Lição 1
31 de dezembro a 06 de janeiro
Chamados para a família de Deus
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 1Cr 14
Verso para memorizar: “Vejam que grande amor o Pai nos tem concedido, a ponto de sermos chamados filhos de Deus” (1Jo 3:1).
Leituras da semana: Gl 3:26, 29; Sl 50:10-12; 1Cr 29:13, 14; Fp 4:19; 1Jo 5:3; Mt 6:19-21

Sendo cristãos, uma característica incrível sobre nosso relacionamento com Deus é que Ele confia em nós para administrar Seus negócios na Terra. Logo no início da história humana, Deus delegou explicitamente a Adão e Eva o cuidado pessoal de uma criação perfeita (Gn 2:7-9, 15). Desde a tarefa de dar nomes aos animais até a manutenção do jardim e o preenchimento da Terra com filhos, Deus nos revelou que devemos trabalhar em Seu interesse aqui.

Ele também nos abençoa com recursos, mas confiou a nós a administração deles, tais como recolher dinheiro, preencher cheques, efetuar transferências eletrônicas, fazer orçamentos e levar nossos dízimos e ofertas para a igreja. Deus nos encoraja a gastar os recursos que nos deu para suprir nossas próprias necessidades, as necessidades dos outros e para o avanço de Sua obra. Por incrível que pareça, somos aqueles a quem Deus confiou a criação de Seus filhos, a construção de Seus edifícios e a educação das gerações seguintes.

No estudo desta semana, pesquisaremos os privilégios e as responsabilidades de fazer parte da família de Deus.



Domingo, 01 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 15
Fazemos parte da família de Deus

1. “Eu me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toda a família, nos Céus e na Terra, recebe o nome” (Ef 3:14, 15). Que imagem é evocada nesses versos e que esperança se encontra neles?

Jesus declarou “Portanto, orem assim: ‘Pai nosso, que estás nos Céus, santificado seja o Teu nome’” (Mt 6:9). Posteriormente, repetiu a mesma oração em secreto a Seus discípulos (Lc 11:2). Jesus nos instruiu a chamar Seu Pai de “Pai nosso, que estás nos Céus”. Quando Jesus Se encontrou com Maria após a ressurreição, ela quis abraçá-Lo. Contudo, Ele lhe disse: “Não Me detenha, porque ainda não subi para o Meu Pai. Mas vá até os Meus irmãos e diga a eles: Subo para o Meu Pai e o Pai de vocês, para o Meu Deus e o Deus de vocês” (Jo 20:17).

Visto que o Pai de Jesus é também nosso Pai, Jesus é nosso Irmão, e somos todos irmãos e irmãs no Senhor. Jesus Se tornou membro da família terrestre a fim de que pudéssemos nos tornar membros da família celestial. “A família no Céu e a família na Terra são uma só” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 672).

2. Leia Êxodo 3:10; 5:1; Gálatas 3:26, 29. Como Deus Se relaciona conosco? Por que isso é tão encorajador?

Em contraste com uma visão da criação na qual somos considerados meros produtos de leis naturais frias e indiferentes, as Escrituras ensinam não apenas que Deus existe, mas que Ele nos ama e Se relaciona conosco de maneira tão amorosa que a imagem da família é frequentemente usada nas Escrituras para descrever esse relacionamento. Quer Jesus chame Israel de “Meu povo”, ou nós de “filhos de Deus”, ou Se refira a Deus como “nosso Pai”, o ponto é o mesmo: Deus nos ama da maneira que membros de uma família devem amar uns aos outros. Que boa notícia em meio a um mundo que pode ser muito hostil!

 

Imagine um mundo em que tratássemos todos como família. De que modo podemos nos relacionar melhor com todos, como nossos irmãos e irmãs?


Segunda-feira, 02 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 16
Deus é o dono de tudo

3. Leia o Salmo 50:10-12; 24:1; 1 Crônicas 29:13, 14; Ageu 2:8. Que mensagem esses versos transmitem? O que essa verdade deve significar para nós e para nosso relacionamento com os bens materiais?

O livro de 1 Crônicas, a partir do capítulo 17, registra o desejo do rei Davi de construir uma casa para Deus. Ele compartilhou esse desejo com o profeta Natã, que respondeu: “Faça tudo o que estiver em seu coração, porque Deus está com você” (1Cr 17:2). Mas, naquela noite, a palavra de Deus veio a Natã e o instruiu a dizer ao rei que, porque ele tinha sido um homem de guerra, não poderia construir a casa de Deus. Seu filho faria esse trabalho em seu lugar. Davi perguntou se poderia, pelo menos, desenhar as plantas e preparar os materiais para a construção. Quando esse pedido foi concedido ao rei, ele passou o resto de sua vida acumulando uma grande quantidade de pedra lavrada, cedro, ferro, ouro, prata e bronze, “e tudo em abundância”. Quando todos os materiais de construção haviam sido preparados e reunidos no canteiro de obras, Davi convocou todos os líderes de Israel para uma cerimônia de louvor e ação de graças.

Em 1 Crônicas 29:13, 14, na oração pública de Davi, o que ele disse haver sido a verdadeira fonte dos materiais de construção que ele e o povo tinham gastado tempo e dinheiro preparando? “Na verdade, não podemos levar crédito algum por todos esses materiais especiais porque estamos apenas devolvendo a Ti Tuas próprias coisas”.

Essa noção é importante para todos nós, ricos ou pobres (mas especialmente para os ricos). Visto que foi Deus quem fez tudo (Gn 1:1; Jo 1:3; Sl 33:6, 9), Ele é o legítimo proprietário de tudo o que existe, incluindo tudo o que possuímos – não importa quão intensa, diligente e honestamente tenhamos trabalhado para obter. Se não fosse por Deus e Sua graça, nada teríamos e nada seríamos. Assim, devemos viver com a percepção de que Deus é o dono de tudo e, ao louvá-Lo e agradecer-Lhe por Sua bondade para conosco, precisamos manter essa importante verdade diante de nós.

“Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas?” (1Cr 29:14). Quais princípios são expressos nessas palavras? Elas refletem a atitude que devemos ter para com Deus e para com nossas posses?


Terça-feira, 03 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 17
Recursos disponíveis para a família de Deus

A maior dádiva de Deus a Seus filhos é Jesus, que nos traz a paz do perdão, a graça para viver o dia a dia e obter o crescimento espiritual e a esperança da vida eterna.

“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome” (Jo 1:12).

A salvação, portanto, é o dom fundamental. Sem esse dom, o que mais obteríamos de Deus que, em longo prazo, realmente importaria? Tudo que temos aqui um dia não existirá mais, assim como todos que se lembraram de nós e de qualquer bem que tenhamos feito. Em primeiro lugar, devemos manter sempre no centro de todos os nossos pensamentos o dom do evangelho, isto é, Cristo, e Ele crucificado (1Co 2:2).

No entanto, com a salvação, Deus nos dá muito mais. Para pessoas preocupadas com alimento e roupas, Jesus ofereceu ânimo: “Busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas” (Mt 6:33).

4. Leia o Salmo 23:1; 37:25; Filipenses 4:19. O que esses versos dizem sobre a provisão divina para nossas necessidades diárias?

Quando Jesus falou com Seus discípulos sobre Sua partida, prometeu o dom do Espírito Santo para confortá-los. “Se vocês Me amam, guardarão os Meus mandamentos. E Eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro Consolador, a fim de que esteja com vocês para sempre: é o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece. Vocês O conhecem, porque Ele habita com vocês e estará em vocês” (Jo 14:15-17). “Ele os guiará em toda a verdade” (Jo 16:13). O Espírito concede dons espirituais incríveis aos filhos de Deus (1Co 12:4-11).

Em suma, o Deus em quem “vivemos, nos movemos e existimos”, o Deus que “a todos dá vida, respiração e tudo mais” (At 17:28, 25) nos deu existência, a promessa de salvação, bênçãos materiais e dons espirituais para que sejamos uma bênção aos outros. Os bens materiais, dons e talentos com os quais fomos abençoados nos tornam devedores ao Doador quanto à nossa maneira de usar esses dons.



Quarta-feira, 04 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 18
Responsabilidades dos membros da família de Deus

Todos desfrutamos das bênçãos e dos dons espirituais e temporais que Deus nos concede. É muito confortador saber, também, que somos “parte da família”.

5. O que significa amar a Deus de todo o coração? Dt 6:5; Mt 22:37

Como amar a Deus “de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” (Mt 22:37)? A resposta bíblica não é a que a maioria espera.

6. Leia Deuteronômio 10:12, 13; 1 João 5:3. Biblicamente, qual deve ser nossa atitude com base no relacionamento de amor com Deus?

Observar a lei? Obedecer aos mandamentos? Infelizmente, para muitos cristãos, a ideia de obedecer à lei (em especial ao quarto mandamento) é legalismo, e eles afirmam que somos chamados, simplesmente, a amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos. No entanto, Deus é claro: revelamos nosso amor a Deus e ao próximo, sim, obedecendo aos Seus mandamentos.

“Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos” (1Jo 5:3). Estamos acostumados a considerar esse verso assim: amamos a Deus e, portanto, guardamos Seus mandamentos. Mas talvez também possamos lê-lo desta forma: “este é o amor de Deus”, isto é, conhecemos e experimentamos o amor de Deus ao observar Seus mandamentos.

Em Mateus 7:21-27, Jesus disse que os que ouvem e praticam as palavras de Deus são comparados a um sábio construtor que construiu sua casa sobre a rocha. Aqueles que ouvem, mas não obedecem, são comparados a um construtor tolo que construiu sua casa na areia – com resultados desastrosos. Ambos ouviram a palavra; um obedeceu, o outro não. Os resultados fizeram a diferença entre a vida e a morte.

 

Pense na ligação entre amar a Deus e obedecer à lei. Por que o amor a Deus seria expresso dessa maneira? Por que a guarda dos mandamentos revela esse amor? (Dica: pense nos efeitos da desobediência à Sua lei).


Quinta-feira, 05 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 19
Tesouros no Céu

7. Leia Mateus 6:19-21. Sobre quais verdades cruciais Jesus falou nessa passagem?

Quem não leu histórias de pessoas que acumularam riqueza apenas para perdê-la? Nosso mundo é um lugar instável: guerras, crimes, violência, desastres naturais, qualquer coisa pode acontecer de repente e tirar tudo pelo que trabalhamos e, talvez, até o que conseguimos de forma honesta e fiel. Também, em um piscar de olhos, vem a morte, e então essas coisas se tornam inúteis.

É claro que as Escrituras não nos dizem que seja errado ser rico ou acumular riquezas; contudo, nesses versos Jesus nos advertiu a manter as coisas materiais na sua devida perspectiva.

Mas o que significa acumular tesouros no Céu? A ideia é colocar Deus e Sua causa em primeiro lugar, em vez de tornar a busca do dinheiro a ocupação principal. Entre outras coisas, significa usar o que temos para a obra de Deus, para o avanço de Seu reino, para trabalhar em favor dos outros, sendo uma bênção.

Quando Deus chamou Abraão, planejou usar o patriarca e sua família para abençoar todas as famílias da Terra. Abraão “foi chamado amigo de Deus” (Tg 2:23). O Senhor lhe disse: “Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e engrandecerei o seu nome. Seja uma bênção! Abençoarei aqueles que o abençoarem e amaldiçoarei aquele que o amaldiçoar. Em você serão benditas todas as famílias da Terra” (Gn 12:2, 3).

“De modo que os que têm fé são abençoados com o crente Abraão” (Gl 3:9). Esse desafio dado a ele é apresentado também a nós.

“O dinheiro é de grande valor, porque pode realizar grande bem. Nas mãos dos filhos de Deus é alimento para o faminto, água para o sedento e roupa para quem precisa. É proteção para o oprimido e meio para socorrer o enfermo. Mas o dinheiro não é de mais valor que a areia, a não ser que o empreguemos para prover às necessidades da vida, para bênção de outros e para o desenvolvimento da obra de Cristo” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 205).

“Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6:21). Onde o seu coração lhe diz que está seu tesouro?


Sexta-feira, 06 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 20
Estudo adicional

“O coração de Deus anseia por Seus filhos terrestres com amor mais forte que a morte. Entregando Seu Filho, nesse único Dom derramou sobre nós todo o Céu. A vida, morte e intercessão do Salvador, o ministério dos anjos, o pleitear do Espírito, o Pai operando acima de tudo e por tudo, o interesse incessante dos seres celestiais – tudo se empenha em favor da redenção do homem” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 21).

“Se renunciamos ao eu, entregando-nos a Cristo, somos membros da família de Deus, e tudo quanto há na casa de nosso Pai nos pertence. Todos os tesouros de Deus nos estão franqueados – tanto o mundo que agora existe quanto o futuro. O ministério dos anjos, o dom de Seu Espírito, as atividades de Seus servos – tudo é para nós. O mundo, com tudo que nele há, nos pertence até onde isso seja para nosso benefício” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 78).

Perguntas para consideração

  1. Diante das dádivas que Deus nos concede, somos compelidos a indagar: “Que darei ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo?” (Sl 116:12). Faça uma lista das bênçãos recebidas e compartilhe com a classe. Quão gratos a Deus devemos ser?
  2. Deus é Criador e Sustentador (Hb 1:3; Jó 38:33-37; Sl 135:6, 7; Cl 1:17; At 17:28; 2Pe 3:7). Somente o poder de Deus mantém a vida e o Universo. Quais são as nossas obrigações para com Deus quanto ao uso de tudo que Ele nos deu? Como essa realidade nos ajuda a manter nossa vida e seu propósito sob a perspectiva correta?
  3. De tudo o que Deus nos deu, Jesus e o plano da salvação são as maiores dádivas. O que teríamos se não fossem essas dádivas? Um escritor ateu descreveu os seres humanos como nada além de “pedaços de carne em decomposição em ossos em desintegração”. Se não fosse o dom do evangelho, ele teria razão?

Respostas e atividades da semana: 1. A imagem de uma família. A esperança de nos tornarmos um dia membros da família celestial. 2. Como um Pai amoroso. Ele nos trata com misericórdia e carinho. 3. Tudo é de Deus. Tudo o que possuímos é concedido por Deus. 4. Deus supre todas as nossas necessidades. 5. Colocar Deus em primeiro lugar na nossa vida e observar Seus mandamentos. 6. Temer ao Senhor, andar nos Seus caminhos e guardar Seus mandamentos. 7. As riquezas terrestres são transitórias. Devemos buscar, em primeiro lugar, as coisas do alto.



Resumo da Lição 1
Chamados para a família de Deus

PARTE I – VISÃO GERAL

“A importância da família no antigo Israel devia-se em parte [...] ao fato de que naqueles dias ela era uma sociedade de adoração” (T. K. Cheyne e J. Sutherland Black, Encyclopaedia Biblica New York [MacMillan Company, 1903], p. 1498). A família foi projetada para servir a Deus. O plano original do Pai era criar uma grande família na Terra que faria parte da família celestial (Ef 3:10-15). Seu caráter, expresso no coração e mente de Seus filhos não caídos, seria revelado em cada geração subsequente (Gn 1:26-28). Bênçãos e dons seriam usados para a glória de Deus e para abençoar o mundo. Tais bênçãos e dons deviam representar sua verdadeira fonte (Sl 24:1, 2).

No Éden, Deus estabeleceu a primeira empresa familiar na história do planeta. Essa empresa estava sob os cuidados de Seus filhos, mas eles deveriam gerenciá-la de acordo com a vontade do Pai (Gn 2:15-17).

Por causa do pecado, Deus enviou Seu Filho amado para salvar cada membro da família (Jo 3:16), e hoje Deus os envia, redimidos e reabilitados por Sua graça, para trabalhar em Seu nome. Deus ainda procura filhos para trabalhar para Ele, e que devolvam fielmente o rendimento de Seu negócio que lhes foi confiado (Mt 21:33-41). Deus chama esses filhos dentre os que guardam os Seus mandamentos, porque eles O amam (1Jo 5:3). Com os dons que o Senhor lhes concedeu, esses obreiros serão uma bênção na igreja e no mundo até que Sua obra, em nós e por meio de nós, esteja completa (Fp 1:6) e voltemos como uma família à casa do Pai (Jo 14:1-3).

PARTE II – COMENTÁRIO

Entendendo a mordomia na família de Deus:

  1. Títulos que indicam a soberania do Pai;

  2. Todos os filhos de Deus são Seus mordomos;

  3. Os recursos da família são emprestados pelo Pai;

  4. O tesouro da família está guardado no Céu.

Parte A – Títulos que indicam a soberania do Pai

  1. Criador. O conceito de mordomia cristã é fundamentado na crença de que Deus é o Criador de todas as coisas. É preciso reconhecer que Ele existe, é o Criador e recompensa aqueles que O buscam (Gn 1:1; Hb 11:1-3, 6). Somente uma perspectiva criacionista promove adequadamente o conceito e a atividade da mordomia cristã. Se a presença do Criador na vida for mais que teoria, o corpo, os dons, as riquezas e o tempo do cristão serão colocados a serviço do Criador. Todas as coisas vêm Dele, e toda vida humana deve retornar a Ele: “Porque Dele, e por meio Dele, e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória para sempre. Amém!” (Rm 11:36).

  2. Pai. A figura paterna é fundamental na noção bíblica de família. A expressão “lar paterno” (bet ab) aponta para o sistema patriarcal, em que o pai tinha plena autoridade sobre os bens e a família, sendo seu guardião e protetor. O pai também tinha o poder de julgar e decidir o destino dos membros da família. O pai era o sacerdote e, como norma, a família e a religião estavam intimamente ligadas (J. E. Maldonado, Fundamentos bíblico-teológicos do casamento e da família [Viçosa, MG: Editora Ultimato, 1996], p. 11, 12). Apesar das imperfeições das famílias patriarcais, alguns aspectos importantes desse relacionamento iluminam o relacionamento entre Deus e Sua família espiritual (Dt 14:1; Pv 3:12). Como Pai, Deus é santo. Ele é rei, tendo soberania sobre o Céu e a Terra. Ele é guardião, Juiz e Salvador (Mt 6:9-14; leia também Is 33:22). Como Pai, Deus é onisciente, onipotente e todo-amoroso. Portanto, podemos confiar em Seus julgamentos e decisões. Sua direção sempre foi, e sempre será, a melhor direção. Por isso, devemos ser fiéis em observar os mandamentos do Pai.

  3. Senhor. As palavras hebraicas Adonai (“Senhor”) e Jeová são traduzidas na versão greco-judaica do Antigo Testamento, a Septuaginta (LXX) com a palavra grega Kurios, que significa “Senhor”, o dono de todas as coisas. Os autores do Novo Testamento tinham o mesmo conceito sobre o Senhor. Para eles, a palavra “Senhor” (Kurios), pronunciada com fé, indicava o reconhecimento da divindade do Pai e do Filho (Mc 12:29; 1Tm 6:15; Jd 1:4). Paulo chega a dizer que ninguém declara que Jesus é Senhor a não ser pelo Espírito Santo (1Co 12:3). Somente pessoas que têm o Espírito Santo podem entender o Senhorio de Cristo. É uma questão de conversão e salvação. No entanto, reconhecer que Jesus é Senhor é mais que uma declaração formal, é a ex- pressão de um reconhecimento de Sua autoridade final como Criador, Pai e Senhor. Isso muda os valores, as preferências e as prioridades da vida.

Parte B – Todos os filhos de Deus são Seus mordomos

Ser um mordomo é administrar os bens do Senhor. Jesus continua Sua obra de salvação operando (1) coletivamente por meio da igreja e (2) individualmente em cada membro, por meio do Espírito Santo.

  1. Coletivamente, a igreja é a família de Deus. A igreja também é o Seu corpo. Sendo assim, a existência da igreja só tem sentido quando ela observa os mandamentos do Pai e Senhor, pois o senhorio do Filho e do Pai é um só. A igreja é depositária de dons de Cristo. Deus convida a igreja a se entregar e exercer seus dons como Cristo fez, para que o Senhor da igreja seja conhecido e adorado no mundo todo. A igreja deve exercer a mordomia com fidelidade porque Deus a fez depositária de bênçãos materiais e espirituais. Contudo, a mordomia da igreja não substitui a responsabilidade individual dos membros.
  2. Individualmente, cada membro da igreja, guiado pelo Espírito Santo, vive com Cristo e em Cristo. O Espírito é o autor da mordomia fiel em cada crente. A decisão de devolver dízimos e ofertas generosa e regularmente é uma obra espiritual que cada crente precisa experimentar de modo particular. Essa fidelidade é uma forma de serviço religioso que nem a oração nem outras atividades da igreja podem substituir. “Por mais frequentes e fervorosas que sejam as orações, jamais serão aceitas por Deus em lugar de nosso dízimo. A oração não paga nossas dívidas com Deus” (Ellen G. White, Mensagem aos Jovens [CPB, 2021], p. 186). No Antigo Testamento, a dignidade da posição de pai era transmitida ao filho, a quem o pai dava a honra de exercer as funções religiosas (J. E. Maldonado, Fundamentos bíblico-teológicos do casamento e da família [Viçosa, MG: Editora Ultimato, 1996], p. 12). Em nossa relação com o Senhor Jesus, somos honrados por Ele pela prática da mordomia fiel em todas as áreas da vida. Deus sempre teve Seus fiéis na Terra, e agora Ele tem você e a igreja, Sua própria família, para anunciar Sua vontade ao mundo. A grande e sublime obra que Deus colocou em nossas mãos demanda entrega completa do que temos e do que somos. Assim, somos chamados a comprometer completamente nossos recursos materiais e pessoais com Cristo e Sua obra.

Parte C – Os recursos da família são emprestados pelo Pai

  1. Faculdades espirituais. Por nós mesmos, não temos o desejo ou o poder de ser fiéis; mas a graça nos move em harmonia com a vontade do Senhor. Jesus Se entregou por nós e não nos deixou sozinhos quando subiu ao Céu. Ainda desfrutamos de Sua presença e de Seu poder. Ele permanece conosco por meio do Espírito Santo. Tendo o Espírito Santo, temos Jesus. Jesus também derrama Seus dons sobre Sua igreja por meio do Espírito Santo. É um verdadeiro milagre do amor de Deus que seres humanos caídos dediquem a vida e dons altruisticamente à causa do evangelho. Deus nos deu Seus dons espirituais e devemos responder à Sua generosidade usando e aumentando esses dons na obra que Ele nos designou.
  2. Recursos materiais. Os bens materiais também são dons de Deus. No Éden, nossos primeiros pais receberam uma vasta e valiosa propriedade, repleta de animais, plantas e tesouros (Gn 2:8-17). Entretanto, eles não podiam comer o fruto da árvore proibida. Não havia veneno inato no fruto que fizesse com que ele fosse proibido; em vez disso, Deus proibiu comer dele para testar a fidelidade deles à Sua lei (Gn 2:15-17). O desejo pela porção que Deus proibiu gerou a desobediência e o pecado que levou a humanidade a sofrer a penalidade da morte. Hoje, também recebemos bens materiais, uns mais e outros menos, mas a prova do Éden se repete em nossa vida. Deus espera que Seus filhos sejam fiéis nas posses materiais, para não repetir em sua experiência o desejo de usar a porção que Ele retém para Si (Ml 3:8). Fidelidade e cará- ter estão sendo provados para a vida eterna. Somente por meio da operação do Espírito Santo conseguimos reconhecer Deus como nosso Criador, Pai e Senhor. Essa compreensão muda nossa visão de mundo.

Parte D – O tesouro da família está guardado no Céu

Acumular tesouros no Céu significa investir na obra de Deus. Seres celestiais estão envolvidos nesse trabalho ao nosso lado. Nosso investimento celestial exige que coloquemos o reino de Deus em primeiro lugar, acima de todas as coisas (Mt 6:33). O Céu se preocupa com o que acontece na Terra, especialmente no que diz respeito à obra redentiva de Deus. Jesus está pessoalmente envolvido nisso, observando cada ato fiel e generoso (Ml 3:8-10; Mt 25:31-46). Jesus viu a oferta da viúva pobre (Mc 12:41-44), e Ele ainda nos vê hoje.

PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA

  1. Deus é o Criador, Pai e Senhor, e nós somos Seus filhos e mordomos. Esses títulos indicam Sua autoridade, bem como Seu cuidado amoroso e Seu dom de salvação. Deve- mos ao Senhor tudo o que somos, temos e esperamos em termos eternos. Discuta com a classe os motivos que temos para obedecer a Deus, por exemplo devol- vendo dízimos e ofertas, trabalhando na igreja e ajudando nossos semelhantes.
    1. Como seus alunos são motivados pelo medo do juízo celestial?
    2. Como são motivados pela gratidão a Jesus, seu Criador e Salvador?
    3. Como se sentem motivados pelas bênçãos que recebem de Deus, as quais podem ser um sinal de sua fidelidade a Ele?
    4. Como são motivados pela alegria de sentir o amor de Deus e pela participação em Sua obra?

2. O pecado nos tornou naturalmente egocêntricos e egoístas.

Por causa da queda, perdemos nossa santidade original com a qual Deus nos dotou. Então, devemos permitir que o Senhor nos restaure. Sua obra restauradora em nossa na- tureza decaída inclui nos habilitar tanto no querer quanto no efetuar, “segundo a Sua boa vontade” (Fp 2:13).

“O pecado não somente nos exclui de Deus, mas também destrói no coração humano o desejo e a capacidade de conhecê-Lo. É a missão de Cristo desfazer toda essa obra do mal. Ele tem poder para fortalecer e restaurar as aptidões paralisadas pelo pecado, a mente obscurecida e a vontade pervertida” (Ellen G. White, Educação [CPB, 2021], p. 19). Selecione voluntários para ler Malaquias 3:8, Tiago 2:14-26 e 2 Coríntios 5:18, 20.

Em seguida, faça as seguintes perguntas à sua classe, para discussão:

  1. Como posso cooperar com Jesus para o meu crescimento espiritual?
  2. Por que Deus exige um retorno fiel dos dízimos e ofertas para sustentar Sua obra na Terra?
  3. O que significa o fato de que a fé sem obras é morta? Como minha fé é revelada pelas minhas obras?
  4. Qual é o ministério da reconciliação que Cristo dá ao Seu povo?

 


A Enfermeira Relutante

Christine

Uganda | 7 de janeiro

A família da Christine era tão pobre que eles a enviaram para um colégio interno para ser criada por padres em Uganda. Um padre se tornou como um pai para ela. Ele teve um interesse especial em seu bem-estar e ofereceu a ela orientação depois que ela saiu do colégio e depois que ela se formou na escola de enfermagem.

Christine precisava de um emprego de enfermagem, e o padre aconselhou- a a não permanecer na cidade para trabalhar.

“Você pode ser atraída pelas iscas da vida na cidade”, disse ele.

Christine sempre confiou no padre. Mas ela não tinha certeza de que queria viver no interior. Ela achava que a vida seria muito mais confortável na cidade.

À medida que procurava por trabalho, ela viu um anúncio para enfermeiras em um centro médico adventista do sétimo dia. Ela hesitou em se candidatar a um emprego trabalho porque sabia que o centro médico pertencia à Igreja Adventista. Além disso, ela viu que o centro médico era no interior e não queria deixar a cidade. Ela tirou da cabeça a oportunidade de trabalho.

Então o padre ligou para ela.

“Arrume-se”, disse ele. “Estou enviando um carro para levá-la ao seu novo local de trabalho.”

“Onde eu vou trabalhar?” perguntou ela. 

“Apresse-se e fique pronta”, disse o padre. “A vaga de emprego será fechada em breve.”

Christine pensou que o padre havia encontrado uma oportunidade de trabalho extraordinária porque ele estava fazendo muito alvoroço. Após entrar no carro, ela se surpreendeu quando o carro entrou no complexo do centro médico adventista.

Ela não queria trabalhar no interior, mas não via outra escolha. Com relutância, ela aceitou o trabalho de enfermeira no centro médico e se mudou para o alojamento local.

Christine experimentou uma série de choques em seu novo trabalho. Primeiro, morar no interior parecia uma prisão para ela. Segundo, ela ficou surpresa ao ver as pessoas adorando aos sábados. Ela não conseguia imaginar que Deus estava presente em tal comunidade. E descobriu que a igreja de sua denominação mais era muito longe para ir adorar aos domingos.

“O que eu posso fazer além de ficar aqui isolada?” pensou ela.

Um fluxo constante de adventistas ia à casa de Christine para visitá-la e orar com ela. Todos os sábados, eles cantavam, oravam e estudavam a Bíblia com ela. O coração de Christine foi tocado pela bondade deles. Ela amava cantar com eles. Seu coração lentamente foi se abrindo para o estilo pouco familiar de adoração dos adventistas, mas ela ficou preocupada com o que o padre diria se soubesse.

Os membros continuaram a visitá-la, e ela ignorou persistentemente seus convites de fazer parte da Igreja Adventista. Após três anos, eles pararam de perguntar.

Durante esse tempo, Christine refletiu sobre os apelos e sobre o que ela havia aprendido durante os estudos bíblicos. Ela até convenceu sua própria irmã a se filiar à Igreja Adventista.

“Eles ensinam a verdade”, dizia ela à irmã.

Christine parou de ir à sua igreja, mas ainda não estava disposta a ir para a Igreja Adventista porque ela não conseguia se ver adorando aos sábados.

Num sábado de manhã, um membro da igreja a convidou para ir a um acampamento. O convite foi como música para seus ouvidos.

“Este é meu dia!” Christine pensou.

Ela secretamente levou uma muda de roupas consigo. Ela já havia visto muitos batismos ao longo dos três anos e sabia o que fazer.

Quando o pastor fez o apelo, ela caminhou até a frente para o batismo. Todos que a conheciam ficaram surpresos. Ela não havia contado a ninguém sobre seu desejo.

Christine saiu das águas do batismo cheia de alegria.

Hoje, Christine dá o crédito a Deus por levá-la ao centro médico, cujo nome completo é Nchwanga Seventh-day Adventist Dispensary (Clínica Médica Adventista do Sétimo Dia de Nchwanga).

“Eu fui relutantemente para Nchwanga, mas Deus tem sido bondoso e gracioso comigo neste lugar”, disse ela. “Minha experiência em Nchwanga é o divisor de águas na minha vida.”

Parte das ofertas do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a abrir um centro de treinamento agrícola para jovens em Nchwanga, Uganda.

“Querido ouvinte”, diz Christine, “por favor, apoie o estabelecimento desse centro de treinamento de discipulado que também ajudará a mudar muitas vidas em Uganda”.

Por Stephen Ssenyonga

Dicas para a história

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2023

Tema geral: Administradores fiéis: à espera do Mestre

Lição 1 – 31 de dezembro a 7 de janeiro

Chamados para a família de Deus

Autor: Wellington Almeida

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

 

O tema geral da lição deste trimestre aponta para uma ideia que deverá permear todo o nosso estudo ao revisarmos cada uma das lições: “enquanto espero, vivo a fidelidade”.

“Os sinais indicam que o clímax da História, a segunda vinda de Cristo, está às portas. Oramos para que estas lições aprofundem sua fé e confiança em Deus e o encorajem a ser um administrador fiel para Ele” (G. Edward Reid).

Entendo que não foi intencional da parte do autor organizar o tema em uma estrutura quiástica, mas se observarmos os títulos propostos a cada semana, poderemos ver uma similaridade temática que provoca um estudo paralelo dos temas, embora, claro, não seja essa a melhor maneira de revisá-la com a Unidade de Ação. Observe esta outra maneira de visualizar seu estudo em casa:

  1. O Chamado para a família de Deus (lição 1) envolve uma recompensa para a fidelidade (lição 12);
  2. As alianças de Deus conosco (lição 2) talvez seja a melhor referência para administrar em tempos difíceis (lição 11);
  3. O pacto que envolve o dízimo (lição 3) implica que é retribuindo (lição 10) que exercito minha gratidão em reconhecer que “é das mão do Senhor que damos” (1Cr 29:14);
  4. Quando devolvo “ofertas para Jesus” (lição 4), exerço um cuidado com a cobiça (lição 9), pecado este que fere a legítima fidelidade;
  5. O drama e o desafio de lidar com as dívidas (lição 5), talvez seja um reflexo de um planejamento que promova o sucesso (lição 8) no trato dos recursos em minhas mãos (mordomia);

E, finalmente o que considero ser o ponto central desta estrutura temática:

  1. A melhor maneira de ajuntar tesouros no Céu (lição 6) ainda é distribuir meus tesouros “aos mais pequeninos irmãos” (lição 7).

Talvez caiba aqui uma pergunta retórica ao tema geral do trimestre: “Queres ter um tesouro no Céu?” – Leia a resposta em Mc 10:21.

 

  1. O Verso para Memorizar

Vejam que grande amor o Pai nos tem concedido, a ponto de sermos chamados filhos de Deus”(1Jo 3:1).

A primeira dádiva de Deus para a humanidade é o amor. Sua instância maior é sermos chamados de Seus filhos. E, no contexto do Éden, a primeira responsabilidade dada a estes “filhos criados” foi o de serem “mordomos” (Gn 2:7-9, 15). Há, portanto, uma identidade semântica entre os termos “filhos”, “discípulos” e “mordomos”. Sendo verdade que “filho” é aquele que obedece (1Pe 1:14) e discípulo é aquele que “segue” (Jo 8:31), há então o entendimento de que “mordomo” é “aquele que obedece como se fosse um filho”, porque segue as orientações do Seu Senhor.

 

  1. Esboço para esta semana
  2. Deus é dono de tudo (segunda-feira)

1.1. Fazemos parte da sua família (domingo)

1.1.1. Nossos recursos (terça-feira)

1.1.2. Nossas responsabilidades (quarta-feira)

  1. Tesouros no Céu
  2. Pergunta para reflexão: “Que darei ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo?” (Sl 116:12)

 

  1. Abordagem sugestiva

Inicie com a sua Unidade de Ação apresentando o “Deus absoluto – O Todo-Poderoso”, “Aquele que é, que era e que há de vir” (Ap 1:8). Não entender, ou mesmo não aceitar o senhorio de Deus sobre nossa vida, compromete toda a compreensão quanto “a quem” e “por que” devo exercer minha fidelidade e meu serviço.

3.1. Ao Senhor pertence a Terra. E Deus, pertence a quem? Ele “está contido” na minha existência? A “Terra” é uma cosmovisão absoluta do domínio de Deus, e o meu “EU” deve estar rendido em entrega “absoluta ao domínio do Meu Senhor”.

3.1.1. Ao homem pertence a escolha. A declaração “faça tudo o que estiver em seu coração porque Deus está com você” (1Cr 17:2) reúne a melhor expressão de liberdade já declarada ao homem e a única condição para a fidelidade: “Deus está com você”. Assim, mordomia se define como “usar da minha liberdade de escolha para colocar Deus não apenas no centro do Universo (visão cosmológica), mas, sobretudo, no centro da minha existência (visão cristológica), como Senhor absoluto da minha vida, o Deus Todo-Poderoso ao qual sirvo”.

3.2. A família de Deus. É mais vasta que o meu sobrenome. Tem um nome que está acima de todo o nome (Fp 2:9) e alcança os Céus e a Terra. Deus une duas dimensões por laços familiares. E o melhor que devo fazer é colocar-me de joelhos para adorá-Lo (Ef 3:14). Atente que o texto na lição omite a declaração de Paulo “Por esta causa”. Então caberia perguntar a sua Unidade de Ação: “que causa é esta pela qual devemos nos prostrar ajoelhados”?

- A única causa que nos fará esperar sua vinda com fidelidade e pela qual devemos sinceramente suplicar em oração é que, “segundo a riqueza da Sua glória, [Deus] conceda a vocês que sejam fortalecidos com poder, mediante o Seu Espírito, no íntimo de cada um. E assim, pela fé, que Cristo habite no coração de vocês, estando vocês enraizados e alicerçados em amor. Isso para que, com todos os santos, vocês possam compreender qual é a largura, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que vocês fiquem cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef. 3:16-19).

A verdadeira compreensão do amor de Deus, de maneira que fiquemos plenamente cheios, é o “sine qua non” para aguardar a Sua vinda vivendo hoje a fidelidade, para então desfrutar de toda eternidade.

3.3. Quanto tenho de recursos? Essa pergunta naturalmente projeta, equivocadamente, nossa visão para as finanças. Lembre-se da história do jovem rico, relatada em Mateus 19:19-22. Ele era “dono de tudo”, mas “não possuía nada”. Para o jovem faltavam os verdadeiros recursos para a vida eterna. Em atos 17:24-31, lemos uma das mais contundentes declarações sobre os recursos em nossas mãos: “Nele vivemos, e nos movemos, e existimos [...]”. Quem tem Deus, tem tudo!

3.4. Responsabilidades dos membros da família de Deus. O que o Senhor quer de mim? Essa pergunta define meu serviço e minha entrega.

O que significa amar a Deus de todo o coração? Talvez eu não tenha uma resposta precisa, mas tenho um conceito sobre o amor de Deus, extraído de 1 João 5:3: “Este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos”. Assim, a melhor expectativa de Deus a meu respeito, e a seu respeito, é a “obediência”. Sem ela, posso ser apenas um mordomo. Com ela, sou “o mordomo fiel”, aquele que espera o seu Mestre.

Minha família precisa ser conduzida a esse fundamento (Mt 7:21-27) e ser edificada sobre esse conceito: Deus é amor. Complete a sentença seguinte (Dt 6:4-9), colocando seu nome no espaço em branco: “Ouve, ______________, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda tua alma e de toda a tua força [...]”. Esse é o ensino que primeiro devo aprender para depois “inculcar” na vida dos meus filhos. Pois o amor de Deus é algo que precisa ser primeiro experimentado e depois, compartilhado. Essa é minha responsabilidade.

3.5. Tesouros no Céu. Vivemos um tempo de incertezas. As crises estão ao nosso redor, ou mesmo dentro da nossa casa/família. Talvez seja próprio perguntar: “Onde estou fazendo o meu investimento?” Tenho acumulado na “Casa da Moeda” ou na “Casa do Tesouro”? Na primeira sou admoestado a não “acumular”; na segunda, sou convidado a “ajuntar” (Mt 6:19-21). São as mesmas palavras no original do texto (do gr. thesaurizo), mas, poderíamos pensar em uma aplicação diferente: quando “acumulo”, sou egoísta; quando “ajunto” estou compartilhando. Quem investe no tesouro do Céu entendeu que o Senhor é Mestre, que a causa é santa e que a primazia é de Deus. Quem investe dinheiro na Terra verá que “o dinheiro não de maior valor que a areia, a não ser que o empreguemos para promover as necessidades da vida, para bênção de outros e para o desenvolvimento da obra de Cristo (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 205).

3.6. Pergunta para reflexão: “Que darei ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo?” (Sl 116:12). Faça uma lista das bênçãos recebidas e compartilhe com a classe. Termine com uma oração de gratidão.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Francisco WeIlington de Oliveira Almeida é pastor, casado com a professora Rosalba Canté Almeida, pai de Ilos McRoswell Canté Almeida (in memorian). Graduou-se em Administração de Empresas (ISES, 1991), bacharel em Teologia (IAENE, 2002), pós-graduado em Missão no Século 21 (IAENE, 2013) e Família (2012) e mestre em Teologia Pastoral (IAENE, 2014). Iniciou o ministério como distrital em Paragominas (2003/2004), Tucuruí (2005-2008), foi MIPES e Secretário Executivo na Associação Sul do Pará (2009-2013), Secretário Executivo na Associação Maranhense (2014-2016), Secretário Executivo, Lar e Família e Mordomia Cristã na Associação Norte do Pará (2016-2022). Foi nomeado Presidente desse campo (ANPa) em novembro de 2022.