Lição 1
30 de setembro a 06 de outubro
A missão de Deus nos alcança: parte 1
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Sl 147
Verso para memorizar: “E o Senhor Deus chamou o homem e lhe perguntou: – Onde você está?” (Gn 3:9).
Leituras da semana: Gn 3:9-15; 28:15; Êx 29:43, 45; Mt 1:18-23; Jo 1:14-18; 3:16; 14:1-3

Amissão tem origem e propósito somente em Deus. A missão não começou com o chamado de Abrão (Gn 12:1-4) nem com o Êxodo (Êx 12:31-42). Não começou com Jesus Cristo na Terra (Mt 1:18-25) nem com as viagens missionárias de Paulo (At 13:4–14:26). A missão começou por iniciativa do próprio Deus, quando Ele trouxe o Universo à existên- cia e mais tarde criou a humanidade (Gn 1:26, 27).

Nas Escrituras, vemos um Deus que intencionalmente abre os braços para Seus filhos e deseja estar com eles. Desde o início, Ele estabeleceu um relacionamento com Adão e Eva. Mesmo depois que o pecado entrou, seguiu com Sua missão, porém o alvo agora era restabelecer Seu relacio- namento com a humanidade. No fim, a missão de Deus será cumprida (Ap 21–22). Por isso, devemos estar motivados na obra de proclamar o evangelho eterno ao mundo (Ap 14:6, 7).

Portanto, a base de qualquer esforço missionário deve estar centrada no relacionamento com o Criador e na compreensão adequada de Sua natu- reza e de Seu caráter missionários. Mas , antes de entendermos a missão de Deus, é essencial entendermos melhor o Deus da missão.

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Domingo, 01 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Sl 148
O Deus que nos alcança

Deus nos criou à Sua imagem e semelhança. Ele nos deu um mundo perfeito, e Seu propósito era que vivêssemos em perfeita conexão com Ele, num relacionamento centrado em Seu atributo mais precioso: o amor. Para que o amor fosse real, Deus também nos deu um dom precioso: o livre- arbítrio – a liberdade de escolher. Deus instruiu Adão e Eva sobre as consequências mortais da desobediência (Gn 2:16, 17). Satanás persuadiu Eva de que ela poderia comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, sem resultados negativos. Afirmou: “Como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal” (Gn 3:5). Infelizmente, Eva escolheu comer o fruto e o deu a Adão, que fez a mesma escolha. A criação foi manchada pelo pecado.

Aquele momento mudou o plano e o propósito originais de Deus para o recém-criado planeta Terra. A missão de salvação, que tinha sido concebida “antes da fundação do mundo” (Ef 1:4), teria de ser implementada.

1. Leia Gênesis 3:9-15. Quais foram as primeiras palavras de Deus a Adão depois que ele e Eva caíram, e por que essa declaração é tão significativa teologicamente até os dias atuais?

Claro, Deus sabia onde eles estavam. Dominados pelo medo, eram eles que precisavam ver o que estava acontecendo. Mas também precisavam ser confrontados para que entendessem as consequências de seu pecado. Satanás também precisava ser derrotado. Para isso, Deus começou a apresentar Sua missão: o plano da redenção (Gn 3:14, 15) – a única esperança de reconciliar Consigo o mundo (2Co 5:19).

No entanto, precisamos prestar atenção ao fato de que, antes do confronto e da promessa de reconciliação, Deus foi em busca da humanidade caída. Apesar da situação aparentemente sem esperança, Deus revelou em essência duas questões na pergunta a Adão: nossa condição decaída e Sua natureza missionária. Estamos perdidos e necessitamos de salvação. Ele nos busca para salvar e estar conosco.

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Ao longo da história, Deus continua perguntando: “Onde você está?” Em sua experiência pessoal, o que isso significa para você, e como tem respondido a Ele?


Segunda-feira, 02 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Sl 149
O Deus que anseia estar conosco

2. Leia Gênesis 17:7; 26:3 e 28:15. Qual foi o foco principal da promessa de Deus a Abraão e seus descendentes nesses versos?

No AT, Deus continuou a agir de acordo com Sua natureza missionária a fim de cumprir Seus propósitos. Por exemplo, após o dilúvio, o povo de Babel decidiu se reunir em um só lugar para construir uma cidade e uma torre que chegassem aos céus. Deus interveio, confundindo a linguagem deles com o objetivo de espalhá-los pelo mundo (Gn 11:1-9). Ele, então, ampliou Sua missão, chamando Abrão (que mais tarde se tornou Abraão) para ser um canal de Suas bênçãos para o mundo inteiro (Gn 12:1-3). As promessas de Deus a Abraão e a seus descendentes foram múltiplas, mas uma se sobressai. Várias vezes Deus declarou a eles: Eu serei “o seu Deus”. “Estarei com você” (ver Gn 17:7, 8; 26:3; 28:15).

À medida que a história avançou, José acabou no Egito, mas como um instrumento de salvação para o povo de Deus. Em cada passo da experiência de José – mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida – a Bíblia afirma que “o Senhor Deus estava com” ele (Gn 39:2, 21, 23). Gerações mais tarde, no cumprimento de Sua missão, Deus enviou Moisés a Faraó para libertar Seu povo da escravidão egípcia. Durante o “comissionamento” de Moisés, Deus lhe disse: “Eu estarei com você” (Êx 3:12). Vez após vez, Yahweh confirmou o profundo desejo de estar com Seu povo.

Leia Êxodo 29:43, 45. Qual foi um dos principais propósitos do santuário do AT? Deus decidiu estar com Seus filhos de maneira diferente. Ele confirmou a Moisés Seu anseio de habitar entre os filhos de Israel na construção do tabernáculo e no estabelecimento de um sistema muito intencional e proposital que apontava para o instrumento máximo de Sua missão: Jesus Cristo. “As ofertas de sacrifício e o sacerdócio do sistema judaico foram instituídos para representar a morte e a obra mediadora de Cristo. Todas essas cerimônias não tinham significado algum, nem virtude alguma, a não ser quando relacionadas a Cristo” (Ellen G. White, The Advent Review and Herald of the Sabbath, 17 de dezembro de 1872).

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De que forma você experimenta a presença de Deus em sua vida?


Terça-feira, 03 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Sl 150
O Deus que Se tornou Um conosco

O AT mostra como o Criador começou a implementar um plano por meio de um povo que deveria representar Sua natureza e Seu propósito para o mundo. Tudo o que Deus fez estava de acordo com Sua estratégia missionária. Por meio de Isaías, Ele disse: “Eu sou Deus, e não há outro; Eu sou Deus e não há outro semelhante a Mim. Desde o princípio anuncio o que há de acontecer […]. Eu digo: o Meu conselho permanecerá em pé, e farei toda a Minha vontade” (Is 46:9, 10). Contudo, no NT, o desejo de Deus de estar com a humanidade assume uma nova dimensão. Aquilo que foi apenas uma promessa no Éden (Gn 3:15) tornou-se realidade por meio da encarnação de Cristo.

3. Leia a narrativa do anúncio do nascimento de Jesus em Mateus 1:18-23. Que coisas essenciais esse relato nos diz sobre Deus?

“Deus conosco”. Emanuel. Deus tinha habitado entre o Seu povo no santuário e habitou com eles na pessoa física de Jesus de Nazaré. Com o nascimento de Jesus, Deus mostrou de modo concreto Seu desejo contínuo de estar conosco em natureza e missão: o Filho de Deus era plenamente humano e totalmente divino. Ele afirmou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim” (Jo 14:6).

4. Leia João 1:14-18. O que podemos aprender sobre a missão de Deus para conosco com a encarnação de Cristo?

Deus avançou com Sua missão e, por meio de Cristo, esteve presente em carne entre Seus filhos. O “Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14, NVI) cumpriu as profecias do AT e, de acordo com o plano divino, tornou-Se Um conosco. O Deus da missão continuava a cumprir Seu propósito.

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Reflita: o amor de Deus por nós é tão grande que Ele veio a nós em nossa própria humanidade. Como devemos reagir a esse amor, especialmente em se tratando de missão para com os outros?


Quarta-feira, 04 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Pv 1
O Deus que continua a estar conosco

A vida e o ministério de Jesus foram a revelação máxima de Deus. Em três anos e meio, Deus revelou mais sobre quem Ele é e sobre a essência de Sua missão do que em tudo o que havia feito por outros métodos nas gerações anteriores. Cristo é a perfeita “imagem do Deus invisível”, em quem “Deus achou por bem” “residisse toda a plenitude, […] havendo feito a paz pelo sangue da Sua cruz” (Cl 1:15, 19, 20). Em Cristo, a natureza missionária de Deus foi conhecida por completo. Jesus revelou Sua missão dizendo: “O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19:10).

5. Leia e reflita sobre João 3:16. Como você vê o amor e a missão de Deus interagindo nesse texto? 

Pouco antes de Sua última semana de vida, o destino final da humanidade estava em jogo. Os acontecimentos daqueles dias ligavam a expectativa do passado com a esperança para o futuro. Durante a Páscoa, a qual apontava para a liberdade da opressão egípcia, Jesus, o Deus encarnado, entregou a vida para nos libertar da escravidão do pecado. Paulo escreveu: “Aquele que não conheceu pecado, Deus O fez pecado por nós, para que, Nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). 

6. Leia Mateus 28:18-20. Qual promessa encontramos na Grande Comissão? Ela nos traz segurança ao nos envolvermos na missão de Deus? 

A morte de Cristo foi parte do processo de reconciliação, não o fim dele. Por Sua ressurreição, Jesus venceu a morte e recebeu “toda a autoridade [...] no Céu e na Terra” (Mt 28:18). Com base nessa realidade, Ele comissionou Seus seguidores a fazer discípulos ao redor do mundo, com uma promessa maravilhosa: “E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28:20, ênfase acrescentada). 

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De que maneira você já viu a promessa de Jesus de estar sempre conosco se cumprindo na sua vida enquanto estava empenhado na missão?


Quinta-feira, 05 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Pv 2
Deus voltará para nos buscar

7. Leia João 14:1-3. De que maneira essa passagem está conectada com a mensagem do tempo do fim encontrada nas Escrituras? 

Uma das promessas mais preciosas de Cristo, a bendita esperança, reflete mais uma vez o desejo do Criador de estar conosco eternamente. Ele afirmou: “Voltarei e os receberei para Mim mesmo, para que, onde Eu estou, vocês estejam também” (Jo 14:3, ênfase acrescentada). De acordo com o apóstolo João, a promessa finalmente se tornará realidade: “Então ouvi uma voz forte que vinha do trono e dizia: – Eis o tabernáculo de Deus com os seres humanos. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles e será o Deus deles” (Ap 21:3). 

“A obra da salvação estará completa. Onde prevaleceu o pecado, a graça de Deus transbordou (Rm 5:20). A Terra, o próprio lugar que Satanás reivindica como seu, será não apenas redimida, mas também exaltada. [...] Aqui, onde o Filho de Deus habitou na humanidade, onde o Rei da Glória viveu, sofreu e morreu – aqui, quando Ele tiver feito novas todas as coisas –, estará o tabernáculo de Deus com os homens; [...]. E, ao longo dos séculos sem fim, enquanto os remidos andarem na luz do Senhor, vão louvá-Lo por Sua Dádiva indescritível – Emanuel, ‘Deus Conosco’” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 15). 

Essa é a mais bela imagem da redenção. O Deus da missão finalmente cumprirá Seu desejo de estar com Seus filhos eternamente. Que privilégio fazer parte disso! 

Desafios semanais. Ao longo do trimestre, você será convidado a se engajar intencionalmente na missão de Deus. Esta será uma oportunidade de ver e experimentar o Deus da missão agindo em sua vida. Prepare-se para compartilhar com a classe o que aprendeu. A seção Desafie-se irá encorajá-lo a aumentar seu envolvimento na missão de Deus. 

Desafio: Ore a cada dia para que Deus o motive a fazer parte da missão. 

Desafie-se: Aprenda o nome de alguém que você ainda não conhece – um vizinho, colega, comerciante e outros. Ore pela pessoa escolhida todos os dias.

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Sexta-feira, 06 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Pv 3
Estudo adicional

O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Ele foi ‘a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos’ (Rm 16:25). Foi um desdobramento dos princípios que, desde os séculos da eternidade, têm sido o fundamento do trono de Deus. Desde o início, Deus e Cristo sabiam da apostasia de Satanás e da queda do ser humano mediante o poder enganador do rebelde. Deus não determinou a existência do pecado, mas previu-a e tomou providências para enfrentar a terrível situação. Seu amor pelo mundo era tão grande que decidiu entregar ‘Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna’” (Jo 3:16; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 11). 

“Cristo não disse aos Seus discípulos que a obra seria fácil. […] Mas não seriam deixados a lutar sozinhos. Assegurou-lhes que estaria com eles e, se avançassem com fé, seriam protegidos pelo Onipotente. [...] Enquanto obedecessem à Sua Palavra e trabalhassem em harmonia com Ele, não fracassariam. ‘Vão a todas as nações’, Ele ordenou, ‘até as mais distantes partes do mundo habitado, e estejam certos de que Minha presença estará com vocês ali também. Trabalhem com fé e confiança, pois nunca os deixarei. Estarei sempre ajudando vocês a executar suas tarefas; estarei guiando, confortando, santificando e sustendo vocês, e tornando-os bem-sucedidos quando falarem, de maneira que suas palavras atraiam a atenção dos outros para o Céu’” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos [CPB, 2021], p. 19). 

Perguntas para consideração 

  1. As primeiras palavras de Deus ao ser humano caído foram: “Onde você está?” Que consolo essa verdade nos dá a respeito da intenção de Deus para conosco? 

  2. O próprio Deus, na Pessoa de Jesus, veio ao mundo para nos salvar. A cruz foi a manifestação máxima do Deus da missão. O que isso nos diz sobre Seu caráter? 

  3. A missão pertence a Deus. Portanto, Ele equipará e capacitará as pessoas para a tarefa. À luz dessa realidade, quando olhamos para os desafios da evangelização mundial, como podemos lidar com sentimentos e atitudes de inadequação ou medo? 

Respostas e atividades da semana: 1. “Onde você está?” Deus foi em busca do ser humano. 2. Deus sempre estaria com eles. 3. Deus mostrou de maneira concreta Seu desejo contínuo de estar conosco em natureza e missão. 4. Deus desejava estar entre nós e ser Um conosco. 5. Comente com a classe. 6. Jesus estará conosco até o fim. Ele nos capacita e nos conforta sempre. 7. Jesus está preparando um lugar para nós, e Ele habitará conosco nesse lugar.

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Resumo da Lição 1
A missão de Deus nos alcança: parte 1

ESBOÇO 

O Deus da Bíblia é um Deus missionário. Sua natureza e Seu caráter missionários estão fundamentados, acima de tudo, na iniciativa de criar a humanidade à Sua imagem e no desejo de Se relacionar com Suas criaturas. Antes da queda, o relacionamento de Deus com Adão e Eva era caracterizado pela comunhão diária no jardim do Éden (Gn 3:8). Ellen G. White observa que, enquanto Adão e Eva “permanecessem fiéis à lei divina, sua capa- cidade para saber, vivenciar e amar cresceria continuamente. Estariam constantemente adquirindo novos tesouros de saber, descobrindo novas fontes de felicidade e obtendo concepções cada vez mais claras do incomensurável e infalível amor de Deus” (Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 27). Infelizmente, o pecado interrompeu esse contato face a face. 

A queda não pôs fim à missão de Deus em relação à humanidade, mas deu à Sua missão uma nova dimensão: a missão de Deus passou a estar fundamentada em Sua iniciativa de redimir a humanidade caída. Por causa da promessa de redenção contida em Gênesis 3:15, a Bíblia como um todo é a narrativa dos inúmeros esforços missionários empreendidos por Deus para resgatar a humanidade pecadora e restaurá-la ao Seu projeto original para ela. Pelo fato de que a missão é um atributo de Deus (isto é, está alicerçada em Sua natu- reza e caráter), Ele Se recusa a desistir de nós. 

COMENTÁRIO 

A missão como atributo de Deus 

De Gênesis a Apocalipse, a Bíblia possui uma mensagem unificada: Deus está deter- minado a reverter as consequências da queda. Se a Bíblia como um todo trata da busca incessante de Deus pela humanidade, Gênesis 3:9 pode ser considerada a pergunta que impulsiona essa busca. Gênesis 3 apresenta a narrativa da trágica tentativa feita por Adão e Eva, em espírito de autoafirmação e determinação, de serem independentes de Deus. Esse capítulo também é um lembrete da realidade do pecado e suas consequências. As con- sequências da escolha de Adão e Eva os levaram a se esconder de Deus. A primeira res- posta de Deus à nova condição da humanidade veio na forma de uma pergunta dirigida a Adão: “Onde você está?” (Gn 3:9). Compreender o propósito dessa pergunta é essencial para entender a nota dominante de toda a Escritura. 

Para começar, “Onde você está?” não é exatamente uma pergunta teológica, e sim mis- siológica. Essa pergunta revela que, apesar da escolha errada, Deus não abandonou Adão e Eva. A rebelião humana não diminuiu em nada o Seu desejo de Se relacionar de maneira íntima com os seres humanos. Deus continua amando e buscando Seus filhos errantes.

A pergunta “Onde você está?”, a primeira que a Bíblia atribui a Deus, está mais ligada a uma condição do que a um local. Deus não pretendia descobrir onde exatamente Adão e Eva estavam se escondendo Dele. O Senhor nunca faz perguntas como meio de obter informações. Em Sua onisciência, Ele possui conhecimento ilimitado, incluindo conhecimento daquilo que ainda não existe. Sendo onisciente, Deus sabia exatamente onde Adão e Eva estavam se escondendo, o que eles haviam feito e a condição em que se encontravam. 

A ausência de Adão em seu local habitual de encontro com Deus era uma evidência clara de que alguma coisa estava errada. Portanto, a pergunta que Deus fez a Adão, “Onde você está?”, não dizia respeito à localização geográfica do homem. Ela tinha a ver com relacionamento: “Onde você está em termos relacionais?” Após as primeiras consequências do pecado serem reveladas nos versículos anteriores, a pergunta de Deus tinha como objetivo principal fazer Adão e Eva pensarem sobre seu relacionamento com Ele. Com isso, o Senhor pretendia fazê-los pensar sobre as consequências da desobediência. Adão e Eva tiveram a oportunidade de se examinar e reconhecer sua culpa. A pergunta de Deus é equivalente à seguinte linha de investigação: “Por que vocês não estão em nosso encontro habitual? O que aconteceu com nosso relacionamento para que vocês estejam tentando manter distância de Mim? O que significam essas folhas de figueira com as quais vocês estão se cobrindo?” A falsa promessa de Satanás a Adão e Eva foi de que, pela desobediência, eles se tornariam como deuses. Em outras palavras, o pecado melhoraria a vida deles. Sabemos como isso acabou: Adão e Eva acabaram nus em vez de se tornarem deuses. A solução para essa nova condição foi costurar folhas de figueira para esconder a nudez. No entanto, se essa solução tivesse resolvido a situação deles, não teriam tentado se esconder da presença de Deus. Em vez disso, teriam confrontado a Deus por não querer o máximo bem-estar deles. 

Além disso, “Onde você está?” foi o clamor ardente de um Deus missionário cuja pergunta angustiada revela Sua consciência do abismo que havia sido criado entre Ele e os seres humanos. A pergunta também foi o convite de Deus para que Seus filhos perdidos retornassem a um relacionamento de amor e confiança com Ele. À luz da promessa de Gênesis 3:15, a pergunta de Deus contém uma promessa de esperança. Embora o pecado tenha lançado sombra sobre o plano divino para a humanidade por causa da desobediência de Adão e Eva, o plano de Deus não foi arruinado. Em meio ao juízo, é feita a promessa de um Redentor. 

Gênesis 3 não é apenas uma narrativa sobre a realidade do pecado e suas consequências. No âmago dela também existe um retrato da missão salvífica de Deus. Havia pelo menos três opções disponíveis para Ele quando Adão e Eva O desobedeceram voluntariamente. Primeiro, Deus poderia simplesmente tê-los abandonado; isto é, poderia tê-los deixado morrer como resultado de seu pecado e então criar novos seres humanos. Em segundo lugar, poderia ter deixado Adão e Eva definharem para sempre, enfrentando as consequências da escolha equivocada. A terceira opção, que Deus escolheu, foi a da redenção: o abismo relacional criado pela desobediência voluntária de Adão e Eva seria transposto por Ele por meio de um sacrifício. Embora eles pudessem sofrer as consequências de seu pecado, não viveriam para sempre nessa condição decaída. A redenção da humanidade não foi prometida apenas em palavras, mas também foi vista em ação: “O Senhor Deus fez roupas de peles, com as quais vestiu Adão e sua mulher” (Gn 3:21). Essas roupas são uma expressão da justiça e da graça de Deus. Conquanto o pecado, em qualquer grau, seja ofensivo a Deus, Ele graciosamente Se oferece para nos purificar de toda impureza da carne e cobrir nossa nudez com Sua própria justiça. 

A encarnação como missão 

A encarnação de Cristo foi fundamental para o cumprimento da missão de Deus. Embora a vinda do Redentor prometido tenha sido ilustrada a Adão e Eva por meio das roupas feitas de peles de animais sacrificados, essa promessa se materializou no Novo Testamento com o nascimento de Jesus. Por meio da encarnação, o transcendente Deus criador tornou-Se imanente para Se revelar da forma mais plena possível em termos humanos. Na Pessoa de Jesus, Deus Se identificou plenamente com a humanidade com o propósito definido de revelar não apenas o Seu amor, mas também o Seu propósito salvífico para a humanidade. Deus não ficou distante da humanidade em Seu esforço para salvá-la. Em vez disso, atravessou o abismo assumindo a natureza humana e experimentando as dores e tentações humanas. Por meio dos diferentes aspectos de Seu ministério, Cristo não apenas anunciou, com urgência profética, o Reino de Deus, mas também o personificou, dando rosto, voz e mãos à missão redentiva de Deus. Ao curar os enfermos, purificar os leprosos, dar vista aos cegos e ressuscitar os mortos, Cristo demonstrou o poder de Deus para reverter totalmente a maldição da queda. Ao fazer isso, Ele reformulou o conceito do amor de Deus para que as pessoas pudessem entendê-lo, experimentá-lo e, com isso, serem atraídas ao Pai. A morte substitutiva de Cristo foi a maneira definitiva pela qual Deus buscou reconciliar Consigo a humanidade afastada (Jo 3:16). O ministério e o sacrifício de Cristo são a missão por excelência! 

A segunda vinda de Jesus: a missão de Deus concluída 

As últimas palavras de Jesus na Bíblia são: “Certamente venho sem demora” (Ap 22:20). A segunda vinda de Cristo encerrará a divina missão pós-queda e dará início à fase da Sua missão na nova Terra. A volta de Jesus para reivindicar a Terra como Seu Reino é a concretização da promessa do Redentor contida em Gênesis 3:15. 

A fase da missão de Deus na nova Terra marca a reversão completa das consequências da queda: Ele estará novamente no meio de Seu povo, e o sofrimento e a morte não mais existirão (Ap 21:3, 4), e os seres humanos terão acesso à árvore da vida (Ap 22:2). 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

“Onde você está?” Essa pergunta inicial de Deus também se dirige a cada um de nós hoje. A Bíblia diz: “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3:23, NVI). Em vez de tentar fugir de Deus por causa da culpa de nossos pecados, como Adão e Eva fizeram sem sucesso, precisamos examinar de maneira objetiva como está o nosso relacionamento com o Senhor e confessar a Ele qualquer pecado que tenhamos cometido. 

Deus nos oferece a certeza: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:9). Sem essa certeza, realmente não seríamos capazes de mudar o rumo de nossa vida espiritual. Toda tentativa de cobrir nossa própria nudez diante de Deus é tão insensata quanto a tentativa de Adão e Eva de cobrirem sua nudez com folhas de figueira. Todas as soluções projetadas pelo ser humano para lidar com o pecado e a culpa são completamente inadequadas e inúteis. As folhas de figueira de nossas boas obras, reputação e cargos na igreja não são suficientes como coberturas espirituais. Somente Deus pode nos fornecer a cobertura espiritual adequada. A única solução duradoura é a cobertura que Ele nos oferece por meio de Jesus. Deus não cobre nosso pecado e culpa: Ele primeiro os remove e depois nos cobre com a justiça de Cristo. 

Assim como Deus saiu em busca de Adão e Eva, Ele também está nos procurando, não para nos punir, mas para nos oferecer a reconciliação que nos salva do juízo que nossos pecados merecem. 

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Vendo Deus

Camarões | Jacques

Jacques queria mais do que tudo passar no vestibular da universidade de Camarões, um país da África Ocidental. Mas a segunda parte das provas cairia no sábado.

"Eu sou adventista do sétimo dia", disse Jacques aos professores que aplicavam as provas na sexta e no sábado em um centro de testes nos arredores da capital de Camarões, laundé. "Eu não posso fazer as provas no sábado."

"Apenas venha e faça as provas", disse um professor.

"Você precisa fazê-las", disse outro.

"Não", Jacques disse. "Eu quero que vocês saibam que, se não me virem amanhã, é porque estou na igreja."

Alguns professores viram aquilo como um desafio. De modo zombeteiro, eles o chamaram de sacerdote. "Se você não vier, não vai passar, sacerdote", disse um professor.

Jacques voltou para casa. Ele havia entregado seu coração a Jesus através do batismo um ano antes e estava determinado a honrar o Senhor do sábado. Ele decidiu jejuar e orar durante as horas do sábado. No sábado, ele foi para a igreja em vez de ir para o centro de testes. Após o põr do sol, ele voltou ao centro. Não havia ninguém ali. As provas haviam sido distribuídas, e os professores haviam ido embora.Jacques voltou para casa.

Domingo de manhã, ele voltou para o centro de testes. Ninguém estava lá. Ele esperou o dia todo que alguém aparecesse. Segunda-feira de manhã, ele foi para o centro de testes novamen­te. Ninguém estava ali. Ele se sentou e esperou.

Após um tempo, os professores chegaram e começaram a entregar os resultados da prova. Ao meio-dia, o diretor do centro perguntou aos professores como as coisas estavam indo.

"Tudo está bem, com exceção do sacerdote aqui", disse um professor, apontando para Jacques.

O professor explicou que Jacques havia se recusado a fazer a prova no sábado. "Deixe-o fazer agora", disse o diretor. "Não tem problema."

Dois professores precisavam administrar as duas últimas provas. O primeiro, que lecionava inglês, trouxe um livro que Jacques jamais havia visto antes e disse-lhe para ler. À medida que Jacques tropeçava nas palavras, o professor zombou dele, dizendo: "Está errado! Você não sabe nada. Como você vai passar?"

Pergunte-me outra coisa", disse Jacques. "Por favor, pergunte-me mais alguma coisa." "Não haverá mais perguntas",disse o professor. "Você não vai passar."

Enquanto Jacques continuava suplicando, o professor caminhou até a porta para sair da sala.

Então, ele parou na porta. Era como se alguém o estivesse bloqueando ou impedindo de passar. Ele não conseguia sair. Sem olhar para Jacques, o professor de repente deixou escapar: "Não se preocupe". Então, ele conseguiu se mover e saiu.

O próximo professor deveria questionar Jacques sobre Administração Pública, História e Geografia. Mas ao contrário, ele perguntou: "Meu cavalheiro do sábado, o que é o sábado?"

Jacques levou a pergunta como se fosse uma questão da prova e resolveu que responderia bem

"O sábado está nos Dez Mandamentos",disse ele, pegando uma Bíblia em sua mochila.

O professor o interrompeu. "Deixe a Bíblia de lado", disse ele.

Ele disse que Jacques havia sofrido uma lavagem cerebral e que Administração Pública, História e Geografia eram muito mais importantes do que religião. Jacques respondeu que havia estudado as três matérias durante o ano todo e não havia aprendido nada que fosse tão importante quanto a religião.

"Religião é uma questão de consciência e pode influenciar toda a minha vida", afirmou.

Naquele momento, outro professou entrou na sala. O primeiro professor pediu que Jacques saísse. O exame havia acabado.

Mais tarde, naquele mesmo dia, enquanto Jacques caminhava de volta ao centro de testes para ver os resultados, um carro parou na frente dele. O professor que havia aplicado a prova de inglês colocou a cabeça para fora da janela do carro.

"Alegre-se!", disse ele.

Jacques se perguntou se o professor estava zombando dele novamente.

No centro de testes, Jacques esperava com os outros alunos enquanto o professor chamava os nomes daqueles que haviam passado nos exames. Então, ele ouviu seu nome. Ele havia passado! Ele ficou surpreso! Ele ergueu seus braços no ar e exclamou: "Deus, muito obrigado!"

Jacques procurou o professor de inglês para agradecer-lhe. "Você não acreditou em mim quando eu disse para você se alegrar", disse o professor. "Queríamos que você não passasse."

Por que você não me reprovou?", perguntou Jacques.

O professor se virou para outro professor que estava próximo.

"Eu queria reprová-lo, mas não consegui", disse ele. "Não consigo entender porque não consegui reprová-lo."

Jacques ficou maravilhado. Ele não entendia o que havia acontecido. Tudo o que ele sabia era que Deus havia ouvido suas orações. Deus o honrou por ele ter honrado o sábado.

Jacques tem 56 anos hoje, mas nunca esqueceu aquele dia. "Não tenho dúvidas de que vi Deus", diz ele.

Parte das ofertas deste trimestre ajudará a expandir a educação adventista em Camarões com a abertura de uma escola bilíngue onde crianças poderão aprender sobre Jesus em francês e inglês. Obrigado por planejar uma oferta generosa.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

  • Uma pergunta na lição dos adultos desta semana é: "De que maneiras você experimentou a presença de Deus em sua vida?" (ver segunda-feira, 2 de outubro). Discuta com a classe da Escola Sabatina como e por que Jacques viu a presença de Deus. Pergunte como Deus pode Se revelar de maneira semelhante em sua vida.
  • Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
  • Baixe publicações e fatos rápidos sobre a Divisão Africana Centro-Ocidental: bit.ly/wad-2023

Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2023

Tema geral: Missão de Deus, minha missão

Lição 1 – 30 de setembro a 6 de outubro

A missão de Deus nos alcança: parte 1

Autor: Marcelo Ferreira Cardoso

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Esther Fernandes

Objetivo geral: Compreender que a base de qualquer esforço missionário vem de um estreito relacionamento com o Criador; de um correto entendimento do caráter e da natureza de Deus.

Objetivos específicos:

  1. Entender que o plano da salvação já havia sido traçado por Deus muito antes da fundação do mundo e que envolve o resgate de uma humanidade apartada Dele pelo pecado.
  2. Demonstrar que no decorrer da história bíblica, Deus sempre levantou personagens que apontavam para esse plano de resgate: Abraão, Moisés e muitos outros.
  3. Destacar que Jesus é o cumprimento da missão divina de resgatar o que se havia perdido. Sendo Ele Emanuel (Deus conosco), Sua presença se manifestou por meio da Sua primeira vinda à Terra no passado; da Sua presença hoje por meio do Consolador e culminará com o cumprimento da maravilhosa promessa de Sua volta em breve.

Introdução

Uma das maiores certezas que envolvem a natureza de Deus está no fato de que Ele é amor (1Jo 4:8). Nesse amor encontramos uma mensagem de esperança e consolo para a humanidade. Diferente das religiões pagãs, onde as divindades apresentam pouco ou nenhum interesse por seus adoradores, a declaração da Primeira Epístola de João aponta para um Deus supremo que não apenas ama Seus filhos, mas Ele próprio é a essência desse amor verdadeiro, um amor altruísta e abnegado.

Essa compreensão caracteriza também o plano da salvação, fundamentado naquilo que o amor de Deus pode oferecer às Suas criaturas: a liberdade de escolher amá-Lo ou não. Por isso, a lição desta semana traz um estudo sobre o Deus relacional que está sempre à procura dos perdidos.

Parte 1 – O plano de Deus

A certeza de que Deus já havia preparado e estabelecido um plano de salvação muito tempo antes do próprio estabelecimento deste mundo, caso Suas criaturas viessem a pecar, encontra-se no mesmo capítulo da Bíblia no qual lemos o verso para memorizar desta semana. Em Gênesis 3:15, lemos o que é conhecido como o protoevangelho, ou o primeiro evangelho. Nessa passagem, Deus disse à serpente: “Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o Descendente dela. Este lhe ferirá a cabeça, e você Lhe ferirá o calcanhar”. Nesse texto, encontra-se a promessa de redenção e salvação logo após a queda da humanidade no Éden. Essa promessa apontava para o cumprimento na Pessoa de Jesus Cristo, que nasceria da descendência da mulher e viria como nosso Salvador, recuperando todo o domínio perdido para satanás.

Em inúmeras situações, a Bíblia aponta para um Deus que busca
Se relacionar com a humanidade caída e que, em virtude da natureza pecaminosa, tenta a todo custo, desde os nossos primeiros pais, fugir de Deus. Aliás, o resultado nefasto do pecado é que ele sempre acarreta o afastamento do ser humano do seu Criador, sempre gerando dor e sofrimento.

A restauração do plano original divino envolve um contato pessoal com o Criador, como acontecia no Éden antes da queda. Adão e Eva podiam ver o Senhor face a face, receber a visita Dele sempre ao entardecer de cada dia (Gn 3:8). Porém o pecado ocasionou essa separação e afastou o homem da fonte da salvação. Por isso, necessitamos entender que a iniciativa da redenção vem do alto e nunca parte do ser humano, pois somos nós que sempre nos distanciamos de Deus, nunca o contrário.

Parte 2 – Um Deus que Se revela

Uma das grandes certezas neste mundo de dor e sofrimento é a de que não estamos sozinhos, temos um Deus misericordioso e compassivo. Contudo, nas religiões pagãs as divindades são apresentadas como seres distantes ou quase inatingíveis. Diversas vezes a preocupação humana está em satisfazer a vontade dos deuses, na tentativa de aplacar a sua ira.

Já as Escrituras Sagradas apresentam um Deus que Se revela e que está preocupado em restabelecer o plano original de paz e felicidade com Suas criaturas. Foi assim quando Ele chamou um povo para que atraísse os outros povos à verdade, de modo que compreendessem por meio deles o projeto divino de redenção; foi assim quando o Filho de Deus Se fez homem e habitou entre nós, encarnando a própria salvação. Ele continua com Seus discípulos e atua por meio deles hoje, quando aceitamos o chamado para cumprir a Grande Comissão de Mateus 28:19, 20: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (grifo acrescentado).

Conclusão

No dia 5 de agosto de 2010, o Chile viveu um dos seus maiores dramas e que contagiou o restante do mundo. Em uma mina isolada no deserto do Atacama, 33 operários ficaram presos a 700 metros de profundidade após o colapso de uma parede de granito, que fechou a boca de saída da mina onde trabalhavam, prendendo-os por aproximadamente 70 dias.

Nos primeiros 17 dias dessa terrível tragédia, os mineiros ficaram incomunicáveis até a descoberta do desmoronamento pelas autoridades locais. Durante esse período, os mineiros presos ali racionavam a comida que haviam levado em suas marmitas e bebiam o pouco de água que vazava das fendas das rochas e do sistema de refrigeração dos maquinários.

A história dessa fatalidade correu o mundo todo e os noticiários transmitiam praticamente em tempo real a tentativa de resgate daqueles pobres homens. Enquanto equipes de salvamento de vários países se colocavam à disposição e eram mobilizadas na esperança de contribuir de alguma maneira na elaboração de um plano de salvamento, da galeria os operários enviavam vídeos tentando tranquilizar seus familiares que aguardavam na superfície o desenrolar de toda a ação.

Após diversas tentativas frustradas para alcançar o local onde estavam os operários presos, as equipes optaram por uma técnica de salvamento que consistia no uso de cápsulas de metal que seriam inseridas por meio de dutos escavados paralelamente ao túnel de entrada e saída da mina. Nos primeiros minutos do dia 13 de outubro, o primeiro mineiro foi retirado com vida e o último trabalhador foi resgatado quase 22 horas depois.

Apesar de todos estarem relativamente bem de saúde, alguns necessitaram de cuidados especiais, por ficarem quase 70 dias confinados em um ambiente hostil, na ausência completa de luz solar, com pouca ventilação e muita poeira. No fim, apesar de todas as circunstâncias adversas, o plano de salvamento teve pleno sucesso e houve um final feliz para todos os envolvidos (Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/04/11/mineiros-do-chile-a-incrivel-e-dramatica-saga-acompanhada-pelo-mundo-ao-vivo-na-tv.ghtml>. Acesso em 1º de agosto de 2023).

Se o mundo envolto em pecado é capaz de se unir e elaborar um plano de resgate para salvar a vida de 33 pessoas presas a centenas de metros nas profundezas da terra, o que dizer daquilo que Deus planejou para salvar uma humanidade inteira perdida e envolta num profundo abismo? Esse plano envolveu ninguém menos que o próprio Filho de Deus, Jesus, que veio a este mundo e cumpriu fielmente a proposta estabelecida antes da fundação do mundo.

O Senhor fez a Sua parte e cabe a cada um de nós fazer a sua, a de aceitar essa maravilhosa salvação conquistada por Cristo na cruz e de se colocar à disposição Dele para fazer parte da equipe de resgate deste mundo perdido. Você aceita esse convite de Deus para sua vida?

Marcelo Ferreira Cardoso é casado com Elda Cardoso, cirurgiã-dentista, e pai de dois maravilhosos filhos, Rafael e Helena Cardoso. Graduou-se em Teologia no UNASP-EC (2000), é mestre (2018) e doutorando em Ciências das Religiões pela FUV – Faculdade Unida de Vitória. No início do seu ministério, trabalhou como capelão no Colégio Adventista de Taguatinga-DF (2001), foi pastor distrital em Araguatins-TO (2002-2003) e Formosa-GO (2004). Atuou também como evangelista na Associação Paulista Sul (2005-2008) e União Sul Brasileira (2009-2016). Atualmente é professor de Teologia e coordenador da área aplicada do SALT com sede na Faculdade Adventista do Paraná.