Lição 9
24 a 30 de novembro
A prova mais convincente
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 1Co 11–13
Verso para memorizar: “Ora, ele não disse isto de si mesmo; mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos” (Jo 11:51, 52).
Leituras da semana: Jo 11:51, 52; Ef 2:13-16; 4:25–5:2; 2Co 5:17-21; Rm 14:1-6; At 1:14

Na semana passada estudamos como a unidade se torna visível mediante uma mensagem comum, centrada em Jesus como Salvador e nas verdades bíblicas que devem ser enfatizadas no tempo do fim. Somos quem somos por causa da mensagem que Deus nos deu e do nosso chamado para proclamá-la ao mundo.

Nesta semana, vamos nos concentrar na unidade visível da igreja, manifestada na vida cotidiana dos cristãos e na missão da igreja. De acordo com Jesus, a igreja não somente anuncia a mensagem divina de salvação e reconciliação. A unidade da própria igreja também é uma expressão essencial dessa reconciliação. Neste mundo envolvido pelo pecado e pela rebelião, a igreja é um testemunho visível da obra salvadora e do poder de Cristo. Sem a unidade e a solidariedade da igreja, o poder salvífico da cruz dificilmente seria visto neste mundo. “A unidade com Cristo estabelece um vínculo de unidade de uns com os outros. Essa unidade é, para o mundo, a mais convincente prova da majestade e da virtude de Cristo, bem como de Seu poder de tirar o pecado” (Comentários de Ellen G. White, em Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 5, p. 1.148).



Domingo, 25 de novembro
Ano Bíblico: 1Co 14–16
Sob a cruz de Jesus

Como muitas outras bênçãos espirituais concedidas por Deus ao Seu povo, a unidade da igreja também é um dom de Deus. A unidade não é uma criação humana mediante nossos esforços, boas obras e intenções. Fundamentalmente, Jesus Cristo criou essa unidade por meio de Sua morte e ressurreição. À medida que nos apropriamos, pela fé, de Sua morte e ressurreição por meio do batismo e do perdão de nossos pecados; ao nos unirmos em comunhão e espalhamos as três mensagens angélicas ao mundo, estamos em união com Ele e em unidade uns com os outros.

1. De acordo com João 11:51, 52 e Efésios 1:7-10, qual evento na vida de Jesus é o fundamento de nossa unidade, como adventistas?

A.(  ) Sua morte na cruz.
B.(  ) O milagre da transfiguração.

“Ora, [Caifás] não disse isto de si mesmo; mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos” (Jo 11:51, 52). É muito estranho o fato de Deus ter usado Caifás para explicar o significado da morte de Cristo, embora Caifás não soubesse o que estava fazendo ao condenar Jesus à morte. Ele não tinha ideia de como sua declaração foi profunda. Caifás pensou que estivesse fazendo apenas uma declaração política. Porém, João a usou para revelar uma verdade fundamental sobre o significado da morte substitutiva de Jesus por todos os fiéis de Deus, que um dia seriam reunidos “em um só corpo”.

Sejam quais forem nossas outras crenças como adventistas do sétimo dia, seja qual for a mensagem proclamada exclusivamente por nós, o fundamento da nossa unidade consiste em nossa aceitação da morte de Cristo
em nosso favor.

Além disso, também experimentamos essa unidade em Cristo por meio do batismo. “Todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes” (Gl 3:26, 27). O batismo é outro vínculo que compartilhamos, pois simboliza nossa fé em Cristo. Temos um Pai em comum; portanto, somos todos filhos e filhas de Deus. E temos um Salvador em comum, em cuja morte e ressurreição somos batizados (Rm 6:3, 4).

Sejam quais forem as nossas diferenças culturais, sociais, étnicas e políticas, por que nossa fé em Jesus transcende todas essas divisões?


Segunda-feira, 26 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 1–4
Ministério da reconciliação

Certamente nosso mundo é conhecido por desordem, problemas, guerras e conflitos. Todos esses fatores afetam nossa vida pessoal, comunitária e nacional. Às vezes parece que toda a nossa vida está em conflito. Mas a desunião e a desordem não prevalecerão para sempre. Deus está em uma missão para promover a unidade cósmica. Ao passo que o pecado resultou em desarmonia, o plano eterno de Deus para a reconciliação traz paz e plenitude.

Em Efésios 2:13-16, Paulo apresentou os princípios de Cristo para que haja paz entre os cristãos: por meio de Sua morte na cruz, Jesus fez dos judeus e gentios um só povo e destruiu as barreiras étnicas e religiosas que os separavam. Se Cristo conseguiu fazer isso com os judeus e gentios no primeiro século, Ele ainda pode fazer muito mais para derrubar as barreiras étnicas e culturais que dividem as pessoas em nossa igreja hoje!

E, a partir daí, podemos alcançar o mundo.

2. Em 2 Coríntios 5:17-21, Paulo afirmou que, em Cristo, somos novas criaturas, reconciliadas com Deus. Qual é então nosso ministério neste mundo? Que diferença poderíamos fazer em nossa comunidade sendo um corpo unido?

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Como nova criatura de Deus, o cristão recebe um ministério fundamental – um triplo ministério da reconciliação. (1) Nossa igreja é composta de cristãos que estavam separados de Deus, mas, mediante a graça salvífica do sacrifício de Cristo, foram unidos a Ele pelo Espírito Santo. Somos o remanescente, chamados para proclamar ao mundo uma mensagem para o tempo do fim. Nosso ministério é convidar os que ainda estão separados de Deus a se reconciliarem com Ele e se juntarem a nós em nossa missão. (2) A igreja também é o povo de Deus reconciliado uns com os outros. Estar unido a Cristo significa que estamos unidos uns aos outros. Esse não é apenas um ideal elevado, mas deve ser uma realidade visível. A reconciliação de uns com os outros e a paz e a harmonia entre irmãos e irmãs são um testemunho inconfundível ao mundo de que Jesus Cristo é nosso Salvador e Redentor, como está escrito em João 13:35: “Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (3) Mediante esse ministério da reconciliação, a igreja declara ao universo que o divino plano da redenção é verdadeiro e poderoso. O grande conflito é sobre Deus e Seu caráter. Na medida em que a igreja cultiva a unidade e a reconciliação, o universo vê a obra da sabedoria eterna de Deus (veja Ef 3:8-11).



Terça-feira, 27 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 5–7
Unidade prática

Em 1902, Ellen G. White escreveu: “Todo cristão deve ser o que Cristo foi em Sua vida nesta Terra. Ele é nosso exemplo, não apenas em Sua pureza imaculada, mas em Sua paciência, mansidão, e disposição cativante” (Ellen G. White, Signs of the Times, 16 de julho de 1902). Essas palavras lembram o apelo de Paulo aos filipenses: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5).

3. Leia Efésios 4:25–5:2 e Colossenses 3:1-17. Em quais áreas da nossa vida somos chamados a mostrar nossa fidelidade a Jesus? Como devemos testemunhar do evangelho de Jesus publicamente?

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Muitas outras passagens das Escrituras encorajam os cristãos a seguir o exemplo de Jesus e a ser testemunhas vivas da graça de Deus para outros. Também somos incentivados a buscar o bem-estar das outras pessoas (Mt 7:12); a suportar os fardos uns dos outros (Gl 6:2); a viver na simplicidade; a concentrar-nos na espiritualidade interior em lugar da ostentação externa (Mt 16:24-26; 1Pe 3:3, 4); e a seguir hábitos de vida saudáveis (1Co 10:31).

“Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, naquilo em que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da Sua intervenção” (1Pe 2:11, 12, NVI). Com que frequência subestimamos o impacto do caráter cristão sobre aqueles que nos observam? A paciência manifestada em momentos de aborrecimento; uma vida disciplinada em meio a tensão e conflitos; e a gentileza em resposta à impaciência e às palavras ríspidas são marcas do espírito de Jesus que somos encorajados a imitar. Ao testemunharmos juntos a este mundo, que compreende o caráter de Deus de maneira equivocada, nós, adventistas do sétimo dia, tornamo-nos uma força para o bem e para a glória de Deus. Como representantes de Cristo, os cristãos devem ser conhecidos não só por sua retidão moral, mas também por seu interesse prático pelo bem-estar dos outros. Se nossa experiência religiosa é genuína, ela será revelada e terá um impacto sobre o mundo. Um corpo unificado de cristãos que revelem o caráter de Cristo ao mundo será, de fato, um testemunho poderoso.

Qual tem sido seu testemunho às pessoas? O que em sua vida faz com que elas desejem seguir Jesus?


Quarta-feira, 28 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 8–10
Unidade em meio à diversidade

Em Romanos 14 e 15, o apóstolo Paulo tratou de questões que estavam dividindo profundamente a igreja em Roma. Ele encorajou os romanos a mostrar tolerância e paciência uns aos outros e não dividir a igreja por causa desses assuntos. O que podemos aprender com seu conselho?

4. Leia Romanos 14:1-6. Quais questões de consciência fizeram com que os cristãos de Roma julgassem e não se associassem uns com os outros?

É muito provável que essas questões estivessem relacionadas com a impureza cerimonial judaica. De acordo com Paulo, eram “contendas sobre dúvidas” (Rm 14:1, ARC), indicando que não eram questões de salvação, mas de opinião, que deveriam ter sido deixadas por conta da consciência individual de cada um (veja Rm 14:5).

Primeiramente, esses debates foram a respeito do tipo de comida consumida. Paulo não abordou na ocasião o problema de comer animais proibidos em Levítico 11. Não há evidências de que os primeiros cristãos começaram a comer carne de porco ou outros animais imundos durante os dias de Paulo, e sabemos que Pedro também não comeu esses alimentos (veja At 10:14). Além disso, o fato de os fracos comerem apenas vegetais (Rm 14:2) e de o debate envolver também a questão das bebidas (Rm 14:17, 21) indica que o assunto se concentrava na impureza cerimonial. Isso se torna mais evidente pelo uso da palavra “impura” (koinos), em Romanos 14:14. Essa palavra é usada na antiga tradução grega do Antigo Testamento para se referir a animais impuros, e não aos animais imundos de Levítico 11. Aparentemente, havia pessoas na comunidade romana que não participavam das refeições comunitárias porque não estavam convencidas de que os alimentos houvessem sido adequadamente preparados nem de que não tinham sido sacrificados aos ídolos.

O mesmo ocorre com a observância de alguns dias. A questão não se refere à observância semanal do sábado, pois sabemos que Paulo o observava regularmente (At 13:14; 16:13; 17:2). Provavelmente, essa seja uma referência aos vários dias de festas judaicas ou de jejum. A intenção de Paulo nesses versículos era incentivar a tolerância para com os que eram sinceros e conscienciosos na observância desses rituais, desde que não pensassem neles como um meio de salvação. A unidade entre os cristãos é manifestada na paciência e na tolerância mesmo quando não concordamos em alguns pontos, especialmente quando esses pontos não são essenciais à nossa fé.

Existe alguma crença ou prática dos adventistas do sétimo dia que não é exigida dos membros da igreja?


Quinta-feira, 29 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 11–13
Unidade na missão

5. Compare o ânimo dos discípulos durante a Ceia do Senhor, em Lucas 22:24, com o que tiveram pouco antes da experiência do Pentecostes, em Atos 1:14 e 2:1, 46. O que fez tanta diferença na vida deles?

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Em Atos 1:14 e 2:46, a expressão “perseveravam unânimes” também significa “perseveravam com uma só mente”. Isso aconteceu porque os discípulos estavam reunidos em um lugar, em oração, buscando o cumprimento da promessa de Jesus de lhes enviar o Consolador.

Enquanto esperavam, para eles teria sido fácil criticar uns aos outros. Alguns poderiam ter mencionado o fato de Pedro ter negado Jesus (Jo 18:15-18, 25-27) e a dúvida de Tomé quanto à ressurreição de Cristo (Jo 20:25). Eles poderiam ter se lembrado do pedido de João e Tiago, que solicitaram as posições mais poderosas no reino de Jesus (Mc 10:35-41), ou de que Mateus havia sido um desprezado coletor de impostos (Mt 9:9).

No entanto, “esses dias de preparo foram de profundo exame de coração. Os discípulos sentiram sua necessidade espiritual e suplicaram do Senhor a santa unção que os devia capacitar para a obra da salvação. Não suplicaram essas bênçãos apenas para si. Sentiam a responsabilidade que pesava sobre eles. Compreendiam que o evangelho devia ser proclamado ao mundo e clamavam pelo poder que Cristo havia prometido” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 37).

A comunhão entre os discípulos e a intensidade de suas orações os prepararam para a importante experiência do Pentecostes. Quando se aproximaram de Deus e abandonaram suas diferenças pessoais, os discípulos foram preparados pelo Espírito Santo para se tornarem testemunhas destemidas e ousadas da ressurreição de Jesus. Eles sabiam que Cristo tinha perdoado suas muitas falhas, e isso lhes deu coragem para avançar. Sabiam o que Jesus tinha feito por eles. Conheciam a promessa de salvação encontrada Nele e, portanto, “a ambição dos cristãos era revelar a semelhança do caráter de Cristo, bem como trabalhar pelo desenvolvimento de Seu reino” (Ibid., p. 48). Não é de admirar que o Senhor tenha feito coisas poderosas por meio deles. Que lição para nós como igreja hoje!

É sempre muito fácil encontrar coisas erradas na vida de outras pessoas. Como podemos deixar de lado os erros dos outros em favor de uma causa maior: fazer a vontade de Deus em uma igreja unida?


Sexta-feira, 30 de novembro
Ano Bíblico: Gl 1–3
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, “Unidade na Diversidade”, p. 98-103, em Evangelismo.

“As Escrituras ilustram como o Espírito Santo guiava a igreja primitiva em seu processo de tomada de decisão. Isso acontecia pelo menos de três maneiras intimamente interligadas: as revelações (por exemplo, o Espírito dizia às pessoas o que fazer: Cornélio, Ananias e Filipe; e, talvez, o lançamento de sortes), as Escrituras (a igreja chegava a uma conclusão por meio da Bíblia) e o consenso (o Espírito atuava na comunidade quase que imperceptivelmente, criando um consenso mediante diálogo e estudo e, por fim, a igreja percebia que o Espírito estava atuando nela). Diante de conflitos culturais, doutrinários e teológicos entre a comunidade de cristãos, o Espírito Santo atuou por meio do consenso no processo de tomada de decisão da igreja. Nesse processo, vemos a função ativa da comunidade de cristãos, não apenas de seus líderes, e também a importância de pedir a Deus discernimento. Percebemos a direção do Espírito Santo em toda a compreensão da comunidade sobre a Palavra de Deus, em sua experiência e em suas necessidades, e na experiência de seus líderes ao ministrarem. As várias decisões da igreja foram tomadas mediante um processo guiado pelo Espírito Santo, em que as Escrituras, a oração e a experiência foram elementos de reflexão teológica” (Denis Fortin, “The Holy Spirit and the Church”, em Ángel Manuel Rodríguez, ed., Message, Mission e Unity of the Church, p. 321, 322).

Perguntas para discussão

1. Como decidimos quais são os ensinamentos e práticas essenciais para nós, adventistas do sétimo dia, e quais não são?

2. Como devemos nos relacionar com cristãos de outras denominações que, como nós, acreditam na morte e ressurreição de Jesus?

Resumo: A mais convincente prova de unidade é amar uns aos outros como Jesus nos amou. O perdão dos pecados e a salvação que compartilhamos, como adventistas, são os melhores vínculos dessa comunhão. Podemos mostrar ao mundo nossa unidade e testemunhar de nossa fé.

Respostas e atividades da semana: 1. A. 2. O ministério da reconciliação. Estamos cumprindo nossa missão neste mundo? Se não estamos reconciliados, como podemos proclamar a mensagem da reconciliação? 3. No relacionamento com as pessoas; na comunhão com Deus; e na submissão às orientações do Espírito Santo. Devemos andar de acordo com os princípios da lei de Deus, amar as pessoas e viver em unidade. 4. Comente com a classe. 5. Durante a Ceia, os corações estavam divididos pela competição e pelo desejo de supremacia. Antes do Pentecostes, eles se uniram em oração e companheirismo, buscando o Espírito Santo para cumprir a missão. Como um espírito unido pode fazer a diferença em nossa disposição de trabalhar por Cristo?



Resumo da Lição 9
A prova mais convincente

TEXTO-CHAVE: Efésios 5:1, 2

O ALUNO DEVERÁ

Saber: Que a interação com as pessoas é a evidência mais convincente da unidade da igreja.
Sentir: A necessidade de avaliar a natureza e o impacto de seus relacionamentos.
Fazer: Pedir a Deus que opere em sua vida e por meio dela, de modo que você seja uma testemunha da verdade do evangelho.

ESBOÇO

I. Saber: Unidade visível

A. Por que apenas a unidade na doutrina não é suficiente para tornar visível ao mundo a unidade da igreja?
B. O nosso estilo de vida e os nossos relacionamentos demonstram nossa fidelidade a Jesus?
C. Como a unidade visível demonstra ativamente o poder de Deus?

II. Sentir: Necessidade de avaliar

A. Como as atitudes de outra pessoa impacta sua jornada espiritual tanto positiva quanto negativamente?
B. Como você avaliaria o testemunho de sua identidade em Cristo?
C. Por que a reconciliação produz emoções poderosas tanto em quem se reconcilia quanto em quem observa?

III. Fazer: Atitudes para com o outro

A. Que área de sua vida mais necessita da transformação divina a fim de que você ofereça um testemunho positivo ao mundo?
B. Você precisa adotar o ministério da reconciliação em seus relacionamentos?

RESUMO: A unidade visível nasce da nova identidade que assumimos ao expressarmos fé na obra salvífica de Cristo. O modo como vivemos e interagimos com as pessoas expressa a realidade da unidade e oferece prova convincente do caráter divino e do poder transformador de Deus.

CICLO DO APRENDIZADO

Motivação

Focalizando as Escrituras: Efésios 2:13-16

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Quando os cristãos vivem sua identidade no Cristo ressurreto dão um poderoso testemunho do amor e do poder de Deus.

Para o professor: Ao iniciar a recapitulação desta lição, ajude os alunos a reconhecer a importância daquilo que as pessoas observam em nossa vida. Enfatize como nossas palavras e ações influenciam o modo como os outros veem Deus e nossa ligação com Ele.

Discussão inicial: Quando era bebê, Julie foi adotada por uma família que lhe dava cuidado e amor. Com o tempo, ela se tornou uma cristã generosa e comprometida, que amava profundamente sua família adotiva. Contudo, ao atingir a maioridade se sentiu compelida a descobrir mais sobre sua mãe de sangue e seus outros parentes. Julie fez uma solicitação do contato de sua mãe e ficou muito feliz quando recebeu as informações que buscava. Antes de se encontrar com ela e seus outros parentes de sangue, Julie enviou fotos e a prova escrita de sua ligação com eles, mas isso se tornou irrelevante quando chegou o dia de encontrá-los face a face. Ao verem Julie reconheceram que ela pertencia à sua família. Seus novos irmãos ficaram comovidos com a semelhança entre Julie e sua mãe, pois não eram apenas semelhantes, mas também tinham os mesmos trejeitos e gostos. A semelhança de Julie com sua mãe verdadeira foi a prova mais convincente de que ela era de fato parte da família.

Do mesmo modo, os escritores do Novo Testamento sugerem que a unidade e o amor entre os cristãos são a prova mais convincente da sua ligação com Cristo. Nossa aparência e nossas atitudes são indicativos de nosso relacionamento com Ele, mais do que qualquer outra prova que possamos apresentar.

Perguntas para discussão

Em que você acredita mais: atitudes ou provas por escrito? Por quê? Que tipos de suposições você já fez sobre pessoas com base em suas palavras e atitudes? Todas estavam corretas?

Compreensão

Para o professor: Esta seção fala sobre viver o reino dos Céus, o que demonstra o poder de Deus. Ela acentua a ligação entre nossas ações e nossa identidade em Cristo. Ao explanar a lição na classe, enfatize o fato de que a unidade visível não é obra nossa, mas do Senhor; somos apenas chamados a viver a nova identidade que recebemos em Cristo.

COMENTÁRIO BÍBLICO

I. Uma nova identidade

(Recapitule com a classe Ef 2:13-16.)

Conforme discutido anteriormente neste trimestre, a unidade da igreja depende da morte e ressurreição de Cristo, que fizeram de nós novas criaturas, reconciliados com Ele, e que nos deram uma nova identidade Nele. Portanto, o chamado para que os crentes exibam uma unidade visível não é um desafio aparentemente impossível, mas “um chamado a viver uma identidade que nos é dada gratuitamente quando submetemos nossa vida a Cristo” (Gregory A. Boyd, Living in, and Looking Like, Christ, in Servant God: The Cosmic Conflict Over God’s Trustworthiness [“Vivendo em Cristo e Sendo Semelhante a Ele”, citado em Deus Servo: O Conflito Cósmico Sobre a Fidelidade de Deus], editado por Dorothee Cole. Loma Linda, Calif.: Loma Linda University Press, 2013, p. 410). Somente quando vivemos nossa identidade em Cristo é que testificamos do evangelho e do poder de Deus.

II. Reconciliados com Deus

(Recapitule com a classe 2Co 5:17-21.)

A reconciliação bíblica refere-se à restauração do relacionamento entre companheiros que estiveram em hostilidade ou inimizade. Embora o ser humano seja responsável pela hostilidade e alienação no seu relacionamento com Deus, Jesus nos reconciliou com Deus ao lidar com a raiz do problema da inimizade. Como nosso Substituto, Ele assumiu a pena imposta pela lei em relação ao pecado. Portanto, Deus deve ser visto como o Iniciador e o Centro da reconciliação. Por ter Ele reconciliado toda a humanidade consigo por meio de Cristo e dado aos seres humanos nova vida, Paulo convidou os coríntios a viver a nova identidade, reconciliados com Deus, dando continuidade ao ministério de reconciliação nas situações concretas de seu dia a dia. Paulo esperava que os coríntios difundissem a mensagem da reconciliação e que seu fruto fosse manifesto àqueles com quem se encontrassem na jornada cristã. Na ausência de evidência externa de sua identidade como reconciliados, Paulo foi levado a questionar se os coríntios haviam aceitado verdadeiramente a reconciliação oferecida por Deus. Por isso declarou aos coríntios: “Rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2Co 5:20).

Pense nisto: Qual é a diferença entre reconciliação e justificação? Em que se justifica o questionamento de Paulo em relação ao compromisso dos coríntios com Deus e à reconciliação que Deus lhes havia oferecido? O que significa aceitar a missão da reconciliação?

III. Vivendo os valores do reino

(Recapitule com a classe Ef 4:25–5:2; Rm 14:1-6.)

Viver como cidadão do reino de Deus envolve mais do que reconciliação; tem a ver com um novo estilo de vida que difere radicalmente do modo de vida do mundo ao nosso redor, pois se baseia em valores diferentes. Envolve não apenas uma troca de senhorios, mas uma mudança de estilo de vida. Os cristãos são chamados a adotar um estilo de vida caraterizado por amor, graça e misericórdia. Paulo explica que nossa antiga vida deve ser abandonada para que vivamos a nova identidade no reino, criada “segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4:24). Essa nova vida deve ser acompanhada da renovação da mente para que haja mudança de atitudes e prioridades.

“A igreja é chamada a ser uma expressão dessa sociedade alternativa. [...] Um lugar em que se opera a inversão das prioridades mundanas, onde servir é mais importante que o status, onde a humildade supera a arrogância, onde se expressa amor em vez de desejo, e onde a colaboração substitui a competição” (Lowell C. Cooper, “Doing Justice, Loving Mercy – in the End Time” [Fazendo Justiça, Demostrando Misericórdia – no Tempo do Fim], citado em Do Justice: Our Call to Faithful Living [Fazer Justiça: Nosso Chamado para uma Vida de Fidelidade], editado por Nathan Brown and Joanna Darby; Warburton, Victoria: Signs Publishing Company, 2014, p. 86). Viver nossa nova identidade com essas novas prioridades atrai a atenção para o evangelho. A harmonia e unidade que ocorrem quando o serviço substitui o uso das pessoas para fins egoístas, e quando a humildade substitui o orgulho das conquistas pessoais e do status, é tão estranha à cultura vigente que evidencia o poder de Deus para transformar vidas.

Pense nisto: Por que é importante que nossa identidade como cidadãos do reino de Deus seja acompanhada de uma renovação mental? Como sua igreja tem representado os valores do reino de Deus?

Aplicação

Para o professor: Esta seção convida os alunos a refletir se sua vida e sua igreja expressam de forma precisa sua identidade em Cristo e, portanto, dão prova do poder de Deus em seu coração.

Perguntas para reflexão

1. Qual é a diferença entre mensagem da reconciliação e ministério da reconciliação?

2. Muitos estudos sugerem que as ações e condutas da igreja diferem pouco da sociedade ao redor. Por que isso acontece? O que podemos concluir a partir dessa informação?

3. Na prática, de que forma você pode demonstrar sua identidade como reconciliado com Deus? O Senhor pede que você demonstre o viver do reino a alguém em especial nesta semana? O que você está comunicando às pessoas por meio de suas palavras e ações?

4. Entre as caraterísticas da vida no reino discutidas nesta lição, qual você acha mais difícil de demostrar? A referência de Paulo ao fato de que o amor de Cristo nos constrange pode fazer diferença nas suas atitudes e motivações?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: As atividades abaixo oferecem opções para os membros focalizarem uma área da vida em que eles falharam em dar testemunho de sua identidade ao mundo ao redor.

Atividades

1. Localize uma característica de sua antiga identidade na lista de Paulo em Efésios 4 que tende a infiltrar-se novamente na sua vida (mentira, furto, palavras torpes, ira, malícia, etc.). Depois identifique a característica que deve substituí-la, segundo Paulo. Encontre vários textos sobre a característica que deve substituir sua fraqueza e escreva-os em pequenos cartões que possa levar consigo. Reflita sobre eles várias vezes ao dia na próxima semana. No fim da semana, escreva sobre o que Deus lhe falou a respeito de sua fraqueza e sobre o que você precisa fazer a seguir.

2. Liste exemplos práticos do tipo de conversação que, segundo Paulo, os cristãos devem ter. Como ponto de partida talvez você queira considerar as ideias listadas em 1 Tessalonicenses 5:11, Hebreus 3:13 e 2 Coríntios 13:11. Escolha um desses exemplos e pense como você pode colocá-lo em prática nesta semana na sua casa, no seu trabalho e no seu círculo mais amplo de amigos.

3. Planeje duas atividades em grupo nas quais você poderá servir e demonstrar cuidado para com alguém de sua congregação e alguém de sua comunidade.

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


Envenenadas pela “Mama”

Desi Natalia Ango, uma moça de 18 anos, ficou entusiasmada quando foi escolhida, com uma amiga, para passarem um ano como missionárias em Limbong, uma ilha indonésia localizada na região sul de Sulawesi. Desi gostou da ideia de ficar em uma grande cidade, mas quando as duas amigas chegaram ao escritório da Associação local, foram colocadas em um carro para uma viagem de três horas. Em seguida, viajaram de moto num trajeto de cinco horas pelas montanhas. A estrada estava escorregadia, e Desi caia sempre da moto.

No fim da estrada, as jovens souberam que teriam que caminhar mais oito horas até seu destino. Mas, primeiramente, deviam ir ao escritório do governo para receber permissão de subir a montanha. Várias pessoas de Limbong estavam no escritório e entusiasmadas levaram Desi até o vilarejo e deram as boas notícias. Quando as jovens missionárias chegaram, os habitantes do vilarejo as receberam com uma cerimônia tradicional. Um frango novo, negro, foi assado, fervido e oferecido às visitantes. Essa iguaria era um prato que os habitantes comiam regularmente.

“Não falávamos o dialeto e não entendíamos o que falavam”, Desi conta. “Não sabíamos o que fazer”. Mais importante, ela não tinha ideia de como falar sobre o amor de Jesus. Então, as amigas jejuaram e oraram por dois dias.

Carvão vegetal e mamão

No segundo dia, uma mulher pediu ajuda. Ela levou as duas missionárias até a mãe, Indo Reko, que estava doente na cama, sofrendo de hemorragia, uma doença parecida à da mulher que Jesus curou (Marcos 5:25-34). Elas não tinham nenhuma experiência médica e não sabiam o que fazer. Mas tinham 

carvão vegetal e misturaram duas colheres cheias com água e perguntaram se podiam orar. “Nós oramos: ‘Senhor, acreditamos que podes curar esta senhora com este carvão’”, Desi relembra. “Mas queremos saber o que mais podemos fazer.”

Então, decidiram telefonar para o campus do 1000 Missionary Movement (Movimento Missionários 1000), organização responsável por enviar os estudantes para os vilarejos. Para conseguir acesso pelo celular, precisavam subir outra montanha. De lá, telefonaram e uma enfermeira do campus aconselhou as jovens a machucar um mamão pequeno, com as sementes, e uma banana de tamanho normal e dar para a doente.

Ao voltar à casa de Indo, Desi disse: “Somos cristãs e acreditamos que Jesus lhe ajudará. Se comer essas frutas, vai se sentir melhor.” As jovens missionárias deram a mistura de mamão e banana diariamente durante 30 dias. Também ensinaram a não comer carne de porco e outros alimentos impuros. Passado o mês, o sangramento havia estancado e Indo pôde voltar à vida normal.

Os moradores ficaram impressionados e começaram a perguntar às missionárias como cuidar das crianças e parentes enfermos. Elas aplicavam carvão e oravam com as pessoas.

Imunidade comprovada

Todos apreciaram a assistência e também aproveitaram para aconselhar as moças. Um após o outro, os moradores advertiam para que elas ficassem longe de uma certa casa.

“Não se aproximem, porque serão envenenadas”, alertaram.

Porém, elas ignoraram o conselho porque acreditaram que o Senhor lhes enviara ao vilarejo e deveriam visitar todas as casas. Certo dia, ao baterem à porta, da dita casa, uma senhora com cerca de 30 anos as recebeu com alegria, oferecendo imediatamente alimento e bebida.

Desi olhou para a mandioca e milho roxo e se voltou para a amiga. “Você primeiro”, ela disse. A amiga deu um toque e disse: “Não, você primeiro.” Desi perguntou a senhora, conhecida como Mama Wandi, se podiam orar antes do alimento. “Por que querem orar?”, Mama Wandi perguntou. “Somos cristãs”, Desi respondeu. “Oramos antes de tudo que fazemos.”

Após a oração, as jovens se alimentaram e nada aconteceu com elas. No dia seguinte, Mama Wandi convidou as missionárias e novamente ofereceu alimento. Elas oraram antes de comerem e nada de ruim aconteceu. Isso aconteceu todos os dias durante duas semanas. Finalmente, Mama Wandi disse aos vizinhos: “Estas missionárias não são pessoas comuns. Envenenei a comida delas por duas semanas e elas não ficaram doentes!”

A história de que as missionárias eram imunes ao veneno se espalhou por toda a aldeia, e muitas pessoas foram a elas, ansiosas para ouvir sobre Deus. “Deus usou Mama Wandi para divulgar um relatório positivo para o nosso trabalho”, disse Desi, que hoje tem 21 anos e estuda pedagoria e língua inglesa na Universitas Klabat, instituição adventista localizada na região norte da ilha de Sulawesi. Ela espera voltar para a aldeia depois de se formar, e então abrir uma escola primária. Ela visitou a aldeia várias vezes desde a sua estada de um ano e está emocionada de que Mama Wandi esteja estudando a Bíblia com o pastor do distrito.

“Uma coisa da Bíblia que realmente nos fortaleceu durante aquele ano foi o que está escrito no livro de Jó 42: 2: ‘Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos Teus planos pode ser frustrado’”, Desi diz. “Deus realmente pode fazer todas as coisas.”

Muito agradecemos pelas ofertas missionárias que apoiam o trabalho do evangelismo ao redor do mundo.

Dicas

- Assista o testemunho de Desi no link: bit.ly/Desi-Natalia-Ango.
- Encontre fotos dessa história no link: bit.ly/fb-mq.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2018

Tema Geral: Unidade em Cristo

“A mais convincente prova”

Lição 9: 24 de novembro – 1º de dezembro

Autor: Fernando Beier
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega

Sábado

A unidade que Deus deseja para Sua igreja é um sonho e não deve ficar preso à teoria. É na prática que os cristãos podem demonstrar ao mundo seu compromisso com o evangelho, e com seu semelhante. “Nisto conhecerão que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13:35).

Mas é sempre bom lembrar que a unidade do Corpo de Cristo começa com minha decisão de ser um fiel discípulo de Cristo, não importa se os demais farão o mesmo. Concordo com as palavras de Morris Venden: “Unicamente quando nos envolvemos pessoalmente com o Senhor Jesus e temos um testemunho individual a ser dado, e o damos – pela nossa influência, mas também pelas nossas palavras – é que nos tornamos testemunhas eficazes para Ele”.

Hoje é o dia para esse envolvimento mais profundo com Jesus. Se trabalharmos nisso, os frutos certamente virão.

Domingo, 25 de novembro

No livro Nisto Cremos encontramos a seguinte declaração: “Em harmonia com a declaração de Cristo: ‘Vós todos sois irmãos’ e ‘o maior dentre vós será vosso servo’ [...], os membros são orientados a se relacionarem uns com os outros com base na igualdade. Por outro lado, devem compreender que seguir o exemplo de Cristo significa ministrar em favor das necessidades de outros, conduzindo-os ao Mestre” (p. 194).

Todo membro batizado da igreja deveria conhecer e compreender essas palavras, tendo em vista que somos tentados a esquecer quem somos de fato, e porque estamos aqui. Nossa fé em Cristo deve transcender toda barreira étnica, cultural, política ou social. Nossa missão está concentrada na salvação de pessoas e sua consequente libertação do poder do mal. Com tal propósito em vista, nossos esforços encontrarão a ajuda perene e espetacular do Espírito Santo, e milhares de pessoas encontrarão a paz de Jesus.

Segunda-feira, 26 de novembro

A igreja foi instituída por Cristo para que busquemos a união com aqueles que confiam em Seu nome e desejam viver com Ele pela eternidade. O pecado pode atrapalhar parte desse ideal, mas nunca impedirá a igreja de ser a embarcação que será conduzida para o porto seguro.

Não raro, muitos cristãos cedem à tentação de esquecer o alvo principal da igreja, que é levar o evangelho aos corações aflitos e desesperados. A apatia, o rancor e a maledicência podem fazer um trabalho funesto de separar as pessoas. Nesse caso, a unidade ficará comprometida, e o sucesso de nossa missão também. Infelizmente, já tive que enfrentar situações em que um grupo inteiro se dispersou por causa da intriga de uma única pessoa. Trata-se do joio no meio do trigo.

A igreja só é igreja quando existe para os outros”, dizia o mártir Dietrich Bonhoeffer. Com esse desafio em mente, podemos trabalhar com a ajuda constante de Deus, buscando uma união que fará diferença na vida de milhares de pessoas.

Terça-feira, 27 de novembro

Jesus disse algo interessante: “Não se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos que se encontram na casa” (Mt 5:15). Ou seja, fomos libertos por Cristo para iluminar o mundo com a verdade do evangelho. Se eu viver apenas para mim mesmo, nunca levarei luz a ninguém.

Esquecemos rapidamente de uma regra importante da vida espiritual: doar é viver; deixar de doar é morrer. Quem está com as mãos cheias, não pode receber nova porção. Deus solicita nossa ajuda porque sabe que, se somos verdadeiramente salvos seremos levados a cooperar com Ele na salvação de outros. Servir ao semelhante deveria ser um modo de vida para o cristão, e não uma opção.

Contudo, temos que ter algo para doar, uma verdade para contar, uma luz para iluminar. Se temos um relacionamento com Jesus, recebemos porção abundante da luz celestial e passamos a refletir essa luz às pessoas que nos cercam.

Quarta-feira, 28 de novembro

O apóstolo Paulo escreveu acerca de uma metáfora para a unidade do povo de Deus – o corpo humano. Pode-se imaginar um corpo em que cada uma de suas partes desejasse seguir caminhos diferentes? Evidentemente isso não daria certo! Deve haver harmonia entre escolhas e ações do corpo como um todo.

Outro detalhe importante: antes de qualquer atividade, o corpo precisa de alimento. E Jesus deixou claro que Ele é o pão e a água que nos mantém vivos. Isso significa que somos todos dependentes de Cristo, mas dependentes também dos nossos irmãos de fé. Quando cada parte do corpo exerce sua função de maneira correta, o corpo todo será forte e saudável. Como enfatizou Wayne Cordeiro: “Igrejas são organismos vivos; não são organizações corporativas. São entidades ativas e compostas por pessoas vivas – e que precisam relacionar-se bem umas com as outras. A saúde do indivíduo afeta a saúde da igreja inteira.”

Todos somos importantes para a união que Deus sonha para Seu povo. Portanto, façamos a parte que nos cabe com amor e dedicação.

Quinta-feira, 29 de novembro

Por que Jesus Se entregou para morrer pela nossa salvação? Por um único motivo: Ele nos ama. Podemos entender isso melhor, segundo a Bíblia, pensando em uma mãe que nunca desiste do filho rebelde; afinal, seu amor por ele não permite que ela desista.

Em relação ao nosso compromisso com a salvação das pessoas, nunca seremos capazes de fazer algo por elas se o amor verdadeiro não for a nossa mola propulsora. Quando Jesus for o centro de nossa vida, não perguntaremos se nosso próximo é bom, mau ou simpático. Desejaremos fazer nosso melhor para libertar os que necessitam de redenção. O amor é assim: sempre faz o que é necessário pelo bem do outro. Não consegue agir de outro modo. No dicionário do amor, não existe o verbo “desistir”.

Se alguém decidir amar como Cristo amou, quanto bem poderá fazer? Creio que falamos de algo incalculável. E se uma congregação inteira se unir no amor pelo semelhante, o que acontecerá? Coisas extraordinárias ocorrerão, mas só vamos descobrir quando, de fato, nos unirmos na missão de salvar os que estão ao nosso redor.

Sexta-feira, 30 de novembro

Muitos são os desafios enfrentados pelos cristãos, mas manter a unidade do Corpo de Cristo se apresenta como algo urgente, e todos devem lutar para alcançar o ideal de Deus. Nesse esforço, precisamos nos lembrar de três fatos relacionados com a unidade cristã:

• Unidade não significa pensar em uníssono e de modo uniforme acerca de algo, mas acreditar na mesma verdade e lutar por ela.

• As diferenças culturais ou sociais que geralmente separam as pessoas podem, na verdade, tornar-se o grande fator impulsionador para que o evangelho atinja milhares de pessoas que precisam de Jesus.

• O poder do testemunho cristão se encontra no amor que os cristãos dedicam uns aos outros, bem como aos que perecem sem o conhecimento da salvação.

A unidade da igreja será visível quando todos os seus membros buscarem Jesus com mais dedicação, recebendo Dele a força e o poder para superar suas diferenças e seguir a vontade de Deus expressa em Sua Palavra. Com o amor de Cristo transbordando no coração, cada crente será uma fonte de vida para vida, alcançando um mundo que se desfaz em desespero.

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Fernando Beier é Mestre em Teologia, escritor e conferencista. Autor dos livros Crise Espiritual e Experimente um Recomeço, ambos da CPB. É pastor na Associação Paulista Sudoeste.