Lição 8
16 a 22 de novembro
Cumprindo as profecias do Antigo Testamento
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: At 20
Verso para memorizar: “Mas Eu tenho maior testemunho que o de João; porque as obras que o Pai Me confiou para que Eu as realizasse, essas que Eu faço testemunham a Meu respeito de que o Pai Me enviou” (Jo 5:36).
Leituras da semana: Jo 5:17, 20, 36-40, 46, 47; 13:18; 17:12; Jr 2:13; Zc 9:9; Jo 8:12-30

Podemos ver repetidas vezes no livro de João todas as coisas que Jesus disse e fez, e que revelaram que o Messias (hamashiach), o Cristo, havia chegado a Israel. E Ele veio, de fato, como um deles, um judeu nascido em Belém, como as Escrituras haviam predito. 

No entanto, como João escreveu: “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por meio Dele, mas o mundo não O conheceu” (Jo 1:10). 

Ele estava no mundo, o mundo foi feito por meio Dele, e ainda assim o mundo não O conheceu? Essa é uma afirmação surpreendente. E, como podemos ver em João e nos outros evangelhos, muitas pessoas não O reconheceram, embora devessem tê-lo feito, especialmente por causa de todas as coisas que Jesus fez e disse. E deveriam reconhecê-Lo ainda mais pelo fato de que as Escrituras do AT apontavam para Ele. 

Nesta semana, estudaremos a respeito de outras maneiras pelas quais João retrata Jesus como o Messias e examinaremos por que algumas pessoas ainda continuaram a rejeitá-Lo – apesar de todas as razões poderosas que O confirmavam como o Cristo. 

O que podemos aprender com os erros dessas pessoas? 

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Domingo, 17 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: At 21
Sinais, obras e maravilhas

Além dos milagres que João usou para apontar Jesus como o Messias, ele também registrou relatos mais abrangentes sobre os sinais, obras e maravilhas que Cristo fez. 

Os sinais e maravilhas, por si só, não eram prova de que Jesus era o Messias, porque muitos profetas, às vezes falsos, também realizaram milagres. João não registrou os sinais simplesmente por apontarem para um grande realizador de milagres. Os sinais sobre os quais o apóstolo escreveu tinham o objetivo específico de apontar Jesus como o Messias e de mostrar que Ele, de fato, veio do próprio Deus, o Pai. 

1. Como é descrito o relacionamento entre Jesus e Deus, o Pai, especialmente no contexto dos sinais? Jo 5:17, 20, 36-38 

Jesus usou os sinais para mostrar a íntima relação de trabalho que tinha com o Pai. Os dois eram um. Referindo-Se às Suas obras, Jesus disse que elas mostraram que o Pai estava Nele e que Ele estava no Pai (Jo 10:38; veja também Jo 14:10, 11). 

O propósito da vinda de Jesus foi fazer as obras Daquele que O tinha enviado, para que essas obras se manifestassem ao mundo. Isto é, Ele veio para fazer as obras que o Pai O tinha enviado para fazer, as quais testificaram que Ele viera do Pai. 

No entanto, como já vimos, apesar dos sinais poderosos e dos testemunhos de muitas pessoas, muitos ainda escolheram não crer. 

Os líderes religiosos perguntaram a Jesus: “Até quando Você nos deixará nesse suspense? Se Você é o Cristo, diga francamente. Jesus respondeu: – Já falei, mas vocês não acreditam. As obras que Eu faço em nome do Meu Pai dão testemunho de Mim” (Jo 10:24, 25). 

Se Jesus tivesse dito que era o Messias, os líderes religiosos, que procuravam qualquer coisa que pudessem usar contra Ele, O teriam prendido. Sabendo disso, Jesus indicou as obras que havia feito. Se Ele tivesse dito que era o Cristo, aqueles líderes poderiam tentar contradizer. Mas como negar os sinais, as obras e as maravilhas? Esses eram testemunhos poderosos de quem Jesus é e de onde tinha vindo. 

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Como nos proteger contra a dureza de coração daqueles líderes religiosos? De que forma podemos estar lutando contra a obra de Deus em nossa vida?


Segunda-feira, 18 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: At 22
O papel autoritativo das Escrituras

Além dos sinais e testemunhos específicos que João usou para apontar Jesus como o Messias, ele também apelou para a autoridade do AT e para as suas profecias, que predisseram a obra de Cristo. O AT ocupa lugar central, não apenas no Evangelho de João, mas em todo o NT. A justificativa para Jesus, para quem Ele era, de onde veio, o que fez e o que fará se baseia nas Escrituras, nesse caso, no AT. 

2. Leia os seguintes textos: João 5:39, 40, 46, 47. O que eles nos ensinam sobre a atitude de Jesus em relação à autoridade das Escrituras? 

Ao longo dos evangelhos, repetidas vezes Jesus apontou para a autoridade das Escrituras como testemunhas essenciais a respeito Dele. Por exemplo, Jesus com frequência usou eventos do AT para ajudar a apontar para Si mesmo e para o que Ele fazia. Na conversa com Nicodemos, Ele disse: “E assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado” (Jo 3:14). Esse evento é descrito em Números 21:5-9. Cristo não apenas Se referiu à história, mas, ao usá-la para apontar para Si mesmo, Ele basicamente nos deu a interpretação autorizada do que a história pretendia transmitir. 

E não apenas Jesus, mas outras pessoas também usaram o AT para apontar para Ele. Por exemplo, no início de João, lemos as palavras de Filipe a Natanael: “Achamos Aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José” (Jo 1:45). 

3. Leia os seguintes textos: João 13:18; 17:12; 19:24, 28, 36. O que eles ensinam sobre a autoridade das Escrituras conforme Jesus e João a entendiam? O que isso nos diz sobre o papel crucial que as Escrituras devem ter para a nossa fé? 

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Quais são algumas das influências que atuam de maneira sutil ou aberta para enfraquecer a nossa fé na autoridade da Bíblia? Comente com a classe.


Terça-feira, 19 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: At 23
Profecias do Antigo Testamento sobre Jesus – parte 1

Em discussões com os líderes religiosos sobre Sua identidade, Jesus reafirmava a autoridade das Escrituras. À primeira vista, poderia parecer desnecessário que Ele fizesse isso, pois os líderes religiosos já acreditavam na Bíblia. No entanto, mesmo diante deles, Jesus enfatizava a autoridade das Escrituras, e o fazia para mostrar-lhes quem Ele era – não importando quão duros fossem aqueles corações, e apesar do quanto tentassem lutar contra a atuação de Deus. 

Além disso, João registra inúmeras citações diretas e alusões indiretas ao AT que apontam para Jesus como o cumprimento das promessas do AT sobre o Messias. 

4. Como as seguintes passagens do NT e do AT estão ligadas? Isto é, como o NT usa esses textos para dar testemunho de Jesus? 

Jo 1:23; Is 40:3 

Jo 2:16, 17; Sl 69:9 

Jo 7:38; Jr 2:13 

Jo 19:36; Nm 9:12 

Não apenas João, mas também Pedro, Paulo, Mateus, Marcos, Lucas e todos os escritores do NT, sob a inspiração do Espírito Santo, inúmeras vezes enfatizaram como a vida, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré, assim como Sua ascensão ao trono de Deus, são cumprimento das profecias do AT. 

E embora Jesus apontasse continuamente as Escrituras para os Seus discípulos, pois prediziam o Seu ministério, em que momento eles finalmente compreenderam que as Escrituras apontavam para Ele? Isso aconteceu somente depois que Cristo morreu, ressuscitou e apareceu aos discípulos. “Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, os discípulos Dele se lembraram que Ele tinha dito isso e creram na Escritura e na palavra de Jesus” (Jo 2:22; veja também Jo 20:9).

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Quarta-feira, 20 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: At 24
Profecias do Antigo Testamento sobre Jesus – parte 2

Jesus disse aos líderes religiosos: “Vocês examinam as Escrituras, porque julgam ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (Jo 5:39). Que afirmação ousada para fazer sobre Si mesmo! 

As estimativas variam, mas alguns estudiosos argumentam que Jesus de Nazaré cumpriu centenas de profecias do AT. Seja qual for o número exato, a probabilidade de que alguém conseguisse cumprir sequer algumas delas, e muito menos todas, está além do que podemos calcular. Para ilustrar esse fato, algumas pessoas usam comparações como a seguinte: imagine preencher uma área do tamanho do estado de Minas Gerais com pilhas de moedas de 60 centímetros de altura, pintar de rosa uma dessas moedas e depois misturar todas. Em seguida, dizer a uma pessoa vendada que pegue a moeda rosa. Quais são as chances de que, na primeira tentativa, ela encontre essa moeda? 

Não há dúvida: o nascimento, a vida e a morte de Jesus foram preditos pelo AT, o que é evidência impressionante de Sua identidade como o Messias esperado. João recorre várias vezes a esses textos do AT para destacar quem é Jesus e por que devemos crer Nele e aceitar a salvação que Ele nos oferece. 

5. O que as seguintes passagens do Evangelho de João revelam sobre Jesus como cumprimento das profecias messiânicas? 

Jo 12:13; Sl 118:26 

Jo 12:14, 15; Zc 9:9 

Jo 13:18; Sl 41:9 

Jo 19:37; Zc 12:10; 13:6 

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Você é bem fundamentado em suas crenças? Se alguém lhe perguntasse por que você crê que Jesus é o Messias, o que responderia, ao que recorreria, e por quais razões?


Quinta-feira, 21 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: At 25
Vocês são daqui de baixo

Em nosso estudo de João até agora, vimos que o apóstolo mostra como Jesus é, de fato, o Messias prometido, a grande esperança pela qual o povo judeu ansiava. 

No entanto, muitos líderes religiosos eram os maiores inimigos de Jesus. 

Por quê? 

6. Leia João 8:12-30. Resuma a interação entre Jesus e esses líderes. Quais textos bíblicos ajudam a explicar por que muitas pessoas O rejeitaram? 

Jesus disse que aqueles homens não conheciam a Ele nem ao Pai (Jo 8:19). Eles deveriam conhecer ambos, mas enganavam a si mesmos. Estavam tão envolvidos em suas tradições e filosofias que mesmo tendo Jesus diante deles, fazendo tudo o que fez e dizendo o que disse, trazendo revelações poderosas do Pai, ainda assim O rejeitaram. 

Em segundo lugar, Jesus lhes disse: “Vocês são daqui de baixo” (Jo 8:23). Em outras palavras, por mais religiosos que fossem, eles não eram espirituais e piedosos. Tinham “aparência de piedade” (2Tm 3:5, NVI), mas não passava disso. Tinham piedade exterior, mas, internamente, eram incrédulos. 

Isso não era novidade. Deus havia dito que os israelitas O honravam apenas com “a sua boca e com os seus lábios, mas o seu coração” estava longe do Senhor (Is 29:13). Essa ideia foi repetida por Jesus séculos mais tarde, quando disse: “E em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos humanos” (Mc 7:7). Os ensinos e mandamentos humanos daqueles líderes religiosos eram deste mundo, ao contrário de Jesus, que afirmou que não era deste mundo (Jo 8:23). Já era bastante ruim que estivessem enganando a si mesmos, mas a tragédia era agravada porque também desencaminhavam outras pessoas, embora, curiosamente, João tenha escrito que, como resultado da conversa descrita nesses versículos, “muitos creram” em Jesus (Jo 8:30). 

Assim, apesar da má liderança, muitos judeus conseguiram se livrar da influência deles e ver, por si próprios, quem era Jesus. 

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Que lições você tira do diálogo de Jesus com os líderes religiosos? Como podemos ser “de cima” e não “de baixo”, e como saber a diferença entre ambos?


Sexta-feira, 22 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: At 26
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 533- 549 (“‘Não se turbe o vosso coração’”). 

“Como tesouro áureo, a verdade foi confiada aos hebreus. A dispensação judaica, trazendo o sinete do Céu, tinha sido instituída por Cristo mesmo. As grandes verdades da salvação eram ocultadas por tipos e símbolos. Contudo, quando Cristo veio, os judeus não reconheceram Aquele a quem apontavam todos esses símbolos. Tinham em mãos a Palavra de Deus; mas as tradições transmitidas de geração a geração e as interpretações humanas das Escrituras lhes ocultavam a verdade tal como é em Jesus. Perdeu-se a significação espiritual das Sagradas Escrituras. O tesouro de todo o conhecimento lhes foi revelado, mas não sabiam disso. 

“Deus não encobre Sua verdade aos seres humanos. Por seu próprio procedimento eles mesmos a obscurecem. Cristo deu aos judeus prova abundante de que era o Messias, mas Seus ensinamentos exigiam deles uma reforma radical de vida. [...] Professavam crer no Antigo Testamento; contudo, recusavam aceitar o testemunho contido nele a respeito da vida e caráter de Cristo. Temiam deixar-se convencer para não serem convertidos e obrigados a renunciar às suas opiniões preconcebidas. O Tesouro do evangelho, o Caminho, a Verdade e a Vida, estava entre eles; mas rejeitaram a maior dádiva que o Céu lhes poderia outorgar” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus [CPB, 2022], p. 55). 

Perguntas para consideração 

1. Como as profecias do AT cumpridas na vida de Jesus podem fortalecer a nossa fé? 

2. Mencione três ou quatro principais obstáculos que impediram os líderes religiosos de crer em Jesus. Como esses mesmos obstáculos se manifestam hoje? 

3. Em que você confia neste momento? Como você pode fortalecer a sua fé? 

4. As Escrituras têm autoridade sobre sua vida? Por que devemos rejeitar tudo aquilo que lance dúvidas sobre a autoridade final e definitiva das Escrituras? 

Respostas às perguntas da semana: 1. Os sinais realizados por Jesus mostravam que Ele tinha sido enviado pelo Pai. Ambos estão unidos em obras e propósitos. 2. Jesus jamais questionou as Escrituras. Elas testemunham de Cristo e conduzem as pessoas até Ele. 3. Os eventos da vida de Jesus cumpririam as Escrituras. A Bíblia deve fundamentar nossa fé e guiar nossas ações. 4. João Batista foi enviado para preparar o caminho do Senhor; assim como Davi, o Messias expressaria zelo pela casa de Deus; o Senhor e o Messias são a fonte de águas vidas; como ocorria com o cordeiro de Páscoa, Seus ossos não seriam quebrados. 5. O Messias seria recebido na casa do Senhor; Ele entraria em Jerusalém montado em um jumento; assim como Davi, seria traído por um amigo próximo; seria traspassado pelo Seu povo. 6. Jesus e os líderes debateram sobre a identidade Dele como o Messias. Os líderes rejeitaram Jesus por estarem presos às tradições humanas e à religiosidade apenas exterior.

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Resumo da Lição 8
Cumprindo as profecias do Antigo Testamento

FOCO DO ESTUDO: João 8:23 

ESBOÇO 

Introdução: As evidências em favor da divindade de Jesus continuam a se acumular. No Evangelho de João, são apresentados argumentos ainda mais convincentes de que Jesus é verdadeiramente quem declara ser: o Filho de Deus, enviado para resgatar a humanidade pecadora. Nesse evangelho, Jesus argumenta com as pessoas a fim de fazê-las olhar para Seu caráter imaculado, Suas credenciais divinas, palavras poderosas e obras milagrosas. 

Como Filho de Deus encarnado, Jesus veio para salvar este mundo pecaminoso. Ele era um com o Pai e fez tudo de acordo com a vontade Dele. Cristo foi o maior presente de Deus para a humanidade, e, sem tal dádiva, o mundo estaria condenado. No entanto, triste e ironicamente, apesar dessa verdade, a maior parte do mundo que Ele criou não acreditou Nele. Nem mesmo Seu próprio povo. João deixou esse ponto bastante claro. Que tragédia que as criaturas de Deus, feitas à Sua imagem, tenham rejeitado a Sua dádiva indispensável! Jesus “estava no mundo, o mundo foi feito por meio Dele, mas o mundo não O conheceu. Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam” (Jo 1:10, 11). 

Nesta semana, estudaremos algumas profecias nas Escrituras que revelam claramente Jesus como o Messias prometido. Além disso, examinaremos os detalhes específicos de como essas profecias foram cumpridas com precisão. Como exemplo, testemunharemos a concretização da profecia que descreve como Jesus entraria em Jerusalém montado em um jumento (Sl 118:26; Zc 9:9). Além disso, analisaremos a profecia que prediz que um discípulo O trairia (Sl 41:9). Depois, exploraremos a dinâmica que levou alguns líderes a rejeitar Jesus, enquanto surpreendentemente outros escolheram acreditar Nele. Nesse processo, examinaremos a questão fundamental: O que significa ter o raciocínio aqui “de baixo”, conforme João 8:23, em comparação com o raciocínio “de cima”? 

COMENTÁRIO 

Profecias do Antigo Testamento sobre Jesus 

O cumprimento preciso das muitas profecias messiânicas na vida e no ministério de Jesus é simplesmente inspirador. Essas profecias do AT foram cumpridas com uma precisão notável, tornando até mesmo o mais cético e duvidoso indefeso diante da avalanche de evidências. Apesar de Jesus estar ciente da dureza do coração dos líderes judeus, nunca desistiu deles. Ele continuou incansavelmente, explorando todos os ângulos possíveis para persuadir seu coração obstinado. Mesmo que muitos não tenham respondido, Ele persistiu em alcançá-los, pelo menos para que soubessem que havia um proclamador da verdade entre eles.

É fácil criticar os líderes judeus e ficar perplexo com a sua falta de fé nas suas próprias Escrituras a respeito do Messias. Contudo, é crucial considerar como teríamos reagido na mesma situação, especialmente se nossa maior expectativa fosse a chegada de um líder militar judeu (não divino), seguindo a tradição de Moisés ou Davi, que pudesse derrotar os romanos e quebrar seu jugo sobre Israel. Lembre-se, mesmo os discípulos de Cristo, os mais próximos Dele, hesitaram em acreditar em Seu reino espiritual. Na verdade, foi somente depois da ressurreição de Cristo que eles realmente acreditaram (Jo 2:22). 

O problema com os líderes religiosos é que eles conheciam a letra da lei, mas não compreendiam o seu espírito. Conheciam, de fato, a palavra escrita, mas lamentavelmente, não reconheciam a Palavra viva. Jesus testemunhou essa falha quando lhes disse: “Vocês examinam as Escrituras, porque julgam ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (Jo 5:39, 40). As antigas tradições judaicas ensinavam que o simples conhecimento das Escrituras garantia a vida eterna. Essa concepção é notória nas palavras atribuídas a Hillel, um renomado rabino do primeiro século a.C.: “Quem adquiriu para si o conhecimento da Torá, adquiriu para si a vida do mundo vindouro” (Mishná Abot 2. 7, Soncino ed. do Talmude, p. 17; citado no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 5, p. 955). 

Assim, os líderes judeus estavam tão obcecados com as palavras das Escrituras que negligenciaram a essência delas, Jesus. Os líderes substituíram a regeneração do coração por um assentimento intelectual superficial. Examinar as Escrituras, como eles fizeram, não foi algo ruim em si, todavia, por causa de seus interesses egoístas, os impediu de enxergar o significado mais profundo da missão de Cristo e da Sua oferta de salvação. 

Os líderes judeus afirmavam acreditar em Moisés, o seu profeta mais reverenciado, mas não acreditavam no “Profeta” divino que Moisés predisse que viria. Ao partir, Moisés prometeu ao povo: “O Senhor, seu Deus, fará com que do meio de vocês, do meio dos seus irmãos, se levante um Profeta semelhante a mim; a Ele vocês devem ouvir” (Dt 18:15). Jesus lembrou aos líderes judeus que Moisés, a quem eles admiravam muito, acreditava Nele e em Sua futura missão. Contudo, agora que essa promessa estava sendo cumprida diante dos seus olhos, eles se recusaram a acreditar. Jesus confrontou-os, declarando: “Porque, se vocês, de fato, cressem em Moisés, também creriam em Mim; pois ele escreveu a Meu respeito” (Jo 5:46). 

As profecias messiânicas cumpridas, que muitas vezes tratam da dinâmica do relacionamento humano, revelam muito sobre o caráter de Cristo. Vamos analisar dois desses exemplos. A primeira profecia é encontrada no Salmo 41:9, que prediz: “Até o Meu amigo íntimo, em quem Eu confiava, que comia do Meu pão, levantou contra Mim o seu calcanhar”. Jesus aplicou essa profecia a Si mesmo, como Aquele que foi traído por um amigo: “Não falo a respeito de todos vocês, pois Eu conheço aqueles que escolhi. Mas é para que se cumpra a Escritura: ‘Aquele que come do Meu pão levantou contra Mim o seu calcanhar’” (Jo 13:18). 

Até hoje, na cultura do Oriente Médio, compartilhar uma refeição com alguém é um ato especial que fortalece os laços emocionais e espirituais em um relacionamento. Assim, a traição manifestada por alguém com quem se compartilhou comida é considerada um sinal de duplicidade. Durante três anos e meio, Jesus não apenas compartilhou refeições com Judas, mas também o perdoou e o encorajou. Nesse período, Jesus procurou proteger a reputação de Judas, mesmo tendo justificativas para revelar sua traição publicamente. Em contrapartida, Judas vendeu Jesus por “trinta moedas de prata” [30 siclos] (Mt 26:15), equivalente ao preço de um escravo comum. Na noite da prisão de Jesus, Judas se aproximou e O beijou. Apesar dessa traição dolorosa, Jesus Se dirigiu a Judas como “amigo”, perguntando-lhe: “Amigo, o que você veio fazer?” (Mt 26:50).

Para o segundo exemplo de profecia cumprida que revela o caráter de Cristo, vamos analisar Zacarias 13:6. Esse versículo fala sobre as feridas que Jesus recebeu por meio de Sua crucifixão. Seu lado foi perfurado e Suas mãos ficaram feridas. Zacarias predisse nesse versículo que Jesus receberia essas feridas na casa de Seus amigos. Implicitamente, Jesus Se dirige ao Seu principal traidor como Seu amigo e considera como amigos as pessoas cruéis que O crucificaram, entre os líderes judeus! Portanto, o sangue puro e inocente derramado por Cristo não clama por vingança contra aqueles que o derramaram. Suas mãos feridas não estão cerradas de raiva; estão estendidas para abraçar a todos com amor e reconciliação. 

De baixo (Jo 8:23) 

João passa a maior parte do capítulo 8 se referindo a Jesus como o sublime e divino Filho de Deus, enviado por Seu Pai celestial para ajudar os desesperados habitantes da Terra. Tudo o que Jesus falou era celestial. Ele foi a luz celestial que iluminou um mundo obscurecido pelo pecado. O Pai prestou testemunho de que enviou Seu Filho do alto para ser uma verdadeira testemunha da verdade. Todos os dons que o Céu nos concedeu na pessoa de Jesus foram contrastados com as coisas terrenas quando o Salvador disse aos líderes judeus: “Vocês são daqui de baixo, Eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo, Eu deste mundo não sou” (Jo 8:23). 

A expressão “de baixo” sugere que os líderes tinham uma mentalidade tão voltada para questões terrenas que adotar uma perspectiva celestial parecia impossível. Estavam profundamente arraigados em suas tradições, cegados por filosofias estreitas e egocêntricas, escolhendo este mundo e a morte em detrimento do Céu e da vida oferecida por Jesus. Paulo descreveu de maneira apropriada essa categoria de seguidores declarados como possuindo uma “forma de piedade”, desprovida de qualquer essência genuinamente piedosa. Eles substituem a verdadeira pureza interior pela aparência exterior (2Tm 3:5). 

De maneira inesperada, João relata que “muitos creram Nele” (Jo 8:30). Essa declaração carrega consigo uma valiosa lição para nós, especialmente quando as circunstâncias parecem desanimadoras e muitos se mostram incrédulos: a luz prevalece mesmo em meio à escuridão. Jesus proclamou a verdade, independentemente da aceitação ou rejeição das pessoas. Devemos fazer o mesmo, apesar das circunstâncias desanimadoras. 

A recusa dos líderes religiosos em aceitar a verdade resultou em um fechamento deliberado dos olhos e um obscurecimento consciente de seu próprio coração, impedindo-os de perceber a luz enviada do Céu. Se tivessem sido receptivos à mensagem de Jesus, teriam acreditado, mas esse ato teria desafiado suas noções preconcebidas. Que estejamos sempre dispostos a abrir o coração e a mente para a verdade, porque, como disse Jesus: “Conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (Jo 8:32).

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

Considere as seguintes questões e comente com a classe: 

1. Refletindo sobre como a vida de Jesus foi um espelho perfeito de Seu Pai, considere os frequentes discursos de Jesus sobre Seu Pai e a intimidade do relacionamento entre ambos. Em um episódio, Filipe solicitou ao Mestre que revelasse o Pai aos discípulos. A resposta de Jesus foi: “Há tanto tempo estou com vocês, Filipe, e você ainda não Me conhece? Quem vê a Mim, vê o Pai” (Jo 14:9). Na rotina diária, como a percepção de ver o Pai em Jesus impacta a sua existência e que diferença essa compreensão faz? 

2. Não deveria ser preocupante, e até mesmo alarmante, quando nós, assim como os líderes religiosos, somos confrontados com a verdade clara da Bíblia e depois deliberadamente nos afastamos dela? Que papel desempenha o orgulho na violação da consciência e no afastamento da verdade? Como o Espírito Santo pode nos auxiliar a abandonar nossas opiniões orgulhosas e nos tornarmos mais receptivos ao ensino? 

3. Tudo o que usurpa a prioridade de Jesus na nossa vida se torna, na realidade, um ídolo. Por mais assustador que seja esse pensamento, se não tomarmos cuidado, até mesmo o nosso trabalho para Deus poderá potencialmente tomar Seu lugar em nossa vida. O estudo da Bíblia, igualmente, corre o risco de ocupar o espaço que pertence a Jesus. Reflita sobre esta afirmação séria e responda a ela: “À medida que aumenta a atividade e as pessoas são bem-sucedidas em realizar alguma obra para Deus, há risco de confiar em planos e métodos humanos. [...] Como os discípulos, nos arriscamos a perder de vista nossa dependência de Deus e fazer de nossa atividade um salvador” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 285). 

4. O que significa ter uma mentalidade “de baixo”? Às vezes nos perdemos nesse modo de pensar? De que maneira? 

5. Muitos creram em Jesus (Jo 8:30), apesar de toda a incredulidade ao seu redor. Esse fato nos motiva a perseverar e não desistir das pessoas que aparentam resistência à luz da verdade de Deus? 

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Foi Jesus

Arizona | James

Toc! Toc! Toc!

Era sábado à noite, e a batida forte dos nós dos dedos trouxe o pastor James à porta de sua casa em Page, uma cidade localizada ao lado da Reserva Navajo, no Arizona.

Um nativo americano estava do lado de fora.

“Eu preciso de ajuda para a minha filha”, disse ele. “O estômago dela dói.”

James olhou para além do homem e viu a filha e sua e sua mãe no carro. “Ela precisa ir ao hospital?”, ele perguntou.

“Não, não”, disse o pai. “Apenas ore.”

James a convidou para entrar em casa, mas o pai balançou a cabeça.

“Você gostaria de trazê-la para a igreja?”, James disse, apontando para a Igreja Adventista do Sétimo Dia ao lado. Ele havia se mudado para Page dois meses antes para servir como pastor da igreja.

“Sim, vamos fazer isso”, disse o pai.

Ele dirigiu o carro até a entrada de trás da igreja, e a mãe saiu primeiro.

“Você tem água benta?”, ela perguntou.

Ela disse que a família havia acabado de vir de outra igreja em que haviam pedido ao padre para aspergir água benta na filha. O padre recusara e os mandara embora.

“Nós não usamos água benta”, disse James. “Nós temos a Bíblia.”

“Ela está possuída”, disse a mãe.

Intrigado, James pensou: “O que está acontecendo? A mãe diz que ela está possuída, mas o pai diz que ela precisa de oração para uma dor no estômago”.

O pai abriu a porta do carro e ajudou sua filha a sair. Ela estava curvada, apertando seu estômago. Ela aparentava ter mais de 20 anos.

James nunca havia lidado com possessão demoníaca e pensou: “Se ela estiver possuída, não vai querer entrar na igreja”.

Ele ficou observando enquanto a jovem seguia seu pai até a igreja. Mas ao entrar pela porta de trás, ela começou a espumar pela boca. Então, ela se agachou no chão e grunhiu como um animal.

Seu pai, que era consideravelmente maior que ela, disse: “Eu não tenho medo de você”.

Virando-se para James, ele disse impacientemente: “Apenas faça a oração e acabe logo com isso”.

No entanto, a mãe estava com medo e se afastou da filha. Com a voz trêmula, ela disse: “Em nome de Jesus, em nome de Jesus”.

James pegou uma Bíblia, e ela abriu em Marcos 9. Era a história de Jesus expulsando um espírito de um garoto. Ecoando a pergunta que Jesus fez ao pai do garoto, James perguntou: “Faz quanto tempo que isso está acontecendo com ela?”

O pai ficou irritado com a pergunta. Ele não queria admitir que sua filha estava possuída. Ele só queria que James orasse.

Enquanto isso, a mãe continuou repetindo: “Em nome de Jesus, em nome de Jesus”.

Então a filha atacou. Ela pegou o pai em um reduto por trás e começou a estrangulá-lo.

O pai, que momentos antes havia dito que não estava com medo dela, clamou: “Ajude-me! Ajude-me!”

Apavorada, a mãe saiu correndo da igreja.

James subiu atrás da filha e tocou suavemente tocou em seu ombro. Imediatamente, ela soltou o pai, e ele saiu correndo.

James não tinha certeza do que fazer, mas não estava com medo. Ele tinha a perfeita paz de que Deus cuidaria dele.

Ao sentir o toque dele, a filha virou-se lentamente e encarou James. Então, ela levantou a mão. James foi se afastando até que bateu contra uma parede. Ela o seguiu até que ficou em frente dele. Sua mão continuou erguida, como se estivesse pronta para atacar, mas ela não tocou nele. James olhou dentro dos olhos dela. Eles estavam vazios. Como se a pessoa dela tivesse desaparecido. Ela não estava lá. James orou silenciosamente para que Jesus a libertasse.

Pouco tempo depois, ela caiu no chão, amontoada.

Então, James orou para que Jesus a restaurasse.

Ela se levantou e se sentou na cadeira. Ela era uma pessoa completamente diferente. Falando com voz normal, ela perguntou: “Quem me ajudou?”

Foi Jesus.

Seu pai voltou ao cômodo. Ele parecia aliviado e disse: “Uau! Essa é minha garota, essa é minha garota”.

Então, a mãe retornou, e James guiou a família em uma oração de gratidão. Ele contou a eles sobre o poder de Jesus.

“É muito importante voltar-se para o Senhor nesses tipos de situações”, disse ele.

Ao saírem, o pastor deu a eles uma cópia do livro Caminho a Cristo, de Ellen White.

James nunca mais viu aquela família. Ele não sabe o que aconteceu com eles. Mas a partir daquela noite, ele entendeu que o grande conflito entre Cristo e Satanás é bem real na Reserva Navajo.

Ore pelo povo de Navajo. Ore pelo trabalho do pastor James Crosby e sua família. Obrigado por suas ofertas de 2011 que ajudaram a estabelecer a Igreja Adventista do Sétimo Dia All Nations em Page, onde aconteceu esta história, no Arizona.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

  • Mostre Page, Arizona, no mapa.

  • Saiba que o pastor James e sua esposa, Nancy, estão totalmente dedicados em compartilhar o evangelho com os nativos americanos. James é pastor da igreja em Page e supervisiona o trabalho da Igreja Adventista do Sétimo Dia com os nativos americanos nos estados do Arizona, Nevada e Utah.
  • Baixe as fotos desta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.

  • Compartilhe publicações missionárias e fatos rápidos sobre a Divisão Norte-Americana: bit.ly/nad-2024.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2024

Tema geral: Temas do Evangelho de João

Lição 8 – 16 a 23 de novembro

Cumprindo as profecias do Antigo Testamento

 

Autor: Manolo Damasio

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Os sinais e milagres realizados por Jesus serviram como testemunhas poderosas de Sua verdadeira identidade. Eles revelavam o cumprimento das profecias do Antigo Testamento a respeito do Messias prometido. No entanto, apesar desses sinais claros e do cumprimento profético, muitos não O reconheceram (Jo 1:10). Isso mostra que, mesmo com tantas evidências, o coração endurecido de muitos impediu o reconhecimento de Jesus como Salvador.

No contexto dos sinais, o relacionamento entre Jesus e Deus, o Pai, é descrito como profundamente íntimo e interdependente. Em João 5:17, Jesus afirma: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também”, revelando que Suas ações e os sinais que realizava estavam em completa harmonia com a obra contínua de Deus. Em João 5:20, Ele acrescenta: “O Pai ama o Filho, e mostra-Lhe tudo o que faz”, destacando a confiança mútua e a revelação plena da vontade de Deus ao Filho. Jesus também afirmou em João 5:36 a 38 que as obras e sinais que Ele realizava eram dados pelo Pai como testemunho da Sua missão divina. No entanto, Ele ressaltou que, apesar desses testemunhos, muitos não reconheciam o Pai que O enviou. Isso revela a conexão inquebrável entre Jesus e o Pai, em que os sinais eram expressões diretas dessa relação e da missão divina de Jesus.

Jesus declarou expressamente: “As obras que Eu faço em nome do Meu Pai dão testemunho de Mim” (Jo 10:25). Contudo, esses sinais não estariam desacompanhados de outras evidências. João registrou as discussões de Jesus com os líderes judeus, os quais tinham a responsabilidade de exaltar e manter as Escrituras diante do povo, mas resistiram às evidências de que Jesus havia sido enviado por Deus. Os argumentos de Jesus não se desviaram daquilo que havia sido previamente revelado.

A relação de Jesus com as Escrituras

Os textos de João 5:39, 40, 46 e 47 revelam claramente a atitude de Jesus em relação à autoridade das Escrituras e oferecem uma compreensão mais profunda sobre como Ele via a Palavra de Deus e Se relacionava com ela. “Vocês examinam as Escrituras, porque pensam que nelas têm a vida eterna. Elas são as que testemunham de Mim” (v. 39). “Contudo, vocês se recusam a vir a Mim para ter vida” (v. 40). “Se vocês cressem em Moisés, também creriam em Mim, porque ele escreveu a Meu respeito” (v. 46). “Mas, se vocês não creem nos escritos de Moisés, como crerão nas Minhas palavras?” (v. 47).

Esses versículos revelam algumas verdades importantes sobre a postura de Jesus em relação às Escrituras:

1. As Escrituras testificam de Jesus: Ele afirma que as Escrituras (o Antigo Testamento, no contexto em que Cristo falava) testificam a respeito Dele. Ele não rejeita as Escrituras, mas as aponta como um testemunho sobre Sua pessoa e Sua missão. Em outras palavras, as Escrituras são uma fonte legítima e autoritativa de revelação sobre quem Ele é e do que Ele veio realizar.

2. Jesus é o cumprimento das Escrituras: Jesus faz referência direta a Moisés, apontando que as escrituras que Moisés escreveu falam a respeito Dele. Isso significa que as Escrituras não são apenas um conjunto de leis ou histórias antigas, mas têm um propósito profético que aponta para Cristo. Para Jesus, a autoridade das Escrituras está diretamente ligada à Sua própria pessoa e missão.

3. As Escrituras não são suficientes sem a relação com Jesus: Embora as Escrituras sejam valiosas e autoritativas, Jesus destaca que o simples exame das Escrituras não é suficiente para obter a vida eterna. A verdadeira vida vem de se voltar a Ele, que é o cumprimento de todas as Escrituras. Isso indica que as Escrituras precisam ser entendidas à luz de Cristo, e que a busca pela verdade nas Escrituras deve levar a uma relação pessoal com Ele.

4. A falta de fé nas Escrituras impede o reconhecimento de Jesus: Ele critica a falta de fé de muitos que estudam as Escrituras mas não conseguem reconhecer que elas falam Dele. Para Ele, a verdadeira crença nas Escrituras está ligada à crença Nele mesmo. Se alguém não reconhece Jesus como o Messias, então está falhando em entender corretamente as Escrituras, pois elas apontam para Ele.

Esses versos mostram que Jesus tem uma atitude de profunda reverência pelas Escrituras e reconhece sua autoridade, mas ao mesmo tempo, Ele ensina que as Escrituras só têm pleno significado quando são vistas como um testemunho sobre Ele, o Messias. A relação com Ele é essencial para que a Escritura leve à vida verdadeira.

As Escrituras são fundamentais para se entender o que Deus está fazendo na história e como Ele cumpre Suas promessas. As Escrituras têm uma função profética e determinante no plano de Deus. Para Jesus, o que acontece na história está de acordo com a revelação já dada nas Escrituras. Isso reforça o papel central das Escrituras na fé cristã, pois elas são vistas como a base para se entender o que Deus está realizando na história da redenção.

Várias profecias

É irônico, para dizer o mínimo, que Jesus tenha que explicar as profecias que apontavam claramente para Ele.

João Batista, como precursor de Jesus, cumpre a profecia de Isaías ao anunciar a chegada do Messias (Jo 1:23; Is 40:3).

A ação de Jesus no templo reflete o zelo de Deus pela santidade de Sua casa, como predito no Livro de Salmos (Jo 2:16, 17; Sl 69:9).

Jesus, como fonte de água viva, Se contrapõe às cisternas vazias de Jeremias, oferecendo a verdadeira satisfação espiritual (Jo 7:38; Jr 2:13).

O fato de Jesus não ter seus ossos quebrados é uma referência direta à profecia, indicando que Ele era o Cordeiro perfeito, sem defeito (Jo 19:36; Nm 9:12).

O grito da multidão em Jerusalém durante a entrada de Jesus cumpre a profecia de Salmo 118, reconhecendo Jesus como o Messias (Jo 12:13; Sl 118:26).

A entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumento é o cumprimento da profecia messiânica de Zacarias, mostrando que Jesus vem humildemente como o Rei (Jo 12:14, 15; Zc 9:9).

A traição de Judas é o cumprimento da profecia do Salmo 41:9, em que um amigo próximo trai o Senhor (Jo 13:18; Sl 41:9).

A perfuração de Jesus durante a crucifixão cumpre as profecias de Zacarias, mostrando o sofrimento do Messias rejeitado e ferido pelos Seus (Jo 19:37; Zc 12:10; 13:6).

Esses versículos mostram como as Escrituras do Antigo Testamento, muitas vezes em detalhes específicos, são cumpridas na vida e na missão de Jesus no Novo Testamento. Isso enfatiza a continuidade e a unidade da revelação divina, mostrando que Jesus é o cumprimento das promessas e profecias de Deus desde o Antigo Testamento.

Jesus estava dizendo que aquelas pessoas, na verdade, não conheciam nem Ele e nem o Pai. Achavam que sim, porque estavam firmes nas suas tradições e nas suas próprias regras religiosas. Mas, na prática, estavam tão focados nessas coisas que perderam de vista a verdade que estava bem ali diante deles. Mesmo com Jesus realizando milagres e falando com tanta profundidade sobre Deus, eles não conseguiam acreditar. Estavam tão presos à própria visão do que era “certo” que acabaram se enganando, pensando que estavam no caminho, mas estavam, na verdade, distantes de Deus.

Jesus disse aos judeus: “Vocês pensam como as pessoas daqui de baixo, só nas coisas deste mundo” (Jo 8:23). Pareciam religiosos por fora, mas, no coração, estavam longe da verdadeira fé. Naquele tempo, muitos se apegavam a ensinamentos que eles mesmos criaram, não ao que realmente importa. Isso não era novidade – no passado, Deus já tinha dito que as pessoas podiam falar de Deus, mas o coração delas estava distante (Is 29:13).

O mais triste é que, além de enganarem a si mesmos, acabavam confundindo os outros, levando-os a acreditar em coisas erradas. Mas, mesmo no meio de toda essa confusão, muitos viram a verdade em Jesus e passaram a crer Nele.

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Manolo Damasio é pastor adventista. Formou-se bacharel em Teologia pelo Unasp-EC, em 2004. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Em 2008, foi chamado para o Distrito Federal, onde desempenhou diferentes funções. É mestre em Liderança pela Universidade Andrews e pós-graduado pelo Unasp, com MBA em Liderança. Atualmente mora no Texas, servindo como pastor da Igreja Adventista Brasileira de Dallas desde 2017. É casado com Jeanne, jornalista e escritora. O casal tem dois filhos, Noah e Otto.

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