Nem todas as pessoas chamadas para a missão foram tão submissas quanto Abraão. Deus chamou Jonas (leia Jn 1–4) para pregar em Nínive, capital da Assíria. Essa cidade, localizada no atual Iraque, ficava a cerca de 900 quilômetros de Jerusalém, uma viagem de um mês. Jonas não só se recusou a ir, mas correu na direção oposta. Chegando a Jope, com- prou passagem para Társis, no atual sul da Espanha. Navegar 3.218 quilô- metros teria levado pelo menos um mês, dependendo do clima. Como não queria confrontar o rei da Assíria, Jonas usou o mês que teria levado para chegar a Nínive para fugir dela. Por que um homem de Deus faria isso?
Os ninivitas eram conhecidos por sua maldade e crueldade e haviam atacado Israel e Judá. No entanto, Deus chamou Jonas para ir a Nínive e pregar contra sua grande maldade (Jn 1:2). A linguagem usada nessa passagem se assemelha à utilizada por Deus com Abraão a respeito de Sodoma e Gomorra, em Gênesis 18:20, 21. Porém, como veremos, Jonas não era como Abraão.
O que podemos aprender com a atitude de Jonas sobre as desculpas que podemos dar para não cumprir a missão?
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1. Leia Naum 1:1; 3:1-4; 2 Reis 17:5, 6; 19:32-37. O que esses versos revelam sobre Nínive e o relacionamento entre a Assíria e Israel? Como isso pode ter impactado a decisão de Jonas de ir para Társis?
Possivelmente, uma das razões pelas quais Jonas não estava disposto a ir a Nínive era o medo. Os assírios eram um inimigo terrível, e Nínive era a capital do reino.
“Entre as cidades do mundo antigo nos dias do reino de Israel dividido, uma das maiores foi Nínive, a capital do Império Assírio. […] No tempo de sua prosperidade temporal, era também um centro de crime e maldade. A Inspiração a caracterizou como ‘cidade sanguinária, toda cheia de mentiras e de roubo’ (Na 3:1). Em linguagem figurada, o profeta Naum comparou Nínive a um leão cruel, devorador. ‘Sobre quem’, interroga o profeta, ‘não passou continuamente a tua maldade?’ (Na 3:19; Ellen G. White, Profetas e Reis [CPB, 2021], p. 156).
Nínive era magnífica. Os historiadores dizem que Senaqueribe expandiu grandemente a cidade, incluindo a construção do enorme palácio a sudoeste, que media 503 metros de altura por 242 metros de largura e continha pelo menos 80 cômodos. Ele também construiu 18 canais para trazer água para a cidade, os quais ficavam até 65 quilômetros de distância. Seu tamanho por si só teria sido assustador.
Mas os assírios também eram implacáveis. Em seu relato da conquista de Babilônia, Senaqueribe se vangloriou de haver enchido as ruas com os cadáveres de seus habitantes, jovens e velhos. Esculturas em relevo encontradas durante escavações retratam cenas de soldados empalando vítimas. Eram as pessoas com as quais ninguém gostaria de encontrar. Não eram avessos ao uso da violência nem de crueldade gratuita contra aqueles de quem não gostavam. Ao se imaginar andando entre as massas populares em Nínive, Jonas deve ter tremido de medo.
Apesar disso, lemos a história de Jonas com o sentimento de reprovação porque ele deixou que o medo o impedisse de cumprir as instruções divinas. O que não percebemos é que fazemos o mesmo, ou seja, permitimos que o medo nos controle.
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Quando veio a tempestade, Jonas culpou a si mesmo (Jn 1:1-12). Sua atitude revela algo sobre a visão de mundo e a compreensão de Deus ou “deuses” que muitos tinham naquela época. Visto que acreditavam que diferentes deuses governavam em suas respectivas regiões, o mar era considerado o reino caótico dos demônios. Na cosmovisão dos marinheiros, era necessário um sacrifício para apaziguar a ira deles. Embora Jonas fosse hebreu, era provável que sua visão de mundo fosse influenciada pelas crenças tradicionais de seu tempo.
2. Como Jonas começou a entender a providência divina? Jn 2:1-3, 7-10
Embora Jonas fugisse do território em que o povo tinha Jeová como Deus, ele aprendeu (da maneira mais difícil) que, mesmo quando viajava para além de sua região, para culturas diferentes, Jeová ainda era o soberano. O vento e as ondas pertenciam a Deus. Os peixes também. “Ao Senhor pertence a Terra e a sua plenitude” (Sl 24:1). Jonas voltou-se para o Soberano da Terra e do mar, confessou e foi salvo.
Nós também podemos ter mal-entendidos sobre Deus e o que Ele espera de nós. Um mal-entendido comum é que o desejo de Deus para nós é que nos concentremos em nossa própria salvação e nos retiremos da maldade do mundo ao nosso redor. Embora sejamos instruídos a nos manter incontaminados do mundo (Tg 1:27), nosso foco deve estar em como levar a esperança e as bênçãos divinas aos necessitados.
Outro mal-entendido que nos impede de aceitar o chamado é acreditar que o sucesso depende de nós. Somos tão incapazes de salvar pessoas quanto Jonas foi incapaz de salvar Nínive. Podemos ter uma mentalidade de “salvador”; porém, nosso chamado não é para salvar, mas para cooperar com Deus na Sua obra de salvar. Louvamos a Deus porque Ele nos transforma, mas só Ele atrai as pessoas para Si mesmo. Plantamos sementes da verdade, mas só Deus converte o coração. Às vezes confundimos nosso papel com o de Deus, o que nos leva a encontrar desculpas para não testemunhar. Deus usou Jonas, mas somente Ele, não Jonas, transformou Nínive.
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A experiência de Jonas no ventre do peixe (Jn 2) foi uma demonstração dramática do amor e da misericórdia divinas, e a oração de Jonas revelou que ele compreendeu a mensagem do amor de Deus. Contudo, só porque ele havia tido um encontro incrível com Deus não significava que sua antiga forma de pensar ou suas antigas atitudes mudariam facilmente, mesmo que tivesse ido para Nínive.
3. Leia Jonas 3. Como o povo reagiu ao que Jonas havia pregado? Quais são as lições sobre testemunho contidas nesse relato?
Independentemente dos sentimentos de Jonas sobre os ninivitas, ele pregou o que Deus lhe ordenou, e os resultados foram surpreendentes. Os ninivitas foram levados ao arrependimento! Sim, Jonas teve que passar por provas e fazer o que não queria, mas, quando cumpriu o dever, Deus foi glorificado.
A missão é levada adiante nos ombros dos que se sacrificam, mesmo que com relutância. Devemos dar lugar à prioridade de Deus para com os perdidos. Como Jonas, às vezes temos preconceitos que nos impedem de alcançar pessoas ou grupos.
Enfrentar nossos preconceitos requer humildade. A missão também requer tempo e energia emocional. Investir na vida de outros e realmente cuidar deles pode ser desgastante. Em um tempo em que nos estressamos cuidando de nossa própria vida e dos nossos problemas, dar apoio emocional pode parecer exaustivo demais.
E, finalmente, o envolvimento na missão requer que mudemos a forma de usar o dinheiro e como nos sentimos em relação a ele. Seja para auxiliar pessoas, comprar literaturas e materiais de divulgação, ou pagar por serviços ou comodidades para ganhar mais tempo para o trabalho missionário, existem gastos relacionados à missão. De um jeito ou de outro, o trabalho missionário requer sacrifício.
A boa notícia é que, apesar das falhas de Jonas, Deus operou de forma maravilhosa para levar os ninivitas ao arrependimento. Infelizmente, Jonas não compartilhou da mesma alegria do Céu.
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“Ah! Senhor! Não foi isso que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que Tu és Deus bondoso e compassivo, tardio em irar-Se e grande em misericórdia, e que mudas de ideia quanto ao mal que anunciaste” (Jn 4:2). Que bela oração da parte de Jonas, não foi?
4. Leia Jonas 4. O que havia de errado com Jonas?
Jonas sentia um ódio tão profundo pelo povo para o qual Deus o enviara que preferia morrer a ser humilhado quando o fracasso de sua pregação sobre o juízo contra Nínive viesse à tona. Jonas queria que Nínive fosse a próxima Sodoma e Gomorra. Ele ansiava pelo juízo divino sobre aquele povo odiado. Quando isso não aconteceu, sua visão de mundo foi abalada ao máximo, e Jonas preferiu morrer a permitir que seu mundo fosse virado de cabeça para baixo.
Pela segunda vez na história de Jonas, Deus o confrontava, não com um sermão ou uma fala, mas com uma experiência. Cosmovisões não se formam sob encomenda, nem mudam porque ouvimos algo novo ou diferente. Visões de mundo são frequentemente formadas e alteradas com base em experiências de vida e como elas são interpretadas ou explicadas.
Nessa nova experiência, Deus ajudou Jonas a reconhecer sua visão de mundo distorcida. Ele fez com que uma planta crescesse milagrosamente em um dia para oferecer sombra para proteger Jonas do sol. Jonas se sentiu feliz, não com Deus, que havia realizado o milagre, mas com a planta. Em vez de ver isso como um milagre imerecido, ele o viu como uma bênção apropriada e merecida que se seguiu às suas boas obras. Quando a planta morreu, o infortúnio fez com que Jonas ficasse irritado e inseguro em relação à sua autoestima, e seus pensamentos se tornaram suicidas.
Depois dessa experiência, Deus o corrigiu com voz suave, ajudando-o a perceber como era tolice valorizar uma planta mais do que os milhares de homens, mulheres e crianças de Nínive, bem como seus animais.
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A história de Jonas é mais do que incrível. Deus salvou os ninivitas apesar do pobre testemunho de Jonas. Isso é um lembrete gritante de que nosso papel é ser meramente um canal para Deus, o único que pode convencer e converter o coração. É um lembrete de que Deus busca mensageiros dispostos e humildes, que sigam Sua direção.
5. Leia Isaías 6:1-8. Qual é a ideia central dessa passagem?
O chamado está aí. Deus procura voluntários. Devemos responder a esse chamado submetendo-nos à Sua liderança, ouvindo Sua voz e escolhendo obedecer a tudo o que Ele nos diga.
A história de Jonas revela o amor de Deus por pessoas que vivem onde Seu amor não é sentido e Sua voz não é ouvida. Assim como teve piedade de Nínive, Ele tem piedade dos milhões que povoam as cidades hoje, onde edifícios tomam o lugar de árvores e flores, e o barulho constante torna difícil aquietar-se e ouvir a Deus. Os ninivitas não sabiam “distinguir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jn 4:11). Deus precisa de mensageiros dispostos a levar esperança a pessoas esgotadas pela vida agitada.
Isaías ouviu uma voz perguntando: “Quem há de ir?” Qual será sua resposta?
Desafio: Em uma folha de papel em branco ou em seu diário de oração, faça uma lista com o nome de dez pessoas incrédulas. Vamos chamá-las de seus “discípulos”. Mantenha a lista por perto e, até o fim do trimestre, ore diariamente por eles. Ore pedindo que Deus o ajude a se tornar amigo dessas pessoas. Ore para que você desenvolva amizades mais profundas, mais próximas e confiantes com seus amigos casuais. À medida que aprofunda seus relacionamentos, observe e ouça para identificar as necessidades deles, suas mágoas e dores. Em seguida, ore para que Deus os atenda nessas áreas.
Desafie-se: Escolha uma cidade perto de você, bem como uma cidade em outra parte do mundo. Comece a orar pelas pessoas que vivem e trabalham em cada uma. Peça a Deus que suscite uma forte presença adventista que compartilhe a verdade como a conhecemos – a verdade sobre a breve vinda de Jesus.
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Ellen G. White advertiu os que estão com dificuldades para seguir o chamado de Jesus para testemunhar aos que os rodeiam. “As desculpas dos que falham em realizar essa obra não os isentam da responsabilidade. Se escolhem não a fazer, negligenciam as almas pelas quais Cristo morreu e a responsabilidade dada por Deus e são registrados nos livros do Céu como servos infiéis. O ministro trabalha como fez o Mestre, para ser uma força e uma bênção aos outros, quando se fecha para os que precisam de sua ajuda? Os que negligenciam o relacionamento com o povo se tornam egocêntricos, e precisam exatamente dessa experiência de se colocar em contato com seus irmãos, para entender a condição espiritual deles e saber como alimentar o rebanho de Deus, dando a cada um o seu alimento no tempo devido. Os que negligenciam esse trabalho manifestam que carecem de renovação moral, e verão que não carregam o fardo da obra (Ellen G. White, The Advent Review and Sabbath Herald, 30 de agosto de 1892).
Embora essas sejam palavras muito fortes, não somos deixados sem esperança: “Na tarefa que lhe fora entregue, Jonas recebera uma pesada responsabilidade; contudo, Aquele que o havia mandado ir estava apto a sustentar Seu servo e garantir seu sucesso. Se o profeta tivesse obedecido sem questionar, teria sido poupado de muitas experiências amargas e teria sido abundantemente abençoado. Apesar de tudo, no desespero de Jonas, o Senhor não Se afastou dele. Por meio de uma série de provas e estranhas providências, a confiança do profeta em Deus e em Seu infinito poder para salvar devia ser revivida” (Ellen G. White, Profetas e Reis [CPB, 2021], p. 157).
Nosso chamado para a missão não é menos específico do que foi o de Jonas. A questão é: Como responderemos?
Perguntas para consideração
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Que desculpas você usa para não se envolver na missão? Qual é a sua Nínive?
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Pense na verdade preciosa que temos. O que o impede de compartilhar essa mensagem?
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Como vencer por meio da graça o medo de testemunhar e de realizar a missão?
Respostas e atividades da semana: 1. Nínive era uma cidade cruel e sanguinária. Seu povo era inimigo de Israel. Jonas teve medo do mal que os ninivitas poderiam fazer contra ele. 2. Jonas entendeu que não tinha como se esconder de Deus. 3. Os ninivitas creram em Deus e se arrependeram. A obra é de Deus. Não devemos abrigar preconceito. 4. Jonas tinha ódio dos ninivitas. Não desejava que se arrependessem. Queria que os juízos divinos caíssem sobre eles. 5. Deus procura voluntários para levar Sua mensagem.
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ESBOÇO
O estudo das semanas anteriores destacou que a missão está fundamentada na inicia- tiva de Deus e que Ele nos chama para a missão. Nesta semana, o foco está na realidade de que algumas pessoas que experimentaram a Deus fogem do chamado para a missão e, portanto, do privilégio de compartilhar a experiência de amor que tiveram.
Em algum momento, todas as pessoas que tiveram uma experiência com Deus enfren- tarão a tentação de evitar compartilhar essa experiência com outras pessoas. É melhor admitir humildemente essa realidade, em vez de presumir que essa tentação só acon- tece com os outros. Uma vez que reconhecemos que somos confrontados por essa ten- tação em algum momento, é mais fácil dar passos intencionais para fora dessa zona de fuga, em direção à realidade mais saudável de compartilhar o amor de Deus com os outros.
Em última análise, as desculpas para se esquivar da missão constituem tentações do diabo, que não quer que ninguém ouça nem experimente a bondade de Deus. Assim, evitar a missão não é simplesmente abandonar o dever. Em vez disso, é uma oportuni- dade perdida de atrair outras pessoas para uma caminhada mais profunda e significa- tiva com Deus e para uma vida mais abundante. A próxima seção (Comentário) descreve duas maneiras pelas quais podemos usar desculpas para nos esquivarmos da missão. Essas desculpas não são as únicas maneiras pelas quais a fuga pode acontecer, mas são duas das maneiras mais comuns. O primeiro exemplo é demonstrado por meio da his- tória dos discípulos no jardim do Getsêmani. O segundo exemplo extrai algumas lições da história de Jonas.
COMENTÁRIO
Getsêmani
Quando Jesus estava Se aproximando das Suas últimas horas de vida na Terra, antes de ser preso, condenado e morto, Ele levou os discípulos para orar no jardim do Getsêmani. Jesus pediu aos Seus três discípulos mais próximos que orassem com Ele e ficassem acor- dados enquanto Ele orava, por causa do pesado fardo que estava carregando. Naquele momento, Ele precisava desesperadamente do conforto de Seus amigos (Mt 26:36-45).
Infelizmente, os discípulos, que de fato amavam Jesus e O consideravam um Amigo querido, não conseguiram atender ao pedido e adormeceram. Essa negligência aconte- ceu três vezes; os discípulos se tornaram complacentes e permitiram que a sonolência os impedisse de compartilhar dos fardos do Senhor. Antes que tivessem a chance de corrigir a situação, Jesus foi preso e levado do meio deles (Mt 26:47-56). Assim, os discípulos per- deram uma oportunidade de servir Àquele a quem tanto amavam.
O problema daquela situação não era que os discípulos nunca tivessem experimentado o amor de Jesus. A essa altura, tinham muitas evidências que demonstravam Seu amor por eles. Também não é que tivessem se afastado de Jesus. Afinal, estavam com Ele no Getsêmani. No entanto, um sentimento de complacência se instalou. Os discípulos não conseguiam entender o quanto era essencial permanecer acordados, orando por Jesus naquele momento tão importante. Com isso, perderam a oportunidade de compartilhar o amor do Pai com Aquele que tanto lhes ensinou sobre o amor.
É triste dizer, mas muitas vezes somos culpados da mesma complacência e negligência. Temos lindas experiências com Jesus e O seguimos abertamente. Mas a realidade, quando olhamos mais de perto, é que muitos de nós nos tornamos complacentes em nossa fé. Essa complacência geralmente acontece de maneira bastante sutil. Quando refletimos sobre nossa vida, podemos perceber que não amamos os outros de maneira real e concreta. Assim como os discípulos, sabemos que Jesus é bom e desejamos estar com Ele, mas caímos em um estado de sonolência espiritual, perdendo várias oportunidades de compartilhar o amor de Deus com um mundo desesperado. Precisamos lembrar uns aos outros, respeitosamente, de permanecermos acordados e sempre prontos para compartilhar com um mundo sofredor o amor que experimentamos.
Jonas
A segunda desculpa que apresentamos para evitar a missão está presente na forma de oportunidades perdidas, contidas na narrativa de Jonas. Essa forma de desculpa é diferente da negligência e complacência demonstradas pelos discípulos no Getsêmani. No entanto, a segunda desculpa, assim como a primeira, também é bastante comum. A história de Jonas exemplifica a segunda desculpa em várias situações. Embora a história tenha vários outros aspectos, o livro de Jonas é, em essência, como acabamos de afirmar, uma história de oportunidades perdidas.
Jonas conhecia a Deus e profetizou em Seu nome em Israel antes de receber o chamado para ir a Nínive (2Rs 14:25). Mas seu ministério profético anterior sempre havia ocorrido entre os israelitas e envolvia trabalhar em favor de Israel. A obra de Jonas não incluía profetizar entre os inimigos de Israel. Quando lemos todo o livro de Jonas, percebemos que o profeta teve grande dificuldade para amar pessoas que não tinham origem judaica.
Encontramos no livro de Jonas duas oportunidades perdidas bastante significativas. A primeira ocorreu no navio em que Jonas embarcou para fugir de Deus. Durante a tempestade, o profeta foi cercado por marinheiros que adoravam outras divindades. No entanto, durante a tempestade, os marinheiros imploraram a Jonas que orasse a seu Deus na esperança de que essa intercessão fizesse diferença (Jn 1:6). Jonas não orou. A solução dele foi cometer suicídio assistido (Jn 1:12). Ele pediu aos marinheiros que o jogassem ao mar para morrer. Lembre-se de que, nessa etapa da história, o profeta não sabia que um peixe salvaria sua vida.
Os marinheiros, que tinham um coração mais compassivo do que Jonas, inicialmente recusaram o pedido (lembre-se da lição anterior sobre estar aberto para receber uma bênção daqueles com quem nos deparamos), até não terem outra opção (Jn 1:13). A tempestade cessou quando Jonas foi lançado ao mar. Como resultado, os marinheiros adquiriram um novo respeito pelo Deus de Jonas. O problema foi que o profeta perdeu a oportunidade de orar a Deus em vez de propor uma solução humana. Essa oportunidade teria dado aos marinheiros uma compreensão mais completa e melhor de quem Deus é.
A segunda oportunidade perdida veio depois que Jonas pregou em Nínive. O povo aceitou a mensagem e se arrependeu. Mas Jonas já estava longe: escalou uma colina, esperando para ver a destruição de Nínive (Jn 4:5). Quando isso não aconteceu, ficou irado com Deus (Jn 4:1). O profeta revela o verdadeiro motivo de suas desculpas para se esquivar da missão divina. Jonas diz a Deus que sabia que Ele era um Ser amoroso e compassivo e, portanto, provavelmente perdoaria os ninivitas (Jn 4:2). Reconhecendo essa verdade bíblica, Jonas não quis sair em missão em favor de pessoas de quem não gostava, porque não queria que elas experimentassem a bondade de Deus.
O livro de Jonas é o único livro da Bíblia que termina com uma pergunta (Jn 4:11). A questão é bastante direta. Em outras palavras, Deus pergunta a Jonas: “Por que você não pode amar as pessoas do jeito que Eu amo?” Como o profeta se recusou a amar seus inimigos, ele estava fora da cidade quando deveria estar dentro, ajudando o povo de Nínive a dar os próximos passos em seu relacionamento com Deus. A recusa de Jonas se transformou em uma oportunidade perdida.
As desculpas de Jonas faziam parte daquilo que hoje chamamos de etnocentrismo, preconceito e racismo. Jonas experimentou o amor de Deus em sua vida e sabia que Ele era compassivo. Mas não conseguia superar seus sentimentos de orgulho nacional. Por acreditar que era melhor do que os outros, Jonas não estava disposto a ir em missão da maneira que Deus desejava. Que história triste! No entanto, podemos aprender com ela ainda hoje.
Devemos fazer a nós mesmos e a nossas igrejas a pergunta que se encontra no fim do livro de Jonas: demonstramos amor pelas comunidades ao nosso redor, especialmente pelas pessoas que parecem diferentes de nós ou vêm de outras partes do mundo? Muitas vezes, já ouvi conversas na igreja e na Escola Sabatina que revelavam preconceitos e atitudes etnocêntricas nocivas. Essas atitudes geralmente são acompanhadas de desculpas para explicar por que não estamos envolvidos na missão dirigida a certos grupos de pessoas. Esse pensamento não é diferente da mentalidade de Jonas.
O profeta falhou em entender que quando Deus mostra amor e compaixão aos outros, Sua manifestação de misericórdia deveria servir como um lembrete de que Ele fez o mesmo por nós. Quando saímos em missão, compartilhamos o amor de Deus e observamos como esse amor transforma a vida das pessoas, essa experiência também pode aprimorar nossa jornada com o Senhor. Essa experiência também pode nos levar a novos relacionamentos com pessoas que podem ser muito diferentes de nós, mas que compartilham de um relacionamento com Jesus. Jonas poderia ter feito novos amigos no navio com quem poderia compartilhar sua fé. O mesmo vale para Nínive. Infelizmente, ele perdeu essas oportunidades porque optou por desculpas baseadas em seu orgulho e etnocentrismo.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Todos nós devemos ser gratos pelas belas experiências que temos com Jesus. Com o tempo, porém, muitas vezes nos tornamos complacentes em nossa jornada com Deus. Com essa complacência, frequentemente vem a tendência de dar desculpas para não compartilhar o Seu amor com os outros. A complacência pode acontecer de maneira bastante sutil, e, antes que percebamos, estamos dormindo quando deveríamos estar acordados. Como indivíduos e como igreja, precisamos examinar honestamente nossa vida diária e assumir a responsabilidade. Se não estamos buscando, de maneira ativa e concreta, desenvolver relacionamentos com pessoas que estão sofrendo ou precisam de ajuda para carregar seus fardos, tornamo-nos complacentes. A atitude de responsabilidade requer que nos reunamos com um pequeno grupo de amigos de confiança da igreja local que estejam dispostos a admitir sua complacência e estejam prontos para ajudar uns aos outros a encontrar maneiras de reavivar experiências com Deus, compartilhando Seu amor de maneira inovadora com o mundo ao redor.
Para outros, a realidade é mais sombria: eles desenvolveram desculpas para não se envolver na missão dirigida a grupos específicos, como muçulmanos ou católicos, porque acreditam que essas pessoas não são dignas do amor de Deus. Essas desculpas revelam que são afetados por uma atitude de superioridade e etnocentrismo e que necessitam pedir a Deus que os ajude a amar todas as pessoas. Podemos atingir esse objetivo perguntando a nós mesmos o que pensamos a respeito de certas pessoas. Se temos receio de certos grupos ou pensamos que não vale a pena salvá-los, então esse é um sinal de que algo está errado conosco, não com o grupo em questão. A avaliação honesta requer um nível de autoexame e autenticidade que é difícil de alcançar, mas uma igreja disposta a lidar com essas realidades é uma igreja na qual o Espírito Santo pode trabalhar. Estamos dispostos a permitir que Deus faça essa obra em nosso coração?
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A longa espera do velho
Camarões | Cosmas
Esta é a história de um idoso em Camarões, país da África Ocidental.
Mbassi trabalhou para uma empresa de tabaco na capital, laundé. Ele fazia cigarros.
Na grande cidade, ele conheceu um missionário suíço que lhe ofereceu estudos bíblicos em 1953. Ele estava profundamente interessado no que lia e começou a guardar o sábado. Um desejo de entregar sua vida a Jesus e ser batizado cresceu em seu coração. Ele pediu o batismo.
Mas o pedido foi negado. A razão era porque ele trabalhava para uma empresa de tabaco. Além disso, às vezesele trabalhava no sábado.
Mbassi ficou muito desapontado, mas continuou indo à igreja no sábado quando podia. Mesmo assim, toda vez que ia à igreja, ele tinha problemas no trabalho. Finalmente, ele foi demitido por causa do sábado.
Sem trabalho, Mbassi voltou para sua cidade natal. Ele não era batizado, mas continuava guardando o sábado. Por 52 anos, ele guardou o sábado.
Mbassi envelheceu. Seu cabelo ficou branco. Seus olhos escureceram. Mas seu amor por Jesus se fortaleceu a cada dia. Ele ansiava por ser batizado.
Um dia, um pregador adventista do sétimo dia veio à cidade para organizar reuniões evangelísticas. Quando as pessoas da cidade souberam que o pregador guardava o sábado, disseram-I he que já havia um idoso que guardava o sábado na cidade deles.
"O idoso tem um sobrinho que é pastor", disse uma pessoa. "Mas ele não vai aos cultos de domingo da igreja de seu sobrinho, embora a igreja esteja localizada do outro lado da rua de sua casa."
"Há outra igreja no final da rua de sua casa", outra pessoa disse. "Mas ele não vai lá aos domingos também."
O pregador adventista ficou sabendo que o pessoal da cidade zombou do velho por anos, dizendo que ele era adventista apenas no nome, pois jamais havia sido batizado.
O pregador largou tudo e correu até a casa do velho.
Mbassi estava doente e de cama. Ele disse que estava orando nos últimos dois dias: "Senhor, como posso morrer sem ser batizado? Tenho guardado o sábado desde 19S3, mas ainda não sou batizado. Se de fato sou Seu filho, ajude-me a ser batizado antes de morrer".
O pregador eo velho oraram juntos.
Então, o pregador estudou a Bíblia com o senhor pelas duas semanas seguintes. O pregador, cujo nome é Cosmas, trabalhava em um hospital adventista localizado a 70 quilômetros de distância de laundé. Ele precisava fazer uma viagem difícil em estradas irregulares todos os dias para dar os estudos bíblicos.
Finalmente, Mbassi foi batizado. Ele tinha 84 anos. Estava fraco e teve que ser carregado até o rio. Mas estava todo sorridente. Ele desceu às águas com um sorriso e subiu com um sorriso a inda maior. Deus ouviu suas orações, e ele foi batizado.
Parte da oferta deste trimestre continuará o trabalho do missionário suíço que deu estudos bíblicos para Mbassi na década de 1950. O missionário, Aimé Cosendai, ajudou no trabalho pioneiro da igreja em Camarões e abriu centenas de escolas.A oferta do décimo terceiro sábado abrirá uma nova escola onde as crianças poderão aprender sobre Jesus em francês e inglês. Obrigado por planejar uma oferta generosa.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
A lição da Escola Sabatina dos adultos desta semana desafia os leitores que vivem em grandes cidades a encontrar maneiras práticas de realizar a missão (ver sexta-feira, 27 de outubro). Pergunte à classe da Escola Sabatina como Cosmas (e o missionário Aimé Cosendai antes dele) encontrou maneiras práticas de realizar a missão na movimentada capital de Camarões, laundé, onde ambos viviam. Possíveis respostas: oração, disposição de viajar longas distâncias, visitas domiciliares e estudos bíblicos.
Mbassi se pronuncia: MM-bass-i.
Leia mais sobre o missionário pioneiro suíço Aimé Cosendai na Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia on-line: bit.ly/Cosendai-Bio.
Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
Baixe publicações e fatos rápidos sobre a Divisão Africana Centro-Ocidental: bit.ly/wad-2023.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2023
Tema geral: Missão de Deus, minha missão
Lição 5 – 28 de outubro a 4 de novembro
Desculpas para evitar a missão
Autor: Marcelo Ferreira Cardoso
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos e Esther Fernandes
Objetivo geral: Reconhecer a grande necessidade de estar sempre disposto e aberto para aceitar o chamado divino para a missão.
Objetivos específicos:
- Identificar as causas da insegurança que impedem o cristão de aceitar o chamado do Senhor para a missão.
- Entender as prioridades de Deus e relevar as vontades humanas que são contrárias às vontades divinas, priorizando a salvação dos perdidos.
- Apresentar as condições necessárias para o cumprimento da ordem do Senhor.
Introdução
Você já deu desculpas para não fazer algo que não queria realizar? A lição desta semana aborda quatro razões apresentadas pelo profeta Jonas. Essas razões parecem se repetir na vida dos cristãos que sistematicamente fogem do chamado de Deus para o cumprimento da missão.
Em lições anteriores, vimos que Deus nos chamou apesar das nossas imperfeições, a fim de sermos instrumentos de salvação para um mundo mergulhado no pecado. Muitas vezes, essas imperfeições fazem aflorar sentimentos que nos impedem de realizar plenamente a vontade do Senhor em nossa vida. Veremos quais são esses fatores de impedimento e como vencê-los.
Parte 1 – Vencendo nossos temores
O medo é uma emoção fundamental e complexa que faz parte da experiência humana. O medo provoca uma resposta biológica a situações percebidas como ameaçadoras, perigosas ou desconhecidas. Muitas vezes, podemos enxergar o medo como algo positivo quando ele desempenha papel crucial na sobrevivência, auxiliando os seres humanos no reconhecimento de potenciais perigos e ativando respostas fisiológicas e comportamentais para lidar com situações estressantes. Entretanto, na maior parte das vezes, o medo se apresenta como um sentimento negativo, podendo ser gerado por incertezas quando as pessoas não sabem lidar com a falta de controle sobre eventos futuros, ou quando elas reconhecem as consequências ruins de escolhas e atitudes prejudiciais.
Curiosamente, o primeiro relato conhecido sobre alguém sentindo medo aparece logo no início da Bíblia, em Gênesis 3:10, no contexto do pós-pecado no Éden, quando Adão e Eva tinham desobedecido a lei divina e declararam que estavam com medo de Deus e que, por isso, tinham se escondido de Sua face.
A lição analisa as atitudes de Jonas ao recusar a ordem do Senhor em relação à Nínive, desobedecendo-O deliberadamente. O profeta vivia naquele contexto, tendo um misto de emoções que iam do medo à indignação. Medo, por saber as consequências que poderiam ocorrer a si mesmo ao pregar uma mensagem de arrependimento e ao mesmo tempo de destruição, caso os ninivitas não aceitassem a chance que Jeová estava dando a eles. Lembrando que os assírios eram um povo cruel, sanguinário e idólatra. E indignação, por imaginar a possibilidade real do Senhor perdoar um povo que, na visão humana do profeta, jamais mereceria misericórdia.
Quantas vezes somos dominados pelo medo, mesmo sabendo que Deus nos chama para desempenhar um papel em Sua causa ou para ir a lugares distantes ou desconhecidos? Esse medo muitas vezes é gerado pela incerteza e desconfiança, quando pensamos que Deus não estará conosco nos protegendo e nos capacitando para cumprir a missão. Ellen White nos apresenta uma maravilhosa promessa, dizendo: “Ele guiará Seu povo e lhe dará habilidade e entendimento na obra que somos chamados a realizar. Dará sabedoria aos que se esforçam para cumprir conscienciosa e inteligentemente o seu dever. Aquele que possui o mundo é rico em recursos e há de abençoar todo aquele que está buscando abençoar a outros” (A Ciência do Bom Viver [CPB 2021], p. 117, 118).
Muitas vezes as pessoas tentam defender suas escusas no cumprimento de uma ordem divina apresentando argumentos aparentemente plausíveis e justificáveis, mas, ao fazer isso, elas apenas demonstram com desculpas esfarrapadas a sua desconfiança quanto ao controle divino de todas as coisas. Veja o exemplo clássico de Moisés, quando chamado para ser o libertador de Israel. Ele apresentou os mais variados argumentos, que até poderiam fazer sentido pela lógica humana, mas que foram sistematicamente rebatidos por Aquele que o chamava (Êx 3:10-14; 4:1-17).
Por outro lado, há aqueles que se sentem tão capazes e tão bons naquilo que fazem que chegam ao ponto de confiar inteiramente em sua autossuficiência, deixando de lado Aquele que tudo pode. Há pessoas que acham que se não estiverem à frente de determinado trabalho na igreja, nada dará certo. Chegam a se declarar insubstituíveis e, muitas vezes, isso traz consequências muito negativas, impedindo que surjam novas lideranças.
Os extremos nesses dois casos são terrivelmente perigosos. Enquanto no primeiro o prejudicado somos nós mesmos, no segundo caso acabamos por prejudicar a igreja e sua obra.
Parte 2 – Vencendo o egoísmo
Muitas vezes, pessoas chamadas por Deus demonstram ignorância espiritual e se recusam a fazer a vontade de Deus. Apesar disso, o Senhor continua sendo longânimo e compassivo para com os Seus servos. Mesmo não aceitando Seu chamado, Ele continuamente insiste em chamar-nos, sabendo que o que nos oferece é o melhor para a nossa vida e para a obra da salvação. Foi assim com Jonas. O Senhor utilizou até o improvável, um grande peixe, para colocar Jonas no caminho certo novamente. O Senhor não queria apenas salvar os ninivitas, mas pretendia dar ao profeta a chance de salvação também.
Jonas se colocou no lugar de Deus, julgando aquele povo como indigno de ser salvo e de receber a misericórdia dos Céus. Sua atitude reflete muitas vezes a nossa condição diante de um mundo pervertido e corrompido pelo pecado. Muitos, no alto de seu orgulho, perguntam: Afinal, como pode Deus ainda ter compaixão de um povo tão pecador? Infelizmente, muitos cristãos assumem uma postura de altivez, achando-se tão perfeitos e puros que não devem, em hipótese alguma, se misturar com “pecadores”. Mas, se nós não formos ao mundo envolto em trevas para resgatá-los, quem irá?
É muito triste quando mantemos uma atitude egoísta de guardar para nós mesmos aquilo que um dia recebemos de graça do Senhor. Ellen G. White escreveu que “Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como missionário” (O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p.146).
Conclusão
Durante a 2ª Guerra Mundial, um experiente piloto levava em seu avião um grupamento de soldados feridos para uma cidade onde havia recursos e um hospital de campanha capaz de tratar e salvar a vida daqueles combatentes.
O comandante orientou que aquela viagem deveria ocorrer à noite, pois era o momento em que eles poderiam cruzar os céus sem serem percebidos pelo exército inimigo, e assim fizeram tentando evitar o armamento antiaéreo. Mas, infelizmente, em um trecho da viagem, o avião foi detectado pelo som barulhento de suas hélices e, como o céu estava claro naquela noite, foi relativamente fácil para o inimigo avistá-lo. O veículo aéreo recebeu uma saraivada de bombas e tiros que atingiu boa parte da fuselagem e danificou o sistema de navegação daquele velho aparelho.
O copiloto, um jovem iniciando a sua carreira, percebeu a gravidade da situação e logo indagou com a voz embargada, temendo pelo pior: “Afinal senhor, como acharemos o caminho correto agora se não temos orientação por instrumentos e essa viagem é noturna?” O comandante respondeu prontamente: “Meu jovem, podemos ter perdido os aparelhos que nos orientavam, mas ainda temos os sinais no céu. Podemos nos guiar pelos astros e estrelas, apenas confie!”.
Ao amanhecer, depois de uma longa e preocupante jornada de incertezas, o avião despontava no horizonte à beira da cabeceira da pista de pouso, em seu destino. O trem de pouso tocou suavemente o solo, trazendo os soldados em segurança ao lar.
Deus nunca desaponta Seu povo. Suas promessas são verdadeiras e se cumprem a todo momento. Sinais na Terra e nos céus expõem que estamos no caminho certo rumo ao lar. Cabe a todo cristão simplesmente confiar e se colocar nas mãos do Senhor, para que a Sua vontade se cumpra na sua vida todos os dias. Você aceita esse desafio de se entregar e fazer a vontade de Deus?
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Marcelo Ferreira Cardoso é casado com Elda Cardoso, cirurgiã-dentista, e pai de dois maravilhosos filhos, Rafael e Helena Cardoso. Graduou-se em Teologia no UNASP-EC (2000), é mestre (2018) e doutorando em Ciências das Religiões pela FUV – Faculdade Unida de Vitória. No início do seu ministério, trabalhou como capelão no Colégio Adventista de Taguatinga-DF (2001), foi pastor distrital em Araguatins-TO (2002-2003) e Formosa-GO (2004). Atuou também como evangelista na Associação Paulista Sul (2005-2008) e União Sul-Brasileira (2009-2016). Atualmente é professor de Teologia e coordenador da área aplicada do SALT com sede na Faculdade Adventista do Paraná.