Jesus nos deu a melhor estratégia de investimento do mundo quando disse: “Não acumulem tesouros sobre a Terra, onde as traças e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntem tesouros no Céu, onde as traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam” (Mt 6:19, 20). Jesus concluiu Sua estratégia de investimento dizendo: “Porque, onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6:21). Em outras palavras: mostre-me em que você gasta seu dinheiro, e eu lhe mostrarei onde seu coração está, porque, onde quer que você coloque seu dinheiro, certamente seu coração o seguirá, isso se ele já não estiver lá.
Você quer um coração voltado para o reino de Deus? Se a resposta é sim, então coloque seu dinheiro onde ele colherá recompensas eternas. Coloque seu tempo, seu dinheiro e suas orações no trabalho de Deus. Se fizer isso, logo se tornará ainda mais interessado nesse trabalho, e seu coração também o seguirá. Nesta semana, estudaremos textos e ilustrações que nos mostram como armazenar tesouros no Céu e, finalmente, colher uma recompensa eterna.
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Os que buscam tesouros celestiais são frequentemente chamados por Deus para fazer grandes mudanças de vida na Terra. Prepare-se para enfrentá-las, se necessário.
1. Leia Gênesis 6:5-14. Por quais mudanças radicais passou Noé como resultado de obedecer a Deus? Que princípios há nesses versos para nós que vivemos em um mundo que precisa ser avisado sobre a destruição iminente?
Noé poderia ter gasto seu tempo e recursos construindo uma casa para si mesmo, mas escolheu fazer uma mudança drástica em sua vida e passar 120 anos seguindo o chamado de Deus para construir a arca.
Muitos céticos classificam a história do dilúvio como um mito, com base em especulações científicas sobre as leis da natureza. Isso não é novidade. “O mundo antediluviano raciocinava que durante séculos as leis da natureza haviam sido fixas. As estações periódicas tinham vindo em sua ordem. Até ali nunca havia caído chuva. A terra era regada por uma neblina, uma espécie de orvalho. Os rios jamais haviam passado seus limites, mas com segurança tinham levado suas águas para o mar. Imutáveis decretos haviam impedido as águas de transbordarem” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 96). Antes do dilúvio, as pessoas argumentavam que jamais poderia ocorrer uma inundação, com base em uma compreensão defeituosa da realidade; após o dilúvio, da mesma forma, argumentam que ele nunca aconteceu.
A Bíblia diz também que as pessoas serão céticas em relação aos eventos do tempo do fim, como foi no tempo do dilúvio (2Pe 3:3-7). De que forma podemos nos preparar para o futuro? Há uma decisão consciente chamada “gratificação adiada”, que significa basicamente fazer com paciência a obra de Deus na esperança de uma recompensa futura. Não sabemos quando Cristo voltará. Em certo sentido, não importa. O que importa é que, como Noé, façamos o que Deus nos pede enquanto aguardamos a promessa, mesmo que, como foi com Noé, isso traga mudanças radicais à nossa vida.
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Deus chamou Abraão para deixar sua terra natal e seus parentes e ir para uma terra que Ele lhe mostraria. Embora não sejam dados detalhes, Abraão teve que deixar a terra de seu nascimento e o lugar em que passou seus primeiros anos. Certamente, não foi uma decisão fácil. Sem dúvida, ele abriu mão de algum prazer terrestre e de conveniências para fazer o que Deus estava mandando.
2. Leia Gênesis 12:1-3. Como foram “benditas todas as famílias da Terra” em resultado dessa promessa e de sua aceitação?
Esse foi um grande evento transformador de vida para Abraão e sua família. “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber como herança; e partiu sem saber para onde ia” (Hb 11:8). “Aquela obediência inquestionável de Abraão é uma das provas mais notáveis de fé a ser encontradas em toda a Bíblia” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 96).
A maioria das pessoas não estaria desejosa de deixar a sua pátria, amigos e familiares. Mas Abraão fez isso. Ele estava satisfeito em estar onde Deus queria que ele estivesse. Por mais estranho que possa parecer, Abraão, Isaque e Jacó não receberam essa terra – contudo, permaneceram fiéis a Deus de toda maneira.
3. Leia Hebreus 11:8-13. Qual é a mensagem relevante nesse texto?
Abraão era conhecido como príncipe por aqueles que viviam ao seu redor. Era visto como generoso, corajoso, hospitaleiro e um servo do Altíssimo. Seu testemunho para Deus foi exemplar. Pela graça divina, somos herdeiros de Abraão. “É o caso de Abraão, que creu em Deus, e isso lhe foi atribuído para justiça. Saibam, portanto, que os que têm fé é que são filhos de Abraão” (Gl 3:6, 7). “E, se vocês são de Cristo, são também descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3:29).
No caso de Abraão, bem como no exemplo de Noé, vemos alguém que tomou uma grande decisão de mudança de vida como resultado de obedecer a Deus.
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Quando Abraão deixou sua terra natal em resposta ao chamado de Deus, seu sobrinho Ló escolheu ir com ele em sua peregrinação. Gênesis 13 registra que o Senhor abençoou Abraão até que ele “era muito rico; possuía gado” (a principal medida de riqueza naquela cultura), “prata e ouro” (Gn 13:2). Ló também “tinha rebanhos, gado e tendas” (Gn 13:5). Ambos ficaram tão ricos com seus extensos rebanhos de gado que não podiam continuar morando juntos. A fim de evitar conflitos entre seus pastores, Abraão ofereceu a Ló a escolha de onde ele gostaria de viver. Ló deveria ter concedido o direito a Abraão, por ser o parente mais velho, e porque ele devia sua própria prosperidade à sua conexão com o patriarca. No entanto, ele não demostrou gratidão ao seu benfeitor e, com egoísmo, quis o que considerou a melhor terra disponível.
4. Leia Gênesis 13:10-12. Quais fatores racionais podem ter levado Ló a tomar a decisão mencionada?
Por mais fácil que tenha sido para Ló justificar sua decisão de se mudar para a cidade, a situação não foi tão boa para ele ali. No entanto, quando Abraão ouviu sobre o que lhe havia acontecido, não disse: “Bem feito, Ló. Você colheu o que plantou”. Em vez disso, foi ajudá-lo (ver Gn 14).
Às vezes, em nossa ganância, não aprendemos algumas lições. Ló voltou para Sodoma! Mas, em Sua graça, Deus o avisou sobre a iminente destruição da cidade.
5. Leia Gênesis 18:20-33. Que razão Deus deu para Sua visita? Qual foi a resposta de Abraão à notícia de que Deus destruiria as cidades?
Por causa da preocupação de Abraão com Ló e sua família, ele intercedeu para que Deus poupasse a cidade caso encontrasse nela uma quantidade de pessoas justas, começando com 50 e indo até 10. Em harmonia com seu amor, Deus não parou de conceder misericórdia até que Abraão parou de perguntar! Os dois anjos pessoalmente libertaram Ló, sua esposa e suas duas filhas. Mas sua esposa olhou para trás e se tornou uma estátua de sal. Ló entrou em Sodoma como um homem rico e saiu dela com quase nada. Precisamos ter cuidado com as decisões que tomamos, em especial ao pensar em ganhos de curto prazo em contraste com o cenário geral (Mc 8:36, 37).
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Jacó amava a Deus, mas se sujeitou a conspirar com sua mãe para enganar seu pai e ganhar a bênção. Por isso, teve que fugir para evitar a morte. Rebeca disse a ele: “Fuja para a casa de Labão [...]. Fique com ele alguns dias, até que passe o furor de seu irmão [...]. Quando isso acontecer, enviarei alguém para trazer você de volta” (Gn 27:43-45). Jacó esteve fora de casa durante 20 anos, e nunca mais viu o rosto da mãe.
6. Leia Gênesis 32:22-31. O que aconteceu com Jacó? Que lições aprendemos sobre a graça, apesar das nossas decisões erradas?
“Pela humilhação, arrependimento e entrega de si mesmo, esse pecador falível e mortal prevaleceu diante da Majestade do Céu. Havia firmado suas mãos trêmulas nas promessas de Deus, e o coração do Amor infinito não podia desviar a súplica do pecador.
“O erro que determinara o pecado de Jacó ao obter pela fraude a primogenitura estava agora apresentado claramente diante dele. Não havia confiado nas promessas de Deus, mas procurara pelos próprios esforços efetuar aquilo que Deus teria cumprido no tempo e da maneira Dele. Como prova de que fora perdoado, seu nome foi mudado de um que lembrava seu pecado para outro que comemorava sua vitória. ‘Já não te chamarás Jacó [‘suplantador’]’, disse o Anjo, “e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” (Gn 32:28).
“Jacó tinha recebido a bênção que seu coração havia desejado. Seu pecado como usurpador e enganador fora perdoado” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 160, 161).
7. Leia Gênesis 49:29-33. Embora Jacó não tivesse mais propriedades em Canaã, que instruções deu sobre seu sepultamento? Quais pessoas estão sepultadas naquela caverna? Por que Jacó fez esse pedido?
Os três patriarcas e suas esposas estão sepultados na mesma caverna. Jacó confiava em Deus e se considerava estrangeiro e peregrino na Terra (Hb 11:13). Apesar dos erros, ele saiu de casa sem nada, mas voltou para Canaã rico.
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Moisés foi mantido vivo na providência de Deus, que atuou por meio de uma mãe empreendedora e de uma irmã carinhosa. Quando a filha do Faraó encontrou o bebê no cesto de junco, ela pediu à sua mãe hebreia que cuidasse dele e pagou-lhe para fazer isso. Que desafio abençoado para uma mãe escrava! Joquebede teve doze anos para ensinar seu filho a orar, confiar em Deus e honrá-Lo, e moldar seu caráter para uma vida de serviço. Durante anos, Moisés foi treinado nas cortes reais do Egito. “E Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras” (At 7:22). Já adulto, ele tomou uma decisão que mudou sua vida e o curso da história.
8. Leia Hebreus 11:24-29. O que Moisés deixou para trás e o que teve que enfrentar? Examine a situação da perspectiva de Moisés antes de tomar a decisão de sair.
O Egito era uma das maiores potências do mundo antigo na época, se não a maior. O rio Nilo criou terras tão férteis que o Egito, cheio de culturas, era uma nação rica e poderosa, e o próprio Moisés estaria no topo desse reino. É difícil imaginar como a atração do mundo e de todos os seus tesouros deve ter sido para ele em seus primeiros anos. Ele deve ter achado tentadores os prazeres, as riquezas, a adoração. Sem dúvida, Moisés poderia facilmente ter justificado ficar no Egito em vez de se unir a um grupo de escravos desprezados.
Porém, como dizem as Escrituras, ele escolheu “ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado” (Hb 11:25). O que dizer sobre as aflições? O livro de Êxodo trata das lutas e das provações de Moisés, que, mesmo depois de tudo o que passou, não pôde entrar na terra prometida (Nm 20:12). No entanto, no fim, sabemos que Moisés fez a escolha certa, muito embora às vezes ele deva ter se perguntado se de fato ele havia feito a melhor escolha.
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Deus honrou Sua parte na aliança abençoando Abraão, o qual honrou a Deus não ajuntando tesouros nesta Terra. “A herança que Deus prometeu a Seu povo não está neste mundo. Abraão não teve possessão na Terra, nem ainda o espaço de um pé (At 7:5). Ele possuía muitos recursos, e deles fazia uso para a glória de Deus e para o bem de seus semelhantes; mas não olhava para este mundo como sua pátria.
“O Senhor o chamara para deixar seus compatriotas idólatras, com a promessa de dar-lhe a terra de Canaã para sempre; no entanto, nem ele nem seu filho, nem o filho de seu filho, a recebeu. Quando Abraão quis um lugar para sepultar seus mortos, teve de comprá-lo dos cananeus. Sua única posse na terra da promessa foi aquele túmulo cavado na pedra, na caverna de Macpela” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 135).
Às vezes somos tentados a ir em direção à riqueza e ao lazer. É preciso fé para praticar a gratificação adiada. “O majestoso palácio do faraó e o trono foram apresentados como uma forma de sedução a Moisés; mas ele sabia que era nas formas e costumes das cortes que estavam entronados os prazeres pecaminosos que fazem o povo se esquecer de Deus. Ele olhava para além do lindo palácio, para além da coroa, podendo ver as mais altas honras que os santos do Altíssimo receberão em um reino incontaminado pelo pecado. Pela fé, ele viu uma coroa incorruptível que o Rei do Céu colocará na cabeça do vencedor. Essa fé levou Moisés a se desviar dos nobres da Terra e se unir à nação humilde, pobre e desprezada que havia preferido obedecer a Deus em lugar de servir ao pecado” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 206).
Perguntas para consideração
- No fim, o que acontecerá com nossas posses? (2Pe 3:10). O que pode ocorrer com elas antes do fim? (Mt 6:20). Por que devemos manter tudo na perspectiva adequada?
- Jesus alertou contra “a fascinação da riqueza” (Mc 4:19). As riquezas nos enganam?
- Moisés poderia ter justificado a decisão de ficar no Egito em vez de deixar tudo para trás a fim de fugir com um grupo de escravos? O que motivou a escolha dele?
Respostas e atividades da semana: 1. Ele abandonou projetos pessoais para construir a arca. Devemos fazer o que Deus nos pede, mesmo que isso mude nossa vida. 2. Da descendência de Abraão nasceu o Salvador do mundo. 3. Essas pessoas foram exemplos de fé. Confiaram em Deus e nas Suas promessas. 4. Ele escolheu a terra que lhe pareceu mais fértil e próspera. 5. Ele iria destruir as cidades ímpias. Abraão intercedeu pelos habitantes da cidade. 6. Jacó lutou com Deus e prevaleceu. A graça ouviu a súplica do pecador arrependido. 7. Jacó pediu que fosse sepultado na caverna de Macpela, Abraão, Sara, Isaque, Rebeca e Lia. 8. Moisés deixou sua posição de prestígio em maiores potências mundiais da época para se unir a uma nação de escravos.
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PARTE I – VISÃO GERAL
Noé é um exemplo de alguém que acumulou tesouros no Céu. Ele andou com Deus e, pela fé, investiu seus recursos na construção da arca em terra firme. Ao alertar o mundo para escapar da destruição do fenômeno da chuva que não existia na época, Noé salvou a si mesmo e a sua família, herdando toda a Terra (Gn 6:14-18). Abraão também, crendo, viajou, sem saber para onde estava indo, confiando que uma multidão viria de sua esposa estéril (Gn 11:30; Gn 17:16). Depois, Abraão levou seu único filho e maior tesouro para ser sacrificado (Gn 22:9; Hb 11:17). Moisés, um príncipe, renunciou ao reino do Egito porque entendeu corretamente que sofrer pela causa de Deus é mais lucrativo do que as riquezas e prazeres terrenos (Hb 11:24-27).
Entretanto, o amor às riquezas pode sufocar a Palavra de Deus no coração das pessoas (Mt 13:22). O exemplo de Ló, ao ir para a próspera Sodoma, e o de Jacó, que usou o engano para obter a primogenitura, terminaram em perda e sofrimento para ambos. Ao se arrepender, Ló foi salvo, e seu nome preservado entre os justos (2Pe 2:7). Posteriormente, alguns de seus descendentes foram enxertados na linhagem messiânica (Gn 19:30, 37; Rt 4:10; Mt 1:5). Jacó, pela súplica e choro, tornou-se Israel, gerando a nação eleita (Os 12:4, 5; Gn 32:28). Todos esses homens venceram pela fé, dedicando tudo, no fim, à causa do Senhor. Nosso coração deve ser igualmente dedicado (Mt 6:19-21).
PARTE II – COMENTÁRIO
Tesouro para Deus
Jesus nos aconselha a acumular tesouros no Céu (Mt 6:19, 20). Mas, como fazer isso? Uma forma de juntar tesouros no Céu é o investimento na obra do Senhor. Quando investimos na igreja e na caridade, reconhecendo esses aspectos do reino de Deus na Terra, estamos investindo no Céu.
Parte A – Investimento
“Esses tesouros terrestres são bênçãos quando devidamente empregados. Os que possuem tais tesouros devem compreender que esses recursos lhes são emprestados por Deus, e empregar alegremente seus recursos para o progresso de Sua causa” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 1, p. 132).
1. A nossa lealdade e as prioridades do nosso coração (afeições, compromissos e preferências) são indicadas pelo lugar em que estão os nossos tesouros (Mt 6:21). Aqueles que amam o dinheiro nunca terão o suficiente (Ec 5:10). Paulo nos diz que esse amor é a raiz de todos os males (1Tm 6:10). A maneira como usamos o dinheiro é um teste de fidelidade para a eternidade (Lc 16:10, 11). Entretanto, se o nosso dinheiro for investido apenas em empreendimentos mundanos, estaremos amando a Mamom mais do que a Deus (Lc 16:13). Deus quer o nosso coração (Pv 23:26), e podemos oferecê-lo a Ele investindo em Sua obra. Portanto, faremos “amigos” entre aqueles que nos receberão nas “habitações eternas” (Lc 16:9), onde iremos amar e servir a Deus, não as nossas posses (Lc 16:13).
2. A comissão divina de proclamar a salvação a todas as nações (Mt 28:18-20) é abrangente. São necessários grandes investimentos.
Em termos de pecado, o Céu investiu o sangue de Jesus em nossa salvação. Jesus, o Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo (1Pe 1:18, 19), nos deu a promessa de que o Espírito Santo permaneceria sempre conosco, como garantia da nossa redenção (Ef 1:13, 14). O sangue dos mártires é um investimento muito precioso que foi derramado pela Palavra de Deus (Ap 6:9, 10). Os mortos em Cristo são investidores esperando uma herança que inclui o fim do pecado e a restauração de todas as coisas (2Pe 3:13; Ap 21:1-7).
Investir nossa vida e nossas posses na pregação do evangelho (Mt 28:19), por meio da fé, é o caminho certo para acumular tesouros no Céu.
Parte B – Exemplos de bons investimentos
1. Investir apesar da oposição
A oposição à fé vem de fora de nós na forma de perseguição (2Tm 3:12) e de ataques de forças espirituais do mal (Ef 6:11, 12). Mas, de dentro de nós, a natureza humana produz luxúria e pecado, que levam à morte (Tg 1:14, 15). Isso porque o coração não regenerado não é do Pai, mas do mundo (1Jo 2:15, 16). Os exemplos bíblicos apontam para situações em que parecia impossível que as promessas de Deus fossem cumpridas por causa da oposição interna e externa. Contudo, os fiéis permaneceram firmes em fazer o que Deus ordenou e prevaleceram.
2. Noé (Gn 6)
Noé e sua família sentiram uma pressão social para se conformar com as crenças predominantes porque seus avisos de destruição vindoura por um dilúvio eram contrários ao fato de que nunca havia chovido. Eles foram perseguidos e escarnecidos por aqueles que tinham conhecimento científico na época, o qual contrariava a previsão divina. Mas a fé nem sempre depende da ciência ou da evidência, e nem sempre está de acordo com elas.
O mundo ao redor de Noé não estava errado em relação aos sinais naturais. Eles simplesmente não acreditavam na revelação de Deus. Os antediluvianos depositaram seu tesouro (e coração) na Terra, e isso fez a diferença entre a vida e a morte.
Não basta estar certo e alinhado com a ciência e a opinião pública. É necessário conhecer e fazer a vontade de Deus.
Noé e sua família também devem ter sofrido grande estresse psicológico causado pela reação predominante e pela consciência da destruição iminente do planeta. Noé foi capaz de suportar a pressão apenas dando um passo de fé e obedecendo de todo o coração à missão que Deus lhe deu.
3. Abraão (Gn 12:1-9)
Abraão enfrentou o desconhecido, a separação de sua família e os perigos da vida nômade em sua longa jornada. A evidência “científica” estava contra a crença de que ele se tornaria o pai de uma grande nação, uma vez que os anos iam passando e Sara permanecia estéril.
Mais uma vez, vemos um exemplo de medo interno e evidências opostas externas guerreando contra a Palavra de Deus. Em última análise, Abraão investiu na missão que Deus lhe deu. Ele depositou seu tesouro no Céu, investindo tudo na obra que Deus lhe deu e tornou-se pai de uma grande nação por meio do nascimento milagroso de Isaque.
4. Moisés (Êx 3:1–4:16)
Moisés era tímido, mas foi falar com o maior governante da Terra. Sem exército, ele foi exigir a libertação dos escravos. Sem comida ou água, Moisés atravessou o deserto com mais de um milhão de homens, mulheres, crianças e animais. Com um mero cajado, ele realizou milagres sobrenaturais, os quais Deus o capacitou fazer. Rejeitando o trono da superpotência do mundo, Moisés renunciou à maior fortuna terrena que alguém poderia desejar e acumulou tesouros no Céu.
Parte C – Exemplos de maus investimentos
1. Psicologicamente, as pessoas dão prioridade à satisfação imediata de seus desejos e necessidades urgentes, ou àquelas necessidades e desejos que estão diante de seus olhos. Na realidade, a esperança adiada desencoraja (Pv 13:12). Portanto, é preciso paciência para esperar o cumprimento das promessas de Deus de acordo com Seu tempo perfeito (Rm 8:25). Os seres humanos tendem a buscar gratificação instantânea, querendo apressar o cumprimento das promessas e a realização de suas expectativas.
Jacó e Ló foram míopes em certos pontos da vida. Como resultado, foram forçados a suportar perdas até que entregassem tudo a Cristo e aceitassem a misericórdia divina.
Nem sempre recebemos uma resposta imediata às nossas orações, e as coisas nem sempre são como gostaríamos. O conselho a seguir é adequado em tais momentos: “Andem pelo estreito caminho da fé. Confiem em todas as promessas do Senhor. Confiem em Deus quando em meio às trevas. Esse é o tempo de exercer fé” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 1, p. 153).
2. Deus destinou Jacó a se tornar o herdeiro das promessas e bênçãos da aliança que eram de Esaú por direito de nascimento. Em vez de confiar na providência para anular os impedimentos ao seu destino, Jacó concordou com o esquema dissimulado de sua mãe de mentir e roubar a bênção da primogenitura pertencente ao seu irmão (Gn 27). Distante do poder controlador da fé, Jacó foi um oportunista imprudente que se apressou em trazer, a qualquer custo, o resultado que considerava benéfico. Depois de Betel (Gn 28:11-22), Jacó foi tocado e transformado pela visão da escada que ligava o Céu à Terra (Jo 1:51). Em seu encontro no Jaboque (Gn 32:24-29), depois de muito choro e súplicas (Os 12:4, 5), ele recebeu o nome de Israel. Sua mudança de nome comemorou sua luta com Deus e seu resultado vitorioso. A vitória de Jacó representa a experiência dos salvos.
3. O ambicioso Ló procurou a garantia de lucro. Escolheu a cidade ao longo da melhor rota comercial, com planícies verdes e um grande mercado consumidor. Ele fez sua casa na perversa cidade de Sodoma, abandonando a vida nômade de Abraão (Gn 13:10-13). No fim, Ló perdeu todos os seus bens materiais e parte de sua família. Tendo seus sonhos de prosperidade desfeitos, ele foi forçado a fugir para as montanhas com suas duas filhas por causa de sua escolha imediatista (Gn 19:15-30).
O apelo de Jesus ainda é válido hoje: Confie na providência divina e acumule tesouros no Céu (Mt 6:19-21). Invista na pregação do evangelho enquanto ainda há tempo.
“Há agora uma boa oportunidade de usar seus meios em benefício da humanidade sofredora e também para o progresso da verdade” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 1, p. 432).
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
Peça a um aluno que leia em voz alta as citações abaixo. Em seguida, discuta com a classe as questões apresentadas.
Fé e paciência
“Muitos ficam inquietos quando não conseguem saber o que vai acontecer. Não suportam a incerteza do futuro e, em sua impaciência, recusam-se a esperar para ver a salvação de Deus” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2021], p. 608).
A pressão das circunstâncias levou Ló e Jacó a buscar o sucesso sem esperar o perfeito tempo de Deus.
- Que precauções devemos tomar para que não aconteça conosco o que ocorreu com Ló e Jacó?
- Como a paciência para esperar em Deus, sem buscar ansiosamente a segurança material, favorece a fidelidade nos dízimos e ofertas?
- Você fica inquieto quando não consegue saber imediatamente o desfecho dos seus problemas? Por que você acredita que é tão difícil para muitos de nós suportar pacientemente as incertezas da vida e esperar pela salvação de Deus? Como a impaciência bloqueia a fé? (Hb 11:1, 2, 6; 6:15; 10:36). Por que você pensa assim?
Fé e obras
“Aqueles que ainda se apegam aos seus tesouros terrenos e não dispõem fielmente daquilo que lhes foi emprestado por Deus perderão o tesouro celestial; perderão a vida eterna” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 1, p. 159).
A salvação é pela fé (Ef 2:8-10)
- Como a fidelidade nos dízimos e ofertas e a ajuda aos necessitados promovem a comunhão com Deus e revelam a confiança em Sua providência?
- Como a fidelidade nos dízimos e nas ofertas afeta a nossa fé?
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O Tempo de Deus
Godwin K. Lekundayo
Tanzânia | 4 de fevereiro
Peça a um homem contar esta história em primeira pessoa. Apresente a história dizendo que você está falando em nome do pastor Godwin na Tanzânia.
Como pastor distrital, aprendi sobre a compreensão do Céu sobre o tempo. A ocasião: eu estava liderando conferências evangelísticas por três semanas na Tanzânia.
Os organizadores escolheram a estação seca para as reuniões em Moshi, uma cidade no Monte Kilimanjaro, a maior montanha na África. Mas fortes chuvas começaram a cair após a primeira semana. Preocupado que a chuva fosse deixar as pessoas em casa, sugeri que remarcássemos os encontros para depois.
Para minha surpresa, o presidente da comissão evangelística local, um leigo, se recusou.
“Não, pastor, nós não vamos adiar”, disse ele. “Oramos pelas reuniões bem cedo, e nosso Senhor ouviu nossas orações e sabia que a chuva cairia.”
“Então, o que devemos fazer?” perguntei. “Você pode ver que está chovendo fortemente.”
Um Pouco de Fé
“Precisamos ter um pouco de fé para crer que nosso Deus pode ser sensível sobre a hora das reuniões”, disse ele. “Vamos orar desta forma:
“Nosso bom Deus, o Senhor pode permitir que as chuvas caiam o quanto quiser, mas que não chova das 15h30 às 18h30.
”Desta forma, as pessoas teriam 30 minutos para chegar ao evento às 16h e 30 minutos para retornarem para casa após o evento acabar às 18h.
Eu não estava confiante com tal pedido, mas eu participei da oração.
Na manhã seguinte, a chuva caiu em torrentes. A tempestade continuou pela tarde. Mas exatamente às 15h30, ela parou. Nosso evento iniciou às 16h. e eu preguei até 18h. A chuva voltou às 18h30.
A temperatura seguiu esse horário por duas semanas. A chuva caía até às 3:30 p.m., parava, e então, voltava às 18h30.
Um dia, um visitante chegou ao local da reunião às 15h para conseguir um bom assento. Ele esperou por algum tempo e, ao ver a forte chuva, decidiu que a reunião seria cancelada e foi embora. No dia seguinte, ele perguntou se havíamos nos reunido.
“Claro”, eu respondi. “Nós não pedimos para Deus parar a chuva às 15h. Pedíamos para as 15h30. Então, você deveria ter sido sensível sobre isso.”
“Eu jamais cometerei esse erro novamente”, disse o homem. Depois disso, ele esperou até as 15h30 para ir às reuniões e nunca se molhou.
12 Batismos
No sábado, subitamente percebemos que havíamos esquecido de pedir ao Senhor que parasse de chover para o culto de adoração da manhã. Mas Deus conhecia nossa debilidade, e nenhuma gota caiu das 9h até o meio-dia.
No último sábado, eu batizei 12 pessoas em um rio. Quando tirei a última pessoa da água, a chuva começou a cair.
“Você é muito abençoado”, eu disse a ele. “Você está sendo batizado pela água do rio e pela chuva celestial.”
A experiência me ensinou que Deus é sensível ao tempo. Embora Deus não enfrente as limitações do tempo como nós, Ele espera que sejamos sensíveis ao tempo também e que sejamos bons mordomos do tempo. Paulo nos diz: “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem, e vivam não como tolos, mas como sábios, aproveitando bem o tempo” (Efésios 5:15, 16, NAA).
Se eu tivesse passado da hora naqueles encontros evangelísticos, as pessoas teriam que caminhar para casa na chuva. Alguns poderiam pegar resfriados ou simplesmente não retornar. A gestão do tempo é importante.
Deixe-me convidá-lo a se unir a mim em oração ao Senhor para ser sensível ao tempo: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Salmo 90:12).
Obrigado por sua oportuna oferta do décimo terceiro sábado que ajudará seis projetos missionários em toda a Divisão Africana Centro-Oriental, incluindo a construção de um salão multiuso muito necessário na Universidade de Arusha, na Tanzânia.
Por Godwin K. Lekundayo, presidente da União do Norte da Tanzânia
Dicas para a história
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Assista a um pequeno vídeo no YouTube do pastor Godwin em: bit. ly/Godwin-time.
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Baixe fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
- Baixe as postagens da missão e fatos relevantes da Divisão Africana Centro-Oriental: bit.ly/ecd-2023.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2023
Tema geral: Administradores fiéis: à espera do Mestre
Lição 6 – 4 a 11 de fevereiro
Ajuntem tesouros no Céu
Autor: Wellington Almeida
Editor: André Oliveira Santos
Revisora: Rosemara Santos
Creio ser importante relembrar o que foi publicado no comentário da primeira lição sobre o esboço dos temas para este trimestre. Chegamos no centro daquela estrutura temática proposta nestes comentários:
- O Chamado para a família de Deus (lição 1) envolve uma recompensa para a fidelidade (lição 12).
- As alianças de Deus conosco (lição 2) talvez seja a melhor referência para administrar em tempos difíceis (lição 11).
- O pacto que envolve o dízimo (lição 3) implica que é retribuindo (lição 10) que exercitamos nossa gratidão em reconhecer que “é das mãos do Senhor que damos” (1Cr 29:14).
- Quando devolvemos “ofertas para Jesus” (lição 4), exercemos um cuidado com a cobiça (lição 9), pecado este que fere a legítima fidelidade.
- O drama de estar lidando com as dívidas (lição 5), talvez seja um reflexo de um planejamento que promova o sucesso (lição 8) no trato dos recursos em minhas mãos (mordomia).
Finalmente, o que considero ser o ponto central dessa estrutura temática:
- A melhor maneira de “ajuntar tesouros no Céu” (lição 6) ainda é distribuir meus tesouros “aos mais pequeninos irmãos” (lição 7).
Assim, perceba, estamos no ponto central da lição do trimestre, que apresenta a “estranha maneira de ficar rico”: doando, não acumulando. E aí? Você vai confiar nesse plano econômico-financeiro e aplicar para a eternidade? E, se ficar qualquer dúvida sobre onde você está fazendo seu “investimento”, faça uma investigação: tente encontrar onde está o seu coração e saberá onde estará seu investimento (Mt 6:21).
- Verso para memorizar:
“De que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria uma pessoa em troca de sua alma?” (Mc 8:36, 37, grifo acrescentado).
Está claro para você que a resposta à pergunta destacada em negrito está na pergunta anterior? Em troca de sua alma, pessoas estão “ganhando o mundo inteiro”. A questão é que não deveríamos buscar esse tipo de “ganho”, mas aceitar a “perda”. “O que estou disposto a ‘perder’ para ter o verdadeiro tesouro?” Isso deve nortear sua abordagem na semana ao falar de personagens que estiveram dispostos a perder para finalmente ganhar.
- Esboço para esta semana:
A ideia é pontual: pergunte à sua Unidade de Ação o que os personagens exemplificados na lição precisaram perder. Siga a sequência de cada dia:
Noé (domingo) – “perdeu” tudo para investir numa “arca”. Mas isso redundou em um ganho: a salvação de sua família.
Abraão (segunda-feira) – em obediência, “deixou tudo” e partiu “com rumo e sem saber para onde”: “vá para a terra que lhe mostrarei” (Gn 12:1). Seu ganho: nele foram abençoadas todas as famílias da Terra.
Ló (terça-feira) – o exemplo de alguém que ambicionou o melhor e passou “por cima dos outros” para conseguir seus objetivos. Usou de deslealdade e terminou em calamidade. Seu ganho foi sua perda. Representa o quanto precisamos deixar para trás se desejamos um lugar seguro e de paz.
Jacó (quarta-feira) – outro exemplo que evoca o princípio da usurpação, ato negativo aos olhos de Deus, mas perfeitamente passível de perdão, desde que nossa luta ocorra “na presença de Deus” até que nosso nome (conduta e caráter) seja mudado. O ganho: um novo nome, quando priorizamos o “Único Nome” e cumprimos nossos votos.
Moisés (quinta-feira) – representa a perda de valores, prestígios e prazeres transitórios do pecado, renunciando ao status de ser chamado de “Príncipe do Egito”. Qual foi seu “lucro”? Entender e desfrutar de uma Canaã que não estava na Terra para ter como ganho a “cidadania celestial”.
- Abordagem sugestiva
Lembre-se de falar à sua Unidade de Ação que o propósito do estudo semanal é compartilhar o aprendizado e não “estudar a lição”. O melhor de cada sábado é a oportunidade de, na classe de professores ou mesmo na classe regular, sintetizar o aprendizado e o conhecimento. Este se adquire no estudo; o outro, exercita-se no compartilhamento.
3.1. Noé achou graça. Em Gênesis 6:9, temos a descrição do patriarca: “Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus.” Considere duas coisas: (1) quem eram seus contemporâneos e (2) a causa da justiça e integridade de Noé.
Sobre os “contemporâneos” de Noé, é dito que “não eram as multidões, ou a maioria, os que se encontravam do lado direito. O mundo se achava arregimentado contra a justiça de Deus e Suas leis, e Noé era considerado um fanático” (Patriarcas e Profetas, p. 96, ed. digital). Tal descrição corrobora com o texto de Gênesis 6:5, ao descrever que o “Senhor viu que a maldade das pessoas havia se multiplicado na terra e que todo desígnio do coração delas era continuamente mau.”
Sobre a causa da fidelidade de Noé em meio àquela geração, é dito o essencial também a ser considerado para os tempos atuais: “Noé andava com Deus”. Essa é a condição da graça para sermos fiéis.
3.2. Abraão, o pai dos fiéis. O que deve ser considerado neste outro exemplo é o contundente fato de que Abraão saiu “com rumo, mas sem saber para onde”. O rumo estava claro: “a terra que lhe mostrarei”. A obediência inquestionável foi a mesma que o levou anos mais tarde ao monte Moriá, pela mesma razão que reafirma o paradigma para a fidelidade: obediência à vontade do Senhor, mesmo que para algumas situações só haja uma resposta: “O Senhor proverá” (Gn 22:8).
Leia Hebreus 11:8-12 e tente destacar as palavras-chaves de cada verso que tenha a ver com as atitudes de Noé. Veja se chegou à mesma percepção da minha reflexão: Ele (1) quando chamado, obedeceu; (2) quando partiu, peregrinou; (3) enquanto peregrinou, aguardou; e, o que ele aguardava pode ter definido todas as suas ações na sua jornada: Abraão aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o Arquiteto e Construtor (Hb 11:10). Tal visão não se verificaria na experiência do terceiro personagem, Ló, que preferiu ter seus olhos na terra, não apenas os seus pés.
3.3. As más decisões de Ló. Ao abordar este tema na classe, não seja repetitivo. A história é bem conhecida. Tente extrair lições do relato e aplicações para a vida espiritual. Por exemplo: (1) Seus olhos estavam no “vale da prosperidade”, e isso, ainda hoje, pode comprometer nossa “eternidade”; (2) Deus em algum momento “vai descer” para ver de perto “o que está acontecendo” e como estamos vivendo; (3) Sua ação contra o pecado só não alcançará quem não se corromper com o mal e decididamente não olhar o que deixou para trás.
3.4. De enganador a príncipe. A história de Jacó expõe o que nosso coração alimenta e o que somos capazes de fazer para satisfazê-lo. Mostra as inevitáveis consequências de nosso mal procedimento e o melhor: demonstra que, apesar dos nossos erros, Deus pode nos abençoar e mudar nossa história e nosso nome. Em Jacó posso entender que há possibilidade de superação da culpa e livramento oportuno quando, em luta contra nossas próprias tendências, nos tornamos vencedores.
“Jacó tinha recebido a bênção que seu coração havia desejado. Seu pecado como usurpador e enganador fora perdoado” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2021], p. 161).
3.5. Moisés no Egito. Na história de Moisés, “doze anos o prepararam para cento e vinte”. Claro que essa conta é emblemática, mas pode revelar que a educação primária que ele recebeu de sua mãe nos primeiros anos o tornou sábio para, quando “homem feito, [recusar] ser chamado filho da filha de Faraó (Hb 11:24). Ao ler o relato sobre Moisés na “galeria dos heróis da fé”, você perceberá o que ele conseguia enxergar como absoluto futuro para sua vida: “Cristo era uma riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque” ele “contemplava a recompensa” (v. 26).
Finalmente, Hebreus 11 descreve a motivação que deve nortear e, de certa forma, explicar toda e qualquer atitude de alguém que vive a fidelidade e a integridade em meio às mais terríveis oposições e questionamentos: Moisés “permaneceu firme como quem vê Aquele que é invisível” (v. 27). Sim, só é possível ver o “invisível” quando as coisas “visíveis” deste mundo, seja no Egito ou no Quatar, perdem o seu valor diante da promessa futura de novos céus e nova Terra.
“Como cristãos, temos uma visão da realidade que nos leva além deste mundo. Quando somos tentados, como podemos manter diante de nós o cenário mais amplo? Por que é tão importante que façamos isso?”
Conclusão
Explore com a classe o termo “gratificação adiada” (Hb 11:26) e “fascinação da riqueza (Mc 4:19). O autor da lição afirma que “muitos se perdem por não saber esperar a promessa futura. Às vezes somos tentados a ir em direção à riqueza e ao lazer. É preciso fé para praticar a gratificação adiada. Ellen White declarou: “O majestoso palácio do faraó e o trono foram apresentados como uma forma de sedução a Moisés; mas ele sabia que era nas formas e costumes das cortes que estavam entronados os prazeres pecaminosos que fazem o povo se esquecer de Deus. Ele olhava para além do lindo palácio, para além da coroa, podendo ver as mais altas honras que os santos do Altíssimo receberão em um reino incontaminado pelo pecado. Pela fé, ele viu uma coroa incorruptível que o Rei do Céu colocará na cabeça do vencedor. Essa fé levou Moisés a se desviar dos nobres da Terra e se unir à nação humilde, pobre e desprezada que havia preferido obedecer a Deus em lugar de servir ao pecado” (Patriarcas e Profetas [CPB, 2021], p. 206).
Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Francisco WeIlington de Oliveira Almeida é pastor, casado com a professora Rosalba Canté Almeida, pai de Ilos McRoswell Canté Almeida (in memorian). Graduou-se em Administração de Empresas (ISES, 1991), bacharel em Teologia (IAENE, 2002), pós-graduado em Missão no Século 21 (IAENE, 2013) e Família (2012) e mestre em Teologia Pastoral (IAENE, 2014). Iniciou o ministério como distrital em Paragominas (2003/2004), Tucuruí (2005-2008), foi MIPES e Secretário Executivo na Associação Sul do Pará (2009-2013), Secretário Executivo na Associação Maranhense (2014-2016), Secretário Executivo, Lar e Família e Mordomia Cristã na Associação Norte do Pará (2016-2022). Foi nomeado Presidente desse campo (ANPa) em novembro de 2022.