Lição 7
11 a 17 de fevereiro
Aos mais pequeninos irmãos
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 2Cr 27
Verso para memorizar: “Então o Rei dirá aos que estiverem à Sua direita: Venham, benditos de Meu Pai! Venham herdar o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo” (Mt 25:34).
Leituras da semana: Lc 4:16-19; Is 62:1, 2; Dt 15:11; Mt 19:16-22; Lc 19:1-10; Jó 29:12-16

A Bíblia fala muitas vezes dos estrangeiros (chamados às vezes de estranhos), dos órfãos e das viúvas. Esse grupo pode ser aquele a quem Jesus Se referiu como “Meus pequeninos irmãos” (Mt 25:40).

Como podemos identificar essas pessoas hoje? Os estrangeiros dos tempos bíblicos eram indivíduos que tinham que deixar sua terra natal, talvez por causa da guerra ou da fome. O equivalente em nossos dias poderia ser os milhões de refugiados que se tornaram necessitados por causa de circunstâncias em que não escolheram estar.

Os órfãos são crianças que perderam os pais devido às guerras, a acidentes ou às doenças. Esse grupo também pode incluir aqueles cujos pais estão na prisão ou estão ausentes. Que amplo campo de serviço está exposto aqui!

As viúvas são aquelas que perderam seus cônjuges pela mesma razão que os órfãos. Muitas são chefes de família e poderiam aproveitar toda a ajuda que a igreja pode oferecer.

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Domingo, 12 de fevereiro
Ano Bíblico: 2Cr 28
Vida e ministério de Jesus

No início do ministério público de Jesus, Ele viajou a Nazaré, na região da Galileia. Essa era Sua cidade natal, e as pessoas dali já tinham ouvido falar de Sua obra e de Seus milagres. Como era Seu costume, Jesus frequentava os cultos de sábado na sinagoga. Embora não fosse o rabino oficial, um dos presentes entregou-Lhe o pergaminho de Isaías e pediu- Lhe para fazer a leitura. Jesus leu Isaías 61:1, 2.

1. Leia Lucas 4:16-19 (compare com Is 61:1, 2; Lc 7:19-23). Por que Jesus escolheu essa passagem específica? Por que esses versos de Isaías eram considerados messiânicos? O que eles revelam sobre a obra do Messias?

Visto que os líderes religiosos aparentemente ignoravam as profecias que falavam de um Messias sofredor e aplicavam mal aquelas que apontavam para a glória de Sua segunda vinda (o que deveria servir como lembrete para nós de que é muito importante compreender a profecia), a maioria das pessoas acreditava na falsa ideia de que a missão do Messias seria libertar Israel dos romanos. Pensar que a declaração da missão do Messias vinha de Isaías 61:1, 2 deve ter sido um verdadeiro choque.

Os pobres geralmente eram desprezados pelos oficiais inescrupulosos, como cobradores de impostos, negociantes e até mesmo seus próprios vizinhos. Pensava-se que a pobreza fosse maldição de Deus e que sua condição fosse culpa deles mesmos. Com essa mentalidade, poucos se preocupavam com os pobres e sua situação difícil.

No entanto, o amor de Jesus pelos pobres foi uma das maiores evidências de Sua identidade como o Messias, conforme visto na resposta de Jesus à pergunta de João Batista sobre Ele ser o Prometido (Mt 11:1-6). “Como os discípulos do Salvador, João Batista não compreendia a natureza do reino de Cristo. Esperava que Jesus tomasse o trono de Davi; e, com o passar do tempo, sem que o Salvador reivindicasse qualquer autoridade real, João ficou perplexo e perturbado” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 164).

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“A religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1:27). Como esse verso deve nos ajudar a definir nossas prioridades religiosas?


Segunda-feira, 13 de fevereiro
Ano Bíblico: 2Cr 29
Provisão de Deus para os pobres

Os escritores da Bíblia incluíam muitas das prescrições de Deus em favor dos pobres, estrangeiros, viúvas e órfãos. Temos registros disso em diversos escritos desde o Monte Sinai. “Durante seis anos você semeará a sua terra e recolherá os seus frutos. Porém, no sétimo ano, deixe a terra descansar e não a cultive, para que os pobres do seu povo achem o que comer e os animais do campo comam do que sobrar. Faça o mesmo com a sua vinha e com o seu olival” (Êx 23:10, 11).

2. Leia Levítico 23:22 e Deuteronômio 15:11. Por mais diferente que seja o contexto hoje, que princípios devemos tirar desses versos?

Geralmente entende-se que “irmão” neste caso se refira a israelitas ou crentes. Também os consideramos como os pobres dignos ou os chamados “Meus pequeninos irmãos”. Os Salmos dão orientações sobre como devemos tratar os necessitados. “Defendam o direito dos fracos e dos órfãos, façam justiça aos aflitos e desamparados. Socorram os fracos e os necessitados, tirando-os das mãos dos ímpios” (Sl 82:3, 4). Essa passagem indica nosso envolvimento de maneiras que vão além de apenas oferecer alimento.

Há promessas para os que ajudam os necessitados. “Quem dá aos pobres não passará necessidade” (Pv 28:27). “O rei que julga os pobres segundo a verdade firmará o seu trono para sempre” (Pv 29:14). E o rei Davi observou: “Bem-aventurado é aquele que ajuda os necessitados; o Senhor o livra no dia do mal” (Sl 41:1). Isso sempre foi prioridade em Israel, mesmo que, às vezes, a tivessem perdido de vista.

Em contraste, mesmo nos tempos mais modernos, particularmente na Inglaterra, sob o impacto do que foi conhecido como “Darwinismo Social”, muitos pensaram que não só não havia imperativo moral para ajudar os pobres, mas que fosse, de fato, errado fazê-lo. Em vez disso, seguindo as forças da natureza, em que os fortes sobrevivem às custas dos fracos, os “darwinistas sociais” acreditavam que seria prejudicial para a sociedade ajudar os pobres, os doentes e os indigentes porque, se estes se multiplicassem, só enfraqueceriam o tecido social da nação. Por mais cruel que seja, esse pensamento foi o resultado lógico da crença na evolução e da sua falsa narrativa.

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De que maneira o evangelho, a ideia de que Cristo morreu por todos, deve impactar nossa forma de tratar todos, independentemente de quem sejam?


Terça-feira, 14 de fevereiro
Ano Bíblico: 2Cr 30
O jovem rico

Não sabemos muito sobre o jovem rico além da sua riqueza e do seu interesse nas coisas espirituais. Ele era tão dinâmico que correu até Jesus (Mc 10:17). Estava animado para aprender sobre a vida eterna. Essa história é tão importante que está registrada nos três evangelhos sinóticos (Mt 19:16-22; Mc 10:17-22; Lc 18:18-23).

3. Leia Mateus 19:16-22. O que Jesus quis dizer com estas palavras: “Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens, dê o dinheiro aos pobres e você terá um tesouro nos Céus; depois, venha e siga-Me”?

Jesus não pede que a maioria das pessoas venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres. Mas o dinheiro deve ter sido o deus desse jovem, e, embora a resposta de Jesus pareça severa, Ele sabia que essa era a única esperança desse homem.

A Bíblia diz que ele foi embora muito triste porque era muito rico, o que prova quanto ele adorava seu dinheiro. O Mestre ofereceu a ele vida eterna e um lugar no Seu círculo íntimo (“Venha e siga-Me”, as mesmas palavras que Jesus usou para chamar os 12 discípulos). No entanto, nunca mais ouvimos falar desse jovem. Ele trocou a eternidade por suas posses terrenas.

Que troca terrível, não foi? Que triste exemplo de alguém que não seguiu o princípio da “gratificação adiada” (ver o estudo da semana passada). Escolher como esse homem escolheu é um engano, pois, não importa o que a riqueza possa nos dar agora, cedo ou tarde todos nós morremos e teremos a perspectiva da eternidade. Enquanto isso, muitos ricos descobrem que sua riqueza não lhes dá a paz e a felicidade que esperam. De fato, em muitos casos, o oposto parece acontecer. Muitas biografias foram escritas sobre a experiência miserável de muitos ricos. Em toda a história registrada, uma das melhores descrições de como a riqueza pode ser insatisfatória encontra-se no livro de Eclesiastes. Dentre muitas outras lições que podemos tirar dela, uma é clara: o dinheiro não pode comprar paz nem felicidade.

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“Quem quiser salvar a sua vida a perderá; e quem perder a vida por Minha causa e por causa do evangelho, esse a salvará. De que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Que daria uma pessoa em troca de sua alma? (Mc 8:35-37). O que significa perder a vida por causa do evangelho?


Quarta-feira, 15 de fevereiro
Ano Bíblico: 2Cr 31
Zaqueu

Zaqueu era um judeu rico que tinha ganhado dinheiro como cobrador de impostos para os romanos. Por isso, e porque ele e outros cobradores de impostos exigiam mais impostos do que realmente era devido, ele era odiado e chamado de “pecador”. Morava em Jericó, que ficava em uma rota de comércio. O encontro de Zaqueu e Jesus não foi coincidência. Aparentemente ele estava convencido espiritualmente e queria fazer algumas mudanças em sua vida. Tinha ouvido falar de Jesus e queria vê- Lo. Deve ter se espalhado a notícia de que o grupo com quem Jesus viajava chegaria a Jericó naquele dia. Jesus precisou passar por Jericó vindo da Galileia, em Sua última viagem a Jerusalém. As primeiras palavras de Cristo para Zaqueu revelaram que, mesmo antes de entrar na cidade, Jesus sabia tudo sobre ele.

4. Leia Lucas 19:1-10. Quais foram as diferenças entre a experiência desse homem rico com Jesus e a do jovem rico?

Zaqueu e o jovem rico tinham coisas em comum. Ambos eram ricos; queriam ver Jesus e desejavam a vida eterna. Mas as semelhanças param por aqui.

Quando Zaqueu disse que daria metade dos seus bens (Lc 19:8) aos pobres, Jesus aceitou esse gesto como expressão de conversão. Ele não disse: “Desculpe, Zaqueu, mas como Eu disse ao jovem rico, é tudo ou nada. Metade não será o suficiente”. Por quê? Provavelmente porque, embora Zaqueu gostasse da riqueza, ela não era deus para ele, como era para o jovem rico. Embora não saibamos o que Jesus lhe disse, foi Zaqueu quem falou em dar dinheiro aos pobres. Em contraste, Jesus disse ao jovem rico especificamente que desistisse de tudo; caso contrário, as riquezas o destruiriam. Embora Zaqueu, como qualquer pessoa rica, precisasse ter cuidado com os perigos da riqueza, ele parecia tê-la sob melhor controle do que o jovem rico.

“Quando o jovem rico se afastara de Jesus, os discípulos ficaram espantados de ouvir o Mestre dizer: ‘Quão difícil é [para os que confiam nas riquezas] entrar no reino de Deus!’ Exclamaram uns para os outros: ‘Quem pode ser salvo?’ (Mc 10:24, 26). Agora, tinham uma demonstração das palavras de Cristo: ‘As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus’ (Lc 18:27, ARC). Eles viram como, por meio da graça divina, um rico podia entrar no reino” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 441).

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Quinta-feira, 16 de fevereiro
Ano Bíblico: 2Cr 32
Considere Jó

5. Leia Jó 1:8. Como o patriarca foi descrito pelo próprio Deus?

O próprio Deus chamou Jó de “íntegro” e “reto” (Jó 1:8), tão íntegro e reto que ninguém mais na Terra naquele momento poderia igualar-se a ele. Isso foi o que o próprio Deus disse a respeito de Jó, palavra por palavra.

Mesmo depois de Jó ter enfrentado uma catástrofe após a outra, Deus repetiu o que Ele tinha dito primeiramente sobre Jó, que não havia mais ninguém na Terra como ele, íntegro e reto, e assim por diante. Porém, então, um novo elemento foi adicionado. Jó era todas essas coisas, “embora você Me incitasse contra ele, para destruí-lo sem motivo” (Jó 2:3).

Temos um vislumbre poderoso do caráter íntegro de Jó quando ele se recusou a abandonar Deus apesar de tudo o que havia acontecido e apesar da provocação de sua infeliz esposa: “Você ainda conserva a sua integridade? Amaldiçoe a Deus e morra!” (Jó 2:9). Além dessas manifestações, o livro revela outro aspecto da vida de Jó antes que o drama se desenrolasse.

6. Leia Jó 29:12-16. O que é retratado aqui que nos dá ainda mais noção do segredo do caráter de Jó?

Talvez o mais revelador aqui sejam as palavras do patriarca: “Era pai dos necessitados e até as causas dos desconhecidos eu examinava” (Jó 29:16). Em outras palavras, Jó não simplesmente esperava, por exemplo, que algum mendigo em trapos se aproximasse dele para receber dele uma esmola. Em vez disso, era proativo em descobrir necessidades e depois agir com base nelas.

Ellen G. White sugeriu: “Não esperem até que [os pobres] chamem sua atenção para as suas necessidades. Ajam como fazia Jó. Aquilo que não sabia, ele investigava. Façam um giro de inspeção e verifiquem o que é necessário, e como melhor pode ser suprido” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 128). Esse é um nível de gestão de dinheiro e administração dos recursos de Deus que está além da prática de muitos dos filhos de Deus hoje.

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Leia Isaías 58:6-8. Como podemos aplicar essas palavras a nós hoje?


Sexta-feira, 17 de fevereiro
Ano Bíblico: 2Cr 33
Estudo adicional

“‘Quando vier o Filho do Homem na Sua majestade e todos os anjos com Ele, então, Se assentará no trono da Sua glória; e todas as nações serão reunidas em Sua presença, e Ele separará uns dos outros’ (Mt 25:31, 32). Com essas palavras, Cristo descreveu aos discípulos, no Monte das Oliveiras, as cenas do grande dia do Juízo. Mostrou que o veredito gira em torno de um ponto. Quando as nações se reunirem diante Dele, haverá apenas dois grupos, e seu destino eterno será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele, na pessoa dos pobres e sofredores” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 512).

“Ao abrir a porta aos necessitados e sofredores de Cristo, você está recebendo anjos invisíveis. Está convidando a companhia de seres celestiais. Eles trazem uma sagrada atmosfera de alegria e paz. Vêm com louvores nos lábios, e uma nota correspondente se ouve no Céu. Lá, todo ato de misericórdia promove música. O Pai, em Seu trono, conta os abnegados servos entre Seus mais preciosos tesouros” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 513, 514).

Perguntas para consideração

  1. “Nunca deixará de haver pobres na Terra” (Dt 15:11). Como entender essa previsão que, infelizmente, tem se cumprido? Alguns usam essas palavras como justificativa para não ajudar os pobres, raciocinando desta forma: “Deus disse que os pobres sempre estariam entre nós. As coisas são assim”. Qual é o engano desse pensamento?
  2. Leia 1 Timóteo 6:17-19: “Exorte os ricos deste mundo a que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para o nosso prazer. Que eles façam o bem, sejam ricos em boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; ajuntando para si mesmos um tesouro que é sólido fundamento para o futuro, a fim de tomarem posse da verdadeira vida”. O perigo é confiar nas riquezas em lugar do Deus vivo. Por que isso é tão fácil para os que têm dinheiro, mesmo sabendo que no fim o seu dinheiro não vai mantê-los vivos? Por que devemos ter cuidado em não confiar em nada além de Deus?

Respostas e atividades da semana: 1. Jesus queria mostrar Sua missão. O Messias veio para libertar os pobres e sofredores na Terra. 2. Deus Se preocupa com os pobres; nós também devemos nos preocupar com eles e ajudá-los. 3. O jovem rico precisava se desapegar das riquezas. 4. A riqueza não era um deus para Zaqueu como era para o jovem rico. 5. Íntegro e reto. 6. Jó se compadecia dos pobres, das viúvas e dos órfãos e os socorria em suas necessidades.

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Resumo da Lição 7
Aos mais pequeninos irmãos

PARTE I – VISÃO GERAL

Deus pretendia abençoar Seu povo para que não houvesse pobres entre eles (Dt 15:4). No entanto, a pobreza sempre existirá (Dt 15:11; Mt 26:11). Por isso, a missão do Salvador incluía trazer alívio espiritual e material aos sofredores (Lc 4:18, 19; 7:19-22). Assim, amar o próximo e ajudar os que estão passando necessidades é um mandamento divino para aqueles que seguem o Salvador (Dt 15:11).

A obra da beneficência em Israel era um dever coletivo e individual, como vista na prática do descanso da terra a cada sete anos (Êx 23:10, 11), na respiga (Lv 23:22) e no direito do faminto de se alimentar na seara alheia (Dt 23:25). A Escritura nos ensina a ser individualmente proativos na caridade (Jó 29:12-16; Is 58:6-8), pois essa atitude é parte da religião pura e sem mácula (Tg 1:27). O amor pelos vulneráveis traz a bênção divina (Pv 28:27; Sl 41:1). Quando ajudamos os aflitos, também ajudamos o Senhor na pessoa dos necessitados (Mt 25:35-40).

Jó era justo porque amava os vulneráveis e procurava ajudá-los como se fossem de sua família (Jó 29:16). Os apóstolos deixaram tudo para seguir o Salvador (Mt 19:27), enquanto o jovem rico desistiu do discipulado, recusando doar sua riqueza aos pobres, porque amou mais o dinheiro (Mt 19:16-22).

Assim como ser fiel nos dízimos e nas ofertas é uma indicação de um retorno para Deus (Ml 3:6-10), ajudar os fracos e em desvantagens entre nós aponta para uma experiência espiritual legítima, como foi exemplificado na conversão de Zaqueu (Lc 19:1-10).

PARTE II – COMENTÁRIO

No perfeito plano de Deus, todos deveriam desfrutar da abundância das promessas divinas (Dt 15:4), mas, por causa da desobediência, os pobres sempre existiriam. Nesse contexto, somos chamados a abrir a mão aos necessitados (Dt 15:11).

Para tanto, examinaremos os conceitos de pobreza e caridade na Bíblia, que são bastante extensos, e buscaremos compreender seu significado para nossa vida.

Os mais pequeninos (Leia Mt 25:35-40)

1. Todos aqueles que sofrem

A partir de referências bíblicas, é possível identificar classes de indivíduos sofredores que precisavam de proteção. Usando um conceito básico de agrupamento, os pobres eram aqueles que:

a. Eram incapazes de suprir suas necessidades materiais e, portanto, não conseguiam ter uma vida digna por causa da rejeição ou preconceito social (presos, leprosos e estrangeiros, por exemplo);

b. Haviam sofrido extrema privação econômica por causa de condições adversas (pobres, doentes, famintos, sedentos, nus, necessitados e miseráveis);

c. Possuíam restrições físicas (mudos, cegos e coxos);

d. Estavam emocionalmente desanimados e, talvez, fossem psicologicamente incapazes de cuidar de si mesmos sozinhos (os de coração partido, os doentes mentais e os que estavam perecendo);

e. Eram vítimas de seus próprios erros, da opressão e da injustiça (marginalizados, exilados, prisioneiros, vítimas de desigualdade, brutalidade e exploração);

f. Precisavam de ajuda para recomeçar a vida (leia Lv 23:22; Dt 15:11; Lc 4:18, 19; Is 62:1, 2; Dt 15:11; Jó 29:12-16; Mt 11; Lc 7:20-22; Mt 25:35-40).

As circunstâncias da pobreza e a questão de saber se o sofredor é responsável por sua dificuldade são irrelevantes. Também não importa se tal pessoa merece receber assistência ou não. Mesmo uma pessoa de uma nação rival deve ser objeto do amor de Deus na prática da caridade, como vemos demonstrado na parábola do bom samaritano (Lc 10:28-37; Lc 17:16-18; Jo 8:48).

2. O redentor, um parente próximo

No Antigo Testamento, o redentor era um parente próximo que tinha a obrigação de resgatar e libertar um membro da família da escravidão, pobreza e miséria. Esse dever também incluía a obrigação do parente próximo de se casar com a viúva sem filhos de seu irmão, evitando que ela ficasse desamparada (Lv 25:25, 48, 49; Dt 25:5; Rt 2:20). Os judeus geralmente entendiam essa obrigação como aplicável apenas entre os membros da nação escolhida.

No entanto, na história do samaritano, Jesus mostra que a ideia do parente que ajuda o irmão não está ligada a laços de sangue, religião ou nacionalidade. O samaritano – estrangeiro e desprezado – que é o redentor (salvador) na história é o parente próximo do judeu espancado, que foi deixado para morrer na beira da estrada (Lc 10:29-37). O dever de amar o próximo faz parte dos dois grandes mandamentos (Lc 10:27, 28) sobre os quais toda a lei e os escritos dos profetas estão estabelecidos. Esse dever também significa que precisamos amar uns aos outros porque todos são próximos (redentores) em algum momento. A palavra “próximo” evoca o amor compassivo e prático que Deus ordenou que as famílias em Israel demonstrassem. Esse amor deve ser estendido à humanidade como um todo.

Deus enviou Seu Filho ao mundo (Jo 3:16) para salvar as pessoas sem discriminação de qualquer tipo. Jesus é o exemplo supremo do Parente-Resgatador, nosso parente próximo, que veio para nos resgatar da miséria, sofrimento e destruição eterna. Seu exemplo deve ser o padrão para nossos relacionamentos humanos, especialmente na igreja e em conexão com os pobres e os que sofrem. Portanto, não devemos negar ajuda a ninguém, mas devemos oferecer comida e água até mesmo aos nossos inimigos (Pv 25:21, 22; Rm 12:20, 21). No entanto, lembre-se de que, tanto quanto possível, o objetivo da caridade é motivar e capacitar a pessoa a cuidar de si mesma.

Os que sofrem perseguições por causa de sua fé também são Seus pequeninos especiais, dos quais é o Reino dos Céus (Mt 5:10, 11).

Maneiras de ajudar os pobres

Você já deve ter ouvido pessoas criticando a caridade como sendo um meio pelo qual as classes dominantes controlam os pobres, ou como uma estratégia para prevenir a eclosão de lutas entre capital e trabalho. Outros acreditam que o bem-estar reforça a condição de miséria e a dependência parasitária, em oposição aos esforços de reabilitação para a capacitação e desenvolvimento do indivíduo.

No entanto, as Escrituras recomendam medidas imediatas de assistência (Dt 15:11; Is 58:6, 7) para ajudar os pobres que estão no caminho da recuperação econômica. Sejam quais forem as medidas adotadas, a assistência prestada aos pobres e aflitos deve ser protetora. Ou seja, a ajuda aos pobres não deve gerar dependência desnecessária em relação àqueles que os assistem, os quais devem se esforçar para protegê-los da exploração (Dt 15:1, 2; Lv 25:9-19). Tal plano de recuperação e reabilitação inclui o cuidado da restauração emocional e espiritual dos pobres, respeitando sua dignidade (Is 58:6-8; Lc 4:16-19).

Como ajudar

1. Sinta o desejo de participar. Os membros da igreja podem adotar um plano de apoio pessoal para ajudar pessoas em necessidade. Eles também podem trabalhar juntos como voluntários em um projeto educacional administrado pela igreja para desenvolver habilidades para a vida e desenvolvimento pessoal.

2. Crie um fundo dedicado aos pobres. Cada membro pode reservar uma quantia ou porcentagem do orçamento familiar para ajudar regularmente as pessoas necessitadas, bem como contribuir para os projetos de bem-estar e desenvolvimento realizados pela igreja.

O dinheiro de cada crente deve ser dividido em três partes iguais: (a) Deus primeiro, por meio de dízimos e ofertas (Ml 3:8-10; Mt 6:33); (b) família (1Tm 5:8) e (c) os desamparados (Gl 2:10; Tg 1:27). No entanto, é importante lembrar que “o dízimo é separado para um uso especial. Não deve ser considerado fundo para os pobres. Deve ser dedicado especialmente ao sustento dos que estão levando a mensagem de Deus ao mundo; e não deve ser desviado desse propósito” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 73).

Além das ofertas do santuário, a Bíblia faz alusão a provisões de caridade de outros recursos, como a “respiga” (Dt 24:19-22; Lv 19:9, 10), o direito de obter alimentos do campo de outra pessoa (Dt 23:24, 25) e iniciativas voluntárias (Pv 29:7; Is 58:7).

Havia uma contribuição que os israelitas chamavam de “segundo dízimo” (hebraico ma’aser sheni) de toda renda (Dt 14:28, 29; Dt 26:12, 13), reservado para as despesas religiosas da família para a caridade.Todo israelita devoto tinha que gastar em Jerusalém um décimo do rendimento de sua terra como segundo dízimo (Joachim Jeremias, Jerusalem in the Time of Jesus: An Investigation Into Economic and Social Conditions During the New Testament Period [Philadelphia: Fortress Press, 1969], p. 28, 57).

Leia o que Ellen G. White disse a respeito do segundo dízimo no capítulo 51 do livro Patriarcas e Profetas (“O cuidado de Deus pelos pobres”).

3. Cuide dos pobres, pois isso é uma marca da justiça de Deus na vida do cristão. Precisamos ser mais que religiosos porque Jó, o jovem rico e Zaqueu eram ricos e religiosos.

Os exemplos positivos das histórias de Jó e de Zaqueu, ou o exemplo negativo no caso do jovem rico, no que diz respeito à prosperidade, mostram que nossa vida espiritual não deve ser definida pela bênção das riquezas, nem por uma pretensão de religião, mas por uma resposta genuína ao mandamento divino de ajudar os pobres e desafortunados.

A ênfase nas histórias desses três homens está em sua experiência espiritual, não nas pessoas necessitadas que receberiam a caridade deles. Os relatos bíblicos destacam o diagnóstico espiritual de cada personagem das três histórias, tendo como referência a caridade.

Jó entendeu que a caridade era a justiça de Deus em sua vida (Jó 29:12-16). A conversão de Zaqueu ficou evidente quando ele decidiu devolver tudo o que havia tomado e dar metade de seus bens aos pobres (Lc 19:1-10). Para o jovem rico, dar tudo aos pobres era sua oportunidade de se tornar um discípulo do Rei dos reis e, possivelmente, de salvar sua vida da destruição de Jerusalém, aproximadamente quarenta anos depois. Dar seus bens aos pobres ficou entre o jovem e a salvação (Mt 19:16-22). É triste dizer que o jovem valorizava mais suas posses do que Aquele que lhe deu o poder para adquirir riqueza.

PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA

Cuidar dos pobres é um mandamento da aliança divina (Dt 15:7) e uma expressão da religião pura diante de Deus (Tg 1:27).

  1. O que o mandamento do dízimo e a caridade cristã têm em comum?
  2. Quais são as diferenças e semelhanças entre a simples assistência social e a caridade cristã? (1Co 13:1-3).

Ajudamos a Cristo quando cuidamos daqueles que estão sofrendo (Mt 25:35-46).

Peça a um aluno que leia em voz alta a citação abaixo. Em seguida, discuta com a classe as questões da sequência.

“Vi que é pela providência de Deus que viúvas e órfãos, cegos, surdos, coxos e pessoas atribuladas de diversos modos foram postos em íntima relação cristã com Sua igreja com o propósito de provar Seu povo e desenvolver o verdadeiro caráter dele” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 3, p. 426).

Por que é importante entender o conceito de caridade como um mandamento de amor e não como uma opção na vida cristã? Em que sentido a caridade torna genuína nossa profissão de fé?

“Os que estão à esquerda de Cristo, os que O negligenciaram através dos pobres e sofredores, estavam inconscientes de sua culpa. Satanás os havia cegado. Não perceberam o que deviam aos seus irmãos. Estiveram fechados em si mesmos e não cuidaram das necessidades dos outros” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 514).

Por que não podemos alegar diante de Deus que não sabíamos a extensão de nossa obrigação para com os pobres e sofredores? Agora que sabemos, qual será nossa resposta daqui em diante?

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Aulas Transformadoras de Vida, Parte 1

Henry

Tanzânia | 11 de fevereiro

Henry não pertencia à Igreja Adventista do Sétimo Dia, mas os adventistas o encorajavam a estudar Ciências Contábeis na Universidade de Arusha, administrada pela Igreja, na Tanzânia.

No entanto, Henry descobriu que não podia se matricular na universidade adventista, pois não tinha fundos suficientes. Com grande desapontamento, ele ponderou seu futuro. Um pastor adventista ouviu esse dilema e lhe ofereceu um incentivo.

“Continue pensando sobre ir à Universidade de Arusha”, disse ele.

A família do pastor também pediu que Henry não desistisse.

Henry solicitou auxílio financeiro do governo para sua educação – e aguardou. E aguardou. Vários meses de penoso silêncio se passaram. Então, a Universidade de Arusha entrou em contato com ele com notícias emocionantes.

“O governo aprovou sua solicitação para o auxílio financeiro integralmente”, um pastor da universidade disse. “Apresente-se à Universidade de Arusha para admissão e registro.”

Henry chegou ao campus com grandes expectativas. Ele tinha planos para realizar muitas coisas após sua formatura. Ele tinha 22 anos, e todo o seu futuro estava à sua frente.

Suas primeiras impressões da Universidade de Arusha foram boas. O campus tinha um lindo cenário e estava localizado perto do Parque Nacional de Arusha. Ele ocasionalmente via zebras e gazelas vagueando pelo campus. Monte Meru, a quinta montanha mais alta da África, ficava a oeste, e nos dias claros ele podia ver a montanha mais alta, o Monte Kilimanjaro, da janela da sala de aula.

Ele descobriu que a Universidade de Arusha tinha um corpo estudantil de alunos internacionais, com jovens vindos do Quênia, Ruanda, Uganda, Botswana, República Democrática do Congo e outros lugares. Ele estava intrigado para aprender as várias culturas dos outros países africanos.

Ele gostava especialmente dos professores. Para sua surpresa, a maioria dos professores morava no campus e era facilmente acessível para ajudar, mesmo após o horário normal das aulas. Seu estilo de ensino o lembrava de como um pai cuida de um filho. Os professores o tratavam como um filho. Cada aula iniciava com uma oração.

Ele imergiu nos estudos na universidade adventista do sétimo dia. Enquanto estudava, ele passava grande parte do tempo comparando a fé adventista com as tradições religiosas de sua própria família. Ele se sentiu atraído pela fé adventista e nunca perdia os cultos divinos, as quartas de oração e as semanas de oração.

Mesmo assim, ele frequentava regularmente os cultos de adoração de sua igreja aos domingos. Ele se considerava um membro devoto da denominação de sua família. Ele até atuou como tesoureiro de um clube de alunos da Universidade de Arusha que pertenciam à denominação de sua igreja.

Para Henry, uma das atrações da fé adventista era as refeições servidas no refeitório da universidade. Os cozinheiros preparavam comida vegetariana estrita. Antes de chegar na universidade, Henry leu que a dieta humana ideal consistia em sementes, frutas, vegetais e nada de carne. Estudar na universidade lhe deu uma oportunidade de colocar em prática o que ele havia lido anteriormente.

Após três meses de uma dieta vegetariana estrita, ele não observou nenhuma mudança em sua saúde. Então, um dia, ele foi convidado pelos amigos para almoçar um carneiro fora do campus. Naquela noite, ele não conseguia se concentrar. Ele teve dificuldade para estudar, sentiu como se suas orações fossem fracas, ele não dormiu profundamente.

Foi nesse momento que ele decidiu que a dieta vegetariana era a melhor para ele.

Henry ficou admirado com a forma como os adventistas celebravam a Santa Ceia. Ele jamais havia visto duas pessoas se juntarem para lavar os pés. O lava-pés, combinado com a ingestão de pão e o consumo de suco de uva, deu-lhe um novo entendimento do significado do verdadeiro perdão e completa humildade.

As tardes de sábado eram super especiais. Professores e outros alunos frequentemente o convidavam para almoçar. E ele se surpreendia com o fato de ninguém perguntar se ele era adventista antes de lhe estender um convite. Após o almoço de sábado, ele participava dos programas vespertinos na capela da universidade ou saía para caminhadas na natureza. Às vezes, ele apenas cantava com os amigos até o pôr do sol.

Com o passar dos meses, ele ganhou conhecimentos sobre um novo estilo de vida com Cristo que estava mudando sua vida.

Parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a Universidade de Arusha a expandir a construção de um salão multiuso muito necessário. Obrigado por planejar uma oferta generosa que ajudará a apresentar alunos como Henry a uma nova vida com Cristo. A história de Henry será concluída na próxima semana.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2023

Tema Geral: Administradores fiéis: à espera do Mestre

Lição 7 – 11 a 18 de fevereiro

Aos mais pequeninos irmãos

 

Autor: Wellington Almeida

Editor: André Oliveira Santos

Revisora: Rosemara Santos

 

“Os sinais indicam que o clímax da História, a segunda vinda de Cristo, está às portas. Oramos para que estas lições aprofundem sua fé e confiança em Deus e o encorajem a ser um administrador fiel para Ele” (G. Edward Reid).

 

  1. O verso para memorizar: “Então o Rei dirá aos que estiverem à Sua direita: ‘Venham, benditos de Meu Pai! Venham herdar o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo’” (Mt 25:34, grifo acrescentado).

Observe os destaques em negrito no texto acima. Quem fala? O Rei. A quem fala? Aos que estão à Sua direita. O que Ele fala? “Venham herdar o Reino.” Se considerarmos a sequência da narrativa a partir de Mateus 24 entenderemos que Mateus 25 ainda faz parte do chamado “Sermão Profético”. Agora se você ler Mateus 24:1 a 31 e, em seguida, continuar a leitura a partir de Mateus 25:31 a 46, terá a parte, digamos assim, “doutrinária” do tema dos últimos acontecimentos, que foi intercalada pela parte “ilustrativa” do tema (refiro-me às parábolas [Mt 24:32 a 25:30]).

Então coloque inicialmente os alunos dentro do contexto: (1) princípio das dores; (2) a grande tribulação; (3) segunda vinda de Cristo e (4) julgamento final. É bem aí, nesse item 4, que fica definido o grupo dos salvos – os “herdeiros do Reino”. O arrazoado contido entre os versos 35 a 40 do capítulo 25 de Mateus responde sobre as ações que caracterizaram a vida desses salvos e aponta para um julgamento com base nas obras, frutos da fé, e ao entendimento de que “ajudar os pobres não é apenas uma opção”. Abra a Bíblia e confronte-se com esse contundente fato, e responda a esta pergunta: Eu estarei entre os salvos?

 

  1. Esboço para esta semana

O tema desta semana poderá ser estudado mantendo a sequência natural que a lição apresenta. A seguir um breve esboço com a ideia principal para nortear a apresentação ou interação com a classe:

Domingo: Vida e ministério de Jesus. O foco da abordagem é a declaração de Jesus: “Me ungiu para...” (entenda a ênfase no “propósito, na finalidade” do ministério de Cristo. Comente a pergunta 1 da lição).

Segunda: Provisão de Deus para os pobres. Fale à sua unidade que Deus proveu mais que o alimento. Tal instrução ainda é pertinente. Leia, então, o Salmo 82:3 e 4 e comente com a classe.

Terça a quinta: A partir de terça a lição cita exemplos. Faça uma interação aberta com os alunos a respeito dos personagens, extraindo dos exemplos apresentados conceitos e lições espirituais:

  1. O jovem rico – conceito de valor.
  2. Zaqueu – lição de arrependimento.
  3. Jó – conceito de integridade.

 

  1. Abordagem sugestiva

Lembre-se de falar à Unidade de Ação que o propósito do estudo semanal da lição é o aprendizado diário. O melhor de cada sábado é a oportunidade de, na classe de professores ou mesmo na classe regular, compartilhar o conhecimento adquirido. Em casa você estuda, na unidade de ação você compartilha, indo “direto ao ponto”.

3.1. Vida e ministério de Jesus

Quando Jesus recebeu o livro do profeta Isaías para ler na sinagoga de Nazaré, Ele recebeu o que hoje é reconhecido como sendo uma síntese de “toda a Bíblia”. Estudiosos reconhecem no livro de Isaías uma similaridade com a Bíblia. Por exemplo: 66 capítulos/66 livros na Bíblia; a primeira parte de Isaías (capítulos 1–39) corresponderia tematicamente à abordagem do Antigo Testamento nos seus 39 livros, e os últimos 27 capítulos do livro de Isaías corresponderia aos 27 livros que formam o Novo Testamento. O texto escolhido por Jesus em toda essa “Bíblia” representada pelo livro de Isaías se tornaria também o principal texto naquele sermão. Chame a atenção para os versos 18 e 19 em Lucas:

"O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Ele Me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-Me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e proclamar o ano aceitável do Senhor" (Lc 4:16-21).

Pontue com a unidade:

  1. Primeiro vem a unção, depois a evangelização.
  2. Evangelização é atender as necessidades, incluindo a proclamação do “ano aceitável do Senhor”. Lembre-se de que esse ano aceitável poderia se chamar “oportunidade para aceitar ao Senhor”.
  3. Jesus “desenhou Seu Reino”, até então invisível, por atos de bondade que configuravam esperança e restauração de vidas. Suas obras eram a imagem do Seu Reino.

3.2. Provisão de Deus para os pobres

“Deus é absoluto”. Lembro-me dessa frase que achei em um caderno em que meu filho (in memorian) fazia suas anotações ao estudar a Bíblia. O salmista Davi declara no salmo 24:1 “Ao Senhor pertence a Terra e tudo o que nela contém, o mundo e os que nele habitam.”

Ellen White comentou sobre essa grandeza absoluta: “Tudo quanto de bom há na Terra, aqui foi colocado pela dadivosa mão de Deus, como uma expressão de Seu amor ao homem. Os pobres são Seus, e Sua é a causa da religião. O ouro e a prata pertencem ao Senhor; e Ele os poderia fazer chover do Céu, se o quisesse. Mas, em vez disso, Ele fez do homem o Seu mordomo, confiando-lhe recursos não para que fossem acumulados, mas usados em benefício de outros” (Conselhos Sobre Mordomia, p. 15, ed. digital). Pronto! Bem ali (no grifo acima) está a provisão de Deus: recursos de Deus em minhas mãos para benefício do próximo.

Pergunte a sua unidade de ação: quem é esse “pequenino irmão” a que o texto de Mateus 25 faz referência? À luz da proposta do Salmo 82:3 e 4, até que ponto estou envolvido? (Leia!) Foque nas promessas para os que ajudam os necessitados (Pv 28:27; 29:14; Sl 41:1).

 

3.3. Estudo de casos

  1. a) O jovem rico

Essa é a história de um “provável discípulo”, aquele que até foi chamado, mas decidiu não ir. É a versão contextualizada da história de Esaú, que “vendeu seu direito à primogenitura” (riqueza), por um prato de lentilhas (pobreza). No caso do jovem rico, ele preferiu sua riqueza do que “distribuir pratos com lentilhas”. Claro que estou fazendo uma reflexão aplicada a um único aspecto ao qual nos apegamos e que se torna nossa riqueza e, por consequência, também nossa derrota: a avareza. A história do jovem rico começa com um fator determinante nas ações egoístas daquele jovem: ele não conhecia a bondade do Senhor. Quem não reconhece a bondade de Deus em sua vida, terá evidente a falta dela para a vida de outros. “Por que me chamas bom?” Tal pergunta de Jesus àquele jovem aponta para sua real pobreza: ele não (re)conhecia a bondade do Senhor, e foi triste (escolheu outro caminho diferente do discipulado), por ser dono – e não mordomo, das suas propriedades.

Seu conceito de valor era: minhas riquezas valem mais que minha salvação.

  1. b) O “velho” rico

É claro que não faço menção à idade de Zaqueu, mas faço um contraponto para marcar que, mesmo sendo rico, ele reconheceu a bondade do Senhor e foi “bondoso” para com os pobres e aqueles que o próprio Zaqueu tinha defraudado. Tanto Zaqueu quanto o jovem rico tinham muito em comum. Até mesmo o interesse de estar com o Mestre. Um correu ao Seu encontro; o outro, para uma árvore para vê-Lo passar. Ações de fé, bem evidentes e que não se confundem por um único diferencial que aponta para uma genuína fé e para outra, falsa: as obras. O jovem rico se afastou de Jesus. Zaqueu se aproximou. Aliás, a história de Zaqueu é a resposta à pergunta inquietante apresentada pelos apóstolos em Marcos 10:24 e 26: “Quão difícil é [para os que confiam nas riquezas] entrar no reino de Deus!’ – ‘Quem pode ser salvo?”

Respondo: quem agir como Zaqueu! Ele recebeu a Salvação em sua casa.

Seu conceito de valor era: minha salvação vale mais que minhas riquezas.

  1. c) O rico fiel

A história de Jó é o ideal de Deus para cada um de nós. “Os meus olhos, diz o Senhor, procuram os fiéis da Terra” (Sl 101:6). Veja quem Deus encontrou: Jó! Permita-me fazer uma pergunta retórica: “E se Deus buscasse mais um dentre os oito bilhões deste planeta, encontraria você também?”

Seria interessante destacar com a unidade os termos atribuídos a Jó: “integro e reto”. Isso antes e depois de uma tragédia. INTEGRIDADE: é a qualidade que você tem quando ninguém o observa. Pessoa moral e eticamente pura; RETIDÃO é qualidade que observam em você. Tem que ver com retidão e honestidade. Entenda que todo íntegro (aos olhos de Deus) é reto (aos olhos dos homens), mas nem todo reto (aos olhos dos homens) é íntegro (aos olhos de Deus). Jó era “aquele camarada” que tinha referências sobre uma vida de bondade. Releia com os alunos o texto de Jó 29:12 a 16 e comente a pergunta 6 da lição.

Seu conceito de valor era: a graça que recebo, compartilho.

Conclusão

Pontue destaques no “estudo adicional” da lição de sexta feira:

  1. Nunca deixará de haver pobres na Terra (Dt 15:11). Isso não é calamidade, mas oportunidade.
  2. Quem atende necessitados, recebe anjos.
  3. O perigo é confiar nas riquezas e não no Senhor das riquezas.

Lembre-se: “Quando as nações se reunirem diante Dele, haverá apenas dois grupos, e seu destino eterno será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele, na pessoa dos pobres e sofredores” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 512).

Você (e eu) estaremos entre as ovelhas? Receberemos o Reino?

 

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Francisco WeIlington de Oliveira Almeida é pastor, casado com a professora Rosalba Canté Almeida, pai de Ilos McRoswell Canté Almeida (in memorian). Graduou-se em Administração de Empresas (ISES, 1991), bacharel em Teologia (IAENE, 2002), pós-graduado em Missão no Século 21 (IAENE, 2013) e Família (2012) e mestre em Teologia Pastoral (IAENE, 2014). Iniciou o ministério como distrital em Paragominas (2003/2004), Tucuruí (2005-2008), foi MIPES e Secretário Executivo na Associação Sul do Pará (2009-2013), Secretário Executivo na Associação Maranhense (2014-2016), Secretário Executivo, Lar e Família e Mordomia Cristã na Associação Norte do Pará (2016-2022). Foi nomeado Presidente desse campo (ANPa) em novembro de 2022.