Lição 7
11 a 17 de novembro
Vencendo o pecado
“O pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça” (Rm 6:14).
Prévia da semana: Os cristãos têm o privilégio de se alegrar no perdão do pecado e na libertação do domínio do pecado na vida deles.
Leitura adicional: João 3:17; Apocalipse 14:6; Efésios 2:8. Ellen G. White, Caminho a Cristo, capítulo 5, “Consagração”; Atos dos Apóstolos, capítulo 35, “A Salvação para os Judeus”; C. S. Lewis, Surpreendido pela Alegria (Ultimato), capítulos 4 e 14 (https://portalconservador.com/livros/C-S-Lewis-Surpreendido-Pela-Alegria.pdf)
Domingo, 12 de novembro
Graça, o maior dom divino

Meu pai me contava como meu avô esperava até o último minuto para desligar a televisão antes do início do sábado. E depois que a desligava, sofria por não poder continuar assistindo e porque guardava o sábado como se fosse uma obrigação. Isso me fez lembrar que, às vezes, podemos fazer as coisas que Deus pede somente por obrigação. Veja, por exemplo, os fariseus do tempo Jesus. Eles tinham obsessão por parecer perfeitos à vista das pessoas em vez de fazer o que era certo por amor e submissão a Deus. Chegaram ao ponto de acusar Jesus de transgredir o sábado, simplesmente porque Ele curou e ajudou pessoas nesse dia. Eles não entenderam a essência da religião!

Alguns abandonam a igreja porque acham que as regras são muito rígidas. Outros têm a preocupação de seguir as regras somente para parecer “santos” aos olhos dos outros. Isso pode levá-los a achar que estão garantindo sua salvação. Pecamos e podemos pedir perdão a Deus. No entanto, é importante lembrar que a razão pela qual pedimos perdão é que confiamos na graça perdoadora de Jesus. Não pedimos perdão porque “temos” que pedir, mas porque confiamos nos méritos de Cristo.

Quando pedimos perdão porque “temos” que pedir, facilmente caímos no mesmo pecado dos fariseus. A gratidão pela graça divina precisa estar presente em tudo que fazemos para Deus. Não transformemos nosso amor por Ele numa coisa “obrigatória”. Paulo falou sobre “santificação”, processo pelo qual vencemos o pecado e refletimos o modo de agir de Cristo. Quando Jesus curava as pessoas, nunca fazia isso para que soubessem como Ele era justo, mas por amor a elas.

Precisamos ter naturalmente o desejo de adorar a Deus. Devemos frequentar a igreja porque apreciamos estar em Sua presença, não porque temos essa obrigação, e obedecer aos Seus mandamentos porque O amamos, não porque temos que fazer isso. Não devemos viver como os fariseus, que obedeciam aos mandamentos para parecer superiores às outras pessoas. Precisamos viver segundo o modelo de Jesus.

Nesta semana, vamos estudar o que Paulo disse a respeito da graça divina, algo vital para nossa salvação. Tudo começa e termina com a graça.

Chloe Akon | Newborough, Vitória, Austrália

Mãos à Bíblia

1. Leia Romanos 6:1. Qual lógica Paulo estava combatendo? Como ele respondeu a esse tipo de pensamento em Romanos 6:2-11?

No capítulo 6, Paulo seguiu uma linha de argumentação interessante em relação à razão pela qual uma pessoa justificada não deve pecar. Para começar, ele disse que não devemos pecar porque morremos para o pecado. Em seguida, explicou o que ele quis dizer.

“A partir disso, entendemos claramente o que significam as palavras do apóstolo. Todas as declarações, como: 1. ‘Mortos para o pecado’, 2. ‘Vivos para Deus’, etc., significam que não cedemos às nossas paixões pecaminosas e pecados, ainda que o pecado continue em nós. No entanto, o pecado permanece em nós até o fim da nossa vida. Portanto, todos os apóstolos e santos confessam que o pecado e as paixões pecaminosas permanecem em nós até que o corpo seja transformado em cinzas, e um novo corpo (glorificado) seja ressuscitado, livre das paixões e do pecado” (Martinho Lutero, Commentary on Romans [Comentário sobre Romanos], p. 100).

Segunda-feira, 13 de novembro
Jesus, a perfeição e eu

Quando morreu na cruz, Jesus pagou o salário do pecado. Foi por meio do pecado que a morte entrou em nosso mundo. Porém, a libertação e o perdão vêm por meio do sacrifício de Cristo. “Quando Ele morreu, morreu de uma vez por todas para quebrar o poder do pecado. Mas agora que Ele vive, vive para a glória de Deus” (Rm 6:10, NLT, tradução livre). O resultado da morte e ressurreição de Jesus é a garantia de vida eterna. Na cruz Jesus quebrou o poder do pecado. Por isso, quando O aceitamos como nosso Redentor recebemos Seu poder.

Se seguirmos Cristo refletiremos Seu caráter. Somente pela fé em Jesus somos salvos. Nada que façamos poderá conquistar o Céu e a vida eterna. É assim que a graça de Deus atua. Contudo, isso não significa que devamos viver ignorando a realidade do pecado. Embora nossos atos não comprem a vida eterna, há uma ligação entre a fé e a nossa maneira de viver. “Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?” (Rm 6:2).

Nossa luta contra o pecado (Gl 5:17). Embora Jesus tenha vencido o poder do pecado, ainda estamos no meio do grande conflito entre o bem e o mal. Ainda vivemos num mundo pecaminoso e temos uma natureza humana inclinada para o pecado. Cada um de nós enfrenta uma luta interna, em que a natureza pecaminosa está em guerra com nossas boas intenções: “A natureza pecaminosa quer fazer o mal, que é justamente o oposto do que o Espírito quer” (Gl 5:17, NLT, tradução livre). A decisão de seguir Jesus não nos torna imunes ao pecado.

Recebemos ou reivindicamos o nome de “cristãos” como uma forma de declarar que somos seguidores de Jesus Cristo, mas o termo funcionaria melhor se fosse expresso com um verbo, porque ser cristão é uma ação contínua. Sempre enfrentaremos oposição e tentação. Sim, Jesus venceu o pecado, mas o mal ainda existe. Dizemos que Jesus venceu o pecado, isto é, usamos o tempo passado, mas a realidade é que Jesus nos ajuda a vencer o pecado no presente, e, finalmente, na glorificação futura, Cristo nos livrará do pecado. “O Espírito põe em nós desejos que são o oposto do que a natureza pecaminosa deseja” (Gl 5:17, NLT, tradução livre).

“A experiência da salvação envolve arrependimento, confissão, perdão, justificação e santificação.”* Entramos num relacionamento com Deus e, como em qualquer outro relacionamento, quanto mais O conhecemos e passamos tempo juntos, mais esse relacionamento se aprofunda e nossa compreensão é ampliada. Essa experiência precisa ser vista na linha do tempo, não como algo que acontece apenas uma vez. Nosso relacionamento com o Senhor não é estático, mas se move e cresce.

Ser santificado (1Jo 2:1). Ser santificado significa ser declarado santo e perdoado. Isso significa que somos declarados perfeitos? Sim! Significa que somos perfeitos? Não! Paulo disse: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição” (Fp 3:12). No entanto, no verso 15, ele declarou: “Todos, pois, que somos perfeitos.” Como entender? Ao aceitar Jesus, somos justificados e nos tornamos perfeitos diante de Deus. No entanto, ainda não somos perfeitos, pois continuamos com nossa natureza pecaminosa. Só seremos totalmente perfeitos na glorificação.

Somos declarados justificados e santos diante de Deus não por causa de nossa perfeição, mas da perfeição de Jesus. “Um só ato de pecado da parte de Adão trouxe condenação para todos, mas um só ato de justiça da parte de Cristo trouxe relacionamento correto com Deus e vida nova para todos” (Rm 5:18, NLT, tradução livre).

Deus nos considera e nos declara justos e santos porque Jesus tomou nosso lugar. É a perfeição de Jesus que brilha em nós. Nossa vitória pessoal sobre o pecado é, na verdade, uma vitória de Jesus. À medida que nosso relacionamento com Ele cresce e se aprofunda, tornamo-nos mais conscientes de nossos pontos fracos e de nossos pecados. “Agora vocês se envergonham das coisas que costumavam fazer” (Rm 6:21, NLT, tradução livre).

Contudo, nossa luta interna entre o bem e o mal não vai desaparecer de repente por causa de nossa ligação com Jesus. O fato de ser justificado e santificado não significa que nunca mais enfrentaremos tentações. O Espírito Santo atua em nossa vida, ajudando-nos a vencer a natureza pecaminosa. “Mas, se alguém pecar, temos um advogado que pleiteia nossa causa diante do Pai. Ele é Jesus Cristo, Aquele que é verdadeiramente justo” (1Jo 2:1, NLT, tradução livre).

* Nisto Cremos, 8ª. ed. (Tatuí, CPB, 2003), p. 170.

Jody Eddy | Alexandra, Vitória, Austrália

Mãos à Bíblia

2. Qual advertência encontramos em Romanos 6:12? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Não devemos cometer mais pecados, pois se o fizermos, pecaremos contra o Espírito Santo, pois fomos batizados.

B.( ) Precisamos evitar que o pecado reine em nosso corpo mortal, de modo que obedeçamos às suas paixões.

A palavra “reine” mostra que o pecado é representado nessa passagem como um rei. O termo grego traduzido como significa, literalmente, “ser rei” ou “atuar como rei”. O pecado está muito disposto a assumir o reinado de nosso corpo mortal e ditar nosso comportamento.

Quando Paulo disse “não reine, portanto, o pecado”, ele sugeriu que a pessoa justificada pode optar por impedir que o pecado se estabeleça como rei em sua vida. É aqui que entra a ação da vontade.

“O que devem compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. Deus deu ao homem o poder da escolha; a ele compete exercê-lo. Vocês não podem mudar seu coração, não podem por vocês mesmos consagrar a Deus as suas afeições; mas podem escolher servi-Lo.” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 47).

Pense Nisto
Vencer o pecado parece uma possibilidade real para você, ou é apenas um ideal? Você percebe evidências de vitória sobre o pecado em sua vida? Qual é sua compreensão sobre justificação pela fé e santificação?
Terça-feira, 14 de novembro
A graça me levará ao lar

Deus só pode ser honrado pelos que professam crer nEle quando são conformes à Sua imagem e controlados por Seu Espírito. Então, como testemunhas do Salvador podem tornar conhecido o que a graça divina fez por eles.”1

“A fim de entender essa questão, cumpre-nos lembrar que nosso coração é naturalmente depravado, e somos incapazes, por nós mesmos, de seguir a direção correta. É unicamente pela graça de Deus, aliada ao mais fervoroso esforço de nossa parte, que nos é possível obter a vitória.”2

“É a graça que Cristo implanta no coração que cria no ser humano a inimizade contra Satanás. Sem essa graça que converte e esse poder renovador, o homem continuaria cativo de Satanás, como servo sempre pronto a executar-lhe as ordens. Mas o novo princípio na alma cria um conflito onde até então houvera paz. O poder que Cristo comunica habilita a pessoa a resistir ao tirano e usurpador. Todo aquele que odeia o pecado, em vez de amá-lo, e que resiste aos maus desejos que dominam o coração, vencendo-os, evidencia a atuação de um princípio que vem totalmente do Céu.”3

“A humanidade de Cristo estava unida à divindade. Ele estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo, e veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto estivermos ligados a Ele pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós. Deus segura a mão da nossa fé e a leva a se apoiar firmemente na divindade de Cristo, a fim de atingirmos a perfeição de caráter.”4

“Uma transformação de caráter […] é sempre o resultado da comunhão com Cristo. Pode haver notáveis defeitos na vida de alguém; contudo, quando ele se torna um verdadeiro discípulo de Cristo, o poder da divina graça o transforma e o santifica. Contemplando como em um espelho a glória do Senhor, ele é transformado de glória em glória, até alcançar a semelhança dAquele a quem adora.”5

1. Ellen G. White, Maravilhosa Graça [MM 1974], 13 de agosto.

2. Ibid., 15 de novembro.

3. Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 506.

4. ___________ , O Desejado de Todas as Nações, p. 123.

5. ___________ , Atos dos Apóstolos, p. 559.

Maritza Muñoz | Brisbane, Queensland, Austrália

Mãos à Bíblia

3. Leia Romanos 6:14. Como entender esse texto? Ele significa que os dez mandamentos já não são mais obrigatórios? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) Quem anda debaixo da graça é livre da condenação da lei do pecado, pois o pecado não mais o domina.

B.( ) Quem anda debaixo da graça pode pecar livremente, pois Jesus já pagou o preço exigido pela lei.

Pense Nisto
Se temos uma natureza pecaminosa, como desenvolver um caráter semelhante ao de Cristo? Você se lembra de algum personagem bíblico que exemplifica essa recepção da graça divina?
Quarta-feira, 15 de novembro
Triunfo garantido

Quando são obedecidas, as leis tornam a vida melhor. Elas estabelecem limites e estruturas positivas e contribuem para que a sociedade seja igualmente atenciosa para com as necessidades de todos.

As leis do Antigo Testamento – não só os Dez Mandamentos, mas todo o código legal judaico – tinham sido dadas por Deus para o bom andamento da sociedade israelita. A lei judaica abrangia não somente as questões pertinentes à religião, mas também os assuntos sociais, familiares e individuais.

No entanto, em Sua época, Jesus viu que essas leis estavam sendo usadas pelos “mestres da lei” de maneira desordenada e injusta. Eles sobrecarregaram o povo com regras e tradições que se tornaram um fardo (Lc 11:37-53).

Em Romanos 6:14, Paulo não estava dizendo que a lei não é relevante para os cristãos nem que não temos que fazer o que é certo. “Aqui, Paulo não está se referindo principalmente a qualquer lei em particular, mas à lei como um princípio. Seu argumento é que os cristãos não estão debaixo da lei, como forma de salvação, mas da graça.”*

A lei não tem capacidade de prover salvação nem santificação. Ela pode atuar como guia, mas não pode nos perdoar nem transformar. Isso é algo que recebemos somente pela graça divina. A dádiva é oferecida a todos (Jo 3:16), e não há nada que possamos fazer para adquiri-­la, a não ser nos entregarmos a Deus.

A graça nos leva a obedecer, por amor, a perfeita lei de Deus, cuja essência é o amor tanto a Deus quanto ao próximo (Mt 22:37; Jo 13:34). É o amor divino que nos oferece Sua graça. Ao aceitar e acolher essa graça passamos a refletir o caráter de Cristo em nossa vida. Com isso, podemos mostrar ao mundo nossa esperança nesse triunfo garantido.

* Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 594 (ênfase acrescentada).

Adele Nash | Cooranbong, New South Wales, Austrália

Mãos à Bíblia

4. Leia Romanos 6:16. Qual conceito Paulo estava apresentando? Por que não há meio-termo em seu argumento? Qual lição devemos extrair desse contraste muito claro?

5. Leia Romanos 6:17. De que maneira Paulo ampliou o que ele havia dito no verso 16?

Observe como, curiosamente, a obediência está ligada à doutrina correta. A palavra grega didach?, traduzida como “doutrina”, significa “ensino”. Os cristãos romanos tinham aprendido os princípios da fé cristã, que eles passaram a obedecer. Assim, para Paulo, a doutrina correta, os ensinos corretos, quando obedecidos “de coração”, ajudaram os romanos a se tornarem “servos da justiça” (Rm 6:18).

Pense Nisto
Por que há tanta confusão e dificuldade de compreensão dos conceitos de lei e graça? De que maneira sua vida foi transformada pela graça divina? O que você pode fazer para compartilhar graça de Cristo?
Quinta-feira, 16 de novembro
Santificação ?

Lembro-me de ter ouvido essa palavra pela primeira vez quando ainda era criança. Fiquei pensando no que significava. “Justificação” ainda teve algum sentido para mim porque eu tinha entendido o que significa “justificar”. Contudo, em meu vocabulário do ensino fundamental, “santificação” não havia aparecido até então.

Depois de algum tempo, alguém me explicou que ela significa “tornar santo” ou “separar para determinado propósito”. Porém, essa definição não tornou a palavra mais compreensível em minha mente de adolescente. O que havia se tornado santo? Como se tornou santo? E o que a separação de alguma coisa para um determinado fim tinha a ver com aquilo?

Após muitos anos, resumi meu conceito de santificação a somente cinco palavras: “Ser mais semelhante a Jesus.” Como conseguimos isso?

Olhando para Jesus. A Bíblia diz que precisamos conservar os olhos em Jesus enquanto caminhamos rumo ao Céu (Hb 12:2). Devemos olhar para Seu caráter. Como desenvolver as características que nos tornarão mais semelhantes a Ele? Lendo Suas palavras na Bíblia e pensando sobre o que elas e seus ensinos nos dizem. Então, consideraremos como nossas palavras e atos poderão refleti-Lo.

Lutando para abandonar pecados. Quão terrível é o pecado! Ele nos separa do Pai celestial. Ser mais semelhante a Jesus significa abandonar as coisas que nos afastam de Deus. Não é fácil fazer isso. Porém, Cristo está pronto a nos perdoar (1Jo 1:9) e a nos ajudar a trilhar o caminho certo (Pv 3:6).

Confiando no poder do Espírito Santo. O mesmo Deus que cuida de nossas necessidades materiais (Mt 6) também nos disponibiliza Seu Espírito para nos ajudar em nossas fraquezas e necessidades espirituais. Charles Spurgeon assim se expressou: “Se Ele deu a você a graça de fazê-lo crer, dará a você igualmente a graça de ter uma vida santa daí por diante.”*

* C. H. Spurgeon, Sermons of Rev. C. H. Spurgeon (New York, NY: Robert Carter & Brothers Publishing, 1883), p. 308.

Vania Chew | Sydney, Austrália

Mãos à Bíblia

6. Leia Romanos 6:19-23. Resuma a essência do que Paulo disse (tenha em mente o que foi estudado até aqui em Romanos 6). Como você pode tornar real em sua vida essas verdades cruciais? Quais questões estão em jogo nessa texto?

As palavras de Paulo nessa passagem mostram que ele compreendia plenamente a natureza caída da humanidade. Ele falou sobre a “fraqueza da” nossa “carne” (Rm 6:19). Ele sabia o que a natureza humana é capaz de fazer quando deixada por si só. Por isso, novamente, ele apelou para o poder da escolha – a capacidade que temos de escolher entregar a nós mesmos e a nossa “carne fraca” a um novo senhor, Jesus, que nos habilitará a viver em justiça.

Observe também que, em seu desenvolvimento da ilustração dos dois senhores, Paulo chamou a atenção para o fato de que o serviço a um mestre significa liberação do serviço ao outro. Mais uma vez vemos claramente a escolha: um ou outro. Não há meio-termo.

Sexta-feira, 17 de novembro
Sintomas da doença

Alguns cristãos defendem que depois que aceitamos a maravilhosa graça de Jesus não estamos mais sujeitos à lei e, como tal, não precisamos mais guardá-la.

Entretanto, vamos considerar o seguinte exemplo: após comer seu prato favorito, você começa a sentir enjoo e náuseas. Talvez o molho tenha sido deixado fora da geladeira ou algum ingrediente estivesse estragado. Da próxima vez que você pensar em comer aquele alimento, certamente vai sentir repulsa e optar por comer outra coisa. Esse fenômeno é chamado de aversão condicionada ao sabor e ocorre quando o cérebro associa determinados alimentos com uma reação negativa experimentada logo após eles serem ingeridos.*

Da mesma forma, depois de aceitar a salvação em Cristo e o poder do Espírito Santo, nascemos de novo e o pecado se torna estranho à nossa natureza. Contudo, alguns continuam com comportamentos e atos estranhos à sua nova natureza e desobedecendo aos mandamentos divinos, porque creem que a graça lhes dá liberdade para fazer tudo que desejam. Outros usam a graça como desculpa para hábitos acariciados e afirmam que, mesmo assim, já estão salvos.

Tais atitudes indicam que o corpo ingeriu algo estranho, mas não reconheceu. A vulnerabilidade ainda continua ali. Porém, quando reconhecemos o pecado como uma doença, adquirirmos sensibilidade contra o que nos causa aversão.

Quando morremos para o pecado, ele se torna estranho à nossa natureza. Em vez de considerar os pecados como coisas que passam a ser permissíveis por causa da graça que recebemos, nosso alvo deve ser nos tornar cada vez mais semelhantes a Jesus. Só então as coisas que desfrutávamos no passado e que tínhamos dificuldade para abandonar não mais nos atrairão.

* “What Is a Taste Aversion?” https://www.verywell.com/what-is-a-taste-aversion-2794991, acessado em 14 de julho de 2016.

Amy Pitt | Melbourne, Austrália

Pense Nisto
Por que continuamos a acariciar certos pecados mesmo após ter sido justificados e santificados? Qual é a diferença entre pecados acariciados e tendência para pecar?
Mãos à obra
Escreva a respeito de uma parte que você não entendia na Bíblia e o Espírito Santo o iluminou para que compreendesse. Tente ilustrar o que significa para você a expressão sola scriptura (Somente a Bíblia), do reformador protestante Martinho Lutero. Em suas orações particulares, converse com Deus a respeito da necessidade que você sente de fortalecer sua fé e sobre suas preocupações quanto ao futuro. Leia um artigo em um jornal ou em uma revista e tente imaginar como Deus veria aquela história: demonstrando graça, estabelecendo justiça, com esperança, etc. Pense em como você reagiria à história.