Desde o início, Abraão quis ser usado por Deus na missão. Essa verdade pode ser vista, por exemplo, em Gênesis 18, quando Deus o advertiu sobre o que aconteceria com Sodoma e Gomorra. “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas” (Am 3:7). E, na história de Sodoma e Gomorra, o servo de Deus e profeta era Abraão.
Abraão estava descansando no calor do dia quando viu três viajantes. “Abraão tinha visto em seus hóspedes apenas três viajantes cansados, e nem imaginava que entre eles estava Alguém que ele poderia adorar sem pecar” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 108).
Ele logo se envolveu pessoalmente na missão de Deus. Seu envolvi- mento, como vemos em Gênesis 18, foi orar e interceder pelo povo de Sodoma e Gomorra. Ou seja, ele queria ver se, de alguma forma, essas pes- soas, apesar de si mesmas, poderiam ser salvas. Em certo sentido, se isso não é a essência da missão, então o que é?
Ao longo desse capítulo, três grandes qualidades espirituais de Abraão são reveladas: hospitalidade, amor e oração, qualidades que ajudam muito na missão.
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1. Leia Gênesis 18:1-15. Que elementos de hospitalidade podemos observar na resposta de Abraão a seus convidados?
Abraão estava sentado à entrada de sua tenda no calor do dia. Esse comportamento era incomum. Naquela hora do dia no verão, quando o sol está no seu zênite (ponto mais alto), todos procuram sombra e uma brisa fresca. Talvez, Abraão estivesse suportando o calor para ajudar alguém que estivesse passando.
Ele viu três viajantes. É bem provável que seu costume fosse oferecer hospitalidade a estranhos. Por isso, a iniciativa do encontro partiu dele: no texto, ele correu em direção a eles da entrada de sua tenda. Isto é, Abraão tomou a iniciativa de ir ao encontro deles. Esse ponto é importante!
“Vou pedir que se traga um pouco de água, para que lavem os pés e descansem debaixo desta árvore. Trarei um pouco de comida, para que refaçam as forças, visto que chegaram até este servo de vocês; depois, poderão seguir adiante” (Gn 18:4, 5).
Abraão estava ciente de sua missão, que era compartilhar com todos o conhecimento do Senhor em um mundo envolto em paganismo, idolatria e politeísmo. Como vemos nesse incidente, a forma mais imediata de cumprir a missão foi a hospitalidade para com estranhos que pareciam ter acabado de surgir no horizonte.
Entretanto, “sua grande casa consistia em mais de mil pessoas, muitas das quais chefes de família, e não poucos recém-conversos do paganismo. Uma casa assim exigia mão firme ao leme. Nenhum método fraco e vacilante seria suficiente. [...] E a influência de Abraão se estendeu além de sua casa. Onde quer que construísse sua tenda, levantava ao lado o altar para sacrifício e culto. Quando removia a tenda, o altar ficava; e mais de um cananeu errante, cujo conhecimento de Deus fora adquirido mediante a vida de Seu servo Abraão, parava diante daquele altar para oferecer sacrifício a Jeová” (Ellen G. White, Educação [CPB, 2021], p. 132, 133).
Desde o início, esse homem entendeu que Deus o tinha chamado para a missão, e que a sua ida para a terra prometida não era para férias, mas para ser uma bênção a todos ao seu redor e, por meio de sua semente, ao mundo.
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2. Leia Gênesis 18:16-33. Como Abraão exerceu sua grande qualidade do amor por todas as pessoas sem distinção de tribo, raça ou povo?
A segunda qualidade de Abraão extraída de Gênesis 18 era seu amor pelas pessoas, mesmo por aquelas que ele não conhecia pessoalmente. Essa é uma grande lição para nós. Os habitantes de Sodoma e Gomorra eram pecadores, com valores muito diferentes dos dele, mas seu coração estava cheio de amor por todos, sem qualquer distinção de raça, sexo, idioma ou religião.
Deus, então, revelou a Abraão Sua decisão de exterminar as cidades de Sodoma e Gomorra. “Então o Senhor disse: – O clamor contra Sodoma e Gomorra tem aumentado, e o seu pecado é gravíssimo. Descerei e verei se, de fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que veio até Mim. E, se este não for o caso, Eu ficarei sabendo” (Gn 18:20, 21).
Com grande humildade e reverência, Abraão dirigiu seu pedido a Deus: “Longe de Ti fazeres tal coisa: matar o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio. Longe de Ti! Será que o Juiz de toda a Terra não faria justiça?” (Gn 18:25).
Por meio de seu amor, Abraão intercedeu para que Deus salvasse todos nessas cidades, com base na existência dos justos. Certamente, ele sabia quão maligno e perverso era o povo que vivia lá. Quem sabe que histórias ele tinha ouvido sobre essas pessoas e suas práticas? E pelo que sabemos sobre elas, como revelado no capítulo seguinte, com a história vergonhosa de Ló e da multidão do lado de fora de sua casa (Gn 19:1-11), elas eram muito más.
Contudo, Abraão, que conhecia o amor de Deus, apelou em favor das pessoas. O patriarca sabia que o ser humano sempre pode voltar para Deus em arrependimento. Para ele, salvar os habitantes daquelas cidades lhes daria a chance de se arrependerem.
Abraão baseou seu pedido no conhecimento que tinha do amor de Deus pelo ser humano. Ele próprio tinha grande amor pelos pecadores e entendia que, enquanto houver vida e graça, e enquanto o juízo não é executado, há esperança de salvação.
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3. Leia Gênesis 18:23-32 e Tiago 5:16. O que isso nos ensina sobre o poder da oração intercessória?
O diálogo entre Abraão e Deus é um tipo, uma representação, da oração intercessória. Abraão é apresentado como um intercessor diante de Deus pelo povo justo que houvesse em Sodoma e Gomorra. Ele suplicou por eles, em favor deles; isto é, de certa forma, agiu como um tipo, um símbolo, de Jesus, o nosso Intercessor diante do Pai. Nossa missão hoje só será bem-sucedida se prosseguirmos com esse tipo de oração.
Abraão havia aprendido a amar os habitantes de Sodoma, Gomorra e das outras cidades. Por isso, sua oração foi honesta e sincera. Ele havia lutado contra alguns reis que haviam derrotado os reis de Sodoma e Gomorra. Após a vitória de Abraão, Bera, o rei de Sodoma, foi ao encontro de Abraão com Melquisedeque. Bera pediu que o seu povo pudesse retornar para as suas casas: “Dê-me as pessoas e fique com os bens para você” (Gn 14:21). Essa é uma indicação do amor desse rei por seu povo. Visto que uma das grandes características de Abraão era o amor, ele amava os reis de Sodoma e Gomorra e orava por eles e por seu povo. “O amor pelas pessoas a perecer inspirava a oração de Abraão” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 109).
Abraão exercia humildade e perseverança em suas orações. Assim que Deus aceitou o primeiro pedido, salvar a cidade caso 50 pessoas justas vivessem ali, ele continuou sua intercessão.
Nossa missão não pode ter êxito sem oração intercessória. Depois de conhecer alguém, depois de apresentar um sermão ou dar um estudo bíblico, devemos orar pelas pessoas com quem estamos em contato. Deus está atento a essas orações e toca o coração das pessoas. Não são nossas palavras ou nossa eloquência que converterão nossos amigos ou conhecidos – é o Espírito Santo. Por isso, em qualquer missão em que estejamos envolvidos, devemos orar por todas as pessoas individualmente.
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4. Leia Gênesis 19:1-29. Qual foi o resultado do espírito de hospitalidade, amor e oração de Abraão?
O texto dá uma indicação interessante sobre a posição de Ló na cidade de Sodoma: “Ló estava sentado junto ao portão da cidade” (Gn 19:1). Isso significa que ele era alguém importante na cidade, certamente um oficial público, pois sentar-se junto ao portão era privilégio de oficiais, juízes e reis (2Sm 19:8; Jr 38:7; Rt 4:1).
Gênesis 19 é quase igual ao capítulo 18 e à história dos anjos com Abraão. Abraão e Ló estavam sentados junto a uma entrada ou a um portão (Gn 18:1; 19:1); cada um convidou estranhos para descansar em sua casa (Gn 18:3, 4; 19:2); Abraão e Ló prepararam comida para seus visitantes (Gn 18:4-8; 19:3). Ao que parece, ainda que tivesse defeitos, Ló tinha algumas qualidades.
“Então o Senhor fez chover enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra. Isso veio da parte do Senhor, desde os céus. Ele destruiu aquelas cidades, e toda a campina, e todos os moradores das cidades, e o que nascia na terra” (Gn 19:24, 25).
Não sabemos quantos viviam nas cidades de Sodoma e Gomorra no momento desse relato, mas entre essas milhares de pessoas apenas quatro deixaram a cidade, e apenas três foram salvas. O mesmo se deu no dilúvio. Não sabemos quantos estavam vivos naquela época, mas sabemos que a maioria não foi salva.
O pequeno número de moradores de Sodoma que foram salvos tem implicações para a nossa própria missão: nem todos serão salvos. Gostaríamos que todos aceitassem Jesus e Seu plano de salvação, mas cada um tem seu livre-arbítrio. Nossa tarefa é convidar o maior número possível de pessoas a escolher Jesus. Enquanto cumprimos nossa missão, Deus nos ajuda por meio do Espírito Santo, mas nunca irá contra a vontade de ninguém. Livre-arbítrio significa que, no fim, não importa o que façamos, não importa o quanto oremos, a salvação se resume à escolha de cada um.
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5. Leia Gênesis 12:1-9. O que esses versos ensinam sobre a submissão à vontade divina, mesmo quando o caminho à frente não parece claro?
Uma das principais qualidades de Abrão foi sua submissão à vontade divina. Todas as suas experiências com Deus foram caracterizadas por essa submissão.
Seu chamado: Abrão recebeu um chamado desafiador: “O Senhor disse a Abrão: – Saia da sua terra, da sua parentela e da casa do seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei” (Gn 12:1). Ao ouvir uma voz do Céu, sua primeira reação poderia ter sido desconsiderar essa voz, pensando que fosse uma alucinação. Ou poderia ter desafiado a mensagem, dizendo algo como: “Eu não quero ir; gosto daqui”. “A terra que lhe mostrarei” pode ter parecido uma descrição estranha de um destino! Mas ele aceitou o chamado. Submeteu sua vontade à vontade de Deus e deixou a casa de seu pai e seu país: “Partiu, pois, Abrão, como o Senhor lhe havia ordenado” (Gn 12:4).
Escolha da terra: Houve uma discussão entre os servos de Ló e os de Abrão, mas Abrão não era homem de lutar com sua própria carne e sangue. Ele se submeteu à vontade de Deus, que novamente o abençoou: “O Senhor disse a Abrão, depois que Ló se separou dele: – Erga os olhos e olhe de onde você está para o norte, para o sul, para o leste e para o oeste; porque toda essa terra que você está vendo, Eu a darei a você e à sua descendência, para sempre” (Gn 13:14, 15).
Destruição de Sodoma e Gomorra: Quando Deus revelou o destino das cidades, Abraão tentou salvá-las. Como não havia sequer dez pessoas justas nesses lugares, eles foram destruídos. Abraão se submeteu ao Senhor e aceitou o juízo sobre as cidades.
O Senhor foi capaz de usar Abraão por causa de sua submissão a Ele em todas as circunstâncias. Assim devemos agir no presente.
Desafio: Em nossas cidades, enfrentamos obstáculos para pregar o evangelho de forma adequada e eficaz. Precisamos suplicar a intervenção divina.
Desafie-se: Encontre um meio de entrar em contato com alguém diretamente afetado por uma situação difícil. Diga a essa pessoa que está orando por ela e peça a Deus que lhe mostre o que você pode fazer para ajudar.
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“O amor pelas pessoas a perecer inspirava a oração de Abraão. Ao mesmo tempo que os pecados daquela cidade corrupta eram repugnantes a ele, desejava que os pecadores pudessem ser salvos. Seu profundo interesse por Sodoma mostra a ansiedade que devemos experimentar pelos impenitentes. Devemos alimentar ódio ao pecado, mas piedade e amor para com o pecador. Ao nosso redor, existem vidas que estão afundando em ruína tão irremediável e terrível como aquela que recaiu sobre Sodoma. A cada dia o tempo de graça de alguém se encerra. A cada hora alguns passam para além do alcance da misericórdia. E onde estão as vozes de aviso e apelo, dizendo para o pecador fugir dessa condenação terrível? Onde estão as mãos estendidas para fazê-lo retroceder do caminho da morte? Onde estão os que com humildade e fé perseverante intercedem junto a Deus por ele?
“O espírito de Abraão era o espírito de Cristo. E o Filho de Deus é o grande intercessor em favor do pecador. Aquele que pagou o preço pela redenção do ser humano sabe o valor de uma vida. Com tal oposição ao mal, que unicamente pode existir em uma natureza imaculadamente pura, Cristo manifestou para com o pecador um amor que apenas a infinita bondade poderia conceder” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 109, 110).
“Abraão era honrado pelos povos que o cercavam como um poderoso príncipe e chefe sábio e capaz. Não deixou de exercer sua influência entre os vizinhos. Sua vida, bem como seu caráter, em marcante contraste com a dos adoradores de ídolos, exercia uma influência eloquente em favor da verdadeira fé” (Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 103).
Perguntas para consideração
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Quais personagens bíblicos cumpriram a missão? João Batista teve sucesso?
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Leia Gênesis 19:30-36. Como era o caráter dos salvos de Sodoma?
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Que lições aprendemos com Abraão a respeito da missão e de como é realizada?
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A intercessão de Abraão por Sodoma e Gomorra foi bem-sucedida ou fracassou?
Respostas e atividades da semana: 1. Iniciativa, cortesia, amabilidade. 2. Abraão intercedeu por todas as pessoas. Apelou a Deus em favor delas. 3. Deus está atento às orações em favor das pessoas com quem entramos em contato. 4. Três pessoas foram salvas. 5. O Senhor foi capaz de usar Abraão por causa de sua submissão a Ele em todas as circunstâncias. Assim deve ser conosco hoje.
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ESBOÇO
Na semana passada, a lição enfocou o chamado de Deus aos seres humanos para se associarem a Ele na obra de compartilhar Seu amor com o mundo. Essa missão está funda- mentada na criação e foi reafirmada ao longo das Escrituras. O foco da lição desta semana está em compartilhar a missão de Deus. Nossa missão tem início com o chamado, mas não termina aí: sem a ação de compartilhar, de pouco serviria o chamado.
O texto de 1 João 4:8 descreve Deus como amor. Nessa mesma carta de João, o apóstolo afirma que aqueles que são testemunhas do amor de Deus vão compartilhar esse amor com o mundo. Se o que compartilhamos não é uma demonstração de amor, então não faz parte da missão de Deus e não deve ser compartilhado. Abaixo estão vários exemplos de como podemos compartilhar Seu amor. Esses exemplos podem servir como diretrizes do que significa fazer isso em relação às pessoas que estão ao nosso redor e que ainda não experimentaram plenamente o amor de Deus.
COMENTÁRIO
Os quatro evangelhos são os melhores livros da Bíblia para iniciar o estudo a respeito de como compartilhar o amor de Deus. Quando Deus encarnou na Terra na forma de Jesus, Sua encarnação foi um profundo exemplo de amor. Embora nenhum de nós, obviamente, possa reproduzir esse acontecimento, somos chamados a seguir o exemplo de Jesus, especialmente na maneira como Ele Se relacionava com outras pessoas e demonstrava amor. Mesmo uma leitura superficial dos evangelhos revela temas repetidos e destaca- dos a respeito de Jesus. Esses temas nos ajudam a avaliar como estamos compartilhando o amor de Deus.
Jesus tinha compaixão, tanto para com indivíduos que enfrentavam necessidades quanto para com grandes multidões. Em alguns momentos, essa compaixão O levou a tocar e curar uma pessoa (Lc 5:12, 13), em outros O levou a alimentar uma multidão de maneira inova- dora (Jo 6:1-14) e em outros ainda resultou em uma palavra ou ação de amor (Mt 19:14). Demonstrar compaixão e participar da missão de Deus são ações inseparáveis. Se, após refletirmos a respeito do assunto, não conseguimos nos lembrar de inúmeros momentos de compaixão em nossa vida ou nas atividades de nossa igreja, devemos reavaliar como ou mesmo se estamos de fato participando da missão de Deus.
Jesus também foi em busca de pessoas que estavam abertas a receber uma bênção. Ao participarmos da missão de Deus, devemos seguir Seu exemplo. É nosso privilégio buscar as pessoas em nossa sociedade que são negligenciadas e compartilhar com elas o amor de Deus de maneiras inovadoras. Ao fazer isso, estaremos seguindo os passos de Jesus e cumprindo o que Ele deseja, como mostra Mateus 25:31-46. Ele buscava consertar relacionamentos fragmentados e passou a maior parte de Seu ministério na Terra restaurando conexões desfeitas. Embora todos nós tenhamos falhas, aqueles que experimentaram o amor e o perdão de Jesus têm o dever, diante do restante do mundo, de demonstrar a Sua graça e bondade. Essa demonstração faz parte do que significa participar da missão de Deus.
Os estudiosos muitas vezes debatem se o interesse central de Jesus consistia em trabalhar exclusivamente entre os judeus ou também com o mundo em geral. Algumas pessoas argumentam que, como Ele passou a maior parte do tempo com os judeus e disse a Seus discípulos para fazerem o mesmo, pelo menos enquanto estava com eles, os judeus eram Seu foco central (Mt 15:24). Existe alguma verdade nessa ideia, mas há vários casos em que Jesus mostrou que Seu amor não se restringia aos judeus. Várias vezes Ele citou narrativas do Antigo Testamento que destacavam a fé dos não judeus, como as histórias da viúva de Sarepta, de Naamã e da rainha de Sabá (Lc 4:24-27; Mt 12:42). Jesus passou algum tempo fora da Judeia com não judeus, incluindo algumas noites em uma cidade samaritana (Jo 4:40) e uma visita à região de Tiro e Sidom (Mc 7:24), sem mencionar Decápolis, uma região que era habitada por gentios (Mc 7:31-36).
Jesus viveu a missão e o amor tão plenamente que desafiou o pensamento limitado de muitos de Seu povo daquela época. Ao demonstrar esse amor e viver Sua missão, Jesus preparou o caminho para o que viria depois de Sua morte, ressurreição e ascensão. Ele esperava que aqueles que O seguiram durante Sua vida terrena experimentassem Seu amor de tal maneira que levassem essa experiência ao restante do mundo. Nesse contexto de uma experiência de amor, Jesus fez o conhecido chamado de Mateus 28:18-20, encarregando Seus discípulos de sair pelo mundo. Essa comissão não era simplesmente um chamado para a missão, mas um chamado a ensinar, fazer discípulos e compartilhar o amor de Deus, que cada discípulo havia experimentado pessoalmente. Não somos chamados para compartilhar da missão de Deus até que primeiro tenhamos a oportunidade de conhecê-Lo e experimentar Seu amor. Só então teremos algo que vale a pena compartilhar.
Outra parte significativa das Escrituras a respeito de compartilhar o amor de Deus é o livro de Atos. Embora esse livro seja conhecido como Atos dos Apóstolos, seria mais correto intitulá-lo de Atos do Espírito Santo. O livro está repleto de parcerias entre o Espírito Santo e agentes humanos. Assim como nos evangelhos, encontramos pessoas que tiveram uma experiência maravilhosa com Jesus, que não conseguiram guardar essa experiência para si mesmas e foram capacitadas pelo Espírito Santo a compartilhar esse amor por toda parte.
Conforme mencionado na lição anterior, a missão é sempre uma via de mão dupla, na qual todos os envolvidos podem aprender algo uns com os outros. O livro de Atos nos lembra de que nós, como seres humanos, não podemos tomar o lugar de Deus. Ele, por meio do Espírito Santo, vai a todos os lugares à nossa frente. Essa verdade bíblica possui algumas consequências que vale a pena mencionar.
Primeiro, se o Espírito Santo vai à nossa frente, devemos esperar alguma manifestação Dele assim que chegarmos. Pedro experimentou essa realidade em seu encontro com Cornélio (At 10:1–11:18). Como resultado, o apóstolo percebeu que Deus não apenas já estava lá antes de ele chegar, mas também ele próprio tinha algo a aprender com Cornélio sobre o amor de Deus. Em muitos aspectos, a história de Pedro e Cornélio aborda o crescimento contínuo de Pedro na compreensão de Deus, assim como trata de Cornélio e sua família. Quando saímos para participar da missão de Deus, não devemos fazê-lo de maneira presunçosa, como se não tivéssemos nada a aprender com aqueles que vêm até nós em busca de esclarecimento espiritual. Em vez disso, saiamos esperando ver o Espírito Santo já atuando de inúmeras maneiras com as quais podemos nos associar.
Em segundo lugar, temos algo para compartilhar. Embora o Espírito esteja à nossa frente, Ele também Se associa conosco. Cada um de nós tem uma história ou testemunho único a respeito de nossa jornada com Jesus. Nossas histórias precisam ser compartilhadas. Durante esse processo, por meio de nossas histórias, podemos despertar no coração de alguém uma nova percepção sobre Deus ou até mesmo um novo desejo de seguir o Salvador. Esse estímulo acontece quando demonstramos o amor de Deus tanto por meio de palavras quanto de ações. Relacionamentos saudáveis estão no centro do que Deus quer para nós. Por isso, muitas vezes o Senhor aguarda para Se revelar, ou mesmo limita Sua revelação, até que um seguidor Dele esteja presente para compartilhar as boas-novas. Portanto, cabe a nós reconhecermos esse privilégio, estando sintonizados, em espírito de oração, com as pessoas com as quais Deus já está trabalhando, procurando compartilhar com elas a história do Salvador em todas as oportunidades.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Com frequência os líderes da igreja tentam motivar os membros para a missão, mas é essencial reconhecer que existem algumas coisas simples que cada um de nós pode fazer para avaliar se nós mesmos e nossas igrejas locais estamos sendo eficientes ao compartilhar a missão de Deus. Essas coisas simples, quando feitas de maneira intencional, podem nos transformar profundamente, levando-nos à atitude de humildade e fazendo mudanças na igreja que nos levem a nos concentrar mais nas necessidades do mundo como um todo.
Como indivíduos, devemos reservar periodicamente um tempo para autorreflexão. Essa atitude requer bastante honestidade, o que é desafiador para todos nós. Cada um de nós deve se perguntar: Tenho experimentado o amor de Deus nos últimos tempos? Se não, por que não? Em caso afirmativo, faça a si mesmo a seguinte pergunta: Estou compartilhando com o mundo esse amor que tenho experimentado? Essas perguntas simples, quando feitas com sinceridade, podem ser muito reveladoras.
Corporativamente, a igreja pode fazer as mesmas perguntas. A igreja é um lugar em que a comunidade experimenta Deus? E se Ele é experimentado na comunidade, a igreja está compartilhando essa realidade com a sociedade ao redor? Uma vez que a igreja faça um balanço da situação, ela pode desenvolver planos para experimentar a Deus de novas maneiras ou então compartilhar com a comunidade, de maneira mais ativa e concreta, aquilo que já tem experimentado.
Além disso, é essencial manter lembretes periódicos das necessidades do mundo, por meio de sermões, histórias infantis, livros e artigos. Assim como Jesus fez com Seus discípulos, Deus está fazendo conosco hoje. Ele deseja que sejamos cidadãos do mundo e que não pensemos apenas em nossas próprias necessidades. Devemos desejar que o amor de Deus seja compartilhado com toda a humanidade e devemos buscar maneiras concretas de tornar isso possível. Para alguns, essa verdade significa usar parte de seus recursos financeiros para uma missão intencional. Para outros, significa atender a um chamado de Deus que envolva se mudar para um novo local, seja no mesmo país ou em outra parte do mundo. Por quê? Porque Deus pediu que nós compartilhássemos nossa história e nossos talentos com pessoas que precisam desesperadamente ver uma demonstração de Seu amor. Não importa o que Deus esteja chamando você para fazer, lembre-se de dois fatos: Em primeiro lugar, você deve permanecer acessível para também ser abençoado ao compartilhar as boas-novas. E, em segundo lugar, lembre-se de que Deus já está à sua frente.
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Esperança para cegos
Camarões | Cosmas
O evangelista leigo Cosmas teve um encontro inesperado com um homem que era cego enquanto estava se preparando para realizar reuniões evangelísticas em Douala, a maior cidade de Camarões, país da África Ocidental.
O homem disse a Cosmas: "Se você tivesse um projeto de vida, deveria ser com as pessoas cegas".
As palavras se mantiveram vivas na mente de Cosmas.
Naquela noite, ele teve um sonho em que conversava com um homem cego.
Na manhã seguinte, ele questionou se o sonho estava conectado com o que o homem havia dito no dia anterior.
Naquele dia, enquanto continuava os preparativos para as reuniões evangelísticas, ele conheceu mais 10 pessoas que eram cegas. Naquela noite, ele sonhou que estava em um estádio de futebol cheio de cegos. Ao acordar, ele sentiu que Deus poderia estar chamando-o para trabalhar com os cegos.
Isso foi em 2014. Hoje, Cosmas supervisiona um grupo de 350 pessoas cegas. Ele prega para elas. Ele ensina a Bíblia para elas. Ele ajuda a atender suas necessidades sociais e educacionais. Muitos já se batizaram.Seguem aqui duas de suas histórias.
Apollinaire
Apollinaire é um mecânico que trabalhou quase 20 anos para uma fabricante de automóveis francesa. Em 1990, ele começou a sofrer problemas nos olhos. Gradualmente, sua visão começou a enfraquecer até que fina I mente ele perdeu a visão nos dois olhos e seu emprego em 2004.
Sentado em casa, ele passava muito tempo ouvindo rádio. Em um sábado à noite, ele ouviu a transmissão adventista do sétimo dia "Está Escrito". Cosmas falou em um programa de uma hora para pessoas cegas. Cosmas convidou os ouvintes a frequentar a igreja aos sábados pela manhã.
Na segunda-feira, Apollinaire foi à rádio para encontrar Cosmas. Um técnico disse a ele que Cosmas trabalhava em um hospital durante a semana. Assim, Apollinaire foi ao hospital. Ali, ele encontrou Cosmas, e os dois concordaram em se encontrar na igreja no sábado. Depois disso, Apollinaire passou a frequentar a igreja todos os sábados.
Após algum tempo, ele foi batizado e tornou-se membro da lg reja Adventista.
Hoje ele tem 58 anos e diz que se alegra em adorar com pessoas que amam a Deus e com pessoas cegas. "Eu fiquei maravilhado ao encontrar pessoas preocupadas com os cegos", disse ele. "A sociedade praticamente nos rejeita."
Flora
Quando Flora tinha 32 anos, ela começou a ter dores de cabeça. Ela nunca havia tido problemas nos olhos, mas em três meses perdeu completamente a visão.
Flora se sentia rejeitada pela sociedade. Isolada em casa, ela começou a ouvir rádio, em especial o "Está Escrito". Ela foi atraída pelo programa dirigido por Cosmas.
Flora sempre havia visto Jesus como um sacerdote humano, alguém a quem ela poderia pedir ajuda quando tivesse problemas. Mas, ao ouvir o programa "Está Escrito", ela aprendeu sobre o Jesus que pode mudar vidas. Ela ouviu que a Igreja Adventista valoriza as pessoas cegas e foi à igreja no sábado.
Com o passar dos meses, ela começou a sorrir e a se sentir feliz novamente. Um desejo de compartilhar essa alegria com os outros cresceu em seu coração. Ela também foi batizada e se uniu à Igreja Adventista.
Então Flora conheceu um membro que queria se casar com ela. A família dele se opôs ao casamento, mas ele lhes perguntou: "Se eu fosse cego, vocês não gostariam que eu me casasse?". Quando confirmaram que gostariam, ele disse: "Então, deixem que eu me case com Flora". Os dois se casaram em 2022.
Hoje, Flora tem 40 anos e ensina informática para cegos. No entanto, sua maior alegria é contar às pessoas que Jesus as ama e que Ele não rejeita ninguém.
"Sou cega, mas vivo uma vida alegre", disse ela. "Eu tenho um lugar no mundo, e nada me falta."
Parte das ofertas deste trimestre vai continuar o trabalho do missionário suíço que fundou a transmissão do "Está Escrito" em Camarões em 1963. O missionário, Aimé Cosendai, foi pioneiro no trabalho da igreja em Camarões e, durante seus mais de 50 anos de serviço, também abriu centenas de escolas da igreja. A oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a abrir outra escola de igreja, uma escola bilíngue, onde as crianças poderão aprender sobre Jesus em francês e inglês. Obrigado por planejar uma oferta generosa para manter vivo o espírito missionário na África Ocidental.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
Cosmas identificou uma necessidade em sua comunidade quando começou um grupo de apoio para pessoas cegas. A lição da Escola Sabatina desta semana encoraja os leitores a também identificar pessoas com necessidades especiais em suas comunidades e a orar por uma oportunidade de alcançá-las (ver quinta-feira, 19 de outubro). Converse com a classe da Escola Sabatina sobre quais lições e inspiração podem ser tiradas do exemplo de Cosmas. Leia mais sobre o missionário pioneiro suíço, Aimé Cosendai, na Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia on-line: bit.ly/Cosendai-Bio.
Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
Baixe publicações e fatos rápidos sobre a Divisão Africana Centro-Ocidental: bit.ly/wad-2023
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2023
Tema geral: Missão de Deus, minha missão
Lição 4 – 21 a 27 de outubro
Compartilhando a missão de Deus
Autor: Marcelo Ferreira Cardoso
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Objetivo geral: Identificar as qualidades espirituais necessárias para que o cristão esteja sempre disponível no cumprimento da missão de Deus.
Objetivos específicos:
- Reconhecer a importância de ter um espírito hospitaleiro e se tornar empático e agradável aos outros.
- Enfatizar a necessidade de não somente amar e demonstrar apreço pelas pessoas próximas, mas também para com os estranhos ou os de fora do seu círculo de influência.
- Destacar que uma vida de ligação com Deus nos leva à submissão a Ele. Isso produz em nós o amor e empatia para com as pessoas, o que é importante como um fator facilitador no cumprimento da missão.
Introdução
Que grande privilégio Deus nos concedeu ao nos dar a oportunidade de ser protagonistas na obra de salvar pessoas! Os relacionamentos pessoais são um dos principais instrumentos utilizados no contato com potenciais interessados e futuros herdeiros do reino dos céus. Muito antes de pensar em abrir a Bíblia e compartilhar estudos bíblicos com uma pessoa, devemos ganhar a amizade dela, pois antes de alcançar a mente de alguém, deve-se conquistar seu coração.
A lição desta semana nos traz o grande exemplo de missão no evangelismo relacional de Abraão, que envolve cuidado, atenção e amor para com o próximo, mesmo que esse próximo seja um desconhecido ou alguém fora do seu círculo familiar e de amizade. Os exemplos apresentados pelo autor trazem belíssimas aplicações de cordialidade e hospitalidade, que devem ser vivenciadas de forma individual por cada crente e no âmbito coletivo da igreja.
Parte 1 – Tornando o ambiente atrativo
A lição aponta a necessidade de ter uma vida e uma família que viva a missão através de uma vida coerente e hospitaleira. Contudo, gostaríamos de abordar o universo da igreja, que é a nossa segunda casa. Como os amigos da igreja, principalmente os convidados que estão indo pela primeira vez são recebidos na nossa igreja? Com certeza você já experimentou a amarga sensação da indiferença, e não estamos falando só da igreja, pois isso ocorre em qualquer lugar e em qualquer situação. Os que trabalham no comércio sabem que a grande diferença entre os clientes que retornam ou não uma segunda vez está no bom atendimento prestado, pois como dizem: a primeira impressão é a que fica. No mundo corporativo, o atendimento ao cliente tem sido uma preocupação e um diferencial das empresas que fazem sucesso, mas quando falamos das igrejas, parece que algumas congregações não têm se preocupado muito com isso. Ora, se no comércio se espera um bom atendimento, muito mais se espera da igreja.
Tente se colocar no lugar das pessoas que não são adventistas e estão indo pela primeira vez em sua igreja, um ambiente completamente desconhecido para elas. Como você se sentiria? Claro, você se sentiria deslocado. Imagine um lugar em que você não conheça quase ninguém, e um programa de culto em que as pessoas se sentam, depois se levantam e então se ajoelham? E o que dizer de expressões proferidas na igreja? E as palavras exclusivas do meio adventista e que não fazem muito sentido num primeiro momento para os convidados? Muitas vezes temos o sentimento de que algumas igrejas parecem não estar preparadas para receber os amigos da igreja.
Abraão compreendia e vivia a hospitalidade, a qual estava atrelada ao seu senso de missão. O patriarca entendia que receber os visitantes e fazê-los se sentirem bem em sua casa era uma das maneiras de obedecer a ordem de Deus. A igreja é o nosso lar, portanto, é nossa obrigação torná-la agradável para os nossos amigos. No livro Igreja Total – repensando radicalmente nossa apresentação do evangelho na comunidade, Steve Timmis e Tim Chester apontam que as pessoas precisam enxergar a igreja como uma rede de relacionamentos e não como um mero local para reuniões e cultos religiosos. A igreja deve ser uma ponte que proporcione aos amigos convidados a possibilidade de manter contato não apenas com indivíduos cristãos, mas com uma comunidade cristã interessada em estabelecer relacionamentos com eles (Rio de Janeiro: Editora Tempo de Colheita, Timmis e Chester, 2011, p. 58).
Parte 2 – Uma vida de excelência
A lição destaca o profundo amor demonstrado por Abraão pelas pessoas de Sodoma e Gomorra, embora elas tivessem uma vida dissoluta e estivessem mergulhadas conscientemente no pecado. Seu trabalho de intercessão em favor dos habitantes daquelas cidades demonstra preocupação com a salvação daqueles que aos olhos de Deus já tinham ido longe demais.
Infelizmente, em diversas ocasiões tomamos atitudes diferentes do exemplo de Abraão. Utilizamos o nosso falho senso de justiça e julgamos que algumas pessoas merecem a condenação eterna por algum ato pecaminoso, porém nos esquecemos de que o Senhor é quem julgará para a morte ou para a vida eterna. Sendo assim, nosso papel como cristãos é acreditar que, enquanto há vida, há esperança para um pecador que se arrepende. Por isso, deveríamos interceder pela misericórdia de Deus, para que todo ser humano abra o seu coração e deixe o Espírito Santo trabalhar nele.
Precisamos nos lembrar de que somos apenas ferramentas nas mãos do Senhor para levar a mensagem da salvação em Jesus Cristo a um mundo que perece. Não temos o direito de julgar nem decidir a quem pregar, mas devemos obedecer e ir sem olhar a quem. Muitas vezes nos sentimos frustrados quando notamos que nosso trabalho missionário em favor de alguém não é bem recebido e aceito, quando notamos que as pessoas não levam a sério o evangelho, mesmo sabendo que o mundo está prestes a ser destruído. Nesses momentos, devemos nos lembrar de que, ainda que Ló tenha testemunhado aos sodomitas, eles se perderam, ou seja, todos devem ter a chance de conhecer o evangelho e a decisão é individual. Deus deu ao ser humano o livre-arbítrio e não cabe a nós convencer as pessoas. Nosso papel é pregar para elas uma mensagem de esperança e arrependimento.
Conclusão
Certa vez um escravo foi posto a leilão e um cavalheiro fazia ofertas para arrematá-lo. O escravo, que havia sido maltratado duramente por muitos anos, estava amargurado e revoltado. Ele se voltava para o arrematador e dizia: “Não me interessa o quanto você vai pagar por mim, eu prefiro morrer a trabalhar para você”.
O cavalheiro continuou fazendo lances e finalmente comprou o escravo por uma boa quantia. O velho escravo o amaldiçoou e cuspiu-lhe no rosto. O novo proprietário conduziu o escravo estrada abaixo e então parou, retirou as correntes que o prendiam e entregou-lhe uma carta de alforria: “Você pode ir, está livre. Eu o comprei para libertá-lo”, disse aquele bom homem.
Ainda sem acreditar naquilo que ouvira, o ex-escravo abraçou e beijou aquele que agora era o seu libertador e disse: “Você me comprou para me dar a liberdade? Eu o amo por isso e quero servi-lo. Eu o seguirei para sempre”.
Infelizmente nem todos reconhecem o preço que Jesus pagou para nos resgatar do jugo do pecado. Deus deu o direito de escolha expresso em Seu amor e muitos decidem não segui-Lo. Mas, nem por isso deixaremos de pregar o evangelho e de ser instrumentos nas mãos do Senhor para levar a mensagem de salvação a este mundo perdido.
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Marcelo Ferreira Cardoso é casado com Elda Cardoso, cirurgiã-dentista, e pai de dois maravilhosos filhos, Rafael e Helena Cardoso. Graduou-se em Teologia no UNASP-EC (2000), é mestre (2018) e doutorando em Ciências das Religiões pela FUV – Faculdade Unida de Vitória. No início do seu ministério, trabalhou como capelão no Colégio Adventista de Taguatinga-DF (2001), foi pastor distrital em Araguatins-TO (2002-2003) e Formosa-GO (2004). Atuou também como evangelista na Associação Paulista Sul (2005-2008) e União Sul-Brasileira (2009-2016). Atualmente é professor de Teologia e coordenador da área aplicada do SALT com sede na Faculdade Adventista do Paraná.