1. O chamado profético de Jeremias – 26 de setembro a 3 de outubro

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[cv_toggle title=”SÁBADO À TARDE (Ano Bíblico: Habacuque)” tags=””]

VERSO PARA MEMORIZAR: “Antes que Eu te formasse no ventre materno, Eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações” (Jr 1:5).

Leituras da semana: Is 1:19; Jr 7:5-7; 1Rs 2:26; Jr 1:1-5; Is 6:5; Jr 1:6-19; Mt 28:20

Sabemos mais sobre a vida de Jeremias do que sobre a de qualquer outro profeta do Antigo Testamento. Os dados biográficos de seu livro nos ajudam a entender melhor sua obra profética. Jeremias causou tanto impacto na História que, até no tempo de Jesus, havia grupos de estudo literário e escolas para formação de discípulos com base no ministério profético dele.

Ao mesmo tempo, a obra do profeta, se julgada por padrões humanos, mostra pouco sucesso. Apesar de décadas de fervorosas advertências e apelos, a maioria das pessoas não deu ouvidos às mensagens que ele transmitiu da parte do Senhor.

Contudo, apesar da oposição, Jeremias não pôde ser comprado nem se vendeu; permaneceu como “uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e um muro de bronze” (Jr 1:18, NVI), não em sua própria força, mas no poder do Senhor.

Em muitos aspectos, Jeremias não teve facilidades na vida. Seu chamado lhe trouxe sofrimento, infortúnio, rejeição e até prisão. O pior foi o fato de que muitos desses problemas foram causados por pessoas a quem ele estava tentando ajudar e orientar na direção certa. Assim, a seu próprio modo, Jeremias prefigurou o que Jesus enfrentaria centenas de anos mais tarde, naquele mesmo país.

No próximo sábado, 3 de outubro, peça que os alunos assinem o compromisso de estudo da Bíblia e da lição durante cada dia do trimestre. No encerramento da Escola Sabatina, faça uma oração especial de consagração dos alunos.

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[cv_toggle title=”DOMINGO – Os profetas (Ano Bíblico: Sofonias)” tags=””]

[disponivel em=”2015-09-27″ ate=”2015-12-25″ mensagem=”Disponível a partir de 27 de setembro de 2015″]

Os profetas, em conformidade com seu chamado, eram resolutos protetores da lei de Deus. Defendiam a aliança e os dez mandamentos (Jr 11:2-6). O texto de Miqueias 3:8 resume a obra do profeta: ele devia “declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado”. Evidentemente, o conceito de pecado não tem sentido à parte da lei (Rm 7:7).

1. Qual era a mensagem dos profetas para o povo? Essa mensagem continua sendo a mesma para nós, hoje? Is 1:19; Jr 7:5-7; Ez 18:23; Mt 3:7-11

O juízo de Deus poderia ser evitado, mas, se o povo não deixasse seus maus caminhos, ele viria. Contudo, não é tão fácil mudar, especialmente quando as pessoas se habituam a fazer o mal que, no passado, as deixava horrorizadas. A mensagem dos profetas devia fazer com que o povo visse a gravidade de seus pecados, e quais seriam as consequências de não abandoná-los. Essa mensagem, naturalmente, não vinha dos profetas, mas de Deus.

Os profetas não mencionam como a Palavra de Deus lhes era revelada, nem como a ouviam. Às vezes, Deus falava com eles diretamente; outras vezes, o Espírito Santo Se comunicava com eles em visões e sonhos ou, talvez, por meio de “uma voz calma e suave” (1Rs 19:12, NTLH). Independentemente da maneira pela qual a mensagem chegasse a eles, a missão dos profetas era transmitir a vontade de Deus, não só às pessoas comuns, mas também, se necessário, aos reis, imperadores e generais.

Essa tarefa envolvia grande responsabilidade: se eles dissessem a verdade, as autoridades podiam matá-los; mas se não transmitissem a verdade, o juízo de Deus podia vir também sobre eles. O chamado para ser profeta é difícil e, pelo que a Bíblia mostra, os que receberam esse chamado o levaram a sério.

Podemos ficar felizes porque eles tiveram essa atitude, pois a mensagem que transmitiram chegou até nós por meio da Bíblia. Nesse sentido, eles ainda falam. A pergunta para nossos dias é a mesma do tempo de Jeremias: Daremos ouvidos às palavras deles?

Mesmo depois de todo esse tempo, o que os profetas ainda estão dizendo? Em essência, qual é a mensagem deles para o povo de Deus?

Você já leu sua Bíblia hoje? Fortaleça sua vida por meio do estudo da Palavra de Deus.

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[cv_toggle title=”SEGUNDA – Os antecedentes familiares de Jeremias (Ano Bíblico: Ageu)” tags=””]

[disponivel em=”2015-09-28″ ate=”2015-12-25″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de setembro de 2015″]

2. Leia 1 Reis 1 e 1 Reis 2:26. Que acontecimentos causaram o exílio de Abiatar em sua cidade natal, Anatote?

Depois de se ter fortalecido no trono, Salomão, num conflito com Adonias referente à sucessão, removeu Abiatar do sacerdócio e o exilou em sua cidade natal, Anatote, que, segundo se crê, ficava cerca de 5 km a nordeste de Jerusalém. Hilquias, pai de Jeremias, era membro de uma família sacerdotal que morava em Anatote. Alguns têm especulado que a família de Jeremias talvez fosse descendente de Abiatar. Seja como for, sabemos que o jovem profeta vinha de uma linhagem importante (Jr 1:1). Podemos ver que, ao longo da História, o Senhor chamou para o ofício profético todos os tipos de pessoas: pastores, mestres, pescadores, sacerdotes e outros.

“Membro do sacerdócio levítico, Jeremias havia sido educado desde a infância para a santa função. Nesses felizes anos de preparação, pouco imaginara ele que havia sido consagrado desde o nascimento para ser ‘profeta às nações’; quando veio o divino chamado, ele se sentiu oprimido com o senso de sua indignidade. ‘Ah Senhor Deus!’, ele exclamou, ‘Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança’ (Jr 1:5, 6; Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 407).

Os sacerdotes deviam ser os líderes morais e espirituais da nação; haviam recebido importantes funções que afetavam quase todas as áreas da vida espiritual do país. Alguns haviam sido fiéis à tarefa; outros a haviam desrespeitado e transgredido de maneiras que nem podemos imaginar. Como veremos no livro de Jeremias, o profeta tinha palavras muito fortes a dizer contra esses sacerdotes infiéis, que haviam se demonstrado indignos das responsabilidades e do chamado que lhes haviam sido confiados.

Quais são suas responsabilidades espirituais no lar, na igreja e em qualquer outra parte? Se um profeta falasse com você sobre essas responsabilidades, o que ele diria?

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[cv_toggle title=”TERÇA – O chamado profético de Jeremias (Ano Bíblico: Zc 1–4)” tags=””]

[disponivel em=”2015-09-28″ ate=”2015-12-25″ mensagem=”Disponível a partir de 29 de setembro de 2015″]

3. Leia Jeremias 1:1-5. O que a passagem diz sobre o chamado de Jeremias?

Assim como outros profetas do Antigo Testamento (e como Paulo, no Novo; ver Gl 1:1; Rm 1:1), Jeremias foi claro a respeito de quem o havia chamado. Ele foi muito claro nesses versos e, na verdade, em todo o seu livro, quanto ao fato de que a mensagem transmitida era a “palavra do Senhor”, que ele havia recebido. Sem dúvida, foi essa ardente convicção que o capacitou a seguir em frente, apesar da intensa oposição, bem como do trabalho árduo, do sofrimento e das provações.

O chamado de Jeremias aconteceu no décimo terceiro ano do reinado de Josias, que é datado aproximadamente entre 627 e 626 a.C. Não sabemos o ano exato em que o profeta nasceu, nem sua idade exata ao iniciar seu ministério. Em sua mente, porém, como veremos, ele se julgava uma criança, alguém jovem demais para a tarefa que lhe fora dada.

4. Leia Jeremias 1:4, 5. Que certeza e conforto o profeta deve ter extraído dessas palavras?

O chamado profético de Jeremias aconteceu antes de seu nascimento. Deus o separou para ser profeta desde o momento de sua concepção. As palavras “te consagrei” (v. 5) são traduzidas de um verbo que significa, entre outras coisas, “ser santificado”, “ser santo” e “santificar”. Definitivamente, o termo tem uma conotação sagrada e religiosa, ligada também ao próprio serviço do santuário. Na verdade, a palavra para “santuário” vem da mesma raiz. A ideia contida nela é que algo ou alguém é “separado para um propósito santo”. Isso é o que Deus havia planejado para Jeremias, mesmo antes de seu nascimento. Esses textos não ensinam a preexistência humana nem a predestinação, mas a presciência divina.

Deus conhece o fim desde o princípio. Que conforto encontramos nessa verdade, em meio às provações que enfrentamos?

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[cv_toggle title=”QUARTA – Profetas relutantes (Ano Bíblico: Zc 5–8)” tags=””]

[disponivel em=”2015-09-28″ ate=”2015-12-25″ mensagem=”Disponível a partir de 30 de setembro de 2015″]

Apesar da certeza dada pelo Senhor de que Jeremias havia sido divinamente escolhido para aquela tarefa, o jovem ficou assustado e não se considerou à altura dela. Talvez por conhecer a má condição espiritual da época, e por saber o que precisava ser feito, Jeremias não queria aquele trabalho.

5. Compare Jeremias 1:6 com Isaías 6:5 e Êxodo 4:10-15. Que pontos esses incidentes têm em comum?

Independentemente das razões que tinham, nenhum desses homens se sentiu à altura da tarefa. Talvez este fosse um pré-requisito essencial para a função de profeta: o senso da própria indignidade e incapacidade diante de uma tarefa tão crucial e importante. Um porta-voz do Criador? Não é de admirar que eles recuassem diante da tarefa, pelo menos no princípio.

Note, igualmente, a primeira resposta de Jeremias após ser chamado. Ele falou imediatamente sobre sua incapacidade de falar bem, como fez Moisés. Isaías também, em sua resposta, mencionou sua boca e seus lábios. Em todos os casos, eles sabiam que, ainda que seu chamado envolvesse outras coisas, envolveria também a fala e a comunicação. Eles receberiam mensagens de Deus e, portanto, teriam a responsabilidade de proclamá-las a outros. Diferentemente de hoje, quando poderiam fazer um site na internet ou enviar uma mensagem de texto, frequentemente a comunicação teria que ser face a face. Imagine ter que se colocar diante de líderes hostis ou de pessoas rebeldes e dizer-lhes palavras incisivas de repreensão e advertência! É compreensível a relutância desses homens que em breve se tornariam profetas.

6. Leia Jeremias 1:7-10. Qual foi a resposta de Deus a Jeremias? Por que essa resposta traz esperança e uma promessa com relação ao que cremos que Deus nos chamou para fazer?

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[cv_toggle title=”QUINTA – A vara de amendoeira (Ano Bíblico: Zc 9–11)” tags=””]

[disponivel em=”2015-10-01″ ate=”2015-12-25″ mensagem=”Disponível a partir de 1 de outubro de 2015″]

O profeta é uma testemunha de Deus; sua tarefa é falar, não em seu próprio nome, mas unicamente como representante de Deus. Jeremias não foi chamado com a finalidade de encontrar soluções para os problemas da nação, nem para se tornar um grande personagem ou líder carismático a quem o povo seguisse. Jeremias teve a missão singular de transmitir as palavras de Deus ao povo e aos líderes. A ênfase não estava no ser humano nem em seu potencial, mas na soberania e no poder de Deus. O profeta devia levar as pessoas ao Senhor, em quem, unicamente, estava a solução de todos os seus problemas. E não é diferente para nós.

7. Qual foi o assunto das primeiras visões de Jeremias? Jr 1:11-19

As versões bíblicas, em sua maioria, traduzem a expressão hebraica no verso 11 como “vara de amendoeira”. Essa tradução, porém, deixa de refletir o jogo de palavras que há no hebraico. A palavra traduzida como “amendoeira” vem da mesma raiz do verbo “vigiar” ou “velar”, que aparece no verso 12, quando o Senhor diz que velará sobre Sua palavra para cumpri-la. Alguém poderia argumentar que a mensagem central de todo o livro de Jeremias se encontra nos versos 11 e 12. Deus é o Senhor da graça e do perdão. Se Seu povo abandonar o pecado, Ele é fiel para perdoá-lo e restaurá-lo; mas, se não abandonar o pecado, Ele é igualmente fiel para cumprir Suas palavras de juízo e punição.
Como podemos ver, as palavras de Deus não foram apenas para o povo.

O Senhor estava falando diretamente ao próprio Jeremias, admoestando-o a se preparar para a oposição que enfrentaria. Não importando o que acontecesse, Jeremias podia acreditar nestas palavras de Deus: “Eu Sou contigo” (Jr 1:8). Como veremos, ele precisaria dessa certeza.

Será que todos precisamos dela?

Leia Mateus 28:20. Que certeza podemos encontrar nessas palavras?

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[cv_toggle title=”SEXTA – Estudo adicional (Ano Bíblico: 1Rs 15, 16)” tags=””]

[disponivel em=”2015-10-02″ ate=”2015-12-25″ mensagem=”Disponível a partir de 2 de outubro de 2015″]

Estudo adicional

Martinho Lutero escreveu a respeito do profeta na introdução de seu comentário sobre o livro de Jeremias: “Jeremias foi um profeta triste, que viveu num período difícil e deplorável e, o que é pior, seu ofício profético foi extremamente difícil, pois ele estava trabalhando e lutando com um povo perverso e teimoso. Aparentemente, ele não alcançou muito sucesso, porque viu seus inimigos se tornarem cada vez mais ímpios. Eles tentaram matar o profeta várias vezes. Perseguiram-no severamente, açoitando-o diversas vezes. Contudo, ele viveu para ver pessoalmente seu país ser devastado e seu povo ser levado para o exílio.”

Ellen G. White escreveu: “Por quarenta anos, Jeremias devia estar diante da nação como testemunha da verdade e da justiça. Num tempo de apostasia sem paralelo, ele devia exemplificar na vida e no caráter a adoração ao verdadeiro Deus. Durante os terríveis cercos de Jerusalém, ele seria o porta-voz do Senhor. Prediria a queda da casa de Davi, e a destruição do belo templo construído por Salomão. Quando aprisionado por causa de suas corajosas afirmações, devia ainda falar contra o pecado nos lugares altos. Desprezado, odiado, rejeitado pelos homens, ele haveria de testemunhar finalmente o cumprimento literal de suas profecias de iminente condenação e partilhar da tristeza e dor que se seguiriam à destruição da cidade condenada” (Profetas e Reis, p. 408).

Perguntas para reflexão

Como adventistas do sétimo dia, uma das coisas mais tristes, mas que deve nos fazer pensar, é o fato de Deus ter advertido Jeremias de que ele enfrentaria grande oposição por parte de seu próprio povo. Leia novamente Jeremias 1:17-19. Quais pessoas lutariam contra ele? Que terrível lição devemos aprender com isso? Isto é, qual é nossa atitude para com a palavra profética dirigida a nós, especialmente quando ouvimos coisas das quais não gostamos? Como a citação acima, de Ellen White, expressa a terrível verdade de que as próprias pessoas que deviam revelar o verdadeiro Deus ao mundo estavam lutando contra Ele, ao insultar e atacar Seu porta-voz? (Ver também Ec 1:9.)

Respostas sugestivas: 1. Se abandonasse seus maus caminhos, o povo viveria e seria abençoado; se não abandonasse o pecado, o juízo viria e traria destruição. 2. Abiatar apoiou Adonias em sua conspiração contra Salomão. 3. Veio a ele a palavra do Senhor. Foi o Senhor que o chamou; isso aconteceu no 13o ano do reinado de Josias. 4. A certeza e o conforto de saber que Deus o havia escolhido antes de seu nascimento, e o havia separado para essa santa tarefa. 5. As pessoas chamadas se sentiram incapazes e indignas diante do chamado profético. 6. Ele não devia dizer que era incapaz para a tarefa, mas que devia fazer tudo o que Deus lhe ordenasse. O Senhor estaria com ele para livrá-lo e colocaria Suas palavras na boca do profeta. Se isso foi verdade com relação a Jeremias, também é verdade em relação a nós, quando Deus nos chama a fazer algo para Ele. 7. A vara de amendoeira, simbolizando que Deus vigia sobre Sua palavra para a cumprir, e a panela ao fogo, com a boca voltada para o norte, simbolizando o juízo que viria, caso o povo não se arrependesse.

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[disponivel em=”2015-09-26″ ate=”2015-12-25″ mensagem=”Disponível a partir de 2 de outubro de 2015″]

Texto-Chave: Jeremias 1:1-12

O aluno deverá:

Conhecer: A experiência do chamado de Jeremias, reconhecendo que possivelmente sua relutância em aceitar o chamado de Deus foi o que mais o tornou qualificado para a tarefa.

Sentir: Que Deus lida ternamente com os sentimentos de incapacidade das pessoas diante das tarefas que Ele apresenta a elas.

Fazer: Prestar mais atenção ao chamado de Deus e deixar que Ele o capacite para fazer Sua vontade.

Esboço

I. Conhecer: O chamado de Jeremias

A. Por que o chamado de Deus para que Jeremias fosse um profeta foi tão difícil de ser aceito?

B. Quais são os critérios que Deus usa ao escolher pessoas para fazer Sua vontade, e como eles se aplicam ao chamado de Jeremias (e de outros profetas)?

II. Sentir: A própria incapacidade

A. Como Deus lidou com a relutância de Jeremias em aceitar o chamado?

B. Como lidamos com sentimentos de incapacidade quando nos sentimos esmagados diante das tarefas que temos pela frente?

III. Fazer: Ouvir o chamado de Deus

A. Como você pode desenvolver a disciplina espiritual de ouvir a Deus diariamente?

B. Quais são as coisas que o impedem de atender ao chamado de Deus?

RESUMO: A reação inicial de Jeremias ao chamado de Deus não foi positiva porque ele sabia (1) das dificuldades que encontraria e (2) que não estava à altura do desafio. Contudo, Deus agiu ternamente para com ele, acalmando seus temores e capacitando-o a transmitir Suas palavras ao povo de Judá.

Ciclo do Aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Jeremias 1:4-9

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Muitas vezes, reagimos como Jeremias, isto é, procuramos “boas” desculpas para recusar o chamado divino. Talvez nosso chamado não seja para o ministério profético, mas cada um de nós tem uma obra a fazer. Devemos crer que Deus sabe o que somos e o que não somos capazes de fazer. Ele nos capacitará e preparará para fazer Sua vontade.

Para o professor: Iniciamos o estudo sobre o livro de Jeremias concentrando-nos em seu chamado. Os profetas do Antigo Testamento começavam seu ministério depois de receber o chamado de Deus. Esta lição apresenta a oportunidade para que o professor discuta como podemos vencer os sentimentos de inadequação que experimentamos ao olhar para a tarefa que Deus coloca diante de nós. A lição retrata um Deus que lida amorosamente com nossos medos, mas que também nos encoraja e nos capacita a seguir em frente. É importante que a classe entenda que todos recebemos o chamado de Deus, mesmo que seja “apenas” para começar um pequeno grupo de estudos bíblicos em nossa casa.

Parábola de abertura

Certo homem estava esperando o chamado de Deus para ir ao campo missionário. Uma amiga foi visitá-lo e o encontrou sentado em frente ao telefone. Ela lhe perguntou o que ele estava fazendo. Ele disse que estava esperando um chamado para ir ao campo missionário. Ela ficou impressionada com a importância do chamado. Ao mesmo tempo, quando olhou pela janela, viu uma senhora idosa com dificuldade para carregar algumas sacolas pesadas enquanto atravessava a rua. Saiu correndo para ajudar a senhora e, quando voltou, seu amigo ainda estava sentado em frente ao telefone. Quando ia se sentar, ouviu um vizinho pedindo ajuda e saiu correndo para ver o que podia fazer. Aconteceu mais umas duas ou três vezes aquele mesmo tipo de situação em que ela saía para ajudar as pessoas enquanto o amigo ficava olhando fixamente para o telefone. Finalmente, o telefone tocou e ele o atendeu entusiasticamente, mas depois seu semblante se abateu e ele passou à amiga o telefone, dizendo que era para ela a ligação. Ela estava sendo chamada para o campo missionário. Pergunte aos alunos de sua classe onde é o campo missionário deles e peça que eles sugiram o que Deus poderia chamá-los a fazer.

Compreensão

Para o professor: Jeremias tem sido chamado de “o profeta chorão”, o que está relacionado à mensagem de tristeza que ele teve que proclamar ao longo do seu ministério profético. Seu ministério ocorreu antes do início do exílio babilônico e durante o exílio. Como Jesus, Jeremias foi um homem de dores, e sua fidelidade a Deus, bem como suas lutas, podem nos encorajar ao enfrentarmos os momentos turbulentos do fim da história terrestre.

Comentário Bíblico

O capítulo 1 de Jeremias é o foco do estudo desta semana. Pode ser dividido em três seções principais que estão relacionadas ao chamado profético de Jeremias.

I. Jeremias em sua época
(Recapitule com a classe Jeremias 1:1-3.)

Os versos 1 a 3 servem como introdução ao livro de Jeremias, apresentando o contexto do chamado e do ministério do profeta. Eles também estabelecem as credenciais do profeta, mencionando sua genealogia sacerdotal e a maneira pela qual Deus falou com Seu servo: “A ele veio a palavra do Senhor” (Jr 1:2). A frase poderia ser literalmente traduzida como: “A ele aconteceu/ocorreu/sucedeu a palavra do Senhor.” Ela é encontrada repetidamente nas experiências que envolveram o chamado de profetas do Antigo Testamento (por exemplo, Jn 1:1, Mq 1:1), e aponta para o fato de que, quando Deus chama, isso não é apenas um fenômeno audível, mas um evento dinâmico que reflete o poder de Deus como Criador, poder que transforma aquilo em que Ele toca (ver Is 55:11). Quando Deus fala, as coisas começam a acontecer.

Pense nisto: De que maneira a Palavra de Deus ainda está “acontecendo” hoje em nossa vida? Como podemos experimentar o poder transformador dessa Palavra?

II. O chamado e as visões de Jeremias
(Recapitule com a classe Jeremias 1:4-16.)

A expressão “a palavra do Senhor” ocorre mais três vezes no capítulo 1 (v. 4, 11, 13), introduzindo o chamado de Jeremias e suas duas outras visões subsequentes. A designação de Jeremias como “profeta às nações” (v. 5) é descrita na terminologia da criação, sendo mencionado o fato de Deus “formá-lo” (NVI; este é o mesmo verbo usado em Gênesis 2:7), com o plano de chamá-lo para ser profeta.

A relutância de Jeremias em aceitar o chamado de Deus teve por base o sentimento de que ele era incapaz de falar e ao fato de ser muito novo. A palavra hebraica traduzida como “criança” indica um jovem, possivelmente com cerca de 18 a 20 anos; mas também pode ser usada para se referir a uma pessoa ainda mais nova (por exemplo, 1Sm 1:24). Com tão pouca idade, ter que falar para reis e líderes deve ter intimidado Jeremias. Sua relutância ecoa as preocupações de Moisés quando recebeu o chamado (Êx 3, 4), demonstrando que essa foi uma reação que Jeremias teve em comum com vários profetas bíblicos (bem como com Ellen G. White). Tal reação não os desqualificou para a tarefa; em vez disso, permitiu que Deus mostrasse Sua força através das fraquezas deles.

Deus reagiu amorosamente à relutância de Jeremias, quando não o repreendeu e ao proporcionar-lhe a certeza de Sua divina presença e livramento (Jr 1:7, 8). Deus realizou então um ato simbólico, tocando a boca de Jeremias com “a mão” (v. 9), o que representa não só purificação (ver Is 6:6, 7) como capacitação. Ele delineou a tarefa do profeta com seis verbos (Jr 1:10), quatro dos quais são negativos e dois, positivos, refletindo a ênfase da mensagem divina não só no juízo mas também nos elementos de esperança e restauração.

Duas visões reforçam o cuidado de Deus para com Jeremias: a da vara de amendoeira e a da panela ao fogo. O termo para “amendoeira” no hebraico cria um trocadilho com o verbo “velar” ou “vigiar”. Assim como no antigo Israel as pessoas ficavam vigiando a chegada das flores da amendoeira quando estavam aguardando a primavera (v. 11, 12), Deus ainda estava velando por Jeremias e por Judá. A “panela ao fogo” (v. 13-16) que estava inclinada do norte para o sul se refere ao inimigo de Israel, que habitualmente vinha do norte. Embora Babilônia estivesse geograficamente a leste de Judá, os exércitos babilônicos não atravessavam o deserto, mas viajavam ao longo do rio Eufrates. Dali passavam por dentro da Síria, seguindo em direção ao sul; eles poriam seu trono à entrada das portas de Jerusalém, para vencê-la e executar os juízos de Deus contra Judá devido aos seus pecados (v. 15, 16).

Pense nisto: Como você reagiria se estivesse no lugar de Jeremias? Você já experimentou o fato de que Deus “vela” pelos planos que Ele tem para sua vida?

III. A promessa de Deus
(Recapitule com a classe Jeremias 1:17-19.)

O verso 17 chama Jeremias à ação (“cinge os lombos”, como alguém que se prepara para uma tarefa séria, ou mesmo para a batalha, prendendo na cintura as vestes longas). Mas aqueles que Deus chama, Ele também capacita. O Senhor prometeu a Jeremias que ele, como uma “cidade fortificada”, permaneceria firme contra todas as pessoas, inclusive reis, príncipes e sacerdotes (v. 18). Jeremias seria capaz de resistir ao ridículo e à hostilidade que certamente enfrentaria. A promessa final é um “oráculo” do Senhor: “Eu sou contigo” (v. 19).

Pense nisto: De que forma as metáforas da cidade fortificada e da coluna de ferro são aplicáveis à nossa vida? Como podemos deixar de ser exageradamente sensíveis devido ao medo de ser ridicularizados por causa de nossa fé? Por outro lado, que perigo há em nos tornarmos insensíveis às críticas com as quais venhamos a nos deparar?

Aplicação

Para o professor: Pergunte à classe: Como a experiência do chamado de Jeremias pode se tornar tangível em nossa vida? É importante compreender que, embora Deus talvez não nos tenha chamado para o ministério profético, somos chamados a exercer nosso ministério específico. Talvez passemos, também, pelo mesmo processo de relutância e de sentimentos de inadequação pelos quais Jeremias passou.

Perguntas para reflexão

1. De que maneira é possível aplicar a experiência de Jeremias à nossa vida, embora não sejamos chamados para ser profetas?

2. Como posso vencer sentimentos de inadequação a respeito do que Deus deseja que eu faça?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: O capítulo 1 de Jeremias é fundamental para a compreensão de todo o livro e resume sua mensagem: Deus vela por Sua Palavra tanto quanto por Seu mensageiro. Ajude os membros da classe a responder positivamente quando Deus chamá-los para qualquer ministério que Ele tiver em mente para eles.

Atividades individuais

1. Aprender a ouvir a voz de Deus é uma habilidade que precisa ser desenvolvida, especialmente em relação às coisas que não desejamos ouvir. Decida tirar tempo para ouvir mais a voz de Deus (por exemplo, passando alguns momentos em silêncio depois de orar).

2. Procure um parceiro de oração e conte a ele as áreas de sua vida em que você se sente incapacitado. Então, orem a Deus sobre o que vocês dois conversaram, pedindo-Lhe que remova de vocês os sentimentos de incapacidade e substitua-os por Sua força.

3. Pense sobre os planos de Deus para sua vida e conte a seu companheiro de oração como Ele tem cumprido Sua vontade em você.

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?

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[cv_toggle title=”COMENTÁRIO – Pr. Ozeas Caldas Moura” tags=””]

[disponivel em=”2015-09-26″ ate=”2015-12-25″ mensagem=”Disponível a partir de 26 de setembro de 2015″]

É desejo do autor que os comentários às lições deste trimestre contribuam para a melhor compreensão do livro do profeta Jeremias, cuja vida, ministério e ensinamentos apresentam muitos paralelos com a vida e ministério de Jesus. Que a leitura dos comentários ajude cada membro da Escola Sabatina a ser dedicado ao serviço de Deus como foi o profeta Jeremias.

Palavras introdutórias quanto à interpretação das profecias

Antes de estudar o livro do profeta Jeremias, deve-se prestar atenção a algumas regras de interpretação das profecias:

1. Examine a profecia como um todo: Saiba quem a proferiu, a quem foi primeiramente dirigida, as circunstâncias em que foi dada, seu ambiente histórico, como ela deve ter sido compreendida pelos ouvintes/leitores originais.

2. Observe se há elementos condicionais na profecia: Muitas profecias são condicionais à fidelidade do povo ao Senhor. Se elas não se cumpriram foi porque o povo de Deus deixou de atender aos reclamos divinos.

3. Descubra que aplicação posterior os escritores inspirados fizeram de alguma profecia e, nessa base, determine sua possível significação para o povo de Deus nos dias atuais. Na verdade, a voz de Deus, através dos profetas, ainda fala de maneira distinta a nós hoje.

I. Os profetas

Pela metade do século VIII a.C. aconteceu algo marcante na profecia israelita, coincidindo com o surgimento do império Assírio, que logo veio a dominar toda a região: os profetas passaram a escrever suas mensagens em livros. Com isso, teve início o tempo dos “Profetas Posteriores” que, por vezes, também são chamados de “Profetas Escritores”, “Profetas Clássicos” ou “Profetas Canônicos”. Jeremias faz parte do grupo que deixou por escrito suas profecias.

Os profetas colocavam diante dos líderes e do povo uma realidade central: Deus havia escolhido o povo de Israel e feito uma aliança com ele. Mesmo que o assunto fosse o culto, a justiça social, a prática da verdade em palavras e atos, a idolatria, a corrupção, a questão central sempre girava em torno da confiança em Deus e do esforço sincero para fazer a vontade dEle, expressa na aliança feita com Israel no monte Sinai.

Algumas passagens do Antigo Testamento (1Sm 3; Is 6; Jr 1:3-9; Ez 2–3; Am 7:14, 15) mostram profetas recebendo um chamado especial de Deus. Os profetas tinham certeza de que suas palavras não eram deles próprios, mas eram reveladas por Deus (1Sm 3:19-21; 1Rs 22:19; Jr 1:9, 12; Am 1:3; 3:7). Os profetas que vieram depois também afirmaram que o Espírito de Deus estava neles ou os dominava, dando-lhes poder (Ez 2:2; 11:5; Mq 3:8). Profeta é alguém que fala aos outros em nome de Deus.

II. Os antecedentes familiares de Jeremias e o contexto no qual exerceu seu ministério profético

Jeremias era descendente de sacerdotes (portanto, da tribo de Levi, da família de Arão), natural de Anatote (1:1; 29:27), distante cerca de 4 Km de Jerusalém. Era de natureza sensível e é conhecido como “o profeta chorão” (8:18-22; 9:1). A pedido de Deus, não se casou (16:1-4). Foi chamado ao ministério profético (1:4-10) em 627/626 a.C., no 13º ano do reinado de Josias (1:2), ministério que continuou até depois de 586 a.C. (ano da captura e destruição de Jerusalém pelos babilônios). Sua última mensagem está no capítulo 44. Acredita-se que ele tenha morrido apedrejado no Egito, depois de mais de quatro décadas de ministério, quando foi levado à força para esse país pelos judeus que escaparam do cativeiro babilônico.

Jeremias é um tipo de Cristo: chorava por seu povo, não se casou, foi rejeitado e morto por aqueles a quem ministrava, foi levado ao Egito, etc. O livro que chega até nós é a segunda edição, pois a primeira foi queimada pelo ímpio rei Jeoaquim (36:1-4, 21-23, 27, 28, 32).

Jeremias foi profeta no reino do Sul, Judá, especialmente na cidade de Jerusalém (2:1, 2; 5:1; 7:1, 2, 29; 11:2, etc.)

Jeremias profetizou no período de três grandes impérios: Começou no período de declínio do império assírio (em 626 a.C., ano do seu chamado, Nabopolassar derrotou pela primeira vez os assírios; em 612 a.C. Nínive foi destruída pelos medos e babilônios). Em 605 a.C., o Egito foi derrotado pelos babilônios na batalha de Carquemis (Jr 46:2), bem como o remanescente do exército assírio, ao qual o Egito procurava ajudar. Nesse ano, Babilônia assumiu o controle do mundo. Assim, Jeremias viveu e profetizou no fim do império assírio, no período de enfraquecimento do império egípcio, e durante a hegemonia do império babilônico.

A situação em Judá, no período do ministério profético de Jeremias era de declínio espiritual e político. Jeremias foi chamado no período de reinado de Josias (640-609 a.C.), o último rei piedoso de Judá, que morreu em combate contra o faraó Neco (cf. 2Rs 23:29, 30). Depois vieram os ímpios reis Jeoacaz, Jeoaquim, Joaquim (filho de Jeoaquim) e Zedequias.

De modo geral, o povo imitava a conduta de seus reis. Assim, Jeremias viveu para ver o predomínio da apostasia entre o povo de Judá e o resultante cativeiro.

O tema predominante do livro de Jeremias é o apelo ao arrependimento e reforma espiritual (25:1-12). Mas os apelos desse profeta caíram em ouvidos surdos (2Cr 36:14-21) e o povo de Judá acabou sendo levado cativo para a Babilônia.

III. O chamado profético de Jeremias

O chamado de Jeremias aconteceu no 13º ano do reinado de Josias (cf. Jr 1:2), que é datado aproximadamente entre 627/626 a.C. Não sabemos o ano exato em que o profeta nasceu, nem sua idade exata ao iniciar seu ministério. Em sua mente, porém, como veremos, ele se julgava uma “criança” (em hebraico, na‘ar, “jovem”, cf. Gn 41:12; Êx 33:11). A julgar pela duração de seu ministério, é provável que Jeremias tivesse nesse tempo menos de 25 anos, possivelmente entre 18 e 20 anos. Em outras passagens se emprega a palavra na‘ar para designar adultos jovens (Gn 41:12, 1Rs 3:7), alguém jovem demais para a tarefa que lhe foi dada (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 377).

Conforme é informado em seu livro, o chamado profético de Jeremias aconteceu antes de seu nascimento (1:5). Deus o separou para ser profeta desde o momento de sua concepção. As palavras “te consagrei” (v. 5) são traduzidas do verbo hebraico qadosh, que tem os significados de “santificar”, “consagrar. O termo tem definitivamente uma conotação sagrada e religiosa, ligada também ao próprio serviço do santuário. Na verdade, a palavra para “santuário”, qodesh, vem da mesma raiz. A ideia contida nela é de que algo ou alguém é “separado para um propósito santo”. Isso é o que Deus havia planejado para Jeremias, mesmo antes de seu nascimento. Esses textos não ensinam a predestinação, conforme entendia Calvino, mas a presciência divina. Mesmo sendo escolhido antes de nascer para ser profeta, Jeremias podia ter dito “não” à escolha divina. Mas ele disse “sim”, mesmo sabendo da seriedade do chamado.

IV. Profetas relutantes

Apesar da certeza dada pelo Senhor de que Jeremias havia sido divinamente escolhido para aquela tarefa, o jovem Jeremias ficou assustado e não se considerou à altura dela. Talvez pelo fato de conhecer a má condição espiritual da época, e por saber o que precisava ser feito, Jeremias não queria aquele trabalho.

Esse senso de incapacidade diante da tarefa proposta por Deus é comum entre os profetas. Moisés relutou bastante antes de aceitar o desafio de libertar Israel do cativeiro egípcio. Argumentou no sentido de que o povo israelita não creria nele (Êx 4:1), que não era eloquente (4:10), e pediu que o Senhor escolhesse outra pessoa para aquela tarefa (4:13). Isaías foi acometido por um senso de pecaminosidade e indignidade diante da santidade de Deus. Ele se sentia indigno de ser Seu porta-voz (Is 6:3-5).

Independentemente das razões que tinham, nenhum desses homens se sentiu à altura da tarefa. Talvez esse fosse um pré-requisito essencial para a função de profeta: o senso da própria indignidade e incapacidade diante de uma tarefa tão crucial e importante. Um porta-voz do Criador? Não é de admirar que eles recuassem diante da incumbência, pelo menos no princípio.

Note, igualmente, a primeira resposta de Jeremias ao chamado divino. Ele imediatamente falou sobre sua incapacidade de falar bem, como fez Moisés. Isaías também, em sua resposta, mencionou sua boca e seus lábios. Em todos os casos, eles sabiam que, ainda que seu chamado envolvesse outras coisas, envolveria também a fala e a comunicação. Imagine ter que se colocar diante de líderes hostis ou de pessoas rebeldes e dizer-lhes palavras incisivas de repreensão e advertência!

É compreensível a relutância desses homens que em breve se tornariam profetas. Eles sabiam que o trabalho de um profeta poderia resultar em hostilidade por parte dos ouvintes, rejeição da mensagem e até risco de morte.

Mas o Deus que chama também capacita. A Moisés foi concedida a possibilidade de realizar milagres, além de poder contar com a boca de seu irmão, Arão, que desempenhou o papel de porta-voz de Moisés (Êx 4:1-16); Isaías foi tocado em seus lábios por um anjo, com uma brasa tirada do altar, que o purificou do pecado e o capacitou para a tarefa (Is 6:6, 7); Jeremias recebeu um toque divino em sua boca e a promessa de que seria fortalecido por Deus para o cumprimento da missão recebida (Jr 1:8-10).

V. A vara de amendoeira

A primeira visão recebida por Jeremias foi a de uma vara de amendoeira em flor (1:11). Como se sabe, a amendoeira é a primeira árvore a florescer na primavera, na região da Palestina. Por um tempo, antes da primavera, essa árvore parece morta. Mas quando vem a primavera, ela “desperta”, florescendo. Essa é uma impressiva ilustração da atuação divina. Às vezes, pode-se pensar que Deus está apático e inativo a respeito dos assuntos humanos. Mas isso é só impressão. Na verdade, Deus age a Seu modo e a Seu tempo. Tão certo como floresce a amendoeira na primavera, assim Deus agiria para cumprir Sua Palavra (Jr 1:12), que envolve promessas de bênçãos aos obedientes e maldições aos rebeldes e desobedientes.

As palavras de Deus não foram apenas para o povo. O Senhor estava falando diretamente ao próprio Jeremias, admoestando-o a se preparar para a oposição que enfrentaria. Não importando o que acontecesse, Jeremias podia acreditar nestas palavras de Deus: “Eu Sou contigo” (Jr 1:8). Ele precisaria dessa certeza. Será que todos precisamos dela?

Apresentação do autor dos comentários:

1. Ozeas Caldas Moura é natural de Rubiataba-GO, e nasceu em 15 de agosto de 1955. É Bacharel em Teologia, pelo Educandário Nordestino Adventista (ENA), Licenciado em Letras, pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB – campus de Santo Antônio de Jesus, BA), Pós-graduado em Língua Portuguesa, pelas Faculdades Integradas Severino Sombra (FISS), em Vassouras, RJ, Mestre em Teologia Bíblica, pelo SALT-UNASP, Mestre em Teologia Bíblica, área do Novo Testamento, e Doutor em Teologia Bíblica, área do Antigo Testamento, cursados na PUC do Rio de Janeiro. É Pós-doutor em Teologia Sistemática, pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em Belo Horizonte, MG. Foi pastor distrital por doze anos. Trabalhou por três anos como redator na Casa Publicadora Brasileira (2007-2009), além de ter lecionado Teologia por nove anos no SALT-IAENE (1990-1995 e 2003-2005 – atuando neste último período também como diretor do SALT-IAENE), e por dez anos no UNASP-EC (1999-2002 e 2010 até o momento). Foi coordenador do curso de Teologia do UNASP por três anos (2012-2014). Atualmente é o coordenador da Pós-graduação em Teologia do SALT-UNASP, e professor de disciplinas na área de Antigo Testamento nessa mesma instituição. É membro do International Board of Ministerial and Theological Education (IBMTE), órgão do Departamento de Educação da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia. É casado com a Profa. Jane Cleide Casa Branca Moura. Tem duas filhas e um neto.

Revisão: Josiéli Nóbrega

Sugestões e dúvidas devem ser encaminhadas ao editor responsável: andre.oliveira@cpb.com.br

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O chamado profético de Jeremias

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Comentário 01 – PDF / WORD

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