Lição 4
19 a 25 de janeiro
Digno é o Cordeiro
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Êx 9–11
Verso para memorizar: “Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” (Ap 5:5).
Leituras da semana: Ap 4; 5; Ez 1:5-14; Ef 1:20-23; Hb 10:12; At 2:32-36

Na semana passada, examinamos as mensagens de Cristo para Seu povo na Terra. Agora, a visão de João passa da Terra para o Céu e se concentra no “que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4:1), o futuro.

A visão dos capítulos 4 e 5 ocorre na sala do trono celestial. A cena dos capítulos 4 e 5 retrata simbolicamente o controle que Deus tem da história e do plano da salvação. Contudo, antes da revelação do futuro, vemos a centralidade do ministério sumo sacerdotal de Cristo para Sua soberania sobre os eventos na Terra e a redenção da humanidade. Dessa maneira, os capítulos 4 e 5 apresentam a perspectiva celestial sobre o significado dos eventos futuros registrados no restante do livro.

Pode-se notar também que, enquanto as mensagens às sete igrejas foram escritas em linguagem um tanto direta, a partir de então, o livro emprega uma linguagem ainda mais simbólica que nem sempre é fácil de interpretar. Essa linguagem é tirada da história do povo de Deus, conforme registrada no Antigo Testamento. Uma interpretação correta do Apocalipse requer uma compreensão adequada de sua linguagem simbólica à luz do Antigo Testamento.


De 14 a 23 de fevereiro teremos Dez Dias de Oração e Dez Horas de Jejum. Prepare sua família e sua igreja para a breve volta de Jesus!

Domingo, 20 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 12, 13
Na sala do trono celestial

Começando em Apocalipse 4:1, Jesus convidou João a subir ao Céu para lhe mostrar uma visão geral da história, desde seus dias até o retorno de Cristo.

1. Os textos de Apocalipse 4:1-8, Ezequiel 1:26-28 e Apocalipse 5:11-14 descrevem a sala do trono celestial. O que esses versos ensinam sobre a natureza da sala do trono celestial?_______________________________________________________________________________________________

Através da porta aberta, o apóstolo viu o templo celestial e o trono de Deus. O trono simboliza o domínio de Deus e Sua autoridade para governar a criação, enquanto o arco-íris ao redor do trono significa a fidelidade de Deus às Suas promessas (Gn 9:13-16; Is 54:9, 10). Contudo, Satanás, que usurpou o domínio da Terra e é o adversário de Deus, tem contestado a autoridade divina. A questão central no grande conflito entre Deus e Satanás é sobre quem tem o direito de governar. O propósito do concílio celestial que João viu reunido na sala do trono era confirmar o legítimo governo de Deus sobre o Universo (Ap 4:1-8; 5:11-14).

2. Leia Apocalipse 4:8-11; 5:9-14. O que é revelado sobre a verdadeira adoração nessas passagens? No capítulo 4, por que o Senhor Deus é digno de adoração e, em Apocalipse 5:9-14, por que o Cordeiro é digno?_______________________________________________________________________________________________

O capítulo 4 do Apocalipse apresenta uma descrição geral da sala do trono no templo celestial e da adoração que ocorre repetidamente ali. Enquanto a adoração no capítulo 4 exalta o poder criador de Deus, o capítulo 5 celebra a redenção provida pelo Cordeiro que foi morto. Esses capítulos mostram que, na verdadeira adoração, narramos e celebramos os poderosos atos da criação e redenção de Deus. Ele, que criou o mundo em seis dias, tem o poder e a capacidade de também restaurá-lo à sua condição original e transformá-­­lo no lar eterno para Seu povo. Tudo isso Ele prometeu fazer.

Aquele que criou, não apenas a nós e o nosso mundo, mas todo o Universo, também é o “Cordeiro que foi morto” (Ap 5:12) por nós. Que esperança maravilhosa esse ensinamento nos concede, em meio a um mundo repleto de dor e turbulência?

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Segunda-feira, 21 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 14, 15
A assembleia celestial na sala do trono

A descrição dos anciãos em Apocalipse 4:4 revela que eles não são seres angelicais. Na Bíblia, o título “anciãos” é sempre usado para se referir ao ser humano. Diferentemente dos anjos, que estão sempre na presença de Deus, esses anciãos se sentam em tronos. As vestes brancas que eles usam são o traje do povo fiel de Deus (Ap 3:4, 5). As coroas da vitória (no grego, stephanos; Ap 4:4) em sua cabeça são reservadas exclusivamente para os santos vitoriosos (Tg 1:12). Todos esses detalhes sugerem que os 24 anciãos sejam os santos glorificados.

O número 24 é simbólico: ele consiste em dois conjuntos de 12, sendo o número 12 um símbolo do povo de Deus na Bíblia. Os 24 anciãos representam o povo de Deus em sua totalidade, tanto dos tempos do Antigo quanto do Novo Testamento. O número 24 também reflete os chefes dos 24 grupos de sacerdotes que se revezavam nos serviços do templo terrestre (1Cr 24:1-19).

O fato de os 24 anciãos nunca terem sido mencionados antes na Bíblia sugere que eles sejam um grupo novo na sala do trono celestial. Talvez eles sejam os que ressuscitaram no momento da ressurreição de Jesus (Mt 27:51-53).

Se esse é o caso, esses 24 anciãos que subiram com Cristo ao Céu tornaram-se representantes da humanidade, a fim de testemunhar a justiça das ações de Deus na realização do plano da salvação. Em Apocalipse 5:9, os 24 anciãos, juntamente com os quatro seres viventes (v. 8), prostram-­­se
em adoração diante do Cordeiro que foi morto, mas vive. Juntos, eles entoam um novo cântico, exaltando o Cordeiro como Aquele que é digno porque foi morto e, com Seu sangue, “comprou para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação”, e para Deus os constituiu “reino e sacerdotes; e reinarão sobre a Terra” (Ap 5:8-10).

3. Em Apocalipse 4:6-8, também são mencionados os quatro seres viventes. Compare sua descrição com os quatro seres viventes em Ezequiel 1:5-14, 10:20-22, e com os serafins em Isaías 6:2, 3. O que aprendemos com essa comparação?_______________________________________________________________________________________________

Os quatro seres viventes simbolizam os seres exaltados que servem a Deus como Seus agentes e guardiões de Seu trono (Sl 99:1). Suas asas indicam simbolicamente sua rapidez na execução das ordens de Deus, e seus olhos apontam para sua inteligência. Sua presença, juntamente com os 24 anciãos e as miríades de anjos ao redor do trono (Ap 5:11), revela que, tanto o Céu quanto a Terra estão representados na sala do trono.



Terça-feira, 22 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 16, 17
O livro selado

4. Leia Apocalipse 5:1-4. À luz de Isaías 29:11, 12, qual é o significado do livro selado e por que João chorou? Assinale a alternativa correta:

A. (  ) O selamento é a colocação de um enfeite para ornamentar o livro. João chorou de alegria.

B. (  ) O selamento indica que o livro não estava aberto à compreensão. João chorou por que ninguém podia abrir o livro.

O texto grego indica que o livro se encontrava no trono, na mão direita do Pai. O livro aguardava Aquele que era digno de pegá-lo e “lhe desatar os selos” (Ap 5:2).

Nas palavras de Ellen G. White, o livro selado contém “a história das providências de Deus, e a história profética das nações e da igreja. Nesse livro, estavam contidas as declarações divinas, Sua autoridade, Seus mandamentos, Suas leis, todo o conselho simbólico do Eterno e a história de todos os poderes que governam as nações. Em linguagem simbólica, estava contida naquele livro a influência de toda nação, língua e povo desde o início da história da Terra até seu fim” (Ellen G. White, Manuscript Releases, v. 9, p. 7).

Em suma, o livro selado contém o mistério de Deus a respeito de Seus planos para resolver o problema do pecado e salvar o ser humano caído. A plena compreensão desse mistério ocorrerá na segunda vinda de Cristo (veja Ap 10:7).

5. Leia Apocalipse 5:5-7. Por que Cristo é o único em todo o Universo digno de pegar o livro selado e abri-lo? Assinale a alternativa correta:

A. (  ) Porque Ele é o Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo, vencendo, assim, a morte.

B. (  ) Porque Ele é a pessoa mais importante da Trindade.

A crise na sala do trono está relacionada com a rebelião de Satanás. Este planeta, embora criado por Deus, tem estado sob o domínio do usurpador, Satanás. O choro de João expressa as lágrimas do povo de Deus, desde Adão, pela salvação da escravidão do pecado. O livro selado continha o plano de Deus para a resolução do problema do pecado. Evidentemente, com Seu poder imensurável, o próprio Deus poderia executar esse plano. No entanto, a redenção da humanidade caída exigiu algo especial: a morte de Jesus. Ele, de fato, “venceu” e, portanto, era digno de abrir o livro, assumir o senhorio da Terra e Se tornar nosso Mediador no santuário celestial.



Quarta-feira, 23 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 18–20
Digno é o Cordeiro

6. Leia Apocalipse 5:8-14, Efésios 1:20-23 e Hebreus 10:12. De acordo com esses textos, o que deve nos dar grande esperança e conforto neste mundo que traz dor e desespero? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A. (  ) Saber que Cristo recuperou o domínio de Satanás e restaurou o que Adão havia perdido.

B. (  ) Saber que haverá uma reencarnação dos mortos.

Quando Cristo, o Cordeiro, aproxima-Se do trono, Ele pega o livro. Esse ato mostra que toda autoridade e soberania pertencem a Ele (veja Mt 28:18; Ef 1:20-22). Nesse momento, todo o Universo reconhece o legítimo governo de Cristo sobre a Terra. O que foi perdido com Adão foi recuperado com Cristo.

Quando Cristo pega o livro, isso mostra que Ele tem o destino de toda a humanidade em Suas mãos. Os quatro seres viventes e os 24 anciãos prostram-se diante Dele e O adoram, como fizeram em Apocalipse 5:9: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto.” Com esse ato de adoração, os anjos exaltados e os representantes da humanidade redimida confirmam o sacrifício de Cristo em favor da humanidade. Com Seu sangue, Ele pagou o resgate pelo ser humano caído e oferece-lhe toda a esperança de redenção e a promessa de um futuro que mal podemos imaginar.

Um número incontável de hostes angélicas se une então aos quatro seres viventes e aos anciãos ao redor do trono e dão louvores ao Cordeiro que foi morto e agora vive para fazer intercessão pela humanidade caída (Hb 7:25). Em uníssono, os ocupantes da sala do trono exclamam em alta voz: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Ap 5:12).

Naquele momento, todas criaturas no Céu e na Terra se reúnem oferecendo adoração real tanto ao Pai quanto a Cristo: “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos” (Ap 5:13). Seu louvor é respondido com um “Amém” por parte dos quatro seres viventes e, em seguida, os 24 anciãos se prostram, concluindo assim essa adoração entusiasmada na sala do trono celestial.

Os físicos especulam que um dia o Universo será destruído pelo fogo, ruirá ou simplesmente se fenderá. Que contraste com o futuro apresentado na Palavra de Deus! Como podemos, mesmo agora, nos alegrar com o futuro que nos espera?


Quinta-feira, 24 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 21–23
O significado do Pentecostes

No derramamento do Espírito Santo no Pentecostes, relatado em Atos 2:1-4, confirma-se a realização de um dos eventos mais decisivos na história do plano da salvação: a investidura de Cristo em Seu ministério como Sumo Sacerdote e Rei no santuário celestial, após Seu sacrifício na cruz do Calvário (At 1:4-8; 2:33). Mediante Seu ministério sumo sacerdotal à destra de Deus Pai (Ap 5:6, 7), Cristo pode executar o plano da salvação até sua concretização final. Como nosso Mediador no santuário celestial, Jesus trabalha para nos salvar. Por meio Dele, os cristãos podem ter livre acesso a Deus e recebem o perdão para seus pecados.

7. Leia Atos 2:32-36 e João 7:39. Que esperança e encorajamento encontramos no fato de Jesus estar no Céu como nosso Sacerdote e Rei?_______________________________________________________________________________________________

A exaltação de Cristo no santuário celestial foi seguida pela descida do Espírito Santo sobre os discípulos. Em Apocalipse 5:6, mencionam-se os sete espíritos que foram “enviados por toda a Terra”. Como vimos em uma lição anterior, os sete espíritos indicam a plenitude da ação do Espírito Santo no mundo. Na entronização de Cristo, o Espírito foi enviado à Terra. Esse envio do Espírito foi uma das primeiras ações de Cristo como nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial. Esse derramamento do Espírito Santo significa que Jesus havia Se apresentado perante o Pai e que Deus havia aceitado Seu sacrifício pela humanidade.

“A ascensão de Cristo ao Céu foi, para Seus seguidores, um sinal de que estavam para receber a bênção prometida […]. Ao transpor as portas celestiais, Jesus foi entronizado em meio à adoração dos anjos. Tão logo foi essa cerimônia concluída, o Espírito Santo desceu em ricas torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi, de fato, glorificado com aquela glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade. O derramamento pentecostal foi uma comunicação do Céu de que a confirmação do Redentor havia sido feita. De conformidade com Sua promessa, Jesus enviou do Céu o Espírito Santo sobre Seus seguidores, em sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, havia recebido todo o poder no Céu e na Terra, tornando-Se o Ungido sobre Seu povo” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 38, 39).

Leia Hebreus 4:16 e 8:1. Que esperança e encorajamento encontramos na certeza de que Jesus recebeu, como Sacerdote e Rei, toda a autoridade no Céu e na Terra? Acreditar nessa verdade nos ajuda a lidar com as situações da vida e com a incerteza quanto ao futuro?


Sexta-feira, 25 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 24–27
Estudo adicional

Leia o capítulo “Para Meu Pai e Vosso Pai”, do livro O Desejado de Todas as Nações, de Ellen G. White, p. 829-835. E o capítulo “O Dom do Espírito”, do livro Atos dos Apóstolos, de Ellen G. White, p. 47-56.

A mensagem de Apocalipse 4 e 5 é importante para o povo de Deus que vive no fim da história da Terra. A vinda do Espírito Santo no Pentecostes marcou o início da pregação do evangelho a todo o mundo; a mensagem central era sobre Jesus, que havia sido exaltado como Sacerdote e Rei à destra do Pai. Essa verdade sobre Jesus era a essência da crença dos primeiros cristãos (Hb 8:1) e a pedra angular da pregação dos discípulos (At 2:32, 33; 5:30, 31). Ela era sua motivação e fonte de fé e coragem diante das dificuldades (At 7:55, 56; Rm 8:34). Como resultado, muitas pessoas aceitaram a pregação deles. A partir daquele momento, o reino de Deus se manifestou e continua se revelando, mediante o ministério do Espírito Santo.

Nunca devemos nos esquecer de que somente as boas-novas da salvação podem transformar o coração humano e levar as pessoas a aceitar o chamado do evangelho eterno para temer a Deus, dar-Lhe glória e adorá-­­Lo (Ap 14:7). Nossa única esperança está em nosso Salvador, que é nosso Sacerdote e Rei no santuário celestial. Ele está com o Seu povo, e sempre estará com ele até o fim (Mt 28:20). Ele tem o futuro em Suas mãos.

Portanto, se desejamos alcançar sucesso na pregação da mensagem final à humanidade perdida e sofredora, devemos ter sempre em mente a essência do evangelho. Nada do que pregamos é mais importante do que a cruz e o que ela nos ensina sobre Deus.

Perguntas para discussão

1. Um dia estaremos no Céu, louvando o Senhor por Sua bondade, poder e graça. Viver em atitude de adoração nos ajuda na preparação para esse dia? Temos tido essa postura diante de tudo o que Ele tem feito?

2. Leia Apocalipse 4:11 e 5:9. Em quais duas funções vemos o Pai e o Filho nesses textos? Por que ambas são centrais para o plano da salvação? Por causa delas Deus é digno de nossa adoração? De que maneira o sábado e o que ele ensina são uma expressão dessas duas maravilhosas verdades sobre nosso Deus?

Respostas e atividades da semana:

1. Do Seu trono o Senhor reinará como Rei dos reis e Senhor dos senhores, e é digno da adoração de todos.

2. O louvor e a adoração ocorrem continuamente. Deus deve ser louvado não apenas por ser o Criador (Ap 4), mas por ser o Redentor (Ap 5).

3. Em Apocalipse 4:6-8, os quatro seres viventes possuem olhos na frente e atrás. O primeiro é como um leão, o segundo como novilho, o terceiro possui rosto de homem e o quarto é como a águia. Todos possuem seis asas e muitos olhos. Em Ezequiel 1:5-14, os quatro seres viventes tinham o rosto de homem de um lado, rosto de leão no lado direito, rosto de novilho no lado esquerdo e um rosto de águia. Os serafins de Isaías 6:2, 3 tinham seis asas; duas cobriam o rosto, duas cobriam os pés e com as outras duas eles voavam.

4. B.

5. A.

6. V; F.

7. A esperança real de que Jesus está intercedendo em nosso favor no santuário celestial.



Resumo da Lição 4
Digno é o Cordeiro

RESUMO DA LIÇÃO 4 – Digno é o Cordeiro

PARTE I: ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Apocalipse 5:5, 6

FOCO DO ESTUDO: Nesta lição a ênfase será a visão celestial de Apocalipse 4 e 5 (Ap 4:1–5:14).

INTRODUÇÃO: A passagem abordada nesta lição está dividida em duas partes. Na primeira, há uma descrição geral da adoração celestial dirigida Àquele que está assentado no trono, Deus Pai (Ap 4:1-11). Na segunda, há um momento de crise na sala do trono celestial, mas isso é resolvido com a chegada do Cordeiro, Jesus Cristo (Ap 5:1-14).

TEMAS DA LIÇÃO: A lição e a passagem em foco introduzem os seguintes temas:

I. Apocalipse 4 é uma descrição geral ou um evento único? Como veremos, os detalhes do texto respondem a essa pergunta.

II. O conceito bíblico de adoração

Adoração não tem a ver conosco, mas com o que Deus fez e com nossa resposta apropriada e sincera às Suas ações.

III. A identidade dos 24 anciãos

Os anciãos não são um grupo angelical; eles representam o povo de Deus.

IV. O significado do livro selado

O livro selado representa o plano de salvação de Deus.

V. A dignidade do Cordeiro

O Cordeiro é excepcionalmente digno de abrir o livro por causa de Sua combinação de humanidade e divindade.

VI. A progressão dos cinco hinos (Ap 4:8, 11; 5:9, 10, 12, 13)

A progressão enfatiza a divindade do Cordeiro.

VII. O conflito cósmico

O conflito é o pano de fundo desse cenário celestial.

APLICAÇÃO PARA A VIDA: Os alunos são convidados a considerar as implicações dessa visão celestial para a adoração terrestre e para a compreensão do sábado.

PARTE II: COMENTÁRIO

No início do capítulo 4, João é convidado a ir ao Céu pela primeira vez (Ap 4:1). Esse capítulo é uma descrição geral da adoração contínua no Céu (ver evidência textual no tema 1 abaixo), na qual Deus, o Pai, é adorado por causa da Criação (Ap 4:11). Mas o capítulo 5 é um evento único de crise no Céu. Apresenta-se um problema que parece ser tão grande que talvez nem o próprio Deus possa resolvê-lo (Ap 5:1-4). Contudo, o impasse é solucionado quando aparece o Cordeiro, o Deus-Homem Jesus Cristo (ver tema V abaixo). Ele é adorado porque foi morto e é nosso Redentor. Esses fatos solucionam a crise no Universo (Ap 5:5-14).

EXPLICAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMAS DA LIÇÃO 4:

I. Apocalipse 4 é uma descrição geral ou um evento único?

Três evidências indicam que o capítulo 4 não é um evento único, mas uma descrição geral da adoração celestial. (1) O trono no verso 2 não foi estabelecido; ao contrário, ele “estava” continuamente no Céu (grego: keitai, tempo imperfeito). (2) O canto no versículo 8 não é um episódio único; mas continua de dia e de noite. (3) O canto dos quatro seres viventes é continuamente repetitivo (“Toda vez que”, Ap 4:9, NVI).

II. O conceito bíblico de adoração

Em Apocalipse 4:11, a base da adoração é “que” Deus criou todas as coisas. Em Apocalipse 5:9, a adoração acontece “porque” o Cordeiro foi morto e redime. Em Apocalipse 11:17, a adoração acontece “porque” Deus começou a reinar. Todos os três versículos usam a palavra grega hoti, que significa a razão ou a base sobre a qual uma ação é tomada. Deus é adorado “porque” Ele fez algo. Em toda a Bíblia, adoração tem a ver com falar, cantar, recitar, repetir o que Deus fez (Dt 26:1-11; Sl 66:3-6; 78:5-15; 111:4). Inclui até mesmo a representação da morte e ressurreição de Jesus através do batismo (Rm 6: 3, 4) e da Ceia do Senhor (1Co 11:26). Adoração na Bíblia não diz respeito a nós, mas ao que Deus fez.

III. A identidade dos 24 anciãos

A lição afirma corretamente que o número 12 na Bíblia é usado com frequência como um símbolo do povo de Deus e que os 24 anciãos poderiam, portanto, representar o povo de Deus, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. Mas o espaço não permitiu mencionar a evidência bíblica mais importante para essas afirmações. Em Mateus 19:28, Jesus disse a Seus discípulos que eles se sentarão em 12 tronos, e julgarão as 12 tribos de Israel. Esse versículo une o número 12, os tronos, os apóstolos e as 12 tribos. Em Apocalipse 21:12, os nomes das 12 tribos estão escritos nas portas da nova Jerusalém, enquanto os 12 fundamentos têm os nomes dos 12 apóstolos escritos neles (Ap 21:14). O número 24 acrescenta 12 a 12, como ocorre em Apocalipse 21. Em Apocalipse 7:4-8, além disso, o povo de Deus é descrito como 12 vezes 12 vezes mil (144 mil). O múltiplo de 12 é visto também na altura da muralha da nova Jerusalém, 144 côvados (Ap 21:17). Portanto, a melhor explicação para os 24 anciãos é que eles representam o povo de Deus tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

IV. O significado do livro selado

Pergunte à classe quantas podem ser as possibilidades de significado para o livro selado de Apocalipse 5. Algumas opções bíblicas incluem uma última vontade e testamento, a constituição de Israel (Deuteronômio), um registro da história humana, um emblema do direito do Cordeiro de governar, o registro de ações humanas, o livro da vida e uma lista de recompensas e punições para o comportamento humano (julgamento). Com base em um comentário de uma carta de Ellen G. White, a lição sugere que o livro contenha a história das providências de Deus e a história profética das nações e da igreja. A lição conclui que o livro selado representa o plano da salvação. João chorou (Ap 5: 4) porque o plano da salvação não seria implementado a menos que alguém fosse considerado digno de abrir o livro. Como sabemos que o livro (Ap 5:2; [grego: biblion]) é um pergaminho e não como os livros de hoje? Sabemos porque a mesma palavra é usada em Apocalipse 6:14, que diz “o céu recolheu-se como um pergaminho [grego: biblion] quando se enrola”.

V. A dignidade do Cordeiro

O Cordeiro é excepcionalmente digno de abrir o livro (Ap 5: 5, 6). O capítulo apresenta as duas principais qualidades do Cordeiro: Ele foi morto, o que indica a Sua natureza humana. Por outro lado, Ele é adorado junto com Aquele que está sentado no trono (Ap 5:13). Isso aponta para Sua divindade. O Deus-Homem é único em toda a história. De todos os seres inteligentes (ver Jo 1:3, 14), somente o Jesus divino-humano poderia revelar completamente o caráter de Deus e expiar o pecado, porque Ele é totalmente Deus e totalmente humano. Assim, inserida nessa visão simbólica está uma profunda cristologia, uma doutrina de quem Jesus Cristo é.

VI. Os cinco hinos enfatizam a divindade do Cordeiro (Ap 4: 8, 11; 5: 9, 10, 12, 13)

Nessa visão, a divindade de Cristo é enfatizada na progressão de cinco hinos. Os dois primeiros louvam Aquele que está assentado no trono (Ap 4:8, 11); O terceiro e quarto hinos louvam o Cordeiro (Ap 5:9-12); O quinto hino oferece adoração tanto Àquele que está assentado no trono como ao Cordeiro (Ap 5:13). O quinto hino é o clímax da série, em que bênção, honra, glória e poder são proclamados como pertencendo Àquele que Se assenta no trono e ao Cordeiro.

Uma segunda característica desses hinos também destaca o quinto hino. É o clímax de um grande crescendo no canto. O primeiro hino é cantado pelos quatro seres viventes (Ap 4:8). O segundo hino é cantado pelos 24 anciãos (Ap 4:11). O terceiro é cantado pelos quatro seres viventes e pelos 24 anciãos (Ap 5:9, 10). O quarto hino é cantado por mais de 100 milhões de anjos (Ap 5:11, 12). O quinto hino é cantado por todas as criaturas do Universo (Ap 5:13). Assim, o quinto hino é o clímax de um grande crescendo, no momento em que toda a atenção se concentra no trono, afirmando a divindade do Cordeiro.

VII. O conflito cósmico é o pano de fundo desse cenário celestial

Um aspecto notável de Apocalipse 4 e 5 é a total ausência de Satanás, apesar do fato de que a crise celestial tenha algo a ver com o conflito cósmico (veja Ap 2:9, 24). Mas o papel de Satanás em Apocalipse 4 e 5 é esclarecido em Apocalipse 12:10, que resume a cena do capítulo 5 com Cristo assumindo o poder. Contudo, isso acontece juntamente com a expulsão de Satanás, o “acusador dos nossos irmãos”. O versículo esclarece que Satanás acusa os irmãos “de dia e de noite”. Esse ato claramente lembra Apocalipse 4:8, em que os quatro seres viventres cantam a tríplice canção sagrada “de dia e de noite”. Seu constante louvor debilita as constantes acusações de Satanás, que não são mais ouvidas nem vistas. Satanás está ausente da cena dos capítulos 4 e 5, pois já havia sido expulso por causa da cruz.

PARTE III: APLICAÇÃO NA VIDA

1. Considerando as evidências bíblicas relativas à adoração no tema II acima, fale sobre a adoração em sua igreja local. É centrada em Deus ou nos adoradores? Ressalta o que Deus fez (criação, a cruz, as orientações diárias do Espírito) e nossa resposta à Sua obra, ou o que devemos fazer por conta própria? Entender e praticar essa verdade é o segredo para liberar o poder de Deus na igreja local. Se a adoração parece impotente, é porque não está centrada em Deus. Nos tempos bíblicos, quando as pessoas louvavam a Deus pelo que Ele havia feito por elas no passado, o poder do ato original de Deus era liberado no presente do adorador (2Cr 20:5-22; Dn 9:15; 10:19-21). A adoração não tem a ver conosco, mas com Deus. Adoração não é dizer um ao outro o que devemos fazer, mas lembrar a nós mesmos e um ao outro o que Deus fez por nós.

2. Qual é a relação entre Apocalipse 4 e 5 e o sábado? A adoração é apresentada a Deus e ao Cordeiro por causa da criação (Ap 4:11) e da salvação (Ap 5:9, 10). No Antigo Testamento, o sábado é o memorial tanto da criação (Êx 20:11) como do Êxodo, o grande ato da salvação de Israel (Dt 5:15). Assim, o sábado nos aponta os poderosos atos de Deus na criação, no Êxodo e na cruz. Guardar o sábado não é ganhar mérito com Deus. Quando nos lembramos do sábado, também estamos nos lembrando das grandes coisas que Deus fez por nós, e essa lembrança é o fundamento da verdadeira adoração.


Conhecendo a igreja do sábado

Durante a adolescência, Ivaldo pretendia ser padre. Ele foi catequizado e lecionou em sua igreja em Nampula, a terceira maior cidade de Moçambique, com meio milhão de habitantes. Ivaldo se preparava para se mudar para a capital, Maputo, a fim de estudar para ser padre. Porém, ao comparar os dez mandamentos no catecismo com o que aparece na Bíblia, notou a diferença. Então, pediu explicações ao padre, mas ele não conseguiu responder.

Durante o Ensino Médio, Ivaldo formou um grupo de 30 alunos, com o objetivo de pesquisar as diferenças entre a Bíblia e os ensinos da igreja. As perguntas dos alunos assustaram o bispo. Ele declarou que a pesquisa era uma ofensa a Deus e ordenou que se confessassem ou seriam excomungados. “Devemos confessar nossos pecados somente ao Senhor”, os estudantes responderam. O bispo os excomungou.

A ira do pai

Os alunos leram na Bíblia que os cristãos guardavam o sétimo dia, mas não conheciam ninguém que fizesse isso em Nampula. O grupo acabou se dispersando, alguns passaram a frequentar igrejas evangélicas e outros se converteram ao islamismo. Os pais de Ivaldo eram muito influentes na igreja, por isso, ele retornou ao rol de membros, mas não podia ser padre.

Certo domingo, Ivaldo falou sobre o sábado na igreja, quando uma mulher o interrompeu. “Existe uma igreja que guarda o sábado em Nampula”, ela disse. Entusiasmado, Ivaldo telefonou para seus 30 amigos a fim de contar a novidade. Entretanto, muitos não estavam mais interessados. No sábado seguinte, somente Ivaldo e três amigos foram à igreja. Após cinco meses, Ivaldo foi batizado e falou aos pais sobre a decisão. A mãe respondeu que já suspeitava. “Percebi que seu comportamento mudou muito”, disse. “Você começou a falar da Bíblia constantemente.”

O pai ficou furioso e ameaçou renegá-lo. “Se você for para a igreja adventista no próximo sábado, expulsarei você e seus pertences de casa”, disse. Ivaldo não se intimidou, foi à igreja, e o pai o expulsou de casa. Porém, a mãe o convenceu a voltar. Mas, o pai se recusou a sustentar o filho, incluindo não custeando as mensalidades escolares. “Não vou investir nenhum dinheiro em você a não ser quando for pagar seu caixão”, disse. Ele recebia alimento da mãe e os membros da igreja doavam dinheiro para as mensalidades escolares e outras despesas.

Firmeza de fé

À medida que Ivaldo prosperava o pai ficava mais irritado e dizia aos vizinhos que o filho tinha HIV e outras doenças. “As pessoas começaram a me evitar”, Ivaldo contou. “Os vizinhos proibiam as crianças de conversar comigo.” Então, Ivaldo foi morar com a avó por um ano. Depois, o pai enviou uma mensagem perdido perdão e convidando-o para voltar para casa.

O pai tentou ajudar Ivaldo a ingressar na universidade, mas as aulas eram realizadas aos sábados. Conseguiu um emprego no órgão do governo, mas a entrevista foi agendada para o sábado. O pai ficou irritado com a recusa do filho: “Não entendo o que você quer fazer da vida. Tento ajudá-lo, mas você perdeu muitas oportunidades por causa do sábado. Não espere que eu o ajude novamente”. Ivaldo começou a trabalhar como jornalista freelance e usou o salário para pagar a faculdade de jornalismo. Ele trabalhou em várias empresas de rádio e televisão, mas ninguém o contratava por causa do sábado.

Atualmente com 23 anos, Ivaldo não está desesperado. Seu testemunho levou dez jovens à igreja adventista. Outros três passaram a frequentar a igreja e a mãe também quer participar. Mas o pai ameaça divorciar-se. “Oro por minha mãe e espero que ela se torne adventista. Oro para que meu pai pelo menos permita que a família frequente a igreja”, Ivaldo diz.

Parte da oferta do trimestre ajudará a conseguir um orfanato para crianças que perderam os pais para o HIV/AIDS na cidade de Nampula. Muito obrigado por suas ofertas.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2019

Tema Geral: O livro do Apocalipse

Lição 4: 19 a 26 de janeiro

Digno é o Cordeiro

Autor: Érico Tadeu Xavier

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Os capítulos 4 e 5 do livro do Apocalipse retratam diversos aspectos da mesma cena sobre a adoração no Céu. O cenário do capítulo 5 é a sala do trono celestial descrita no capítulo 4. Os dois capítulos proveem a introdução e o cenário para a profecia dos sete selos.

1. Sala do trono e assembleia celestial

A porta aberta (Ap 4:1). "No Céu. Não 'para dentro do Céu', como se João estivesse do lado de fora, olhando para dentro. Uma vez que, olhando de dentro, ele contemplou o trono de Deus, a porta deveria estar aberta para a sala do trono do Universo. A sala do trono é identificada com o lugar santíssimo do santuário celestial" (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 848).

Os vinte e quatro anciãos (Ap 4:4, 5). Não devemos deduzir que haja um número literal de 24 anciãos no Céu. Esse número chama nossa atenção para as funções dos anciãos. Como havia 24 divisões ou classe de sacerdotes que labutavam no santuário antigo, assim a obra dos anciãos é auxiliar Cristo, nosso Sumo Sacerdote, em Seu ministério celestial.

Quando Cristo morreu na cruz "abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos" (Mt 27:52, 53). "Quando Ele surgiu, vitorioso sobre a morte e o túmulo, enquanto a terra vacilava e a glória do Céu resplandecia em redor do local sagrado, muitos dos justos mortos, obedientes à Sua chamada, saíram como testemunhas de que Ele havia ressurgido. Aqueles favorecidos santos ressurgidos saíram glorificados. Eram escolhidos e santos de todos os tempos, desde a criação até os dias de Cristo" (Primeiros Escritos, p. 184). "Quando Cristo ressurgiu, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos. O terremoto, por ocasião de Sua morte, abrira-lhes o sepulcro e, ao ressuscitar Ele, ressurgiram juntamente. Eram os que haviam colaborado com Deus, e que à custa da própria vida tinham dado testemunho da verdade" (O Desejado de Todas as Nações, p. 786). Estas duas declarações indicam que aqueles que ressuscitaram com Cristo e são hoje vinte e quatro anciãos no Céu foram mártires para Deus, desde os tempos da Criação até o tempo de Cristo. Pode ser que Abel e João Batista estejam incluídos entre eles.

Os quatro seres viventes (Ap 4:5-8). A semelhança das criaturas viventes de Ezequiel (10:1, 15, 20) com as de João e o fato de que em ambos os casos elas se acham bem ligadas ao trono de Deus justifica a conclusão de que as criaturas viventes de Apocalipse 4 são querubins. Assim como havia querubins de ouro perto do trono no santuário terrestre (Êx 37:7-9), no Céu há querubins de posição superior aos anjos em geral. Eles desempenham a função de comandantes que transmitem aos outros anjos as ordens dadas pelo próprio Senhor.

2. O livro selado e o Cordeiro

O capítulo 5 do Apocalipse acrescenta alguns aspectos à cena descrita no capítulo 4. Esses dois capítulos juntos apresentam o cenário em que são rompidos os sete selos como prelúdio da segunda vinda de Jesus.

No capítulo 4, os vinte e quatro anciãos louvam a Deus por Sua obra da criação (v. 11). No capítulo 5, eles dirigem louvores a Jesus por Sua obra de redenção. Em ambos os casos a adoração é apresentada com as palavras: “Digno és Tu.” No capítulo 5, os anciãos, bem como as quatro criaturas viventes, entoam novo cântico (v. 9).

O livro selado (Ap 5:1). Depois de descrever a impressionante cena de adoração no Céu, João chama nossa atenção para o rolo com sete selos na mão direita de Deus. Sobre a identidade desse livro algumas ideias são sugeridas:

1. O próprio livro do Apocalipse – Jon Paulien diz que “o livro que o Pai entrega ao Cordeiro vitorioso para ser aberto e lido (Ap 5:1-7) é o mesmo que a “revelação” dada por Deus a Cristo das “coisas que em breve devem acontecer” (Ap 1:1, 19). Nesse caso, o livro contém não somente a história e o destino do mundo e da igreja, mas também o plano de Deus para livrar Seu povo e para resolver o conflito moral que destrói a unidade de Sua criação” (Estudos Sobre Apocalipse, p. 232).

2. O Livro da Vida – “Alguns tem afirmado que o livro selado deve ser identificado com o “livro da vida” do Cordeiro (Ap 13:8; 21:27). Sendo que esse é o único livro em Apocalipse cujo conteúdo é claramente identificado, isso é digno de consideração. O conteúdo do livro selado, porém, parece ser mais amplo do que o do livro da vida”. (Idem, p. 252).

3. O Livro do Destino – Daniel viu livros de registro abertos no julgamento – incluindo o livro da vida (Dn 7:10). A visão do apóstolo João é complementar. Ele não viu os livros de registro, mas lhe foi mostrado, na mão do Pai, o livro do destino, o qual é o veredito do tribunal celestial depois de terem sido examinados os livros de registro e editado o livro da vida.

"Quando Pilatos lavou as mãos, dizendo: ‘Estou inocente do sangue deste Justo’, os sacerdotes uniram-se à apaixonada declaração da turba ignorante: ‘O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.’ [...] Desse modo, os guias judeus fizeram a escolha. Sua decisão foi registrada no livro que João viu na mão Daquele que estava assentado no trono, no livro que ninguém podia abrir. Essa decisão lhes será apresentada em todo o seu caráter reivindicativo naquele dia em que o livro há de ser desselado pelo Leão da tribo de Judá" (Parábolas de Jesus, p. 294).

O Cordeiro – "O Salvador é apresentado perante João sob os símbolos do 'Leão da tribo de Judá' e de um 'Cordeiro, como havendo sido morto' (Ap 5:5, 6). Esses símbolos representam a união do onipotente poder e do amor que se sacrifica. O Leão de Judá, tão terrível para os que rejeitam Sua graça, será o Cordeiro de Deus para os obedientes e fiéis" (Atos dos Apóstolos, p. 589).

"A habilidade de abrir o livro não é questão de força, dignidade nem posição, mas de vitória e valor moral" (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 853).

Conclusão – “O foco central de Apocalipse 5 é a cruz de Cristo (Ap 5:1, 6, 9, 12; ver 3:21). A vitória de Cristo na cruz oferece a base teológica para os eventos do capítulo 6, que se relacionam com o povo de Deus que procura vencer por Seu sangue (ver Apocalipse 12:11). Assim, os selos se estendem da cruz e da entronização de Cristo até o fim do grande conflito entre Cristo e Satanás, quando todo o Universo estará cheio de completa harmonia e de louvor a Deus” (Ap 5:13; 7:9-17; Estudos Sobre Apocalipse, p. 246).

Conheça o autor do comentário: Érico Tadeu Xavier é graduado em Teologia Pastoral (1991). Tem mestrado (2000) pelo Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia; Doutorado (PhD) pelo South African Theological Seminary (2011). Pós-doutorado (2014) na área de teologia sistemática pela FAJE – Faculdade de Filosofia e Teologia Jesuíta, de Belo Horizonte. Foi professor de teologia na Bolívia e na Bahia, na FADBA. Atualmente é professor de teologia sistemática no SALT – IAP. Autor de 11 livros, é casado com a psicopedagoga e mestre em educação Noemi, com que tem dois filhos, Aline e Joezer, que são casados e vivem no Paraná.