Há muitos anos, a revista National Geographic contou sobre um incêndio florestal no Parque Nacional Yellowstone, nos Estados Unidos. Depois que o fogo cessou, guardas florestais subiram uma montanha para avaliar os danos. Um guarda encontrou um pássaro literalmente em cinzas ao pé de uma árvore. Perplexo pela visão triste, empurrou o pássaro com um graveto.
Nisso, três passarinhos pequenos correram de debaixo das asas de sua mãe morta. A mãe amorosa, profundamente consciente do desastre iminente, tinha levado seus filhotes para a base da árvore e os havia reunido sob suas asas. Ela poderia ter voado em segurança, mas se recusou a abandonar seus bebês. Que imagem do crente que está seguro em Cristo!
O fogo do juízo divino ardeu sobre Ele no Calvário, e todos os que estão em Cristo estão seguros para sempre sob Suas asas. Na cruz, Cristo foi julgado como um pecador condenado para que pudéssemos ser julgados como cidadãos justos do reino celestial. Ele foi julgado como um criminoso para que pudéssemos ser libertos do fogo destrutivo da perdição eterna, tanto de modo figurado quanto literalmente.
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Como já vimos, haverá um juízo antes de Cristo voltar. O anjo anuncia em alta voz: “é chegada a hora em que Ele vai julgar” (Ap 14:7). O livro de Daniel nos informa quando esse juízo começa.
1. Leia Daniel 8:14. Que tempo específico Daniel apresenta para a purificação do santuário?
Todo judeu entendia claramente o significado da purificação do santuário terrestre. Acontecia no Dia da Expiação, que era o dia do juízo. Embora Daniel entendesse o conceito da purificação do santuário e do juízo, ele ficou confuso sobre esses 2.300 dias.
2. Leia Daniel 8:27 e 9:21, 22. Qual foi a reação de Daniel à visão dos 2.300 dias, e o que Deus lhe respondeu?
No fim do capítulo 8 de Daniel, o profeta desfaleceu e disse: “Fiquei espantado com a visão, e não havia quem a entendesse” (Dn 8:27). Ou seja, a visão dos 2.300 dias (o restante da visão já havia sido explicada; ver Dn 8:19-22). O capítulo seguinte, Daniel 9, registra o anjo Gabriel indo explicar a Daniel a profecia dos 2.300 dias. “Daniel, agora eu vim para dar a você inteligência e discernimento” (Dn 9:22).
Gabriel surpreendeu Daniel ao revelar uma resposta muito mais ampla à sua oração do que ele jamais havia imaginado. O anjo conduziu o profeta pelo fluxo do tempo e revelou a verdade sobre o Messias vindouro, apontando as datas exatas do início de Seu ministério e Sua morte cruel, eventos que estavam diretamente ligados à purificação do santuário, mencionada em Daniel 8. Em outras palavras, a morte de Cristo e o juízo estão inseparavelmente ligados.
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3. Segundo o anjo, a que período de tempo se aplicam a visão de Daniel 8 e os 2.300 dias, e por que é importante entender isso? Dn 8:17, 19, 26
Alguns argumentam que os 2.300 dias são literais. Acreditam que o chifre pequeno de Daniel 8 se refira ao líder militar selêucida Antíoco Epifânio (216 a.C.–164 a.C.), que atacou Jerusalém e profanou o templo judeu, embora os 2.300 dias não se encaixem sequer na sua época. Essa interpretação, no entanto, é contrária à clara instrução do anjo de que a visão se aplica ao “tempo do fim”. Antíoco não viveu nesse tempo.
Em Daniel 8, Gabriel começou a explicação sobre a profecia dos 2.300 dias. Ele disse que o carneiro representava a Média e a Pérsia e o bode representava a Grécia (Dn 8:20, 21). Embora não tenha sido nomeado, como foi o caso dos dois poderes antes dele, o elemento seguinte, o chifre pequeno, é obviamente Roma (Dn 8:9, 23, 24). Ele, então, retratou uma espécie de fase político-religiosa de Roma, que lançaria “por terra a verdade” e interferiria no ministério celestial de Cristo (Dn 8:10-12, 25). A purificação do santuário em Daniel 8:14, o clímax do capítulo, é a resposta de Deus ao desafio dos poderes terrenos e religiosos que tentaram usurpar a autoridade divina. É parte da solução de Deus para o problema do pecado.
Gabriel estava pronto para explicar os detalhes no cronograma profético. No fim do capítulo 8, vemos que o profeta não entendeu a parte da visão sobre os 2.300 dias (Dn 8:27). A parte anterior sobre o carneiro, o bode e o chifre pequeno tinha sido explicada, sendo que os dois primeiros poderes tinham sido identificados pelo nome (Dn 8:20, 21). A purificação do santuário, no entanto, não tinha sido explicada.
Gabriel, que apareceu em Daniel 8, manifestou-se em Daniel 9 e disse: “Quando você começou a fazer as suas súplicas, foi dada uma ordem, e eu vim para explicar tudo a você, porque Deus o ama muito. Portanto, preste atenção à mensagem e entenda a visão” (Dn 9:23). Que visão? Como veremos amanhã, trata-se da visão dos 2.300 dias, a única parte da visão de Daniel 8 que o anjo ainda não tinha explicado a Daniel.
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4. Leia Daniel 9:23. Que instrução específica o anjo deu a Daniel? Por que isso é importante para compreender o significado da purificação do santuário em Daniel 8:14?
O anjo instruiu Daniel: “Preste atenção à mensagem e entenda a visão” (Dn 9:23). Que mensagem, e que visão? Como não há visão registrada em Daniel 9, Gabriel estava falando da parte da visão que o profeta não havia entendido – os 2.300 dias (Dn 8:27).
5. Daniel 9:24-27 fala de quais eventos na vida de Jesus?
A primeira parte dessa profecia diz respeito ao povo de Deus, os judeus. “Setenta semanas estão determinadas para o seu povo” – a nação judaica (Dn 9:24). Na profecia bíblica, um dia profético é igual a um ano profético literal (Ez 4:6; Nm 14:34). Em Daniel e Apocalipse, quando há imagens simbólicas, geralmente há também uma profecia simbólica de tempo. Uma forma de nos certificarmos de que o princípio profético do dia-ano se aplica nesse caso é que, quando o empregamos na profecia de Daniel, cada evento na linha do tempo se encaixa perfeitamente (veja a lição de amanhã). Se aplicarmos esse princípio, 70 semanas são compostas por 490 dias. Uma vez que um dia profético equivale a um ano literal, 490 dias são 490 anos literais.
Gabriel diz a Daniel que 490 anos estão “cortados” (significado literal da palavra hebraica chathak, traduzida algumas vezes como “determinados”). Cortados de quê? Da única outra profecia de tempo mencionada: os 2.300 dias de Daniel 8:14. Esses 490 anos, uma profecia temporal, estão diretamente ligados à profecia temporal de Daniel 8:14, a única parte da visão deixada sem explicação em Daniel 8 e a única profecia de tempo de Daniel 8. Assim, com essa profecia, Gabriel ajudou Daniel a entender o que ele não havia entendido no capítulo anterior: os 2.300 dias.
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Gabriel explicou que o ponto de partida para a profecia de 490 anos seria um evento importante para Daniel e para os judeus – a ordem para restaurar e reconstruir Jerusalém. Embora vários decretos tenham sido aprovados em relação a Jerusalém, em Esdras 7 descobrimos que o decreto aprovado no ano 457 a.C. permitiu que os judeus não apenas retornassem à sua terra, mas também se estabelecessem como uma comunidade religiosa (Ed 7:13, 27).
O decreto de Artaxerxes foi emitido no outono de 457 a.C. A partir dele até o Messias seriam 69 semanas, ou 483 anos. Se começarmos o cálculo em 457 a.C. e seguirmos em frente na linha do tempo da história, chegaremos a 27 d.C.
A palavra Messias significa “Ungido”. Em 27 d.C., Jesus Cristo, o Messias, foi batizado (Mt 3:13-17). Daniel previu com séculos de antecedência o ano exato do batismo de Cristo, o tempo em que Ele começaria Seus três anos e meio de ministério.
6. Que grandes verdades são reveladas em Romanos 5:6-9 e Daniel 9:26?
“E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias” (Dn 9:26, ACF). O Messias seria imolado ou crucificado. O verso acrescenta: “mas não para Si mesmo”. Em outras palavras, a morte de Cristo na cruz foi para nós, não para Ele mesmo. Por isso Paulo escreveu: “Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores” (Rm 5:8).
Em Daniel 9:27, lemos que na metade da semana dos últimos sete anos, Cristo faria “cessar o sacrifício e a oferta”. Na metade dessa sétima semana, em 31 d.C., Cristo confirmou a aliança eterna com Seu sangue ao morrer na cruz, e o sistema de sacrifícios perdeu todo e qualquer significado profético.
Essas profecias revelam que o Messias seria crucificado e, consequentemente, o sistema de sacrifícios perderia seu significado profético na primavera de 31 d.C. Essas previsões se cumpriram em todos os detalhes. Exatamente na Páscoa, quando o sumo sacerdote oferecia o cordeiro pascal, Cristo foi sacrificado por nós.
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Os primeiros 490 anos da profecia de 2.300 anos foram designados especialmente para a nação judaica da antiguidade e para a vinda do Messias. A última parte dos 2.300 anos tem a ver com o povo de Deus, tanto judeus quanto gentios, juntamente com a purificação do santuário celestial e, finalmente, a segunda vinda de Cristo.
Os primeiros 490 anos se aplicam ao primeiro advento do Messias e terminaram em 34 d.C. Ao subtrairmos 490 anos dos 2.300 anos nos restam 1.810 anos. Esses 1.810 anos se aplicam ao povo de Deus. Se partirmos de 34 d.C. e somarmos 1.810 anos, chegaremos a 1844 d.C.
À luz da purificação do santuário ou da restauração da verdade sobre o santuário e o juízo celestial no tempo do fim, em Apocalipse 14:6, 7 Deus faz Seu último apelo a toda a humanidade para que responda ao Seu amor, aceite Sua graça e viva de forma piedosa e obediente.
7. Leia Levítico 16:16. Qual foi a razão para a purificação do santuário, e o que isso nos ensina sobre o evangelho?
Por causa dos pecados e das iniquidades do povo, o santuário tinha que ser purificado, o que só acontecia por meio do sangue de animais. Isso também acontece conosco. Precisamos de um Salvador, cuja vida é simbolizada pelos animais mortos no Dia da Expiação, como o único modo de sermos absolvidos no juízo.
8. Leia Levítico 23:26-29. O que Deus ordenou que Seu povo fizesse no dia do juízo, e o que isso significa para nós?
“Afligireis as vossas almas” (ACF). Essa expressão indica que os israelitas deviam se humilhar, examinar o coração, se arrepender, confessar seus pecados e pedir que Deus os purificasse enquanto o sumo sacerdote purificava o santuário.
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Aqui está um modo rápido e fácil de visualizar a profecia das 70 semanas de Daniel 9:24-27: primeiro, as 70 semanas (Dn 9:24); em seguida, as sete semanas e 62 semanas, ou 69 semanas (Dn 9:25) das 70 semanas; há a última semana, a septuagésima (Dn 9:27); e, finalmente, essa última semana é dividida – “na metade da semana” (Dn 9:27) – em duas partes de três anos e meio.
É isso. Setenta semanas, compostas de sessenta e nove semanas e uma semana. E essa semana é dividida ao meio. Basta estabelecer o ano 457 a.C. como o início, e, com matemática simples, chegaremos a 1844 na linha do tempo.
Ao falar dos 2.300 dias, Daniel 8 não disse quando o período começaria. “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs. Depois, o santuário será purificado” (Dn 8:14).
Até dois mil e trezentos dias a partir de quando? Por que não a partir de quando Daniel teve a visão, “no terceiro ano do reinado do rei Belsazar” (Dn 8:1)?
A visão de Daniel 8 não incluía Babilônia. Começava com eventos posteriores, ou seja, Média-Pérsia, Grécia, Roma, até “o fim”. Por que datar um evento, a purificação do santuário, que está na visão, a partir de um império, Babilônia, que não aparece? A data de início para o clímax da visão deve vir de dentro da própria visão, que começou com a Média-Pérsia e se estenderia até “o fim”. Seria muito tempo.
Qual seria a data do início? Daniel 8 não diz. Mas Daniel 9 traz a revelação.
Perguntas para consideração
- Qual é a estreita relação entre o evangelho e o juízo, conforme a profecia das 70 semanas? Essa é uma boa notícia? Isso alivia o medo em relação ao juízo?
-
Em favor de quem o Messias foi cortado? (Dn 9:26, ACF)
- Por que o santuário era purificado? (Lv 16:16). Como o povo devia agir nessa ocasião? (Lv 23:26-29). Que significado isso tem para nós em nossos dias?
Respostas e atividades da semana: 1. Duas mil e trezentas tardes e manhãs. 2. Daniel adoeceu, ficou espantado com a visão e não havia quem a entendesse. Deus enviou Gabriel para explicar a visão ao profeta. 3. Ao tempo do fim. A visão se aplica aos nossos dias. 4. Preste atenção à mensagem e entenda a visão. 5. Batismo, ministério e morte. 6. O Messias seria imolado ou crucificado no tempo indicado na profecia. Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores. 7. Por causa dos pecados do povo o santuário tinha que ser purificado. O evangelho proclama nossa esperança mediante a fé no sacrifício de Cristo. Assim como o sacrifício de animais substituíam a morte do pecador, Cristo é nosso Substituto. 8. Os israelitas deviam se humilhar e examinar o coração, confessar seus pecados, se arrepender e pedir que Deus os purificasse. O mesmo devemos fazer no presente.
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PARTE I – VISÃO GERAL
A Matemática é uma ciência exata. Nas profecias de Daniel e Apocalipse sobre o juízo, o Espírito Santo revelou aos profetas provas matemáticas muito específicas de que a Palavra de Deus é confiável. Na lição desta semana, examinaremos algumas dessas evidências.
Daniel 9 é um dos capítulos mais impressionantes da Bíblia. Ele revela claramente o tempo determinado para o batismo de Jesus, Sua morte na cruz e a proclamação do evangelho aos gentios. Essas profecias não são dadas apenas em termos vagos ou amplos. Quando confrontadas com a exatidão dessas profecias, muitos céticos, ao compreender seu significado, tornaram-se comprometidos seguidores de Jesus.
Daniel 9 é uma resposta à visão de Daniel: “Fiquei espantado com a visão, e não havia quem a entendesse” (Dn 8:27). A visão de Daniel 8 é a visão do domínio da Grécia sobre a Média-Pérsia, descrita como a colisão do bode contra o carneiro. Um chifre pequeno (Roma Papal) surge e domina o cenário político e religioso. Esse poder do chifre pequeno acaba por distorcer a verdade sobre Jesus e, de acordo com Daniel 8:12, “lançou por terra a verdade”. Então, Daniel ouve o anjo perguntar: “Até quando [...]?” (Dn 8:13), isto é, por quanto tempo o erro triunfaria? Por quanto tempo o mal reinaria? Quando a verdade seria restaurada ao seu devido lugar entre o povo de Deus? Quando a justiça reinaria e a maldade terminaria? A resposta se encontra em Daniel 8:14: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs. Depois, o santuário será purificado”.
PARTE II – COMENTÁRIO
A palavra hebraica para “purificado” em Daniel 8:14 é nisdaq. Essa palavra tem sido traduzida com vários significados: “restaurado”, “corrigido”, “purificado”, “limpo”, “justificado” e “vindicado”. A palavra hebraica nisdaq provavelmente inclui toda essa gama de significados.
Uma tradução livre de Daniel 8:13, 14 poderia ser: “Em que momento o santuário será restaurado ao seu devido lugar, quando ele será limpo ou purificado do pecado, quando o nome de Deus será vindicado, Sua verdade exaltada e todas as coisas corrigidas novamente?” O anjo responde: “Até dois mil e trezentos dias, então o santuário será purificado” (Dn 8:14). A resposta completa a essa pergunta não se encontra em Daniel 8. No fim do capítulo, enquanto o anjo explica a visão a Daniel, o profeta fica abatido (Dn 8:27). Os anos se passam. Então, em Daniel 9, o profeta ora pedindo entendimento, e o anjo retorna para esclarecer a parte inexplicada da visão (Dn 9:20-23). Em Daniel 9:24, o anjo declara: “Setenta semanas estão determinadas para o seu povo”.
As 70 semanas de Daniel 9 são “determinadas” a partir da profecia mais longa dos 2.300 dias, de Daniel 8:14. A palavra hebraica para “determinadas” aparece apenas aqui no Antigo Testamento hebraico. Ela pode ser traduzida literalmente como “cortadas”. Os rabinos usavam essa palavra para descrever algo cortado, ou amputado, de um período mais longo. O significado aqui é precisamente um corte. O futuro do povo judeu, o templo e Jerusalém também são descritos nessa profecia. As 70 semanas deveriam ser um tempo de provação para restaurar Israel ao pleno favor de Deus. Durante esse período, o Messias viria para “trazer a justiça eterna” (Dn 9:24).
Pode surgir a seguinte pergunta: Que evidência temos no próprio texto de que as 70 semanas não são semanas literais ou 490 dias literais? A expressão hebraica para “semanas” aqui também é usada como um grupo de dias ou pode ser traduzida como “70 setes”. Como os eventos profetizados ocorrem em um período muito maior do que 490 dias literais e, de fato, abrangem séculos, esse período deve ser entendido no contexto do princípio do dia/ano (Ez 4:6; Nm 14:34), isto é, um dia profético equivale a um ano literal.
Gerhard Pfandl, do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral da Igreja Adventista, faz o seguinte comentário esclarecedor sobre Números 14:34: “Deus deliberadamente usou o princípio do dia/ano como um recurso pedagógico: ‘Segundo o número dos dias em que vocês espiaram a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, vocês levarão sobre si as suas iniquidades durante quarenta anos e terão experiência do Meu desagrado’ (Nm 14:34). E, em uma parábola encenada, o profeta Ezequiel foi instruído a se deitar 390 dias do seu lado esquerdo e 40 dias do lado direito: ‘Um dia para cada ano’ (Ez 4:6). No entanto, Números 14 e Ezequiel 4 não são textos apocalípticos. Deus, portanto, deixa claro, um dia significa um ano. Nos textos apocalípticos isso nunca é declarado, é um princípio implícito” (Journal of the Adventist Theological Society, 23/1, 2012, p. 9). Esse princípio se aplica nas profecias de tempo de Daniel e Apocalipse. Quando se aplica o princípio de que um dia profético é igual a um ano literal, a profecia é desvendada. Os eventos previstos na linha do tempo profético se encaixam.
As 70 semanas de Daniel 9:25 resultam em 490 dias proféticos ou 490 anos literais. Esse período de 70 semanas começa com o decreto para restaurar e reconstruir Jerusalém. Quando a Babilônia foi derrotada pelos medo-persas, os novos governantes finalmente aprovaram três decretos separados, permitindo que os judeus retornassem do cativeiro babilônico para Jerusalém. Os dois primeiros decretos, emitidos por Ciro (Ed 1:1-4) e Dario (Ed 6:1-12), respectivamente, não incluíam de forma completa a reconstrução de Jerusalém, a restauração do templo e a legitimação de Israel como sistema judicial. O último dos três decretos, emitido por Artaxerxes, em 457 a.C., não apenas permitiu que o povo judeu retornasse à sua terra natal, mas também ofereceu provisões para que assim o fizessem, além de estabelecer a cidade de Jerusalém como sua autoridade civil, judicial e centro religioso.
Uma linha do tempo profético
Começando em 457 a.C., a profecia nos transporta ao longo dos séculos por 69 semanas proféticas, ou 483 anos, até 27 d.C. De acordo com ela, esse período profético culminaria na vinda do Messias, o Príncipe. “Messias” significa “Ungido”. Em 27 d.C. (o décimo quinto ano de Tibério César), exatamente como profetizado, Jesus Cristo, o Messias, foi batizado, ou ungido, para o Seu ministério (Lc 3:1-3, 15, 16, 21, 22).
O Messias seria cortado no meio da semana
Daniel previu com centenas de anos de antecedência a data exata do batismo de Jesus. A explicação de Gabriel a Daniel sobre Cristo continua. Como a lição desta semana claramente revela, o Messias seria “cortado”, ou crucificado, no meio da última semana da profecia das 70 semanas. Jesus foi crucificado em 31 d.C., exatamente como a profecia de Daniel predizia.
De acordo com a explicação de Gabriel a Daniel, a aliança do Senhor exclusiva com a nação judaica, que atuava como agente de Deus no plano da salvação, cessaria no fim das 70 semanas proféticas, em 34 d.C. A aliança agora seria oferecida a todos – primeiro aos judeus e depois aos gentios (ver Rm 1:16; 2:6, 10) – que aceitaram Jesus como seu Salvador.
Enquanto isso, os serviços do santuário eram lições objetivas, ilustrando o sacrifício de Jesus e o plano da salvação. Quando Ele morreu, os serviços do santuário não eram mais relevantes. Eles tinham servido ao seu propósito. Agora, os pecadores não precisavam mais sacrificar um cordeiro no templo; eles poderiam ir diretamente a Jesus e aceitar Seu sangue para cobrir seus pecados. Jesus é o Cordeiro de Deus, morto por nós, no tempo exato, como a profecia bíblica predizia.
O restante dos 2.300 anos
Como você deve se lembrar, as 70 semanas são apenas os primeiros 490 anos dos 2.300 anos da profecia de Daniel. Essa porção refere-se ao povo e à nação judaica. O restante dos 2.300 anos se estende até o tempo do fim. Os eventos relacionados com a primeira parte da profecia se cumpriram com incrível precisão. Tal precisão nos dá a certeza de que os eventos da parte restante da profecia também se cumprirão, exatamente como previsto.
A profecia começa com o decreto para “restaurar e para edificar Jerusalém”, em 457 a.C. (Dn 9:25). Se você começar em 457 a.C. e avançar 2.300 anos na linha do tempo da história (incluindo a mudança de 1 a.C. para 1 d.C., que não inclui um ano zero), você chega a 1844 d.C. Essa data inaugura a purificação do santuário no Céu e a obra de juízo, prefigurado pelo Dia da Expiação.
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
Peça aos alunos que reflitam sobre a pergunta: Por que é significativo que estejamos vivendo nos dias do juízo, o tempo da purificação do santuário, o antitípico dia da expiação?
Peça aos alunos que reflitam sobre as três importantes verdades do estudo desta semana:
Primeiro: Podemos confiar na Bíblia. Ela é matematicamente precisa. Ela é fidedigna em todos os seus detalhes. Revela datas exatas na linha do tempo da história, convencendo até os céticos de sua veracidade. Assim, a profecia reforça nossa confiança na credibilidade da Palavra de Deus.
Segundo: A mensagem da hora do juízo é um apelo ao nosso coração para que tenhamos um compromisso mais profundo com Jesus como Senhor da nossa vida. Durante o tempo do fim, o povo de Deus examinará seu coração, pedindo a Deus que perdoe seus pecados e os purifique de qualquer atitude ou prática que não esteja em harmonia com a vontade de Deus. Seu povo suplicará a Deus que os cubra com o manto da justiça de Cristo (Is 61:10).
Terceiro: A urgência do momento é um apelo para o povo de Deus testemunhar, com fervor renovado, a seus parentes, amigos, vizinhos e colegas de trabalho. O apelo da hora do juízo é a mensagem final do Céu para um mundo enfermo pelo pecado, uma mensagem que preparará o coração das pessoas para a vinda de Jesus.
Encerre a classe com as seguintes perguntas práticas, pedindo aos alunos que reflitam particularmente sobre as respostas durante a próxima semana:
- Eu entreguei totalmente minha vida a Cristo neste momento crítico da história da Terra? Se não, o que está me afastando Dele?
- Tenho certeza de que a minha salvação está segura em Jesus? Por quê? Por que devo confiar somente em Sua justiça? O que significa fazer isso? Minha esperança está total e absolutamente ancorada Nele? Se não, o que devo fazer para confiar plenamente Nele?
Propaganda de Desbravadores surpresa
Loida
Espanha | 29 de abril
O mundo de Loida desmoronou aos 12 anos, quando seus pais se divorciaram. Seus pais eram adventistas do sétimo dia. Seus avós eram adventistas. Loida foi criada como adventista. Mas quando seus pais se divorciaram, eles pararam de ir à igreja. Seu pai foi excluído.
Loida ficou chateada. Ela pensou que aquela igreja amorosa jamais excluiria seu pai. Quando ela falou sobre seus sentimentos de raiva, os membros da igreja lhe disseram que seu pai havia pecado. Na época, Loida era uma desbravadora fiel que se preparava para o batismo. Alguns membros questionaram se ela estava pronta para o batismo ao expressar tais sentimentos.
“Talvez você devesse esperar um pouco para ter suas perguntas respondidas primeiro”, disse um membro da igreja.
Loida decidiu não ser batizada e parou de ir à igreja.
Para seu desapontamento, ninguém fez contato com ela depois que ela saiu – nem o pastor, nem qualquer outro membro da igreja. Ela desejava que alguém perguntasse se ela estava bem ou que a encorajasse a continuar estudando a Bíblia em preparação para o batismo. Mas ninguém telefonou.
Trinta anos se passaram. Loida se casou, ficou viúva e se casou novamente.
Um dia, Loida estava olhando as redes sociais e viu uma propaganda de um campori de desbravadores. Como uma ex-desbravadora, ela ficou curiosa para saber mais. Ela se perguntou por que a propaganda teria aparecido em seu feed. Ela não tinha amigos adventistas ou qualquer outra conexão com a igreja nas redes sociais.
Loida clicou na propaganda e foi levada a vídeos de camporis anteriores. Ela chorou enquanto assistia aos vídeos. Lembrou-se de ir à igreja e participar de eventos dos desbravadores. Um forte desejo cresceu dentro dela para se reconectar com Deus.
À medida que procurava mais informações sobre a Igreja Adventista on-line, ela descobriu que a igreja tinha muitos recursos on-line, incluindo sermões. Ela passou uma semana inteira assistindo a sermões, programas de semana de oração e outros eventos da igreja. Ela mostrou alguns dos vídeos para sua filha de 8 anos, Valéria.
“Eu tenho raízes nessa igreja”, disse ela.
Valéria ficou fascinada com os vídeos dos camporis de desbravadores.
“Mãe, por que você não vai mais à igreja?”, perguntou ela.
Loida percebeu que não tinha uma resposta.
“Eu não sei”, disse ela.
Quando parou de ir à igreja na infância, ela pensou que tinha muitos motivos. Mas, quando adulta, percebeu que não tinha nenhum bom motivo.
Valéria pediu para ir ao campori de desbravadores.
Loida não conseguia pensar em ninguém na igreja para pedir ajuda, mas então ela se lembrou de um velho amigo adventista. O amigo ajudou mãe e filha a irem ao campori que havia sido anunciado nas redes sociais.
Foi uma experiência maravilhosa! Para Loida, a coisa mais maravilhosa foi que sua filha se encaixava bem com as outras crianças. Depois do campori, ela e sua filha decidiram começar os estudos bíblicos. Dois anos depois, Loida entregou seu coração a Jesus nas águas do batismo. Ela estava tão feliz!
Hoje, Valéria tem 10 anos e está estudando a Bíblia com a esperança de ser batizada um dia.
Loida tem seus próprios sonhos. Ela e Valéria vivem em uma pequena cidade com poucos adventistas por perto. Loida gostaria de se mudar para Sagunto, Espanha, que tem uma presença adventista maior, para que ela possa se envolver mais nas atividades da igreja e sua filha possa estudar na Escola Adventista.
Ela está feliz porque a propaganda dos desbravadores apareceu em seu feed de mídia social. “Durante 30 anos, eu senti como se algo estivesse faltando em minha vida”, diz ela. “Agora que voltei para a igreja e para Deus, minha vida parece completa.”
Parte das ofertas do décimo terceiro sábado de três anos atrás foi para o Colégio Adventista de Sagunto, cujo campus abriga a escola da igreja aonde Loida gostaria de enviar sua filha. Obrigado por suas ofertas missionárias que ajudam a espalhar esperança.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2023
Tema Geral: Temam a Deus e deem glória a Ele
Lição 6 – 29 de abril a 6 de maio
A hora do Seu juízo
Autor: Moisés Mattos
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Introdução
Nem sempre as coisas são como popularmente se imaginam. Um dos temas sobre o qual a imaginação popular está errada tem que ver com o juízo de Deus. Normalmente se pensa que o juízo acontecerá apenas no fim de todas as coisas. Biblicamente, porém, a visão do juízo já começou a se cumprir. Na verdade, o juízo tem fases. A primeira delas ocorre antes da volta de Jesus, justamente para dizer quem está pronto para morar com Ele no Céu. Quando começa o juízo divino? Esse é o tema desta semana.
I – Dois santuários e o juízo
Para entender o juízo na Bíblia precisamos entender o assunto dos dois santuários: o terrestre e o celestial.
Antes de Cristo, funcionou o santuário terrestre com seu sistema de sacrifícios e serviços. O santua?rio possui?a um pa?tio externo e dois compartimentos internos. O primeiro compartimento interno era o lugar santo, e o segundo, o lugar santi?ssimo. No lugar santo o sacerdote realizava o trabalho dia?rio (Hb 9:6). Ali havia uma mesa com pa?es, o candelabro e o altar de incenso (E?x 40:22, 24, 26). No lugar santi?ssimo, o sumo sacerdote entrava uma vez por ano no Dia da Expiac?a?o, o de?cimo dia do se?timo me?s (Hb 9:7).
O de?cimo dia do se?timo me?s era o Dia da Expiac?a?o. Todos os pecados confessados ficavam simbolicamente registrados no santua?rio ate? essa data. Nesse dia, acontecia, simbolicamente, a remoc?a?o dos pecados e a purificac?a?o do santua?rio. Animais eram sacrificados. Era um dia de jui?zo que ilustrava o dia do grande julgamento de Deus.
Com a morte de Cristo, começou o ministério de Cristo no santuário celestial. Quando foi rasgado o véu que separava o lugar santo do lugar santíssimo, os serviços do santuário terrestre perderam sua eficácia e tudo passou a ser realizado no santuário celestial (Mt 27:51; Hb 8:1-6).
Considerando o que foi exposto, temos que estudar qual é o tempo do juízo no santuário celestial para sabermos quando começa o juízo do tempo do fim.
II – O dia do juízo no santuário celestial
Se estamos lidando com o tempo do fim, precisamos entender os livros da Bíblia que se concentram nessa temática. Por exemplo, o texto de Daniel 8:14 é uma profecia sobre a purificação do santuário celestial, porque a visão se referia “ao tempo do fim” (Dn 8:17, 19).
Ele fala de um tempo para começar a purificação/juízo. Segundo ele, são 2.300 dias ou 2.300 anos, quando aplicamos o princípio do dia-ano, recurso utilizado pelos Reformadores e outros estudiosos para entenderem as profecias.
É interessante que a visão é dada no capítulo 8 de Daniel, mas não é explicada. Daniel ficou aflito (Dn 8:27), mas sua elucidação veio no capítulo seguinte, após um pedido de oração. O anjo Gabriel veio em socorro de Daniel. Ele disse: “Daniel, agora vim para dar-lhe percepção e entendimento” (Dn 9:22).
Gabriel explicou que os 2.300 anos da visão de Daniel 8:14 deveriam começar com a ordem para restaurar Jerusalém.
Essa ordem aconteceu em 457 a.C. Intérpretes debatem sobre qual seria essa ordem, mas estudos apontam na direção dessa data. Até mesmo um autor não adventista corrobora essa escolha (Gleason L. Archer, Encyclopedia of Bible Difficulties, Grand Rapids, Mich.: Zondervan, 1982, p. 290).
Em Daniel 9, o anjo apresenta o período em duas partes: começa com as 70 semanas reservadas para Israel até a chegada do Messias, o Príncipe (Dn 9:25). O ser celestial literalmente fala (Dn 9:24) que as 70 semanas foram “cortadas” (chathak) do período maior (2.300 anos).
O mensageiro disse que 69 semanas ou 483 anos seriam contados desde a ordem para reconstruir Jerusalém até o Messias. Uma conta rápida mostra que, ao deduzir 457 de 483, chegamos ao ano 27 d.C., ano do batismo de Jesus.
Restou a semana da aliança (ou 7 anos) do Messias. Na metade dessa semana, Ele morreria. Se contarmos essa semana ou sete anos, a sua metade chega a 31 d.C., ano da morte de Jesus. A outra metade da semana (3 anos e meio) nos leva ao ano 34 d.C., ano do apedrejamento de Estevão (At 7) e a consequente rejeição do Messias. Assim foi marcado o fim do tempo dos judeus como nação exclusiva no cumprimento da missão de evangelizar o mundo.
No entanto, como foi dito, a profecia é grande (2.300 anos). Até agora, usamos apenas 490 anos; restam 1.810. Somando 490 aos 1.810 anos, chegamos a 1844.
Dessa forma, cremos que 1844 assinala o início do juízo no santuário celestial, ou o período do ministério de Cristo correspondente ao lugar santíssimo e ao Dia da Expiação no santuário terrestre.
Conclusão
Se o juízo no santuário celestial começou em 1844, como devemos viver hoje?
“Nesse mesmo dia, vocês não farão nenhum trabalho, porque é o Dia da Expiação, para fazer expiação por vocês diante do Senhor, o seu Deus. Qualquer pessoa que, nesse dia, não se humilhar será eliminada do seu” (Lv 23:28, 29).
Esse texto traz palavras solenes e pesadas, mas não precisamos temer nada quando Jesus Cristo é o nosso Juiz. No modelo bíblico, o juiz está ao lado daqueles que confiam em sua justiça. O Salmista captou muito bem esse ponto quando clamou: “Livra-me por Tua justiça” (Sl 31:1). No decorrer dos anos, religiosos, como Lutero, tiveram dificuldades para entender que o juízo de Deus é bom e favorável aos Seus filhos. Atualmente, os adventistas deparam-se com o mesmo problema. Cremos que há um juízo ocorrendo no Céu, agora (desde 1844), e isso pode nos causar sentimentos diferentes. Mesmo assim, não é preciso ter medo ou pavor. Afinal, a “justiça de Deus se revela no evangelho” (Rm 1:17), e o evangelho são as boas-novas de um Deus que Se entregou por nós.
Confiemos em nosso Juiz!
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Moisés Mattos é mestre em Teologia e pós-graduado em gestão empresarial. Serve à Igreja Adventista há mais de 30 anos em diferentes funções. Atualmente exerce sua atividade como pastor na Igreja Central de São Carlos, SP, e produz os comentários da Lição da Escola Sabatina para o canal Classe de Professores, no YouTube. Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, é pai de Thamires e Lucas.