Lição 12
10 a 16 de dezembro
A cosmovisão bíblica
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Tito
Verso para memorizar: “O mesmo Deus da paz os santifique em tudo. E que o espírito, a alma e o corpo de vocês sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5:23).
Leituras da semana: Lc 2:52; Mt 4:23; 1Co 6:19, 20; Sl 24:3, 4; At 8:4-24; 1Jo 3:1-3

O livro do Apocalipse fala de duas grandes “globalizações” anteriores à segunda vinda de Cristo. Apocalipse 13 descreve a globalização do erro, quando “todo o mundo” se maravilhará e seguirá a besta do mar (Ap 13:3, 7, 8, 12, 16). Apocalipse 14 destaca a globalização da verdade, quando o “evangelho eterno” será pregado “a cada nação, tribo, língua e povo” (Ap 14:6, 7). Durante esses “tempos difíceis” (2Tm 3:1), “qualquer vento de doutrina” estará soprando (Ef 4:14), e as pessoas “se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2Tm 4:4). “Por meio de dois grandes erros – a imortalidade da alma e a santidade do domingo –, Satanás aprisionará o povo em sua armadilha. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o segundo cria um laço de afinidade com Roma” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 489, 490).

Até que esses eventos finais se desenrolem, devemos permanecer firmes em nossa crença em toda a verdade que temos, que inclui a natureza da humanidade e da morte, enquanto buscamos ser guiados pelo Espírito Santo com o propósito de estar prontos para o glorioso aparecimento de Cristo.

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Domingo, 11 de dezembro
Ano Bíblico: Filemom
O modelo de Jesus

1. Leia Lucas 2:52. Quais são as quatro dimensões do crescimento de Jesus mencionadas nessa passagem?

Jesus foi o Ser Humano perfeito, e Seu crescimento compreendeu todas as dimensões básicas da existência humana. De acordo com Lucas 2:52, “Jesus crescia em sabedoria [mentalmente], estatura [fisicamente] e graça, diante de Deus [espiritualmente] e dos homens [socialmente]”. “Sua mente era ativa e perspicaz, com uma capacidade de reflexão e sabedoria além de Sua idade. O caráter Dele também era belo e harmonioso. As habilidades da mente e do corpo se desenvolviam gradualmente, conforme as leis da infância. Como criança, Jesus era incomparavelmente amável. Aquelas mãos cheias de boa vontade estavam sempre prontas para servir a outros. Manifestava uma paciência que nada conseguia perturbar e uma veracidade nunca disposta a sacrificar a integridade. Firme como a rocha em questões de princípios, Sua vida revelava a graça da cortesia altruísta” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 45).

2. Leia Mateus 4:23. Como o ministério tríplice de Jesus (ensinar, pregar e curar) pode ser realizado por nós hoje?

Se reconhecermos que o ser humano é uma pessoa integral e indivisível, então não poderemos restringir nossa religião a questões espirituais. A verdade abrange todo o nosso ser, toda a nossa vida e todas as dimensões dela. Nossos elementos físicos e espirituais são tão poderosamente integrados que não podem ser separados. Como seres caídos, nunca seremos iguais à representação de Jesus descrita acima. No entanto, pela graça de Deus devemos imitá-la, porque “a obra da redenção” é esta: “Restaurar no homem a imagem de seu Autor, levá-lo de novo à perfeição em que fora criado, promover o desenvolvimento físico, mental e espiritual” (Ellen G. White, Educação, p. 9).

Isso é o que Deus procura fazer em Seu povo como parte do processo de prepará-lo para Seu retorno.

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Ao nos compararmos com Jesus, poderíamos facilmente ser desencorajados pela diferença. Focalizar a cruz e o que ela significa nos protege do desânimo?


Segunda-feira, 12 de dezembro
Ano Bíblico: Hb 1-3
O corpo como templo

A teoria dualista de um corpo mortal com uma alma imortal tem gerado teorias sobre o corpo humano. Por exemplo, para os antigos filósofos gregos, o corpo era a prisão da alma, que era libertada pela morte. Em um eco desse conceito pagão, os cristãos na atualidade acreditam que o corpo seja a morada temporal da alma imortal, que será reintegrada ao corpo na ressurreição. Por outro lado, os panteístas tornam o corpo humano divino, acreditam que Deus e o Universo sejam um e o mesmo. Para eles, todas as coisas são Deus e o corpo humano é parte de uma única substância divina integrada e universal. Rodeados de teorias conflitantes sobre o assunto, devemos nos manter firmes no que a Bíblia ensina sobre a natureza da humanidade.

3. Leia 1 Coríntios 6:19, 20 e 10:31. Como o entendimento de que nosso corpo é o “templo de Deus” e o “templo do Espírito Santo” pode influenciar positivamente nosso estilo de vida?

Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26, 27), o que se refletia não apenas em seu caráter, mas também em seu aspecto físico. Como essa imagem foi manchada e até mesmo escondida pela presença do pecado, a obra da redenção é restaurar os seres humanos à sua condição original, incluindo sua saúde física, na medida do possível para seres que não desfrutam da árvore da vida.

A restauração é um processo de toda a vida, que só será completado na segunda vinda de Cristo, quando o corruptível se revestir do incorruptível (1Co 15:53, 54).

O apóstolo João escreveu ao amigo Gaio: “Amado, peço a Deus que tudo corra bem com você e que esteja com boa saúde, assim como vai bem a sua alma” (3Jo 2).

Se reconhecemos que o ser humano é indivisível e que a religião abrange todos os aspectos da vida, consideramos o cuidado da saúde física um dever religioso. Devemos ser guiados pelo princípio inspirado: “Se vocês comem, ou bebem ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31). Mas lembre-se de que, no mundo em que vivemos, as pessoas boas podem fazer seu melhor e ainda assim sofrer as consequências da natureza pecaminosa e do ambiente pecaminoso. Então, devemos confiar em Deus, fazer nosso melhor e deixar os resultados com Ele.

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Terça-feira, 13 de dezembro
Ano Bíblico: Hb 4-6
A mente de Cristo

Alguns acreditam que o indivíduo será transformado com a mudança do ambiente. Devemos evitar lugares e circunstâncias que nos tornem vulneráveis à tentação (Sl 1:1; Pv 5:1-8). Mas o problema com a tentação e o pecado só pode ser resolvido pela mudança do coração (ou mente). Cristo tocou o cerne da questão: “Do coração das pessoas, é que procedem os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as maldades, o engano, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, o orgulho, a falta de juízo” (Mc 7:21, 22). Isso significa que a mente precisa ser transformada para que o comportamento seja alterado.

4. O que significa ter a “mente de Cristo”? 1Co 2:16; Sl 24:3, 4; Rm 12:2; Fp 4:8; Cl 3:2

O Senhor havia prometido que sob a “nova aliança” Ele colocaria Sua lei na mente de Seu povo e a escreveria no coração (Jr 31:31-33; Hb 8:8-10; 10:16). Não é surpresa que, no Sermão da Montanha, Cristo ampliou e aprofundou o significado dos mandamentos ao nível de pensamentos e intenções (Mt 5:17-48). Assim, podemos vencer a tentação somente pela graça de Deus e, no nível de pensamentos e intenções, devemos reivindicar a promessa para que dominemos os pensamentos pecaminosos.

Nós sempre teremos natureza pecaminosa até que Jesus volte. Mas, se estamos em Cristo, estamos totalmente cobertos por Sua justiça. Embora ainda não sejamos perfeitos, já somos considerados perfeitos Nele (Fp 3:12-15). “Quando estamos unidos a Cristo, temos a mente de Cristo. A pureza e o amor resplandecem no caráter, a mansidão e a verdade controlam a vida. A própria expressão de nosso semblante se transforma. Cristo, habitando na alma, exerce um poder transformador, e o aspecto exterior testifica da paz e alegria que reinam no interior” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 337).

Podemos ter essa transformação somente por meio da entrega diária, morte diária para o egoísmo, e pelo esforço determinado de, pela fé, ser obedientes a Jesus.

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Imagine como sua vida seria diferente se você pudesse deter seus pensamentos pecaminosos... Qual é a única maneira de fazer com que essa seja a sua experiência?


Quarta-feira, 14 de dezembro
Ano Bíblico: Hb 7-9
A orientação do Espírito

O Espírito é o Agente que derrama o amor em nosso coração (Rm 5:5), nos conduz à experiência de salvação (Jo 16:7-11), nos guia em toda a verdade (Jo 16:13) e nos capacita para a missão (At 1:8). Visto que é o Espírito Santo que neutraliza a obra satânica degenerativa, não é surpresa que Satanás tente, por todos os meios, distorcer nossa compreensão da natureza e da obra do Espírito. Enquanto alguns negam Sua personalidade, outros elevam os dons do Espírito acima de Seu poder transformador.

5. Leia Atos 8:4-24. Simão, o feiticeiro de Samaria, queria receber os dons do Espírito Santo sem ter sido regenerado por Ele. Como essa mesma atitude ainda se manifesta em nossos dias?

Os filhos de Deus são guiados pelo Espírito (Rm 8:14) em toda a verdade da Palavra (Jo 16:13; 17:17). Jesus advertiu: “Nem todo o que Me diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos Céus. Muitos, naquele dia, vão me dizer: ‘Senhor, Senhor, nós não profetizamos em Seu nome? E em Seu nome não expulsamos demônios? E em Seu nome não fizemos muitos milagres?’ Então lhes direi claramente: ‘Eu nunca conheci vocês. Afastem-se de Mim, vocês que praticam o mal’” (Mt 7:21-23). Isso significa que o Espírito Santo jamais guia alguém para longe da Palavra de Deus, que Ele mesmo inspirou, mas sempre nos leva à conformidade com essa Palavra.

O mesmo Espírito Santo que nos guia em toda a verdade nos capacita a conduzir outros a essa verdade (Mt 28:18-20; At 1:8). Enquanto cumprimos nossa missão, temos Sua assistência. Então, manhã após manhã, devemos nos ajoelhar diante do Senhor e renovar nossos votos de consagração a Ele. Se fizermos isso, Ele nos concederá a presença do Espírito, com Seu poder vivificante e santificador.

Devemos estar abertos à Sua liderança, fazendo escolhas conscientes para realizar o que é certo e evitar o que é errado. Ou seja, somente buscando, na força dada por Deus, viver como devemos, estaremos abertos para receber o poder do Espírito Santo.

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Por que é importante, a cada manhã, orar para estar abertos à direção do Espírito?


Quinta-feira, 15 de dezembro
Ano Bíblico: Hb 10, 11
Pronto para o Seu aparecimento

Vivemos neste mundo frenético, com muitas necessidades artificiais e distrações. Se não tomarmos cuidado, elas poderão tomar todo o nosso tempo e perverter nossas prioridades. Isso não é apenas mais um subproduto do mundo cibernético globalizado. Cristãos de todas as idades, em maior ou menor grau, precisam estar atentos às tentativas de Satanás de distraí-los do que realmente importa nesta vida.

Se não formos cuidadosos, quem não corre o risco de desviar o olhar do Senhor e se demorar em coisas mundanas e carnais que não podem nos satisfazer e que, no fim, podem levar à ruína espiritual?

6. Leia 2 Pedro 3:14 e 1 João 3:1-3. Que diferença há entre preparar-se para a segunda vinda de Jesus e estar pronto para esse evento glorioso?

Muitas vezes a noção de preparação contínua para o retorno de Cristo se torna uma desculpa para a procrastinação. Essa ideia pode facilmente levar alguém à negligência com base na suposição do servo mau: “Meu senhor demora para vir” (Mt 24:48).

7. Leia Salmo 95:7, 8; Hebreus 3:7, 8, 15; 4:7. O que esses versos nos dizem sobre estarmos prontos agora mesmo?

Da perspectiva bíblica, o tempo da salvação é sempre “hoje” e nunca amanhã. E mais: a não ser que ocorra uma grande experiência de conversão, continuaremos a ser o que somos agora. O tempo em si não converte os não convertidos. A menos que alguém esteja continuamente crescendo na graça e avançando na fé, a tendência, com o passar do tempo, é cair, tornar-se endurecido, cético, cínico e até incrédulo.

A partir dessa perspectiva, podemos dizer que cada dia de nossa vida é nossa vida em miniatura. Então, pela graça de Deus, devemos planejar o futuro e, ao mesmo tempo, viver cada dia prontos para o retorno de Jesus – especialmente porque, dadas as incertezas da vida, hoje pode ser seu último dia.

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Se Jesus voltasse hoje, você estaria pronto? Comente sua resposta com a classe.


Sexta-feira, 16 de dezembro
Ano Bíblico: Hb 12, 13
Estudo adicional

Textos de Ellen G. White: A Ciência do Bom Viver, p. 241-259 (“A cura mental”); Santificação, p. 5-11 (“A verdadeira e a falsa teoria comparadas”). “O grande conflito vai se aproximando do fim. Toda notícia de calamidade em terra ou mar é testemunho do fato de que está às portas o fim de todas as coisas. Guerras e rumores de guerra o declaram. [...] Haverá um só cristão cuja pulsação não se acelere ao prever os acontecimentos que se iniciam perante nós? O Senhor está vindo! Ouvimos os passos de um Deus que Se aproxima” (Ellen G. White, Maranata – O Senhor Vem! [MM 1977], p. 219).

“Viva a vida de fé a cada dia. Não se torne ansioso e preocupado acerca do tempo de angústia, tendo assim um tempo de angústia antecipado. [...] O amanhã não lhe pertence. Hoje, você deve manter a vitória sobre o eu. Hoje, você deve viver uma vida de oração. [...]” (Ellen G. White, Signs of the Times, 20/10/1887).“O Senhor há de vir logo, e precisamos estar preparados para encontrá- Lo em paz. Estejamos resolvidos a fazer tudo quanto está ao nosso alcance para comunicar luz aos que nos cercam. Não devemos estar tristes, mas animados, e ter sempre perante nós o Senhor Jesus. [...]” (Ellen G. White, Visões do Céu, p. 165).

“O Senhor há de vir logo, e precisamos estar preparados para encontrá- Lo em paz. Estejamos resolvidos a fazer tudo quanto está ao nosso alcance para comunicar luz aos que nos cercam. Não devemos estar tristes, mas animados, e ter sempre perante nós o Senhor Jesus. [...]” (Ellen G. White, Visões do Céu, p. 165).

Perguntas para consideração

  1. A noção de corpo, alma e espírito como um todo indivisível nos ajuda a entender o escopo abrangente da religião e a importância do nosso estilo de vida?

  2. Os verdadeiros reavivamentos e reformas são teocêntricos e nunca antropocêntricos. A parábola do fariseu e do cobrador de impostos (Lc 18:9-14) ilustra esse princípio?

  3. Você pode ter certeza de que está pronto para a volta de Cristo sem ser presunçoso?

Respostas e atividades da semana: 1. Mental, física, espiritual e social. 2. Pela graça de Deus, podemos dar estudos bíblicos, pregar, orar pela cura de doenças e ensinar a mensagem de saúde. 3. Se entendemos que o corpo é o templo do Espírito Santo, consideramos o cuidado da saúde física um dever religioso. 4. Obter vitória sobre a tentação também no nível de pensamentos e intenções. Alcançamos isso somente pela graça transformadora. Deve- mos reivindicar Sua promessa de gravar Sua lei em nossa mente e em nosso coração, e buscar, pela fé, ser obedientes. 5. Muitos dizem ter o Espírito Santo, mas estão longe da Palavra de Deus, a qual o próprio Espírito inspirou. Se essas pessoas não agem em conformidade com essa Palavra, elas não possuem o Espírito de Deus. 6. Muitas vezes a ideia de se “preparar” sugere algo ainda no futuro, ao passo que o conceito de “estar pronto" indica que aguardamos a volta de Cristo a cada dia. 7. O tempo da salvação é sempre “hoje” e nunca amanhã.

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Resumo da Lição 12
A cosmovisão bíblica

TEXTOS-CHAVES: Gn 2:7; Lc 2:52; Rm 8:4-14; 1Co 2:16; Fp 2:5

ESBOÇO

A cosmovisão bíblica se opõe à filosofia grega do dualismo, a qual supõe que o corpo é ruim, mas o espírito é bom. O dualismo afirma que uma alma eterna é escravizada em um corpo mortal, e essa alma é libertada por ocasião da morte de cada pessoa, momento em que ela viverá eternamente.

Essa visão contradiz o claro ensino bíblico de que Deus criou tudo muito bom, incluindo nosso corpo. Fomos criados dependentes de Deus, ou seja, fomos feitos sem imortalidade inerente. A vida não está em nós; ela nos é dada de uma Fonte externa, e, à medida que vivermos em estreita relação com Deus, essa vida é mantida para sempre. Deus fez os seres humanos como almas viventes (Gn 2:7). A imortalidade não está em nós, mas nos é oferecida constantemente pelo próprio Senhor, uma Fonte externa.

Na cosmovisão bíblica da natureza humana, somos uma unidade de todos os aspectos de nossa existência, ou seja, físico, mental/intelectual, emocional, volitivo, espiritual e social, aspectos que não existem separadamente ou de forma independente uns dos outros. Tudo é reunido por nosso Deus Criador em uma unidade maravilhosa e inseparável, e tudo precisa ser santificado por Deus (1Ts 5:23). Quando alguém morre, não há atividade em nenhum desses aspectos (Ec 9:5, 6).

Nosso ser é uma unidade, e Deus deseja mudá-lo. Para alcançar essa transformação, Ele fala conosco. Ellen G. White enfatiza que o Senhor Se comunica conosco por meio de nosso cérebro: “Os nervos cerebrais que se comunicam com todo o organismo são os únicos meios pelos quais o Céu pode se comunicar com o ser humano e influenciar sua vida mais íntima” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 289). É muito importante ter a mente de Cristo para entender a Sua palavra. Quando a Palavra de Deus habita em nós e nos guia constantemente, então nossa mente pode ser transformada pelo poder do Espírito Santo. “Somente por meio da iluminação do Espírito através do qual a Palavra foi dada é que podemos atingir um entendimento da Palavra de Deus” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 110). Paulo explica: “E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2).

COMENTÁRIO

A vida segundo o Espírito

A dimensão espiritual de nossa vida é da maior importância e deve ser cultivada adequadamente. Para nos ajudar na compreensão e realização dessa tarefa, o apóstolo Paulo contrasta nitidamente a vida segundo a carne e a vida segundo o Espírito (Rm 8:4-6). A carne e o Espírito estão em oposição: a natureza carnal da humanidade versus a natureza espiritual, que é regenerada pelo Espírito Santo (Rm 8:9-11). Cultivar nossa vida espiritual requer atenção a todas as facetas de nossa existência, incluindo atitudes e motivos. Devemos escolher entre Deus e os Seus valores ou o pecado e o ego por meio dos quais satisfazemos os desejos da carne, como luxúria, ganância, inveja, raiva, orgulho e domínio. Paulo nos assegura que aqueles que permitem que Deus os transforme, que fixam a mente nas coisas do Espírito e nas coisas do alto (Cl 3:2), são guiados pelo Espírito. Esses crentes são filhos de Deus (Rm 8:5, 14). Ezequiel fala sobre a escolha de viver com um coração de pedra ou com um coração de carne (Ez 36:26), ou seja, ser sensível à voz de Deus, disposto a mudar e aberto a ajudar os necessitados. Somente o Cirurgião celestial pode realizar com sucesso esse transplante do coração humano

O corpo – aspecto físico

Os seres humanos são carne (Gn 6:3) e também são pó, tirados da terra, e ao pó voltam (Gn 3:19). Esse axioma significa que somos frágeis e mortais. No entanto, Paulo encoraja os crentes a ser cheios do Espírito para servir e glorificar a Deus em seu corpo: “Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo, que está em vocês e que vocês receberam de Deus, e que vocês não pertencem a vocês mesmos? Porque vocês foram comprados por preço. Agora, pois, glorifiquem a Deus no corpo de vocês” (1Co 6:19, 20). Além disso, explica qual deve ser o nosso objetivo na vida: “Portanto, se vocês comem, ou bebem ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31).

Alma/coração – aspectos emocionais, intelectuais e volitivos

A Bíblia hebraica sublinha a noção de coração em muitos versos. Deus declara que transformará o coração humano por meio de Seus ensinamentos, graça e Espírito: “Na mente lhes imprimirei as Minhas leis, também no seu coração as inscreverei” (Jr 31:33). “Porei dentro de vocês o Meu Espírito e farei com que andem nos Meus estatutos, guardem e observem os Meus juízos” (Ez 36:27). Na Bíblia, o coração representa mais do que apenas um órgão físico que bombeia sangue – simboliza a sede das emoções, lugar em que tomamos decisões, sentimos e pensamos. Representa nossa vida interior, a vida profunda de nossos motivos, objetivos e desejos.

Aspecto social

Fomos criados como seres sociais. Ninguém é uma ilha isolada para si mesmo. Fomos criados com essa dimensão social. A vida social é um aspecto muito importante de nossa existência, e para ter um equilíbrio saudável, precisamos cultivar relacionamentos significativos com outras pessoas e servir uns aos outros como Cristo fez (Mt 20:28). Isso foi bem manifestado na infância de Jesus – o modo como progrediu e cresceu de forma abrangente: “E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2:52). A vida de Cristo estava em equilíbrio à medida que todos os aspectos da Sua personalidade – as dimensões mental, física, espiritual e social – se desenvolviam em perfeita harmonia.

A mente de Cristo

O apóstolo Paulo deixa claro que todo crente deve ser uma pessoa espiritual. Temos a mente de Cristo somente quando discernimos espiritualmente as coisas espirituais e somos guiados pelo Espírito de Deus (Rm 8:14). “‘Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que O possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo” (1Co 2:16). Dessa forma, podemos ter vislumbres da mente de Deus para que possamos conhecer Sua forma de pensar.

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5, ARA). A Nova Almeida Atualizada traduz essa frase assim: “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus”. A Nova Versão Internacional e algumas outras traduções explicam esse termo corretamente como atitude: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus”. Precisamos pensar de acordo com o modo como Deus pensa. Jesus repreendeu Pedro por seu pensamento terreno: “está pensando como um ser humano pensa e não como Deus pensa” (Mt 16:23, NTLH).

Estudos antropológicos e neurociências

Estudos recentes em antropologia teológica apresentam excelentes e novos pontos de vista sobre a mortalidade do ser humano como um todo. A pesquisa confirma o ensino bíblico. David P. Gushee declara: “Ao contrário da noção grega de que o corpo se decompõe enquanto a personalidade consciente flutua para o Céu, uma compreensão bíblica (especialmente judaica) parece não prever tal existência separável entre corpo e alma ou espírito. Quando morremos, tudo em nós morre” (Only Human: Christian Reflections on the Journey Toward Wholeness [San Francisco, CA: Jossey-Bass, 2005], p. 49).

Nancey Murphy inclui as funções físicas e relacionais de nossa existência e enfatiza a responsabilidade humana moral. Em vez de uma alma, ela usa a noção de pessoa [ou o ser]: “O termo pessoa [ser] é usado de várias maneiras na psicologia e na filosofia. O que está em questão nesse caso não é o significado de pessoa [ser]. Em vez disso, a questão é ter um conceito de sua própria pessoa [ou de seu próprio ser]” (Murphy, “Nonreduction Physicalism”, em In Search of the Soul: Four Views of the Mind-Body Problem, ed. Joel B. Green e Stuart L. Palmer [Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2005], p. 124). Murphy afirma que os humanos são físicos e que “é o cérebro que faz o trabalho antes atribuído à mente ou à alma” (In Search of the Soul: Four Views of the Mind-Body Problem, p. 132). Que confirmação impressionante do que Ellen G. White declarou (veja a citação na seção Esboço).

Joel Green, usando sua formação em neurociência e pesquisas bíblicas, afirma que precisamos de uma melhor compreensão da antropologia bíblica. Ele defende a visão holística bíblica da humanidade. Enfatiza que os seres humanos são uma unidade e não possuem uma alma ontologicamente distinta; portanto, ele corretamente nega que após a morte física a alma viva em um “estado intermediário” (Body, Soul, and Human Life: The Nature of Humanity in the Bible [Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2008], p. 177-180). Green conclui sua pesquisa com a esperança da ressurreição e declara poderosamente: “Nada no ser humano criado é intrinsecamente imortal. A ressurreição e a vida corporificada após a morte são obra de Deus, dádiva divina” (Body, Soul, and Human Life, p. 175).

F. F. Bruce declara de forma correta: “No uso bíblico, a imortalidade pertence inerentemente somente a Deus; ou apenas àqueles a quem Deus a dá. Novamente, no que diz respeito aos seres humanos, na Bíblia se declara que a imortalidade dada por Deus é a do corpo, não da alma.

“Em nossa cultura ocidental, o pensamento e a linguagem sobre a imortalidade foram amplamente determinados pela doutrina de Platão sobre a imortalidade da alma. Mas qualquer tentativa de combinar a doutrina desse filósofo com o ensino da Bíblia só pode levar à confusão, pois, para Platão, imortalidade não era o mesmo que para os escritores bíblicos, tampouco o era a noção de alma.

“Para os cristãos, a esperança da imortalidade está ligada à ressurreição de Cristo” (“Foreword”, em George Wisbrock, Death and the Soul [Oakbrook, IL: ZOE-Life Books, 1990], p. i).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

  1. Imagine que um amigo seu esteja desanimado, desapontado e deprimido. Como você pode ajudá-lo a ganhar confiança e esperança?

  2. Individualismo, egocentrismo e egoísmo matam todos os relacionamentos significativos, os quais são construídos com base na confiança e no sacrifício. Como você pode construir uma vida social relevante com as pessoas ao seu redor?

  3. Ellen G. White declara: “Se pensarmos e falarmos mais de Jesus, e menos do próprio eu, teremos muito mais de Sua presença conosco. [...] O Cristo crucificado deve ser o tema de nossas meditações, de nossas conversas, e de nossas mais alegres emoções” (Caminho a Cristo, p. 101, 102). Como podemos compartilhar Cristo de maneira prática quando fazemos refeições ou nos socializamos com as pessoas?

  4. Como você pode ter a mente de Cristo? Do que isso depende e como pode ser desenvolvido?

  5. Considerando que Deus Se comunica conosco por meio de nervos sensíveis em nosso cérebro, como podemos protegê-los e cultivá-los em sua melhor forma?

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Deus qualifica os chamados

Frank

Vanuatu | 10 de dezembro

Frank foi criado como um menino mimado em Vanuatu, no Pacífico Sul.

Filho único do segundo casamento de seu pai, ele foi favorecido por seus pais, assim como o menino José foi favorecido por seu pai, Jacó, na Bíblia. E, como na história de José, o ciúme dos irmãos levou a problemas com os meios-irmãos mais velhos do primeiro casamento de seu pai.

Infeliz em casa, Frank encontrou alegria estudando no Colégio Adventista de Aore. Ele fez muitos amigos e gostava de ir à igreja no sábado.

No entanto, enquanto estava no ensino médio, ele adoeceu e foi hospitalizado. Seus pais, preocupados que ele pudesse morrer, decidiram mantê-lo em casa quando ele saiu do hospital. Esse foi o fim da educação de Frank. Ele nunca terminou o ensino médio.

Frank juntou-se a outros garotos da aldeia tornando-se um garoto comum da aldeia. Ele não tinha habilidades para conseguir um emprego. Quando o pai morreu, seus meios-irmãos mais velhos herdaram a propriedade, deixando Frank sem nada. Frank se tornou um garoto perdido da aldeia sem propósito ou significado na vida.

Uma coisa de que Frank gostava no Colégio Adventista de Aore era a aula de carpintaria, na qual ele aprendeu a fazer móveis. Relembrando a aula de carpintaria, ele começou a ganhar a vida construindo pequenos móveis e casinhas em sua aldeia.

Os anos se passaram, e Frank se casou e teve filhos. Ele desistiu de fazer móveis, confiando em sua mãe e sogros para sustentar sua família. Ele e sua esposa discutiam constantemente, com sua esposa lhe dizendo para encontrar trabalho para sustentar seus filhos.

Parecia não haver saída. Em desespero, uma noite, Frank caiu de joelhos e implorou a Deus por ajuda. “Por favor, dê-me uma chance de provar a mim mesmo”, ele orou.

Pouco tempo depois, um meio-irmão mais velho, Ken, ofereceu a Frank um emprego de carpinteiro em uma fazenda de coco e cacau. A agradecendo a Deus pelo trabalho, Frank rapidamente colocou suas habilidades em prática consertando prédios agrícolas.

Mais tarde, uma fábrica de conservas o contratou como operário de manutenção. Suas habilidades chamaram a atenção de seu supervisor. Quando a fábrica de conservas faliu, o supervisor abriu seu próprio negócio e contratou Frank para trabalhar com ele na fabricação de móveis e na construção de prédios comerciais.

Frank tornou-se bem-sucedido e esqueceu-se de Deus. Ele se esqueceu de sua oração desesperada por trabalho. Até que certa noite, enquanto dormia, Frank sonhou que via sua avó entregando uma mensagem divina. Sua avó prometeu que ele se tornaria um empresário proeminente e dono de sua própria empresa. Mas, ela disse que, para isso acontecer, ele tinha que ser fiel a Deus. O sonho surpreendeu Frank, e ele decidiu entregar seu coração a Deus. Ele começou a ir à igreja todos os sábados.

Em poucos anos, seu sonho se tornou realidade. Frank tornou-se proprietário de uma empresa de construção e marcenaria de sucesso com uma equipe de funcionários. Lembrando seu desejo de ser fiel a Deus, ele voltou para sua aldeia natal para se reconciliar com todos os seus meios-irmãos mais velhos e fazer as pazes com o restante de sua família. Ele descobriu que seus meios-irmãos haviam construído uma pequena Igreja Adventista usando materiais de construção locais. A Maranatha doou materiais para construir uma igreja maior, em apenas um dia de construção, mas a estrutura permaneceu inacabada. Frank interveio para ajudar, projetando e construindo uma igreja maior.

Frank se sentiu bem em construir uma casa para Deus. Ele ansiava por fazer mais. Então, ele iniciou um ministério para reparar e completar igrejas inacabadas nas oitenta e três ilhas de Vanuatu. Hoje, ele ajuda a financiar muitos projetos da igreja por meio de seus negócios e é o ancião da Igreja do povoado de Bora Bora, na Ilha de Santo.

Frank diz que encontrou propósito e significado na vida. “Sou muito grato a Deus por me elevar de um menino de vilarejo não qualificado a um carpinteiro comercial qualificado”, disse ele.

Obrigado por sua oferta de décimo terceiro sábado neste trimestre, que ajudará as famílias em Vanuatu e em toda a Divisão do Pacífico Sul e no mundo a saber mais sobre Jesus por meio de uma série de filmes animados baseados em Caminho a Cristo, O Desejado de Todas as Nações, O Grande Conflito e outros livros amados de Ellen White.

Por Max Zenebe

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2022

Tema geral: Vida, morte e eternidade

Lição 12 – 10 a 17 de dezembro de 2022

A cosmovisão bíblica

Autor: Sérgio H. S. Monteiro

Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Já vimos que a Bíblia é clara quanto à constituição do homem. De acordo com o relato bíblico, o homem é o resultado da ação divina de mesclar a matéria inanimada com o fôlego de vida do próprio Deus. Nenhum texto que descreve a formação do ser humano valida a ideia de que este seja constituído por qualquer parte imortal, que sobreviva à morte. Também já vimos que a esperança bíblica para o problema da morte é a ressurreição do ser humano integral e não uma imortalidade natural de sua alma. Vimos também que a Bíblia nos fala de um tempo, chamado fim dos dias, em que a natureza do homem seria utilizada como um engano nas mãos do inimigo de Deus e dos homens que seguem o diabo, cuja identidade e origem também já estudamos.

O estudo desta semana reforça a necessidade de manter em foco cada item já estudado, entendendo como fazem parte da visão integrada conhecida como “grande conflito” e como direcionam o relacionamento de cada ser humano com os lados do conflito. Se, por um lado, somos tentados a aceitar uma doutrina que se baseia em filosofia e tem um curso de existência que a afasta das Escrituras e a aproxima da filosofia, por outro, somos instados a reconhecer a integralidade do ser humano, de acordo com as mesmas Escrituras e, ato contínuo, a promover o cuidado desse ser integral, de forma que o todo da existência seja apresentado diante de Deus no fim do conflito.

A Bíblia vai na contramão do pensamento divisor da filosofia religiosa imortalista moderna, que acaba por acentuar a necessidade de alimentar a alma, que seria o ponto de contato com a Divindade, em detrimento do corpo, visto como uma prisão, bruto e corrompido. Contrária a essa dicotomia, as Escrituras nos chamam a considerar o corpo como um templo para o Espírito Santo.

O que significa no pensamento bíblico ser templo do Espírito? A ideia bíblica de um templo sempre inicia com o conceito de habitação. De fato, o termo hebraico básico para o tabernáculo do deserto era mishkhan, do verbo shakhan, cujo significado era habitar. Dessa forma, a ideia mais básica de um santuário na Bíblia Hebraica era a habitação da Divindade. Depois vinham as ideias de adoração, intercessão, sacrifícios e outras. É importante notar que, nas ideias secundárias, estão envolvidas ações primárias do ser humano, enquanto na ideia primária, a ação parte da própria Divindade, que quer habitar no meio de Seu povo (Êx 25:8). Dessa forma, quando pensamos no corpo como um santuário, precisamos acentuar que o corpo humano é o templo por excelência, no qual habita a Divindade, quer que aí habitar, porque o nosso corpo foi construído e moldado para isso, e deve ser preparado para essa santa finalidade. Ele foi edificado por Deus para ser Seu santuário por excelência, foi moldado por Deus para ser suficientemente grande para recebê-Lo, mas deve ser preparado pelo próprio ser humano para alcançar a realização última de seu objetivo primário. Assim, ser templo do Espírito demanda um processo de preparo que pode ser visto na própria vida de Jesus, que afinou Suas percepções espirituais, sintonizou Suas emoções, cultivou Seu raciocínio e cuidou de Seu corpo, dando ao Espírito Santo um perfeito templo e a cada um de nós um exemplo mais do que suficiente.

O exemplo de Jesus nos mostra que o processo de preparação para ser templo do Espírito demanda atitudes conscientes de aproximação e demonstração de dependência, além de cuidado. Paradoxalmente como possa parecer, Jesus não cresceu em um único aspecto de Sua vida pelo poder que Nele havia, mas pela disposição de obedecer ao Pai celestial, depender Dele e Se aproximar Dele espiritualmente, ao mesmo tempo em que Se dispôs a ser submisso aos seus pais terrenos.

Cristo jamais utilizou Seu poder para possuir simetria corporal, mas a obteve pela força dos exercícios que fazia no auxílio a José em seu trabalho braçal. Sua inteligência infantil foi moldada pelo ensino das Escrituras por parte de Sua mãe, e Suas emoções infantis foram docilizadas pela comunhão com o Pai celestial e seus pais terrestres. Sim, essa descrição pode soar demasiadamente humana, mas é a descrição apresentada nas Escrituras em Lucas 2:52 e no Espírito de Profecia. Sua natureza humana não possuía qualquer propensão para o mal, mas Sua humanidade sofria privações, dúvidas e medos que todos passamos. Ele nos mostrou que a vitória é certa porque Ele venceu, nos possibilitando vencer também pelo Poder que há Nele.

Particularmente, gosto de pensar na humanidade de Cristo. Não para diminuí-Lo e trazê-Lo ao meu nível, mas para perceber como Deus nos atende sempre que O buscamos em oração e mantemos nossa mente Nele. Deus não atendia as orações de Jesus simplesmente porque Ele era a Segunda Pessoa da Divindade, mas principalmente porque Ele O buscava em oração, Nele confiava e, mesmo tendo todo o poder, nada fazia por Si mesmo. E nisso reside a grande diferença da cosmovisão bíblica para a cosmovisão imortalista: a doutrina imortalista diz que o ser humano possui um componente chamado alma que sobrevive à morte e que é tão eterno que não será destruído sequer pelo fogo do Deus Eterno, dando razão ao que a serpente prometeu: “É certo que vocês NÃO morrerão [...]” (Gn 3:4). Logo, de forma implícita, o imortalista afirma que o ser humano pode fazer algo SEM Deus: ser imortal. Por outro lado, a Bíblia diz que o ser humano é mortal, pecador, nada pode fazer por si mesmo e não viverá eternamente, a não ser que entregue sua vida a Deus, que o resgatou por intermédio do processo de vida, morte e ressurreição não de um ser humano comum, mas do próprio Deus, o Filho, que encarnou, viveu, morreu e ressuscitou, demonstrando que Ele possui todo o poder para libertar completamente os que a Ele se achegam.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: O Pr. Sérgio Monteiro é casado com Olga Bouchard de Monteiro. É pai de Natassjia Bouchard Monteiro e Marcos Bouchard Monteiro. É Bacharel em Teologia, Mestre em Teologia Bíblica, cursa doutorado em Bíblia Hebraica pela Theologische Universiteit Apeldoorn. Pastor da Brazilian Adventist Community Church na Associação do Norte da Nova Zelândia e membro da Adventist Theological Society, International Organization for the Study of the Old Testament, Society for Biblical Literature e Associação dos Biblistas Brasileiros.