?’, o Salvador o remeteu às Escrituras, dizendo: ‘Que está escrito na lei? Como interpretas?’ (Lc 10:25, 26, ARA). […] Não basta termos boas intenções; não basta fazermos o que se julga ser correto nem o que nosso líder religioso diz ser o melhor. Nossa salvação está em jogo, e devemos examinar as Escrituras por nós mesmos. […] Na jornada em direção ao Céu, temos um mapa dando todas as indicações do caminho e não temos por que ficar fazendo conjecturas.
“O primeiro e mais elevado dever de todo ser racional é aprender das Escrituras o que é a verdade e, então, andar na luz, estimulando outros a seguir seu exemplo. Dia após dia, devemos estudar a Bíblia com dedicação, ponderando cada pensamento e comparando uma passagem com outra. Com o auxílio divino, devemos formar nossas opiniões por nós mesmos, considerando que temos que responder por nós mesmos perante Deus.
“As verdades mais claramente reveladas na Bíblia têm sido envoltas em dúvida e trevas por estudiosos que, embora afirmem possuir grande sabedoria, ensinam que as Escrituras têm um sentido místico, secreto, espiritual, que não transparece na linguagem empregada. Essas pessoas são falsos mestres. Foi a essa classe que Jesus declarou: “Provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mc 12:24, ARA). A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com seu sentido óbvio, a menos que seja empregado um símbolo ou uma figura. […]
“As dificuldades encontradas na Bíblia não podem ser resolvidas pelos mesmos métodos que se empregam quando se trata de problemas filosóficos. Não devemos nos dedicar ao estudo da Bíblia com aquela confiança própria apresentada por muitos quando imergem nos domínios da ciência, mas sim com uma devota dependência de Deus e um sincero desejo de saber Sua vontade. Cheguemos com espírito humilde e manso para obter conhecimento do grande Eu Sou. De outro modo, anjos maus cegarão nossa mente e endurecerão nosso coração para que não sejamos impressionados pela verdade.
“Muitas partes da Bíblia que homens cultos declaram ser um mistério ou que não consideram importantes estão repletas de conforto e instrução para aquele que foi aluno na escola de Cristo. […] A compreensão da verdade bíblica não depende tanto do vigor do intelecto aplicado à pesquisa quanto da sinceridade de propósito e do fervoroso anseio de justiça que motivam o estudante.
“Nunca se deve estudar a Bíblia sem oração. Somente o Espírito Santo pode nos fazer sentir a importância do que é fácil assimilar ou impedir que nos afastemos do sentido das verdades de difícil compreensão. […] Façamos nossa a súplica do salmista: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da Tua lei” (Sl 119:18). Muitas vezes as tentações parecem irresistíveis porque, pela negligência da oração e do estudo da Bíblia, aquele que é tentado não consegue se lembrar facilmente das promessas de Deus e enfrentar Satanás com as armas das Escrituras. Por outro lado, anjos estão ao redor daqueles que desejam ser ensinados nas coisas divinas e, nos momentos de maior necessidade, fazem com que se lembrem exatamente das verdades de que necessitam. […]
“Jesus prometeu aos Seus discípulos: ‘O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, Esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito’” (Jo 14:26, ARA; Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 598-600).
DISCUSSÃO
Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais.
Perguntas sugestivas para ser discutidas:
- Com respeito às pessoas mencionadas na parte da lição de sábado, elas estavam seguindo a vontade de Deus ou não?
- Em quais aspectos o fato de Elias ter seguido a vontade divina é semelhante ao que fazemos? Em quais aspectos é diferente?
- Você já aplicou os princípios da Palavra de Deus em alguma decisão importante que precisou tomar?
- Quais são algumas “supostas fontes” da vontade de Deus que oferecem perigo à nossa experiência espiritual?
- Por que estudar a Bíblia diariamente, às vezes, é tão difícil?
6. Leia Hebreus 11:3, 6. Por que a fé é tão essencial para “entender” a Deus e Sua Palavra? Por que sem fé é impossível agradar a Deus? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Sem fé não é possível crer em Deus nem em Sua Palavra.
B. ( ) Mesmo sem fé podemos compreender profundamente o Criador.
Todo verdadeiro aprendizado acontece no contexto da fé. É a fé implícita da criança em relação aos pais que a habilita a aprender coisas novas. É um relacionamento de confiança que orienta a criança a aprender os aspectos básicos e fundamentais da vida e do amor. Portanto, o conhecimento e a compreensão surgem de um relacionamento de amor e de confiança. Não entendemos a Bíblia corretamente quando a abordamos com uma atitude de ceticismo ou dúvida metodológica, mas em espírito de amor e fé. Essa percepção da origem sobrenatural das Escrituras é expressa na primeira Crença Fundamental da Igreja Adventista do Sétimo Dia.