Como acontece em relação a outros assuntos bíblicos, existe divergência entre os cristãos a respeito das profecias. Infelizmente, muitos acabam pensando que alguns livros da Bíblia, como o Apocalipse, são simplesmente incompreensíveis. Assim, em vez de tentar compreendê-lo, eles simplesmente o evitam, às vezes incentivados por líderes religiosos bem-intencionados que pensam que estudar as profecias causa mais problemas do que resolve.
Mas nem sempre foi assim. Durante os primeiros 1.800 anos de história da igreja, a maioria dos cristãos se sentia bastante confortável com as profecias bíblicas, e havia um nível surpreendente de concordância em relação às principais profecias. É isso que Deus pretendia que acontecesse: “Irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, peço-lhes que todos estejam de acordo naquilo que falam e que não haja divisões entre vocês; pelo contrário, que vocês sejam unidos no mesmo modo de pensar e num mesmo propósito” (1Co 1:10).
Nesta semana, vamos estudar alguns princípios que nos ajudam a interpretar as profecias de maneira coerente e confiável.
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Entre em uma livraria e observe as obras sobre profecias bíblicas. Logo você
perceberá que existe uma variedade gigantesca de pontos de vista e interpretações diferentes. Talvez você seja tentado a acreditar que é impossível compreender livros como o Apocalipse. Um autor acredita que o anticristo não passa de uma metáfora. Outro diz que o anticristo ainda virá. E outro diz que ele era uma pessoa ou poder da época do Império Romano. Com tristeza, um pregador disse: “Para alguns, talvez a Bíblia seja como um violino antigo: você pode tocar nele qualquer música que quiser.”
A Bíblia, no entanto, ensina o oposto de tudo isso. Ela nos convida a estudar as profecias, deixando claro que Deus não fala em vão e que podemos conhecer a verdade a respeito daquilo que Ele nos diz em Sua Palavra.
1. Leia Mateus 24:15; Apocalipse 1:3; Mateus 11:29; Jeremias 9:23, 24. Segundo esses textos, por que Deus Se dá a conhecer?
Muitas universidades oferecem disciplinas sobre “A Bíblia Como Literatura” ou algo semelhante. Para um cristão, pode ser surpreendente assistir às aulas e descobrir que o professor estuda a Bíblia da mesma forma que alguém estuda as mitologias pagãs. Na opinião deles, talvez exista um núcleo de “verdade” moral por trás das histórias, mas as histórias bíblicas podem ser interpretadas da maneira que se desejar. Para eles, a ideia de que esse livro foi inspirado por Deus é simplesmente absurda.
Assim, o professor estuda a Bíblia, mas não escuta nela a voz de Deus. Outros chegam a conclusões que estão em claro desacordo com a mensagem bíblica. Sem se entregar ao Senhor e sem ter o coração aberto para aprender a verdade, aqueles que estudam as Escrituras dessa forma não apenas deixarão de compreender a mensagem bíblica, mas irão distorcer o caráter amoroso e santo de Deus revelado nas páginas sagradas. Isso pode ser mais comum do que muitos imaginam, e é por isso que simplesmente estudar a Bíblia deixando de lado as ferramentas certas e (o mais importante) a atitude correta, sob a orientação do Espírito Santo, pode ser prejudicial.
Um incrédulo estava lendo a Bíblia. Perguntaram o que ele estava fazendo. Sua resposta foi: “Procurando lacunas.” Essa é uma atitude errada ao ler as Escrituras?
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Talvez nada seja tão frustrante quanto precisar se comunicar, talvez em um hospital ou farmácia, quando estamos em um país cujo idioma é desconhecido para nós. Sabemos o que precisamos dizer, mas não temos o vocabulário adequado para fazer isso.
Com Deus, surge um problema diferente. Ele diz: “Assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim os Meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os Meus pensamentos são mais altos do que os pensamentos de vocês” (Is 55:9). O problema não é que Deus não tenha o vocabulário para Se comunicar conosco. O problema é que nós não temos o vocabulário nem a capacidade intelectual para compreender totalmente o que Ele tem a dizer.
2. O que a Bíblia ensina sobre o conhecimento de Deus em comparação com o nosso? Sl 139:1-6; Sl 147:5; Rm 11:33; 1Jo 3:20
Jamais compreenderemos a mente de Deus de forma absoluta, pois Ele é infinito e onisciente. Mal conseguimos compreender as coisas criadas – então como poderíamos entender completamente o Criador? É simplesmente impossível.
No entanto, mesmo que jamais sejamos capazes de compreender tudo, podemos entender o que é necessário para nossa salvação (ver 2Tm 3:14, 15). Quando os apóstolos explicavam o evangelho para sua audiência, eles citavam as profecias do AT que foram cumpridas por Jesus. Com isso, concluímos que um dos principais objetivos das profecias é ilustrar o plano da salvação. De fato, a profecia bíblica sempre deve nos levar a Jesus e à promessa de salvação que Ele oferece a toda a humanidade.
Afinal, o Senhor, por meio de quem todas as coisas foram criadas (ver Cl 1:16; Jo 1:1-3), desceu a este mundo e Se ofereceu como sacrifício na cruz pelos pecados de todos os seres humanos, mesmo dos maiores pecadores. Deus ama a todos nós. Tendo feito tudo isso por nós, o Senhor obviamente deseja que todas as pessoas, até os piores pecadores, saibam o que Ele nos oferece em Jesus. E a profecia tem o propósito de fazer exatamente isso.
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3. O que o Senhor disse a Daniel? Dn 12:4; compare com Ap 22:10.
Não é incomum ver pregadores citando Daniel 12:4 para sugerir que o texto predisse o aumento do conhecimento científico e tecnológico pouco antes da segunda vinda de Cristo. Muitos também o usam para descrever os avanços na área dos transportes ao longo do último século.
O anjo começa suas instruções dizendo: “Encerre as palavras e sele o livro” (Dn 12:4). O assunto em questão é o próprio livro de Daniel. Portanto, o conhecimento que aumentaria repentinamente no tempo do fim seria o conhecimento do livro de Daniel.
Isso torna Daniel diferente do Apocalipse, pois João foi instruído a não selar seu livro (Ap 22:10). O Apocalipse deveria ser compreendido desde o início, porque, nas palavras do anjo, o tempo estava próximo. Daniel, por outro lado, seria entendido mais claramente no futuro distante, o “tempo do fim” (Dn 12:4).
Pensadores cristãos tentaram explicar o livro de Daniel, e alguns fizeram grandes progressos. No entanto, a compreensão do livro aumentou rapidamente após o cumprimento da profecia dos 1.260 anos, cujo período terminou em 1798. Estudiosos chegaram à conclusão de que algo espetacular aconteceria por volta de 1843. O mais conhecido deles foi Guilherme Miller, cujas pregações inauguraram o Grande Movimento do Advento no século 19, que, depois, daria origem à igreja remanescente e a uma compreensão mais clara das três mensagens angélicas (Ap 14:6-12).
O nascimento do movimento mundial adventista foi o cumprimento da predição de Daniel de que, no “tempo do fim”, o “saber se multiplicará” (Dn 12:4).
Por outro lado, e sem julgar a salvação individual das pessoas, pense na escuridão que envolve a cristandade. Uma verdade tão clara quanto o mandamento do sábado, estabelecido no Éden, é ignorada e rejeitada em favor do domingo, um dia de adoração com origem pagã. Pense também na falta de conhecimento sobre a verdade a respeito da morte: a maioria dos cristãos acredita na ideia pagã de que os mortos estão conscientes, o que geralmente inclui o conceito de um inferno eterno para os ímpios.
Em contraste, devemos ser gratos e humildes por conhecer a verdade bíblica.
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Os adventistas devem muito a Guilherme Miller pela compreensão que têm das profecias. Embora o entendimento de Miller sobre algumas passagens (como Dn 8:14) não fosse perfeita, o método de estudo da Bíblia que ele usou foi relevante, pois abriu caminho para o nascimento do movimento remanescente dos últimos dias.
4. Leia Mateus 5:18; 2 Timóteo 3:15-17; Lucas 24:27. O que esses textos nos ensinam sobre como devemos abordar a profecia bíblica?
Estudar a Bíblia é como montar um grande quebra-cabeça. Se você juntar apenas duas ou três peças, será impossível enxergar a imagem completa. Talvez nessas poucas peças você consiga identificar um cavalo, e poderá concluir que está montando uma imagem de cavalos. Contudo, outras peças revelam uma galinha e uma vaca. Então, depois de montar centenas de peças, percebe que é uma bela paisagem – que inclui uma cidade, uma fazenda e, no fundo, uma cadeia de montanhas.
Uma das principais razões pelas quais muitos não compreendem a Bíblia é que eles a tratam como uma coleção de ditados soltos ou provérbios que poderão ser usados em situações específicas. Algumas pessoas podem recorrer a guias que mostram onde encontrar versículos bíblicos de orientação e auxílio, ou que contêm passagens sobre vários temas, e achar que isso é tudo o que a Bíblia ensina sobre determinado assunto.
Muitos estudam as profecias com a mesma abordagem, tirando textos de seu contexto e ligando-os a eventos atuais, em vez de compará-los com o restante da Bíblia. Por isso, livros sobre profecias precisam ser atualizados frequentemente, porque erram quanto aos eventos que predizem e acerca do tempo dessas predições.
É também por isso que é tão importante não apenas selecionar alguns textos específicos sobre determinado assunto, mas estudar atentamente tudo o que a Bíblia diz sobre esse tema, sempre levando em consideração o contexto da passagem em estudo. É muito fácil retirar um versículo do contexto e fazê-lo dizer o que quisermos.
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Quando estudamos as profecias, uma das principais questões com as quais lidamos é como determinar se algum texto deve ser entendido de modo literal ou simbólico. Como saber se o autor usou linguagem simbólica e como descobrir o que esse símbolo representa? A principal maneira de descobrir isso é analisando como os símbolos ou figuras são usados ao longo de toda a Bíblia, em vez de observar como são entendidos em nossa época. Por exemplo, alguns concluíram que o símbolo do urso em Daniel 7 representa a Rússia, porque essa imagem muitas vezes é usada hoje como símbolo desse país. Contudo, essa não é uma forma confiável de interpretar o simbolismo profético.
5. Leia as passagens abaixo, permitindo que a Bíblia interprete a si mesma. Que símbolo profético aparece em cada grupo de passagens e o que esse símbolo representa, segundo a própria Bíblia?
a) Dn 7:7; 8:3; 7:24
b) Ap 1:16; Ef 6:17; Hb 4:12
c) Ap 12:1; 21:2; Ef 5:31, 32; Jr 6:2
Quando seguimos o princípio de que a Bíblia deve interpretar a si mesma, a maior parte dos mistérios que existem por trás do simbolismo profético desaparece. Vemos, por exemplo, que chifre simboliza poder político ou nação, espada representa a Palavra de Deus, e mulher se refere à igreja. Vemos claramente a Bíblia se explicando.
Por que Deus falou por meio de símbolos, em vez de ser mais direto em Sua revelação? Por que Pedro, de maneira enigmática, referiu-se a Roma como Babilônia (1Pe 5:13)?
Existem razões pelas quais Deus escolheu Se comunicar por meio das profecias usando símbolos. Se o Apocalipse tivesse mencionado Roma diretamente, ao tratar de seus erros e males, a perseguição à igreja, que já acontecia, se tornaria ainda pior. Sejam quais forem as razões para o uso de símbolos, podemos ter certeza de que Deus deseja que entendamos o que os símbolos significam.
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Leia, de Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 272-277 (“Guilherme Miller e a mensagem do advento”).
“Pastores e povo declaravam que as profecias de Daniel e do Apocalipse eram mistérios incompreensíveis. No entanto, Cristo chamou a atenção de Seus discípulos para as palavras do profeta Daniel, com relação aos acontecimentos que ocorreriam na época deles, e disse: ‘Quem lê entenda’ (Mt 24:15). E a afirmação de que o Apocalipse é um mistério que não pode ser compreendido é contradita pelo próprio título do livro: ‘Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus Lhe deu para mostrar aos Seus servos as coisas que em breve devem acontecer [...]. Bem-aventurado aquele que lê, e bem-aventurados aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo’ (Ap 1:1, 3). [...]
“Foram reveladas a João cenas emocionantes e de profundo interesse sobre a experiência da igreja. Ele viu a posição, os perigos, os conflitos e o livramento final do povo de Deus. Registrou as últimas mensagens que farão amadurecer a seara da Terra – tanto os feixes para o celeiro celestial quanto os para o fogo da destruição. Assuntos de suma importância lhe foram desvendados, especialmente para a última igreja, com o propósito de que os que saíssem do erro para a verdade pudessem ser instruídos” (O Grande Conflito, p. 289, 290, grifos no original).
Perguntas para consideração
1. De que modo o estudo das profecias pode aumentar sua fé? Profecias escritas milhares de anos antes dos eventos preditos aumentaram sua confiança na Bíblia e, mais importante ainda, no Deus que a inspirou? Daniel 2 apresenta motivos poderosos e racionais para crer que Deus existe e conhece o futuro?
2. Qual é a melhor maneira de nos protegermos de interpretações especulativas sobre as profecias, que às vezes existem até mesmo na igreja? Por que é essencial seguir a orientação bíblica: “Examinem todas as coisas, retenham o que é bom” (1Ts 5:21)?
Respostas às perguntas da semana: 1. Deus revela a Si mesmo e Sua verdade porque deseja ter um relacionamento com Seus filhos. 2. O conhecimento de Deus é infinito e está além de nossa compreensão. Isso deve nos levar a louvá-Lo e a confiar Nele. 3. No tempo do fim, o conhecimento a respeito das profecias de Daniel se multiplicaria. 4. Devemos aceitar que toda a Bíblia é a Palavra de Deus. Ao estudarmos determinada profecia, precisamos examinar tudo o que a Bíblia diz sobre o assunto. 5. (a) Chifre representa rei ou reino; (b) Espada simboliza a Palavra de Deus; (c) Mulher representa a igreja, o povo de Deus.
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TEXTO-CHAVE: Jr 9:24
FOCO DO ESTUDO: 2Tm 3:15-17
ESBOÇO
Introdução: No começo de cada semestre de aulas sobre a Bíblia, um professor do seminário desafiava seus alunos com uma pergunta direta: “Qual é a ferramenta mais importante que os ajuda a compreender a Bíblia?” Os alunos ofereciam diversas respostas: “dicionários bíblicos”, “oração”, “o Espírito Santo”, “conhecimento dos idiomas da Bíblia” (hebraico e grego), “software bíblico”, etc. Contudo, o professor lhes informou que, embora todas essas coisas fossem úteis, havia uma ferramenta que eles não mencionaram que era o recurso mais im-
portante de todos: o tempo.
Indiscutivelmente, a ferramenta mais necessária ao lidar com as Escrituras é aquela que frequentemente parece ser a mais escassa: o tempo. Quando estivermos dispostos a investir tempo no estudo da Bíblia, seremos levados a considerar a seguinte questão: como lemos a Bíblia? Ou seja, quais são os princípios que devem orientar nossa busca e compreensão deste livro tão singular?
Temas da lição: Nesta semana, vamos explorar os dez princípios para a leitura dos textos proféticos da Bíblia. Os primeiros cinco princípios de leitura se concentrarão no próprio texto: lê-lo com atenção (como se fosse um texto novo), com cuidado (como um texto importante), lê-lo apreciando sua estética (como um texto belo), lê-lo dentro do seu contexto (dentro do seu ambiente bíblico) e lê-lo à luz de outros textos bíblicos (intertextualmente).
Os próximos cinco princípios de leitura se concentrarão em nossa resposta ao texto para garantir que estamos verdadeiramente ouvindo a Palavra de Deus: o princípio de ler o texto espiritualmente (como um texto inspirado), lê-lo de forma inteligente (como um texto desafiador), lê-lo coletivamente (como um texto para a comunidade), lê-lo de modo pessoal (como um texto que impacta nossa vida) e lê-lo com responsabilidade ética (para uma interpretação responsável).
COMENTÁRIO
Atenção ao texto
O texto bíblico é a base de qualquer discussão sobre a profecia bíblica. A primeira intenção do leitor, portanto, deveria ser ler o texto bíblico profético com uma mente atenta.
1. Ler com atenção e disposição de aprender. Leia o texto como se fosse algo novo e que você não compreende. Daniel só começou a entender sua profecia em Daniel 9:2, depois de reconhecer que não a entendia: “não havia quem a entendesse” (Dn 8:27). A Bíblia diz que os seres humanos estão naturalmente nas “trevas” (Jo 1:5). A tentação mais comum ao lidarmos com a profecia bíblica é acreditar que já entendemos sua mensagem antes mesmo de ler o texto. Assim, impomos o nosso pensamento ao texto (eisegese), em vez de permitir que o texto fale por si (exegese). Isso acontece quando interpretamos a profecia à luz de nosso próprio raciocínio ou dos eventos contemporâneos.
2. Ler com atenção. A profecia bíblica contém informações importantes sobre o destino do mundo, além de verdades vitais para a salvação (2Tm 3:15-17). Os profetas bíblicos escolheram cuidadosamente as suas palavras e formas de expressão para transmitir sua visão inspirada. Portanto, leia o texto devagar, prestando muita atenção às suas palavras. Leia-o diversas vezes para garantir que nada falte na leitura do texto. Assim, “encontraremos fontes vivas a borbulhar onde o descuidado leitor apenas avista um deserto” (Ellen G. White, Educação [CPB, 2021], p. 135). É preferível reconhecer que não se entende alguma coisa do que se contentar com uma compreensão superficial ou falsa de um texto.
3. Ler com apreciação estética: As formas literárias do texto (sua estrutura e paralelismos) ajudarão a decifrar a mensagem da profecia. A profecia da imagem em Daniel 2 é esclarecida pelo seu paralelo com a profecia sobre os quatro animais em Daniel 7. Há também paralelos entre as profecias de Daniel e do Apocalipse. Veja o quadro a seguir, no qual a visão apocalíptica em Apocalipse 13 e 14 é paralela, em muitos aspectos, à profecia de Daniel 7, que também é paralela à profecia de Daniel 8, como segue:
Esses paralelos mostram que o Dia da Expiação/Dia do Juízo celestial, em Daniel 7 e 8, corresponde e é contemporâneo da proclamação terrena das três mensagens angélicas, em Apocalipse 14.
4. Ler dentro de um contexto. No contexto histórico, o evento do encontro militar entre o exército babilônico do norte e o exército egípcio do sul em Carquemis (compare Dn 1:1 com Jr 46:2) será utilizado pelo profeta Daniel como modelo para sua profecia sobre as guerras escatológicas entre o rei do norte e o rei do sul, descritas no capítulo 11. No contexto literário, o fato de Daniel 7 estar escrito em aramaico, o idioma franco da época, enquanto Daniel 8 está escrito em hebraico, o idioma de Israel, sugere que a profecia de Daniel 7 se concentra nos reinos terrestres e tem um impacto universal. Em contraste, a profecia de Daniel 8 se dirige ao povo de Deus e tem um impacto espiritual.
5. Ler intertextualmente. Visto que o texto profético é seu próprio intérprete, é necessário buscar o significado do texto principalmente dentro do próprio texto. Essa abordagem também está enraizada no princípio fundamental estabelecido por Ellen G. White ao ecoar o reformador Martinho Lutero: “Um texto explica outro texto, sendo uma passagem a chave de outras passagens” (Evangelismo [CPB, 2023], p. 403). Por exemplo, a associação do carneiro com o bode, em Daniel 8, além de suas muitas ligações linguísticas com Levítico 16, sugere que a profecia de Daniel 8 se refere ao Dia da Expiação.
Concentrando-se na resposta pessoal
A qualidade do estudo da profecia depende também da mente da pessoa que aborda o texto.
1. Ler espiritualmente. As Escrituras Sagradas são inspiradas por Deus. Portanto, é lógico que, para compreender plena e verdadeiramente um texto em particular, o fator espiritual deve estar envolvido. As verdades espirituais devem ser “discernidas espiritualmente” (1Co 2:14). De modo prático, essa ideia significa que a fé e a oração constituem fatores importantes no sucesso da operação exegética. A oração trará ao estudo de alguém o milagre da assistência de Deus. Ter fé na inspiração divina do texto bíblico e acreditar que a profecia se cumprirá pro-
porciona à mente a capacidade de perceber seu cumprimento onde outros não veem nada.
2. Ler de forma inteligente. Compreender o texto inspirado exige diligência e esforço meticuloso de nossa parte. Eclesiastes descreve esse esforço de maneira pessimista: “Que enfadonho trabalho Deus impôs aos filhos dos homens, para com ele os afligir!” (Ec 1:13). O verbo “entender” é a palavra-chave no livro de Daniel, pois aparece 15 vezes. Afinal, Jeremias exorta: “Aquele que se gloria, glorie-se nisto: em Me conhecer” (Jr 9:24). Em outras palavras, o objetivo final da sabedoria é conhecer a Deus.
3. Ler coletivamente. Assim como o texto bíblico da profecia chegou até nós por meio do testemunho da comunidade do povo de Deus, tal profecia é igualmente destinada à comunidade do povo de Deus. Embora o estudo da Palavra de Deus não exclua a contribuição criativa do indivíduo, ele envolve também outros irmãos e irmãs na fé. Quando Deus fala, Ele geralmente Se dirige ao Seu povo como uma comunidade de adoração: “Ouve, ó Israel” (Dt 6:4). Daniel prevê que, no fim dos tempos, muitos (isto é, o povo de Deus, os sábios) entenderão (Dn 12:10).
4. Ler de modo pessoal. A menos que as Escrituras nos mudem e afetem nossa vida, não as entenderemos. Para ilustrar esse ponto, faríamos bem em considerar uma história sobre um missionário europeu na África que zombou de seu servo africano porque ele estava lendo a Bíblia: “Por que você lê a Bíblia?” O missionário então acrescentou: “Isso é apenas um monte de contos de fadas”. O servo africano respondeu: “Se eu não tivesse lido a Bíblia, eu já teria comido você”. Esta lição contém um princípio importante sobre o efeito poderoso da Palavra de Deus, que é “mais cortante do que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4:12). Assim, a Palavra profética de Deus pode não apenas penetrar nitidamente nos pecados de nossos inimigos e opressores, mas também pode falar ou testificar “contra” nós (Jr 28:8).
5. Ler com responsabilidade ética. É triste dizer, mas as profecias bíblicas muitas vezes foram usadas para justificar a iniquidade humana. Teorias racistas que promoviam a ideia da superioridade da raça branca sobre a negra, justificando o apartheid e a escravidão, foram baseadas em uma interpretação distorcida de Gênesis 9:25. O antissemitismo, que resultou nos pogroms, nas Cruzadas e no assassinato de seis milhões de judeus, foi alimentado por uma má interpretação das profecias bíblicas (Dn 9:24). Ao longo da história, abusos e crimes contra mulheres dentro das famílias foram frequentemente justificados pela referência a Gênesis 3:16. Ao estudarmos a Palavra profética de Deus neste trimestre, permitamos que as Escrituras inspiradas assumam o controle total de nossa mente e coração, com o propósito de transmitir “instrução em justiça” (2Tm 3:16).
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Aplique as lições desta semana às perguntas abaixo, concentrando-se em 2 Timóteo 3:15-17.
Com relação ao texto:
1. Quais são as palavras-chave de 2 Timóteo 3:15-17?
2. Discuta e reflita sobre a importância das seguintes palavras: “Escritura”, “sábio”, “inspirada por Deus”, “perfeito”.
3. Por que o estudo das Escrituras inspira o pensamento criativo?
4. Qual é a estrutura desse texto?
5. Qual é o contexto dessa passagem bíblica?
6. Encontre dois outros textos bíblicos com o mesmo tema. Por exemplo, Salmo 119:97-104 e João 5:39. Identifique os paralelos entre esses textos, comparando e contrastando seus temas. Em que aspectos eles são semelhantes e em quais aspectos diferem?
Perguntas para respostas pessoais:
1. Quais palavras em 2 Timóteo 3:15-17 destacam a importância e a necessidade de abordar o estudo das Escrituras com uma atitude de reverência? Por exemplo, reflita e discuta os seguintes termos: “Sagrada Escritura” (implicando a necessidade de uma abordagem espiritual), “inspirada por Deus” (dom de Deus) e “inspiração” (obra do Espírito Santo).
2. Quais palavras no texto se referem à necessidade de ler de forma inteligente? Por exemplo, reflita e discuta sobre as seguintes palavras: “saber” (função cognitiva; informação para aprender), “sensatez” (exercício de pensamento) e “instrução” (habilidade de receber instruções e aprender novas lições).
3. Quais palavras se referem à necessidade de leitura coletiva? Por exemplo, reflita e discuta sobre as seguintes palavras: “desde a infância” (envolvimento dos pais), “correção” (envolvimento dos pais e professores), “boa obra” (algo feito em nome de pessoas necessitadas).
4. Quais palavras se referem à necessidade de aplicação do texto na vida pessoal? Por exemplo, reflita e discuta sobre as seguintes palavras: “tornar-se sábio” (aprimora o senso de discernimento e julgamento pessoal). Quais palavras se referem à necessidade de sensibilidade ética? Por exemplo, reflita e discuta sobre a expressão “na justiça” (desenvolve a capacidade de discernir o que é certo).
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Encontrando Deus na escola
Coreia do Sul | Hyun-hee
Desde pequena, Hyun-hee sentia que tinha que ir à igreja no sábado. Seu pai era pastor de uma pequena igreja na Coreia do Sul, e ela não podia ficar em casa ou fazer o que quisesse.
Com o passar do tempo, Hyun-hee cansou-se da igreja e de ser filha de pastor. Ela não conseguia entender por que o pai atendia o telefone tarde da noite e até mesmo trabalhava nos fins de semana e feriados. Sentimentos de amargura e ressentimento encheram seu coração quando as tão esperadas férias em família foram canceladas porque o pai, como pastor da igreja, não poderia faltar a um funeral. Ela começou a questionar sua fé.
Foi então que a menina de 16 anos chegou a uma escola adventista do sétimo dia na capital da Coreia do Sul, Seul. Pela primeira vez, ela estava longe de casa, morando em um dormitório. Pela primeira vez, ela estava estudando em uma escola adventista. Não havia escola adventista na cidade onde seus pais moravam.
No início, a escola adventista parecia ser igual à escola pública, exceto pelo fato de que os professores acreditavam em Deus e os alunos se reuniam regularmente para o culto.
No culto matinal, no entanto, Hyun-hee ouviu um anúncio sobre algo chamado "Kneelers" (ajoelhadores). Ela estava curiosa para saber mais e, como era tímida, pediu para outra garota ir com ela para o "Kneelers".
O "Kneelers" acabou sendo uma reunião de oração liderada por estudantes na sala de conferências da escola adventista localizada no mesmo campus da escola secundária. A sala de conferências tinha bancos como uma igreja.
Cerca de 30 adolescentes, metade meninas e metade meninos, estavam sentados nos bancos e cantando quando Hyun-hee e sua amiga chegaram. Um menino estava tocando piano.
Hyun-hee ficou de boca aberta. Ela geralmente não cantava durante o momento de louvor em sua igreja natal, pois era a única adolescente lá. Mas aqueles adolescentes estavam cantando alto. Ela nunca tinha visto tanto entusiasmo. Lágrimas encheram seus olhos. Ela estava com saudades de casa, e a música era como um bálsamo para sua alma. Em um piscar de olhos, toda a solidão dela desapareceu, e ela se sentiu em paz.
Após a última música, os jovens se ajoelharam e oraram em silêncio por um momento. Em seguida, vários adolescentes se revezaram falando sobre o que Deus estava fazendo em suas vidas.
Hyun-hee ficou boquiaberta novamente. Ela nunca tinha ouvido pessoas de sua idade falarem sobre Deus de maneira tão pessoal. Ela pensou: "Eles são jovens, mas têm fé e acreditam em Deus. Eles amam a Deus apesar das lutas em suas vidas".
Depois disso, os adolescentes se dividiram em pequenos grupos para oração. Na sua igreja local, a mente de Hyun-hee costumava se distrair com outras coisas durante a oração. Mas esses adolescentes claramente gostavam de orar e falar com Deus com paixão e seriedade. Ela ficou boquiaberta mais uma vez.
Quando a reunião de uma hora terminou com mais músicas, Hyun-hee pensou com espanto: "Esses jovens são mais sinceros e dedicados a Deus do que eu". Ela mal podia esperar pela próxima reunião. Ela pensou: "Isso é fé viva. Eu a encontrei. É assim que os cristãos realmente vivem."
À medida que ela continuava frequentando as reuniões semanais do grupo "Knee- lers", ela descobriu a alegria de adorar a Deus. Ela começou a passar horas com Ele, cantando, ouvindo canções de adoração e orando. Ela sentiu a presença de Deus pela primeira vez. Ela chorou ao meditar sobre o incrível amor e sacrifício de Jesus na cruz.
Com o passar do tempo, ela percebeu que tanto os adolescentes quanto os professores oravam fervorosamente e louvavam a Deus mesmo em meio aos problemas. Ela se envolveu em vários programas espirituais na escola e se juntou a um grupo de estudo bíblico liderado por estudantes.
Ao encerrar seu primeiro ano no ensino médio, Hyun-hee encontrou grande alegria nos programas de culto. Ela participou com entusiasmo da reunião semanal de oração, do grupo de estudo bíblico e de outras atividades espirituais. A igreja não era mais cansativa, e ela ansiava por ir todos os sábados.
Sua passagem bíblica favorita é Filipenses 4:4-7, que diz: "Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez digo: alegrem-se! Que a moderação de vocês seja conhecida por todos. Perto está o Senhor. Não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças" (NAA).
Ela acredita que Deus a enviou para a escola adventista para ensiná-la a viver de acordo com esses versículos.
"Deus viu minha fé vacilante e me ajudou a entender Seu propósito", disse ela. "Conheci Deus na escola e aprendi a agradecê-Lo por tudo."
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2025
Tema geral: Alusões, imagens e símbolos
Lição 1 – 29 de março a 5 de abril
Alguns princípios da profecia
Autor: Elton de Lima Alves Júnior
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
O estudo das profecias tem despertado o interesse de muitas pessoas ao longo dos séculos, dentro e fora do cristianismo. Basta que alguma notícia ou evento incomum ocorra para se perceber como os olhos de muitos se voltam para elas. Especialmente, para o Livro do Apocalipse, que foi descrito como “palavras da profecia” (Ap 1:3; 22:7, 10, 18, 19). Quem de nós, por exemplo, já não escutou sobre o “Armagedom” nas notícias ou filmes?
A razão é que esse tipo de literatura bíblica possui grande relevância para a vida cristã. Ela fornece a esperança de um mundo melhor e a segurança em tempos de dificuldades. Ela aponta a postura e a mensagem da última igreja e, por consequência, possibilita uma renovada experiência com o Salvador, o qual está no centro dela. Além disso, o Apocalipse pode ser uma chave hermenêutica para a interpretação correta das Escrituras e da história. Assim pensavam Agostinho, Joaquim de Fiore e Lutero, para citar apenas alguns.
A compreensão das profecias nem sempre é fácil, mas é possível para todos os crentes. Para alcançar esse objetivo, precisamos seguir alguns princípios que serão abordados na sequência.
Atitude correta
A Bíblia nos convida ao estudo das profecias (Mt 24:15; Ap 1:3). No entanto, uma atitude correta diante dela é fundamental. Afinal, isso faz diferença na hora de interpretar o texto sagrado.
Ora, se o texto bíblico e profético diz a mesma coisa para todos os leitores, como eles podem chegar a conclusões diferentes? A resposta está nas pressuposições com as quais as pessoas se aproximam das Escrituras e das profecias. Sobre o Apocalipse, por exemplo, frequentemente se afirma que as interpretações são tantas quantos os leitores do livro.
Mas, com quais pressuposições deveríamos ler o texto? Que postura é correta diante da Bíblia Sagrada?
A mais importante é a humildade para reconhecer a grandeza de Deus e de Sua mensagem. O que implica na disposição para obedecer às suas orientações.
Essa atitude se manifesta, quando o leitor apresenta três posturas:
- Aproxima-se do texto com oração. Afinal, o mesmo Deus que inspirou os escritores, ilumina os leitores.
- Reconhece que Deus não Se contradiz.
- Aceita as Escrituras como livro divino-humano (2Tm 3:16, 17).
Princípios corretos
A atitude correta é de pouco valor “se não houver um certo conhecimento de como esta revelação divina deve ser interpretada” (Robert Stein, Guia Básico para a Intepretação da Bíblia [CPAD, 1999], p. 10). É preciso lembrar que o significado de um texto é produzido por seu autor, mas transmitido pelo que está escrito. Portanto, o leitor não cria significado no texto, ele apenas busca encontrá-lo.
Nesse sentido, oito sugestões podem ser úteis:
- Leia diversas vezes o mesmo texto para se familiarizar com seus ensinos e imagens.
- Use várias traduções a fim de comparar a forma com a qual cada uma tratou o texto. Isso o alertará para detalhes importantes.
- Observe com cuidado o contexto imediato e amplo da passagem (leia Mt 4:7 e analise o exemplo de Jesus). O melhor intérprete de um texto é o seu contexto.
- Faça perguntas à passagem em estudo: Por que se usou esse símbolo? O que isso sugere? Em qual outro lugar se usa essa terminologia? Qual o motivo para declarar isso aqui e não ali? Dessa forma entenderemos as razões pelas quais o texto diz o que diz.
- Preste atenção aos termos utilizados no texto, especialmente se eles se repetem. Busque entender a relação entre esses termos.
- Nos casos de Daniel e Apocalipse, leia as porções que desdobram conceitos anteriores.
- Anote suas percepções.
- Leia o que Ellen White escreveu sobre o tema. Consulte também outros autores, se possível.
O uso dos símbolos
Uma vez que as profecias fazem usos de símbolos, eles devem ser interpretados. E a forma como se deve fazer isso constitui um desafio para muitos leitores. Felizmente, os símbolos em sua maioria podem ser entendidos, bem como a “que” ou a “quem” eles representam.
O fato de que as visões não poderiam ser expressas somente com palavras é uma das razões pelas quais o uso de símbolos foi utilizado pelos profetas. A intenção por trás desse uso era despertar o povo de Deus (Is 7:3; 8:1, 3, 4; Ez 12:3-16, 22, 23; 15:1-8; 17:1-24), quando as palavras não provocavam arrependimento. O próprio Jesus fez uso abundante de imagens para transmitir sua mensagem.
O contexto e a linguagem fornecem indícios ao leitor sobre a natureza da passagem em estudo, indicando se ela é simbólica ou literal, e a “que” ou a “quem” os símbolos utilizados fazem referência.
Esse tipo de recurso tem a intenção de produzir maior diligência do leitor. Uma vez que não se pode compreender o texto sem um estudo dedicado.
Dedicação ao estudo
O estudo dedicado das profecias rende grandes dividendos. A história da igreja cristã e de nossa denominação demonstram isso. Diversas crenças adventistas aparecem na literatura profética, especialmente nos livros de Daniel e Apocalipse. Eis alguns exemplos:
- A origem da igreja (Dn 8:14; Ap 10).
- Sua identidade (Ap 12:17).
- Sua missão (Ap 14:6-12).
- Sua visão sobre a relevância do sábado, especialmente no contexto da crise final (Ap 13:11-17).
- Sua visão pré-milenista (Ap 19:11–20:15).
- Sua visão sobre o santuário, sua natureza, propósito e relevância (Dn 8:14 e todo o Apocalipse).
- Sua compreensão sobre o juízo (Dn 7; Ap 20).
- Seu modo de entender a origem e desdobramento do grande conflito (Ap 12).
- Sua visão acerca do dom profético e sua manifestação nos últimos dias (Ap 12:17).
- Sua percepção sobre a validade e importância da obediência aos mandamentos de Deus (Ap 11:19; 12:17; 14:12).
Em suma, os próprios textos proféticos apresentam a metodologia que se deve utilizar para seu estudo. Apocalipse 1 é um bom exemplo. Isso explica a razão pela qual seguimos o método historicista. Essa metodologia tem como principal fonte as Escrituras Sagradas.
Conclusão
O estudo dedicado das profecias, com a postura e princípios corretos, é enriquecedor para a vida cristã. Por tal razão cada crente deveria dedicar mais tempo para estudá-las. Sua experiência cristã seria renovada.
Finalmente, cada cristão deveria agradecer a Deus pelo texto profético, pois ele é uma bênção para a vida espiritual.
Convido você a mergulhar na profundidade da revelação de Deus contida nas profecias. Separe tempo em sua agenda diária para isso. O que você me diz? Vamos juntos.
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Elton Júnior é pastor adventista. Formou-se Bacharel em Teologia pelo UNASP-EC, em 2008. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Trabalhou em diversas funções no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. É Mestre em Interpretação Bíblica pelo UNASP. Atualmente mora em Santiago, Chile, servindo como Secretário Executivo da União Chilena, desde 2023. É casado com Gisselle, pedagoga. O casal tem três filhos: Isaac, Rebecca e Giovanna.