Lição 12
16 a 22 de dezembro
Ester e Mordecai
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Is 23
Verso para memorizar: “Farei também com que você seja uma luz para os gentios, para que você seja a Minha salvação até os confins da Terra” (Is 49:6).
Leituras da semana: Dn 1:1-12; 6:1-9; Et 2:1-10, 20; 3:1-15; 4:1-14; 9:1-12

Um dos relatos mais inspiradores da Bíblia a respeito do “ministério transcultural” é encontrado no livro de Ester. Muito tem sido escrito ao longo dos milênios sobre esse livro, e até hoje muitos judeus celebram o Purim, com base em Ester 9:26-31. 

Ester e seu primo Mordecai eram judeus que viviam em Susã, capital do Império Persa. Por alguma razão, ao contrário de outros judeus que haviam retornado a Judá, eles, juntamente com outros, permaneceram na terra de seu cativeiro. 

Então, por meio de uma série de providências, Ester se tornou rainha. “O rei amou Ester mais do que todas as mulheres, e ela alcançou diante dele favor e aprovação mais do que todas as virgens. E o rei pôs a coroa real na cabeça dela e a fez rainha em lugar de Vasti” (Et 2:17). 

Foi nesse papel que Ester, mesmo que um pouco relutante, desempe- nhou uma função importante na história bíblica. De modo singular, essa história mostra como o povo de Deus, mesmo em cenários estrangeiros, pode testemunhar da verdade. 

Para o estudo desta semana, leia o livro de Ester e reflita sobre ele. 

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Domingo, 17 de dezembro
Ano Bíblico: RPSP: Is 24
Cativo em uma cultura estrangeira

Nunca é fácil ser exilado numa cultura estrangeira. Pode ser difícil compreender o que os judeus enfrentaram, primeiro sob os babilônios e depois sob os persas. 

Com exceção dos habitantes da ilha britânica de Pitcairn, onde todos são adventistas do sétimo dia, nenhum de nós, por exemplo, vive em um país adventista em que os princípios de nossa fé são, até certo ponto, a lei da região. Mas antes de ser deportado, o povo judeu vivia em seu próprio país, onde os princípios de sua fé também estavam resguardados na lei da terra. 

Pense em como deveria ser fácil ser fiel a Deus. Afinal, não seria mais fácil guardar o sábado se esse mandamento estivesse resguardado na lei da nação? 

Por outro lado, a história sagrada nos mostra que, sejam quais forem os decretos da terra, mesmo que favoráveis à fé, a fidelidade vem do coração, do interior, caso contrário o pecado, a apostasia e a ruína certamente se seguirão. 

“O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de Mim e com a sua boca e com os seus lábios Me honra, mas o seu coração está longe de Mim, e o seu temor para Comigo consiste só em mandamentos ensinados por homens, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo” (Is 29:13, 14). 

Em contrapartida, para aqueles que estão determinados a ser fiéis, mesmo o ambiente mais desfavorável não pode impedi-los de obedecer. 

1. Leia Daniel 1:1-12; 3:1-12; 6:1-9. O que esses relatos singulares revelam sobre os desafios que o povo de Deus pode enfrentar vivendo em uma cultura estrangeira? 

Não importa quem somos ou onde vivemos, estamos imersos em um ambiente que, até certo ponto, pode ser um grande desafio para a nossa fé e para o nosso testemunho, seja pelas leis ou pela cultura, ou por ambos. Esses relatos em Daniel, embora tenham tido um final “feliz”, revelam que, apesar de estarem sob circunstâncias difíceis, as pessoas podem permanecer fiéis a Deus. Mesmo que nenhum desses relatos tivesse terminado bem, não há dúvida de que esses homens teriam feito o certo. 

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Quais são os desafios à sua fé em sua própria cultura? Como você reage a eles?
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Segunda-feira, 18 de dezembro
Ano Bíblico: RPSP: Is 25
Vivendo num palácio estrangeiro

Finalmente, após a queda de Babilônia e a ascensão da Media-Pérsia, muitos dos judeus puderam retornar às suas terras ancestrais. Mas nem todos regressaram. Alguns permaneceram onde estavam vivendo há uma geração ou mais. 

Com esse pano de fundo em mente, temos um pouco do contexto da história de Ester. “Naqueles dias, quando Assuero reinava na cidadela de Susã” (Et 1:2). É nesse lugar que a narrativa bíblica se desenrola: o Império Persa sob o governo desse rei. 

No capítulo 1, a rainha Vasti perde o favor do rei, o que o leva a procurar outra rainha, que substitua a desfavorecida Vasti. É nesse contexto que Ester e seu primo, Mordecai, aparecem pela primeira vez. 

2. Leia Ester 2:1-9. O que esses versos dizem sobre a situação de Mordecai e Ester? 

Parece que Mordecai, como oficial real, estava sentado ao portão do palácio e residia na cidade de Susã com sua filha adotiva, ou prima, Ester. Por causa da posição deles e por viverem ali, estavam imersos na cultura persa. Essa deve ser pelo menos parte da razão pela qual Ester foi escolhida para ser apresentada ao rei: “Levaram também Ester ao palácio real e a entregaram aos cuidados de Hegai, guarda das mulheres” (Et 2:8). 

3. Leia Ester 2:10, 20. O que aconteceu, e por que Mordecai daria a ela a ordem de não revelar sua nacionalidade? 

Embora o texto não diga exatamente o porquê, não é difícil adivinhar. Como estrangeiros em uma cultura e religião estrangeiras que, veremos, podiam ser hostis, eles foram sábios em manter silêncio sobre sua família e seu povo. 

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Sob que circunstâncias poderia ser prudente não declararmos nossa fé? Ou nunca devemos fazer isso? Por quê? Às vezes, seria melhor manifestar a nossa fé pelo exemplo cristão, até que surja a oportunidade de apresentar um testemunho direto?
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Terça-feira, 19 de dezembro
Ano Bíblico: RPSP: Is 26
O testemunho fiel de Mordecai

Vivendo em terra estrangeira, mais cedo ou mais tarde Mordecai e Ester, se permanecessem fiéis a Deus, poderiam enfrentar problemas. Foi o que aconteceu com Mordecai. 

4. Leia Ester 3:1-15. O que aconteceu e por quê? 

Em Ester 3, lemos que o rei Xerxes (Assuero) honrou Hamã e deu-lhe alta posição e pleno poder. Todos foram informados de que deveriam se curvar diante de Hamã. “Mordecai, porém, não se inclinava nem se prostrava” (Et 3:2). A Bíblia não dá a razão pela qual Mordecai não se ajoelhava diante dele, mas sabemos o porquê. Ele era um judeu fiel e não estava disposto a homenagear um descendente de Agague, amalequita, de um povo inimigo de Israel desde o Êxodo (Dt 25:19). Como um judeu fiel se ajoelharia diante de um amalequita? Ou adoraria alguém além do Senhor? 

“Então os servos do rei, que estavam à porta, perguntaram a Mordecai: ‘Por que você está transgredindo as ordens do rei?’ (Et 3:3). Embora não saibamos em detalhes como ele respondeu, o verso seguinte diz que ‘ele lhes tinha declarado que era judeu’ (Et 3:4). Com essa resposta, Mordecai teve a oportunidade de explicar que, como adorador do Criador dos céus e a Terra, ele não podia adorar um ser humano pecador. Sem dúvida, Mordecai, até certo ponto, testemunhou de sua fé, à qual ele aderiu tão fortemente que colocou em perigo a si mesmo e, infelizmente, a outros. 

“De Daniel e seus companheiros [...] brilhou uma forte luz em meio à escuridão moral das cortes reais da Babilônia” (Ellen G. White, Advent Review and Sabbath Herald, 13 de maio de 1884). 

Quando Hamã quis destruir o povo judeu, fez a seguinte descrição deles: “Existe um povo espalhado e disperso entre os povos em todas as províncias do seu reino, cujas leis são diferentes das leis de todos os povos. Eles não cumprem as leis do rei” (Et 3:8). Um povo cujos costumes são diferentes e que não obedecem às leis do rei? Uma receita perfeita para a perseguição. 

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Quais são as maneiras pelas quais podemos ser testados como foi Mordecai? Como devemos reagir diante dessas provas?
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Quarta-feira, 20 de dezembro
Ano Bíblico: RPSP: Is 27
Para um tempo como este

5. Leia Ester 4:1-14. Por que foi considerado apropriado para Ester identificar-se como judia naquele momento? 

Quando Mordecai entrou em contato com Ester em busca de ajuda, ela estava casada com Assuero havia vários anos, mas existia uma lei na Pérsia de que ninguém poderia ir diante do trono do rei sem convite expresso dele. Qualquer um que não respeitasse essa regra corria risco de morte. Ester, sabendo disso, foi para a sala do trono mesmo assim, sem ser convidada. 

Com sua fé, Mordecai procurou despertar a fé de Ester. A parte central do livro de Ester está nas palavras de Mordecai a Ester: “Não pense que pelo fato de estar no palácio do rei, de todos os judeus só você escapará, pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família de seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?” (Et 4:13, 14, NVI). 

A fé de Ester foi posta à prova quando Mordecai apelou para o amor pelo seu povo. Ninguém sabia que ela era judia, exceto Mordecai, e uma vez que ela tomou a decisão de se envolver, não hesitou em colocar sua vida em risco. 

Ester sabia que sem a ajuda de Deus não teria êxito. Sua resposta a Mordecai revelou sua forte fé: “Vá e reúna todos os judeus que estiverem em Susã, e jejuem por mim. Não comam nem bebam nada durante três dias, nem de noite nem de dia. Eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei falar com o rei, ainda que seja contra a lei; se eu tiver de morrer, morrerei” (Et 4:16). Mordecai enviou essa informação a toda a comunidade judaica em Susã, e, enquanto jejuavam e oravam, Ester se preparou para o momento perigoso. “No terceiro dia, Ester se aprontou com seus trajes reais e se pôs no pátio interior do palácio real, em frente à residência do rei, que estava sentado no seu trono real, voltado para a porta da residência. Quando o rei viu a rainha Ester parada no pátio, ela alcançou favor diante dele, e o rei estendeu-lhe o cetro de ouro que tinha na mão. Ester se aproximou e tocou na ponta do cetro” (Et 5:1, 2). 

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Os aflitos judeus fariam jejum e oração. Embora agissem em seu benefício, a oração seria central em sua reação. O que isso nos ensina sobre dependência de Deus?
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Quinta-feira, 21 de dezembro
Ano Bíblico: RPSP: Is 28
O milagre do Purim

Comentaristas ao longo dos milênios observaram que o nome de Deus não aparece no livro de Ester. Esse é o único livro da Bíblia em que isso ocorre. No entanto, os judeus foram capazes de reconhecer as ações divinas na grande libertação deles, e esse livro foi selecionado pelo povo de Deus para ser incluído no cânon da Bíblia. 

Somos capazes de descobrir a presença de Deus sob a superfície do nosso dia a dia? As ações divinas podem assumir a aparência de eventos normais e naturais, e, se não prestarmos muita atenção a eles, não notaremos a presença de Deus. 

6. Leia Ester 9:1-12. Qual foi o resultado do esforço de Ester? 

O milagre do Purim assume uma forma incomum. O milagre está escondido, disfarçado em eventos aparentemente naturais. A lei para destruir os judeus não foi revertida. Em vez disso, uma nova lei foi escrita, permitindo que os judeus se defendessem. 

Além disso, veja o que mais aconteceu, e como Deus operou por meio desses eventos. Os persas notaram as ações divinas em favor dos judeus. E o resultado? 

“Para os judeus houve felicidade, alegria, júbilo e honra. Também em cada província e em cada cidade aonde chegava a palavra do rei e a sua ordem, havia entre os judeus alegria e júbilo, banquetes e festas. E muitos que eram dos povos da terra se tornaram judeus” (Et 8:16, 17). Esse é um grande exemplo de como o Senhor trabalhou para levar pessoas perdidas a conhecê-Lo.

Os líderes do povo judeu reconheceram a obra de Deus. Quando os judeus foram vitoriosos em se defender, declararam um período anual (chamado Purim) em memória e celebração de sua vitória. Os judeus ainda passam esses dias em ação de graças a Deus em memória de Sua libertação.

Desafio: Ore para que nesta semana Deus lhe dê coragem de compartilhar com uma das pessoas em sua lista de oração algo que Ele tenha feito por você.

Desafie-se: Comece um diário ou agenda de pequenas coisas especiais (ou grandes coisas) que Deus faz por você. Sempre que possível, revise o conteúdo e ore para que Deus traga essas coisas à sua mente no momento certo para compartilhá-las.

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Sexta-feira, 22 de dezembro
Ano Bíblico: RPSP: Is 29
Estudo adicional

A todos “sobre quem resplandeceu a luz do evangelho, impõe-se, neste momento crítico, a pergunta feita à rainha Ester naquela ocasião especial da história de Israel: ‘Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?’” (Et 4:14; Ellen G. White, Educação [CPB, 2021], p. 187). 

“Ester era uma bela moça judia, prima de Mordecai, que a levou para a sua casa depois que os pais dela morreram, e a amou como se fosse filha. Deus a usou para salvar o povo judeu na terra da Pérsia. 

“O Senhor operou de maneira maravilhosa através de mulheres consagradas que se uniram em Sua obra com homens que Ele tinha escolhido para serem Seus representantes. Ele usou mulheres para alcançar grandes e decisivas vitórias. Mais de uma vez em tempos de emergência Ele as levou na vanguarda e operou por meio delas para a salvação de muitas vidas. [...] 

“Numa ocasião em que parecia que nenhum poder poderia salvá-los, Ester e as mulheres associadas a ela, por meio de jejum, oração e ação imediata, enfrentaram a questão, trazendo salvação a seu povo. [...] 

“Talvez não sejamos levados a situação tão crítica e saliente como o povo de Deus no tempo de Ester; muitas vezes, porém, mulheres convertidas podem exercer parte importante em posições mais humildes” (Ellen G. White, Filhas de Deus, p. 32). 

Perguntas para consideração 

  1. Qual era o papel de Ester na corte do rei. Seria possível conciliar essa função com a fé dela? 

  2. “Se eu tiver de morrer, morrerei” (Et 4:16). Essas palavras têm ecoado como exemplo de fidelidade diante da morte. Essa declaração reflete o que os fiéis enfrentarão nos últimos dias, quando se cumprirem as profecias de Apocalipse 13? 

  3. Há situações em que não devemos revelar a nossa fé? Esse pode ser o nosso caso? 

Respostas e atividades da semana: 1. Culturas estrangeiras podem ter crenças e leis diferentes dos nossos princípios. Se escolhemos ser fiéis a Deus, podemos enfrentar problemas. 2. Por causa da posição deles e por viverem ali, estavam imersos na cultura persa. 3. Comissários do rei estavam reunindo as virgens de boa aparência de todo o império para que pudessem escolher uma delas como rainha. Ester foi convocada. Mordecai ordenou a Ester que não declarasse sua linhagem nem seu povo. 4. Mordecai, judeu fiel, não se ajoelhou diante de Hamã. 5. Com o decreto do rei, Ester também corria perigo. Ela deveria fazer algo pelo seu povo e por si mesma. 6. Uma nova lei foi promulgada, permitindo que os judeus se defendessem. Isso trouxe grande alegria aos judeus, e muitos do povo reconheceram que esse livramento vinha de Deus e se tornaram judeus.

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Resumo da Lição 12
Ester e Mordecai

ESBOÇO 

O livro de Ester é peculiar por vários motivos. Uma dessas razões é a falta de uma refe- rência explícita a Deus. Em nenhum lugar Ele é mencionado em toda a narrativa – nem por personagens judeus, os heróis da história, nem por personagens não judeus. No entanto, apesar dessa estranheza, o livro contém lições valiosas para aqueles que seguem a Jesus e desejam compartilhar sua experiência com Deus em um mundo em que muitas pessoas não estão abertas a manifestações explícitas de fé. 

Com frequência, quando as pessoas na igreja pensam ou discutem sobre missão, elas se concentram em ações explicitamente religiosas, sejam reuniões evangelísticas, distri- buição de literatura, séries de estudos bíblicos ou outras formas de evangelização. Esses formatos exigem certo nível de liberdade e vínculo com uma comunidade para se obter algum resultado significativo. Mas o que dizer de lugares em que o governo não permite atividades religiosas? E quanto às regiões nas quais as pessoas não possuem interesse algum em tais atividades? Muitas vezes a igreja ignora esses contextos. No entanto, os lugares que se encaixam nessa descrição constituem grande parcela da população mun- dial. Nesta semana, pelas lentes de Ester e Mordecai, veremos que Deus deseja que seja- mos criativos e inovadores em nosso testemunho, mesmo em lugares e espaços que não são receptivos à ação missionária aberta. 

COMENTÁRIO 

A história de Ester e Mordecai é um lembrete para os seguidores de Deus de que eles não precisam ser pastores ou líderes religiosos para servir na missão de Deus. As histó- rias de Daniel e José também nos trazem esse lembrete. Essas histórias estão presentes nas Escrituras para mostrar que, por meio do serviço público, funções de confiança no governo e outras atividades junto ao governo, o povo de Deus pode servir e impactar a sociedade de tal forma que atraia as pessoas para o Seu amor. 

No caso de Ester e Mordecai, eles conseguiram salvar a vida de milhares de pessoas por serem fiéis aos valores e à sabedoria que lhes foram transmitidos por seus antepassados judeus. Muitas vezes, quando lemos as histórias bíblicas, passamos esses detalhes por alto, nem sempre reconhecendo a intensidade que está presente em algumas situações, como no caso de Ester e Mordecai. O que eles enfrentaram foi uma situação extra- ordinariamente estressante e desfavorável. Para eles, pregar sermões ou envolver-se em atividades missionárias diretas não teria servido à missão maior de Deus, que era levar as pessoas a um relacionamento de amor. O que se fazia necessário era a coragem de defender a vida em face da morte. Eles assumiram essa posição em um contexto em que faziam parte de um grupo minoritário, desprezado no império. No entanto, por meio da influência de Deus e da disposição de Ester e Mordecai de tomar decisões sábias relacionadas ao plano geral do Senhor para a humanidade, a rainha e seu pai adotivo puderam ser uma bênção para as pessoas e fazer parte de um momento da história que seria transmitida por meio das páginas da Bíblia e da festa de Purim (Et 9:18-32). 

Muitas pessoas que estão lendo esta Lição da Escola Sabatina vivem em lugares em que desfrutam de liberdade religiosa significativa e não precisam se preocupar em ter a vida ameaçada por expressar sua fé. Mas outras pessoas ao redor do mundo não têm esse privilégio. Muitos seguidores de Jesus vivem atualmente em situações nas quais uma adesão aberta a Deus os levaria à prisão ou colocaria em risco sua vida e a de suas famílias. Apesar desse perigo, algumas dessas pessoas trabalham ativamente em locais de influência. Deus os chama para viver sua fé de maneiras que podem não parecer uma missão para muitos de nós. Nessas situações, é possível que a melhor maneira de servir a Deus seja evitar expressar abertamente sua fé. Em vez disso, seu trabalho silencioso influencia a maneira como outras pessoas são tratadas, ajudando-as a crescer e se desenvolver espiritualmente. Esse trabalho não é menos importante do que as apresentações explícitas do evangelho que outros fazem em situações nas quais têm mais liberdade. É impressionante a coragem necessária para permanecer fiel em contextos em que não podemos expressar nossa fé abertamente. Somente na nova Terra saberemos o impacto que essas pessoas tiveram em inúmeras vidas em todo o mundo. 

Podemos aprender outra lição missionária com a história de Ester e Mordecai. Nem Ester nem Mordecai eram pastores treinados nem teólogos com sólida formação acadêmica. Eles eram pessoas comuns que chegaram a ocupar posições importantes no império da época (Et 2:7). Mal sabiam eles que seus papéis seriam essenciais. O que fica claro na história é que tanto Ester quanto Mordecai trabalharam e viveram com integridade (Et 2:19-23; 4:15, 16). Apesar dos desafios que a vida lhes impôs, eles permaneceram como servos dedicados a Deus e eram reconhecidos por seu empenho e honestidade (Et 6). Como resultado, quando as atividades das pessoas ao seu redor (especificamente Hamã e seus subalternos) conspiraram contra eles, a reputação deles se tornou decisiva para sua sobrevivência. 

Se Ester ou Mordecai não tivessem sido habitualmente pessoas responsáveis, que serviam aos outros com integridade, a história teria sido muito diferente. Sua integridade deu a eles a base para pedir favores e falar abertamente quando se tratava de uma questão de vida ou morte (Et 5:8; 7:3, 4). E naquele momento eles não apenas tiveram seus pedidos ouvidos, mas atendidos (Et 8). 

Temos aqui uma lição para nós hoje. A maioria dos seguidores de Jesus não é formada por obreiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Um número ainda menor ocupa cargos como pastor, professor ou capelão. No entanto, de acordo com a história de Ester e Mordecai, muitas vezes não são os obreiros da igreja que têm a influência mais significativa em uma comunidade. Geralmente, o membro da igreja, que pode trabalhar em negócios seculares ou para o serviço público, é que possui o maior potencial missionário. Nunca devemos subestimar o papel que nossos relacionamentos com as pessoas podem ter a longo prazo. A história da missão de Deus está repleta de histórias, muitas delas não contadas, que se assemelham à de Ester e Mordecai. Embora a maioria dos seguidores de Jesus não ocupe posições de destaque como Ester e Mordecai, eles ainda estão em lugares e espaços aos quais pastores e outros obreiros da igreja não têm acesso. 

Nesses espaços e lugares, a reputação de uma pessoa por manter um alto nível de integridade e dedicação no trabalho atrairá outras pessoas para ela em relacionamentos de respeito que criam oportunidades para inúmeros contatos evangelísticos. Às vezes, para conduzir as pessoas à vida que Deus deseja para toda a humanidade, o que é mais necessário não é falar explicitamente a respeito Dele. É essencial nos lembrarmos dessa realidade e fazer com que as pessoas ao nosso redor também se lembrem disso. 

Se fizéssemos um cálculo de todas as histórias da Bíblia que tratam de fiéis seguidores de Deus, ficaríamos surpresos ao ver quantas histórias falam sobre pessoas comuns que viveram a fé na vida cotidiana. A Bíblia revela que a missão de Deus se destina a todas as pessoas e que qualquer um pode participar dessa missão. Para isso, não é necessário que alguém abandone a carreira em uma área que não seja o trabalho na igreja. De fato, na maioria dos casos, o que é necessário é que mais cristãos vejam seu local de trabalho como seu campo missionário. Esse entendimento nem sempre exige que eles evangelizem abertamente seus colegas de trabalho. Muitas vezes significa apenas que devem trabalhar com honestidade e integridade, permitindo que os relacionamentos que surgem dessa abordagem floresçam naturalmente. Há uma grande chance de que as pessoas que adotam essa abordagem se encontrem periodicamente em situações que exigem coragem e decisões que tenham um impacto muito além delas mesmas. Viver em um relacionamento com Deus nos preparará para tais situações. 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

Como igreja, devemos orar regularmente por aqueles que vivem em lugares em que é perigoso falar abertamente sobre a fé e manifestá-la publicamente. Também devemos orar para que Deus dê às pessoas que vivem nesses lugares a coragem de viver sua fé por meio de expressões apropriadas em seus ambientes. Além disso, devemos interceder regularmente diante do trono da graça por aqueles que têm a liberdade privada, orando para que de alguma forma, por meio de sua influência, possam vislumbrar o amor de Deus e a vida que Ele deseja para toda a humanidade. Seria muito valioso reservar uma semana a cada mês na igreja para uma oração mais intencional nesse sentido. 

Juntos, devemos encorajar de maneira inovadora todos os seguidores de Deus que não são obreiros da igreja. Precisamos reconhecer o serviço que desenvolvem por meio das diferentes vias de influência. A igreja também deve investir em treinamento que se concentre em ajudar os membros a ver como seu trabalho pode ser um ambiente missionário sem necessariamente exigir testemunho explícito. A Associação Geral possui recursos e equipes que estudaram especificamente e praticaram abordagens missionárias de “fazer tendas” (inspiradas em Paulo; At 18:3) e disponibilizam pessoas que realizam esses treinamentos. Haveria uma mudança drástica na maneira pela qual o evangelho é espalhado pelo mundo se considerássemos, em espírito de oração e com maior intencionalidade, como os membros da igreja, em seus empregos regulares, podem ser orientados para a missão.

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Senhora Anatomia

Gana l Nancy

Abigail não sabia o que fazer.

Mais do que tudo, ela queria ser enfermeira.

Mas ela precisava trabalhar para pagar os estudos e parecia não ter tempo suficiente para se preparar para as aulas.

Ela tinha acabado de começar o primeiro ano na Escola Adventista do Sétimo Dia de Formação em Enfermagem e Obstetrícia em Gana.

As aulas de anatam ia e fisiologia eram especia I mente difíceis.

À noite, Abigail chorava porque não entendia anatomia e fisiologia.

Quando acordava de manhã, ela chorava novamente.

Ela estava matriculada em 8 matérias e, com sua carga de trabalho, não tinha muito tempo para os deveres de casa. Ela orava desesperadamente a Deus pedindo ajuda para passar nas matérias, especia I mente anatomia e fisiologia.

Após dar a primeira prova, o professor disse à classe: "A nota mais alta foi 75".

Abigail suspirou e pensou: "Ah! Então, eu tirei 35".

O professor não disse quem havia tirado a maior nota.

No dia seguinte, quando as provas com as notas foram devolvidas aos alunos, Abigail viu que tinha tirado 75. Ela não conseguia acreditar.

Uma colega de classe que estava sentada perto sussurrou: "Quanto você tirou?" Abigail mostrou a ela o papel.

Então, foi você que tirou a maior nota!", a colega exclamou.

Abigail ficou envergonhada. "Por favor, não diga a ninguém", pediu ela.

"Tudo bem, não contarei", disse ela.

O segredo de Abigail foi revelado para a classe quando ela tirou 100 na prova de meio de semestre.

O professor a colocou na frente da sala.

"Você tirou a maior nota na primeira prova", disse ele. "Você tirou a maior nota na segunda prova. E agora você tirou 100 na prova de meio de semestre. Não se esconda mais na sala. Quando eu fizer perguntas, sinta-se à vontade para respondê-las."

Abigail começou a falar na sala. Quando o professor fazia uma pergunta, ela não se importava em responder. Às vezes, ela nem levantava a mão, apenas respondia.

Em pouco tempo, seus colegas de classe lhe deram um apelido: "Senhora Anatomia". Abigail não se importava com seu novo nome. Ela apenas sorria quando seus colegas de classe a chamavam de Senhora Anatomia. Ela sorriu ainda mais quando recebeu sua prova final na sala. Foi uma nota perfeita.

Abigail credita a Deus por ajudar em anatomia e fisiologia e em todas as suas matérias. Hoje, ela está na metade do curso de três anos de enfermagem e tem a maior média cumulativa de notas de qualquer aluno da faculdade. Ela também recebeu uma bolsa de estudos parcial, tirando um pouco da pressão para trabalhar.

"É Deus", disse ela. "Não sou eu. É Deus."

Após ir à semana de ênfase espiritual no campus, Abigail decidiu que gostaria de ser batizada e entrar para a Igreja Adventista. Ela ama muito a Deus de todo o coração e quer viver para Ele.

Mas ela enfrenta resistência em casa. Uma parente próxima que pertencia a outra denomina­ção chamou isso de pecado.

Abigail não sabe para quem se virar, a não ser para Deus. Ela está pedindo ajuda a Deus. Ela tem a certeza de que o Deus que a ajudou a tirar boas notas vai ajudá-la a servi-Lo fielmente agora e para sempre.

Ore por Abigal enquanto ela busca a vontade de Deus em sua vida. Ore por todos os 770 alunos da Escola Adventista do Sétimo Dia de Formação em Enfermagem e Obstetrícia. Parte da oferta deste trimestre ajudará a expandir a faculdade, que abriu com 22 alunos em 2075, com novas salas de aula e dormitórios. A demanda excede em muito a disponibilidade para novos alunos na faculdade, onde apenas 30 por cento dos alunos são adventistas. Obrigado por sua oferta generosa.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

Após compartilhar a história missionária sobre a jornada de Abigail até Cristo na faculdade. peça que a classe da Escola Sabatina considere esta pergunta da lição dos adultos desta semana: "Como você conheceu Jesus e as preciosas três mensagens angélicas? Faça uma lista com três bênçãos espirituais que você vivenciou com Jesus em sua vida pessoal" (ver quinta-feira, 14 de dezembro). Alguém na classe enfrentou um conflito familiar como Abigail? Quais conselhos você daria para Abigail enquanto ela busca aprofundar sua fé?

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2023

Tema geral: Missão de Deus, minha missão

Lição 12 – 16 a 23 de dezembro

Ester e Mordecai

Autor: Marcelo Ferreira Cardoso

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Objetivo geral: Ressaltar a importância de ser instrumentos de Deus em qualquer situação, até mesmo em terras estrangeiras e em contextos hostis ao evangelho.

 

Objetivos específicos:

  • Analisar as melhores circunstâncias em que devemos ser não apenas testemunhas do Senhor, mas acima de tudo fiéis, mesmo em condições desfavoráveis.
  • Compreender como não nos rendermos às pressões externas quando estamos fora do nosso ambiente religioso, social e cultural, apresentando-nos como testemunhas fiéis a Deus.
  • Examinar os efeitos da história de Ester e seu testemunho em nossa vida, inspirando nos verdadeiros cristãos fidelidade aos princípios divinos no tempo do fim.

Introdução

Qual é o real propósito da existência e permanência do Livro de Ester no cânon hebraico? Ele se destina apenas a apresentar relatos históricos ou há alguma aplicação direta para nossa vida como cristãos atualmente? Mesmo sendo o único livro da Bíblia que não traz referências ao nome de Deus, ainda assim contém alguma relevância para cristãos na atualidade? Esses são questionamentos que ainda intrigam muitos comentaristas (REID, Debra. Tyndale Old Testament Commentaries: Esther, An Introduction Commentary. Downers Grove: Inter-Vasity Press, v. 13, 2008, p. 50).

A verdade é que a história de Ester nos leva a uma importante reflexão de como a fidelidade das pessoas ao Criador, e a conexão direta delas com o Senhor, impactam de forma positiva a sociedade e deixam marcas indeléveis naqueles que são atingidos diretamente por seus testemunhos pessoais. A Bíblia não apresenta somente a convicção da fé de Ester, mas de todo um povo que lutou por sua fé nesse contexto. O modelo visto nessa narrativa deve se estender de forma significativa na experiência do povo do Senhor no tempo do fim, um período em que cada vez mais se exigirá um grau de fidelidade parecido com aquele apresentado pelos protagonistas da maravilhosa história de Ester.

O relato sobre Ester e Mordecai faz parte de uma coletânea de histórias apresentadas nas Escrituras Sagradas envolvendo fidelidade, escolha e salvação. A história de Ester estimula os professos seguidores de Cristo a pensar em sua vida prática como cristãos, em um tempo em que somos chamados a expressar as nossas convicções por meio de nossas atitudes e das nossas ações, que vão além da mera teoria.

Parte 1 – Os desafios do cristão

Você já se imaginou alguma vez vivendo em um ambiente totalmente hostil em relação a sua condição como cristão? Seja em um país estrangeiro, onde os costumes e a cultura popular são completamente diferentes da sua realidade, ou talvez dentro do seu próprio país, em locais de trabalho ou estudos (colégios ou faculdades) extremamente secularizados, em que a maioria das pessoas não compartilha da mesma fé e cosmovisão que as suas, além de se colocarem em oposição direta às suas crenças, princípios e valores?

Essa era a realidade de Mordecai e Ester, eles eram judeus e viviam sob o jugo do domínio da Média Pérsia. Apesar do decreto do rei Ciro, no ano 538 a.C., que autorizava o povo judeu a retornar à sua terra natal e reconstruir Jerusalém, algum tempo depois dessa ordem, vemos que os personagens da história de Ester optaram por permanecer em terras estrangeiras, talvez por já se encontrarem adaptados à sociedade local. Essa escolha não implicou em submissão ao paganismo, pois eles se mantiveram fiéis aos seus princípios.

Contudo, mesmo nessas condições, os dois continuavam a fazer parte de uma nação exilada, vivendo longe da terra de seus pais e cercados por costumes e crenças que iam de encontro ao que criam e professavam. Os judeus estavam sujeitos aos caprichos de seus dominadores pagãos, onde viviam uma suposta liberdade, porém a fé era colocada à prova a todo momento. Eram sempre vistos como estrangeiros e pessoas inoportunas, não completamente inseridas nos costumes locais. A prova disso é que Ester escondeu a sua nacionalidade judia no harém do palácio real de Assuero (Et 2:10).

Em uma situação tão difícil como essa, por que os judeus se arriscavam a ter uma vida tão diferente da sociedade persa, o que, pela lógica humana, não fazia sentido? Talvez fosse muito mais fácil se conformar com as exigências de um povo pagão, assimilando sua cultura e costumes idólatras, renunciando a obediência a um Deus que havia permitido que eles fossem levados cativos e exilados de sua terra. Mas essa não foi a escolha de Ester.

A verdade é que a fé do cristão é colocada constantemente à prova em um mundo cada vez mais secularizado. O desafio de testemunhar da nossa fé existe em qualquer contexto geográfico, seja vivendo em outro país como estrangeiros, onde encontramos dificuldades para professar a crença e viver dentro dos padrões bíblicos, seja vivendo no próprio país, onde em ambientes hostis ao evangelho nos sentimos vulneráveis à perseguição e escárnio, chegando ao limite da tentação de renunciar à fé.

O cristão sempre foi e sempre será provado. Neste mundo, somos estrangeiros e muitas vezes somos perseguidos. No tempo do fim, a perseguição se intensificaria ainda mais: “Amados, peço a vocês, como peregrinos e forasteiros que são, que se abstenham das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma” (1Pe 2:11). Portanto, para sermos vencedores, assim como ocorreu com Ester, devemos estar alicerçados nas promessas da Palavra de Deus e na certeza de que o Senhor está no controle de todas as coisas. Ester não confiou em si própria, mas reconheceu suas limitações e depositou sua confiança Naquele que tudo pode (Et 4:16, 17).

Parte 2 – A importância do testemunho

Certa vez ouvi a seguinte frase: “Um testemunho pode salvar alguém ou levá-lo à perdição”. Todos sabem da força e importância que o testemunho pessoal tem na vida de outras pessoas. Jesus afirmou que era melhor que alguém amarrasse uma pedra de moinho ao pescoço e se lançasse ao mar, caso viesse a causar escândalo àqueles que creem Nele (Mt 18:6). Ester achou graça diante de Assuero e assumiu o papel de rainha de seu reino. Isso não ocorreu somente por sua beleza física, mas ela também se sobressaía por uma beleza interna característica de alguém disposta a fazer a vontade do Senhor e seguir Seus retos caminhos.

Ester poderia recusar a missão de salvar seu povo, missão que lhe foi confiada por Mardoqueu, seu primo e pai adotivo? Podemos conjecturar que haveria essa possibilidade e que seria provavelmente muito mais cômodo para ela continuar omitindo o fato de ser judia, pois talvez o decreto não viesse a atingi-la por esse detalhe, visto que ela era a atual rainha. Outro detalhe que devemos lembrar é que, expor-se ao pedido de uma audiência com o rei a colocava em risco de morte, mas a sua coragem e fé não somente a salvou, mas salvou também uma nação inteira. Muitas vezes o cristão precisará se posicionar e ter coragem de assumir a sua fé em um mundo de trevas.

Até hoje é comemorado entre os judeus o livramento divino através da fidelidade e testemunho de Ester, com a chamada Festa do Purim, entre o 14º dia e o 15º dia do mês de adar (entre fevereiro e março). O povo judeu lembra desse feito histórico e, tradicionalmente, a narrativa de Ester é lida nos lares. Os que se dispõem a fazer a vontade do Senhor em meio à adversidade marcam a história e são honrados por Deus. As atitudes de Ester e Mordecai são lembradas até os nossos dias.

Ellen G. White aponta a importância que o testemunho pessoal tem na vida de pessoas e na salvação de almas: “Devemos reconhecer Sua graça conforme foi revelada por intermédio dos santos homens da antiguidade; mas o que será mais eficaz é o testemunho de nossa própria experiência. Somos testemunhas de Deus ao revelarmos em nós mesmos a atuação de um poder que é divino” (A Ciência do Bom Viver, p. 100).

Conclusão

Ellen G. White chega a dizer que o exemplo de Ester traz experiências probantes que sobrevieram ao povo de Deus em seus dias e que não eram peculiares somente àquele tempo, mas devem se repetir também no fim dos tempos, conforme vemos na forte declaração de Apocalipse 12:17: “O dragão ficou irado com a mulher e foi travar guerra com o restante da descendência dela, ou seja, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Maranata, o Senhor Logo Vem! [MM 2021], p. 30).

Em um mundo secularizado e em convulsão, a todo momento somos desafiados a renunciar nossa fé e abraçar os prazeres desta vida. Porém, Deus ainda tem homens e mulheres como Mordecai e Ester, que se levantam como Suas testemunhas e demostram que ser fiel ao Senhor ainda vale a pena, mesmo que isso implique o risco de perder a própria vida. No fim dos tempos, seremos levados a escolher entre fazer a vontade de Deus ou a dos homens. Quando esse dia chegar, de que lado você estará?

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Marcelo Ferreira Cardoso é casado com Elda Cardoso, cirurgiã-dentista, e pai de dois maravilhosos filhos, Rafael e Helena Cardoso. Graduou-se em Teologia no UNASP-EC (2000), é mestre (2018) e doutorando em Ciências das Religiões pela FUV – Faculdade Unida de Vitória. No início de seu ministério, trabalhou como capelão no Colégio Adventista de Taguatinga, DF (2001), foi pastor distrital em Araguatins, TO (2002-2003) e Formosa, GO (2004). Atuou também como evangelista na Associação Paulista Sul (2005-2008) e União Sul-Brasileira (2009-2016). Atualmente, é professor de Teologia e coordenador da área aplicada do SALT com sede na Faculdade Adventista do Paraná.

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