Sean se orgulhava de seu carro novo. Afinal, era seu primeiro carro e ele havia economizado muito para conseguir comprá-lo. Sean cuidava exageradamente do carro. Ele o lavava e limpava dando atenção a todos os detalhes. Passava horas aspirando o carpete, limpando a vapor os assentos e cada frestinha em que pudesse haver poeira. Ele comprou equipamentos profissionais para polir o carro e garantir a máxima eficiência estética. Sean recebia muitos elogios pela condição sempre impecável do seu veículo e isso era motivo de orgulho para ele.
Contudo, o carro de Sean não tinha utilidade para ninguém, exceto para ele mesmo. Seus amigos tinham que ouvir comentários desrespeitosos quando os pés sujavam os tapetes do carro. Sean se recusava a dar carona após limpar seu carro porque não queria que ninguém o sujasse. Se alguém solicitasse sua ajuda, ele reclamava do preço do combustível. O carro de Sean se tornou um ídolo ao qual ele dedicava a maior parte de seu tempo. As pessoas que o cercavam logo passaram a ficar relutantes em lhe pedir qualquer coisa relacionada ao seu precioso carro. O pior era o orgulho de Sean que o impedia de perceber a frieza e indiferença com que tratava as pessoas.
Como uma comunidade organizada, muitas igrejas se encontram na situação de Sean. Fazem o máximo para se equipar com tudo o que é necessário para ficar bonita, atraente e confortável. Os membros se tornam tão preocupados com a condição física da igreja que perdem de vista o propósito de sua existência.
A igreja foi estabelecida para servir de farol, uma luz de esperança e o corpo de Cristo. Seu objetivo é servir os que a ela se achegam e também aos de fora, assim como Cristo fazia (Mt 20:28). Seu serviço diz respeito à nossa missão de ensinar, pregar e batizar, e também inclui nossa ajuda às pessoas da comunidade e suas necessidades específicas.
Nesta semana, ao estudar a lição, lembremo-nos do verdadeiro propósito do corpo de Cristo. Procuremos atrair outros a Ele. Vamos fazer da nossa igreja uma comunidade centrada na missão.
Steven Ignacio › Arima, Trinidad e Tobago
1. Leia cada uma das descrições ”representativas” abaixo. Como você gostaria de representar Deus e Sua lei de amor diante das pessoas ao seu redor? Por quê?
Contribuindo com as descrições feitas por Jesus sobre o sal e a luz, Paulo usou uma série de metáforas para retratar a ação da igreja no mundo. Entre outras, ele descreve o povo de Deus como um sacrifício (Rm 12:1), como o corpo de Cristo (1Co 12:12-20), como embaixadores (2Co 5:18-20) e como perfume (2Co 2:14-16). Cada uma dessas imagens trata de uma função dos cristãos como representantes ou agentes do reino de Deus mesmo hoje, em meio a um mundo devastado pelo grande conflito.
Existe uma ação associada a cada uma dessas imagens, não como um meio para que sejamos aceitáveis a Deus, mas como uma demonstração de que já fomos aceitos por Ele mediante o sacrifício de Cristo, e correspondemos ao Seu amor e graça sendo Seus agentes neste mundo ferido e agonizante.
Revivendo o passado (Êx 32:1-14, 28; 1Co 2:14). No livro de Êxodo encontramos o relato de como os israelitas, povo escolhido de Deus, desprezaram Sua aliança quando adoraram o bezerro de ouro. Eles ficaram reféns de suas paixões egoístas e se voltaram para a idolatria. Revivendo os costumes idólatras do passado, o povo sofreu um duro juízo divino. Êxodo 32:28 menciona que “naquele dia morreram cerca de três mil dentre o povo”. Em vez de servirem a Deus por meio da adoração e da observância de Seus mandamentos, escolheram servir aos deuses falsos.
A igreja tem enfrentado revezes semelhantes. Além das questões pessoais, intrigas e inimizades, muitos cristãos têm se voltado para as coisas do mundo. Escrevendo aos coríntios, o apóstolo Paulo tratou dos problemas e das lutas internas da igreja. Em seus conselhos, ele declarou: “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos” (1Co 14:33, ARC). Ele nos pede que amemos os irmãos, as pessoas, e demonstremos amor à comunidade.
Transformados para servir (Jo 3:16; Ap 14:12). Quando entregamos a vida a Cristo somos transformados. Compreendemos que o evangelho não é somente um conjunto de princípios para se crer, mas também para ser vivido. A vida do cristão é de serviço. O povo remanescente de Deus é identificado como “os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12, ARA). Para guardar os mandamentos de Deus é preciso amá-Lo, e amá-Lo é servi-Lo. A base de nossa existência é o amor.
Em João 3:16, Jesus disse a Nicodemos: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. O amor de Deus é incondicional, não é possível compreendê-lo plenamente. Não há nada que o ser humano pecador possa fazer para merecer esse amor. Precisamos crer e servir, não para ser salvos, mas porque fomos salvos. À medida que Deus continua Sua obra em nós, crescemos em santificação e nos tornamos mais semelhantes a Ele. Por meio dessa transformação podemos realizar Sua obra com dedicação e paixão.
O dom que continua a se doar (1Co 13:3; Rm 12:10). O amor de Deus é o dom que continua sempre a se doar. Depois de ter experimentado desse amor, o cristão não deve guardá-lo somente para si. Em Romanos 12, o apóstolo Paulo rogou aos irmãos que se tornassem um sacrifício vivo para Deus, servindo-O com dons espirituais. Além disso, ele os exortou a servir uns aos outros: “Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios” (Rm 12:10).
Esse é o caminho para colocar o amor em ação. Pois como podemos amar os outros e não servi-los? “Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá” (1Co 13:3). É preciso, primeiramente, experimentar e entender o amor divino para então estender a mão ao necessitado. Deus conhece nossas intenções. Se realizarmos Sua obra destituídos de um coração sincero, isso certamente irá desagradá-Lo.
Fazer o bem (Gl 6:9; Hb 10: 23, 24). Somos a comunidade de servos de Cristo. Precisamos ser generosos e fazer o bem sem reclamar nem questionar. Não devemos nos desanimar diante das dificuldades que nos cercam. É preciso conservar o foco em Deus, Aquele que nos concede força, sabedoria e graça para servir o próximo. A obra de Deus precisa continuar, mesmo com as dificuldades que possam aparecer à nossa frente.
Paulo escreveu: “Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois Aquele que prometeu é fiel. E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras” (Hb 10:23, 24). A igreja precisa entender que sua função principal é servir como um farol neste mundo de trevas, guiando os que necessitam da salvação ao santuário de Deus.
Para guiar os perdidos, devemos nos encorajar mutuamente em amor e nos misturar com a comunidade como Jesus fazia. O Salvador ministrava às pessoas em suas necessidades, mas não fazia isso de longe. Ele Se misturava com elas, conversava com elas e demonstrava-lhes compaixão. Precisamos seguir Seu exemplo ao servir e ajudar os necessitados da igreja e também os de fora.
Marijka Johnson › Arima, Trinidad e Tobago
2. No contexto do remanescente, o exemplo de Moisés é tremendo. Leia Êxodo 32:1-14. Qual é a comparação entre Moisés nessa história e o remanescente descrito em Apocalipse 12:17?
Em Sua ira contra o povo de Israel, Deus ameaçou destruí-lo e transferir a Moisés e sua família as promessas dadas a Abraão (Êx 32:10). No entanto, Moisés não desejava isso. Ele teve a ousadia de argumentar com Deus, sugerindo que, se o Senhor agisse de acordo com Sua ameaça, Ele não seria visto com bons olhos (Êx 32:11-13). Moisés foi além e se arriscou para insistir com Deus em seu argumento. Que exemplo poderoso de intercessão abnegada em favor daqueles que não a mereciam! E que símbolo poderoso de todo o plano da salvação!
“O Senhor escolheu Israel para revelar Seu caráter aos seres humanos. Queria que os israelitas fossem fontes de salvação no mundo. A eles foram entregues os oráculos do Céu, a revelação da vontade divina. Nos primeiros dias de Israel, as nações do mundo haviam perdido o conhecimento de Deus mediante práticas corruptas. Elas O haviam conhecido antes; mas porque “não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças […] se tornaram [nulas] em seus próprios raciocínios” (Rm 1:21). Em Sua misericórdia, porém, Deus não as destruiu totalmente. Ele decidiu dar-lhes uma nova oportunidade de se familiarizarem com Ele por intermédio de Seu povo escolhido.
“O povo de Israel, no entanto, perdeu de vista seus altos privilégios como representante de Deus. Esqueceu-se Dele e falhou em cumprir Sua santa missão. As bênçãos que recebeu não produziram nenhuma bênção para o mundo. Apropriou-se de todas as suas vantagens para glorificação própria. Isolou-se do mundo para escapar da tentação. Os israelitas usaram as restrições impostas por Deus para prevenir o povo contra as práticas pagãs, em sua associação com os idólatras, como um meio de levantar um muro de separação entre eles e as demais nações. Roubaram a Deus no serviço que Ele requeria deles e roubaram ao próximo na orientação religiosa e no exemplo santo.
“Sacerdotes e autoridades se fixaram em uma rotina de cerimonialismo. Conformaram-se com uma religião institucionalizada e era-lhes impossível dar a outros as vivas verdades do Céu. Consideravam suficiente sua própria justiça e não desejavam a intromissão de um novo elemento em sua religião. Não aceitavam a boa vontade de Deus para com os homens como algo exterior a eles, mas a relacionavam com seus próprios méritos por causa de suas boas obras. A fé que atua por amor e purifica a vida não encontrou lugar na religião dos fariseus, feita de cerimonialismo e regras humanas.”*
Ao nos examinar, chegará Deus à mesma conclusão?
* Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 13, 14.
Khaffi Beckles › Arima, Trinidad e Tobago
3. Leia 1 Pedro 2:12 e Filipenses 2:15. Qual é o poder da influência das boas obras realizadas pelo povo de Deus? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) As boas obras servem como testemunho daquilo que pregamos.
B. ( ) As boas obras não têm nenhum poder para o testemunho.
Compreendendo mais amplamente as boas-novas de Deus, vemos que o evangelismo não tem nenhum sentido sem paixão pelas pessoas. Textos como 1 João 3:16-18 e Tiago 2:16 enfatizam a contradição de pregar o evangelho sem vivê-lo. Em sua melhor forma, ao trazer as boas-novas de esperança, resgate, arrependimento, transformação e o vasto amor de Deus, o evangelismo é uma expressão de justiça.
Tanto o evangelismo quanto o desejo por justiça surgem do reconhecimento do amor de Deus por pessoas perdidas, destroçadas e feridas – um amor que também cresce em nosso coração sob a influência divina em nossa vida.
Corinto era uma cidade cosmopolita por ocasião do ministério do apóstolo Paulo. Além da diversidade cultural, a cidade era rica e a imoralidade era tão desenfreada que era aceita como norma.* A igreja não ficou isenta dessas más influências. Paulo precisou enfrentar várias questões que estavam causando divisões entre os membros dali.
Ele usou a ilustração do corpo humano como representação da igreja. Do ponto de vista da anatomia e fisiologia, as células formam os tecidos, esses formam os órgãos, que se unem para formar os sistemas. A falta de integração e harmonia entre esses elementos resulta em deformidade ou deficiência física.
A igreja é uma combinação de indivíduos/membros (células), ministérios (tecidos), congregações (órgãos) e Associações, Uniões e Divisões (sistemas). Ela não deve buscar somente adoração unidimensional, mas adoração que inclui o serviço em favor dos outros. Quando compreendemos o propósito de sua existência, nossos dons e talentos, unidos, podem funcionar como um corpo saudável e atuante ao serviço de Deus e do próximo.
A igreja, hoje, enfrenta um dilema semelhante ao da igreja de Corinto. Ela contém pessoas de vários níveis socioeconômicos. Também há divisão entre as pessoas que estão na igreja há mais tempo e as que chegaram recentemente. A eficiência somente será alcançada quando as várias partes do corpo de Cristo trabalharem unidas para suprir as necessidades dos oprimidos e desamparados da sociedade.
* Http://preachingsource.com/journal/the-historical-background-of-first-corinthians/.
Bernice Batson › Arima, Trinidad e Tobago
4. Leia Efésios 2:19. O que está incluído na descrição da igreja como a “família” de Deus? Como essa ideia deve influenciar o funcionamento da igreja?
Em toda comunidade ou organização, a maneira como essa entidade trata seus membros reflete os valores fundamentais do grupo. Como a família de Deus, o corpo de Cristo
e a comunidade do Espírito, a igreja tem o chamado mais elevado para viver de maneira fiel, seguindo o exemplo divino, “Porque Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos” (1Co 14:33).
Os valores da justiça, graça e amor (demonstrados na justiça, graça e amor de Deus) devem governar tudo o que acontece na igreja. Das igrejas locais até a organização mundial da Igreja, esses princípios devem guiar os líderes em sua maneira de liderar, de tomar decisões e de cuidar do “menor destes pequeninos irmãos” da comunidade. Eles também devem nos orientar na resolução das contendas que surgem entre os membros.
"P ortanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês” (Rm 12:1). Se vivemos em Cristo, precisamos ser exemplo para as pessoas assim como Ele é nosso exemplo. Muitas vezes achamos que devemos deixar a responsabilidade da missão com o pastorado e a liderança da igreja, e negligenciamos o dever de cumprir a parte que nos compete na obra do Senhor. Ficamos tão preocupados que o prédio da igreja seja bonito e em manter os cultos da igreja, que nos esquecemos de que a igreja não é o edifício físico, mas as pessoas. De que maneira você pode ser um sacrifício vivo?
Sendo exemplo na maneira de viver. Compartilhe o conhecimento que você recebe na igreja e por meio do estudo da Palavra de Deus. Pregue o evangelho aonde quer que for, quem sabe se você não seria a única expressão do amor de Deus para uma pessoa específica? Molde seu estilo de vida pelo evangelho. Se não estivermos constantemente procurando cumprir o chamado divino, seremos responsáveis pela perdição de alguém.
Permanecendo fiel em suas ações. O reconhecimento humano é algo que todos apreciam, mas o único reconhecimento que devemos buscar é o do Senhor. Não somos deste mundo, nossa mente deve estar fixada nas coisas do Alto. Por isso, ouça as instruções divinas quanto ao propósito do Senhor para você.
Procure se envolver em algum ministério na igreja, seja para ajudar internamente os departamentos ou para compartilhar o evangelho com as pessoas de fora. Ame e se disponha a servir as pessoas carentes e oprimidas.
Não somos capazes de imaginar os planos que Deus tem para cada um quando nos dispomos a aceitar Seu chamado. Nunca se entregue às táticas de desânimo do diabo, porque Deus sempre é fiel, e completará a obra que começou em nós.
Hanetta Savary › Arima, Trinidad e Tobago
5. Leia Hebreus 10:23-25. Como os versos 23 e 24 nos ajudam a entender o verso 25, a parte mais conhecida dessa passagem? Como podemos nos incentivar uns aos outros “ao amor e às boas obras”? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Por meio de cobranças e exigências.
B. ( ) Mediante o cuidado e a comunhão de uns com os outros.
Em quase todas as tarefas, causas ou projetos, um grupo que trabalha unido pode alcançar mais do que seria realizado se todas as pessoas atuassem individualmente. Isso nos lembra novamente da imagem da igreja como o corpo de Cristo (Rm 12:3-6), no qual todos temos funções diferentes, mas complementares. Quando cada um de nós faz seu melhor no papel que lhe foi designado, mas de uma forma que permita que nossas influências trabalhem em conjunto, podemos crer que nossa vida e nosso trabalho farão a diferença para a eternidade.
A música instrumental me fascina. Quando ela é executada de maneira apropriada, vários instrumentos são tocados juntos, cada um executa notas musicais diferentes, mas o som produzido é harmônico. Cada músico se dedica a fazer o seu melhor para o benefício do todo. Por meio do funcionamento de uma orquestra, podemos entender o funcionamento da igreja.
Para que a igreja exerça um impacto positivo na comunidade em que está inserida, assim como Jesus fez quando andou na Terra, precisamos estar unidos Nele. Na orquestra, cada músico tem sua habilidade: uns tocam violino; outros, violoncelo; outros, flauta; e assim por diante. Da mesma forma, na igreja, temos membros com diferentes habilidades: ensino, profecia, conhecimento, hospitalidade, idiomas, pregação, evangelismo, música e outros. No entanto, devemos empregar nossos dons e habilidades em harmonia uns com os outros (1Co 12:4). Devemos trabalhar como uma máquina bem lubrificada, cada membro deve fazer seu melhor para que a igreja seja tão eficiente quanto Jesus foi em Seu ministério terrestre.
Na orquestra todos os instrumentos e músicos são necessários. Mesmo aquele instrumento que pouco aparece, como o triângulo, traz beleza ao som geral que é produzido. Assim também é na igreja, embora desempenhemos funções diferentes, todos somos importantes para o cumprimento da missão.
Servir a Deus não é como sopa instantânea que você prepara em três minutos e já está pronta. Às vezes é como aprender um instrumento musical. Não desanime se você não obtiver resultados imediatos no trabalho para Cristo. “Não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos” (Gl 6:9).
Danielle Ignacio › D’Abadie, Trinidad e Tobago