Lição 6
03 a 09 de fevereiro
Eu Me levantarei
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Jr 6
Verso para memorizar: “Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos necessitados, Eu Me levantarei agora, diz o Senhor, e porei a salvo aquele que anseia por isso” (Sl 12:5).
Leituras da semana: Sl 18:3-18; 41:1-3; Dt 15:7-11; Sl 82; 96:6-10; 99:1-4; Rm 8:34

Em todas as épocas, incluindo a nossa, o mal, a injustiça e a opressão têm assolado a Terra. Os salmistas também viveram tempos assim. Dessa forma, entre outras coisas, os salmos são também protestos de Deus e dos salmistas contra a violência e a opressão no mundo. 

Sim, o Senhor é longânimo e retém Sua ira em Sua grande tolerância, não querendo que ninguém pereça, mas que todos se arrependam e mudem seus caminhos (2Pe 3:9-15). E embora o tempo apropriado de Deus para Sua intervenção nem sempre coincida com as expectativas humanas, o dia do juízo está próximo (Sl 96:13; 98:9). Só precisamos con- fiar Nele e em Suas promessas, até que esse dia chegue. 

Somente o Criador, cujo trono é fundado na retidão e na justiça (Sl 89:14; 97:2), pode oferecer, com Seu juízo soberano, estabilidade e prosperidade ao mundo. O aspecto duplo do juízo divino inclui a liberta- ção dos oprimidos e a destruição dos ímpios (Sl 7:6-17). 

Essa libertação foi prometida, e isso acontecerá em breve, mas no tempo de Deus, não no nosso, um ponto que o salmista enfatizou. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Download iOS Download Android


Domingo, 04 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 7
O Guerreiro majestoso

1. Leia os Salmos 18:3-18; 76:3-9, 12; 144:5-7. Como o Senhor é retratado nesses textos? O que essas imagens transmitem sobre a prontidão de Deus para libertar Seu povo? 

Esses hinos louvam ao Senhor por Seu incrível poder sobre as forças malignas que ameaçam Seu povo. Eles retratam Deus em Sua majestade como Guerreiro e Juiz. A imagem de Deus como Guerreiro é frequente nos salmos e destaca a severidade e a urgência da resposta divina aos clamores e sofrimentos de Seu povo. 

“O Altíssimo levantou a Sua voz, e houve granizo e brasas de fogo. Atirou as Suas flechas e espalhou os meus inimigos; multiplicou os Seus raios e os dispersou. Então se viu o leito das águas, e se descobriram os fundamentos do mundo, pela Tua repreensão, Senhor, pelo sopro impetuoso das Tuas narinas” (Sl 18:13-15). 

A determinação absoluta e a magnitude da ação divina deve dispersar qualquer dúvida sobre o grande cuidado e a compaixão de Deus pelos sofredores ou sobre Sua capacidade de derrotar o mal. Só precisamos esperar que Ele faça isso. 

Mesmo quando o povo de Deus, como Davi, estava envolvido em guerras, a libertação não veio por meios humanos. Em suas batalhas contra os inimigos do povo de Deus, o rei louvou o Senhor como o Único que alcançou todas as vitórias. Teria sido fácil para Davi levar o crédito pelo que aconteceu, por seus sucessos e triunfos, mas esse não era seu estado de espírito. Ele sabia de onde vinha a Fonte de seu poder. 

Embora Davi afirmasse que o Senhor treinava suas mãos para a guerra (Sl 18:34), em nenhum dos salmos ele confiou em suas habilidades de batalha. Em vez disso, o rei declarou que o Senhor lutava por ele e o libertava (Sl 18:47, 48). 

Em Salmos, o rei Davi, que era conhecido como um guerreiro bem-sucedido, assumiu seu papel como músico habilidoso e louvou ao Senhor como único Libertador e Sustentador de Seu povo (Sl 144:10-15). O louvor e a oração eram as fontes de força de Davi, mais poderosas do que qualquer arma de guerra. Somente em Deus se deve confiar e somente a Ele se deve adorar. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Sejam quais forem os dons, habilidades e êxito que você tem tido, por que deve sempre se lembrar da fonte de todos eles? Que perigo há em se esquecer dessa fonte?
Download iOS Download Android


Segunda-feira, 05 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 8
Justiça para os oprimidos

2. Leia os Salmos 9:18; 12:5; 40:17; 41:1-3; 113:7; 146:6-10. Qual é a mensagem para nós, mesmo no presente? 

Deus demonstra cuidado e preocupação especial pela justiça em relação aos diferentes grupos vulneráveis, incluindo os pobres, necessitados, oprimidos, órfãos, viúvas, viúvos e estrangeiros. Salmos, como a Lei e os profetas, são claros nesse ponto (Êx 22:21-27; Is 3:13-15). Muitos salmos usam a expressão “pobres e necessitados” e evitam representar os oprimidos em termos exclusivamente nacionais e religiosos. Isso é feito para destacar o cuidado universal de Deus por toda a humanidade. 

A expressão “pobres e necessitados” não se limita à pobreza material, mas significa também vulnerabilidade e desamparo. Apela à compaixão divina e transmite a ideia de que o sofredor está sozinho e não tem outro auxílio senão Deus. “Pobre e necessitado” também representa a sinceridade, veracidade e amor daquele que confessa a total dependência de Deus e renuncia a qualquer traço de autossuficiência e autoafirmação. 

Cuidar dos desfavorecidos (Sl 41:1-3) demonstra a fidelidade do povo a Deus. Prejudicar os vulneráveis era pecado particularmente abominável na cultura bíblica (Dt 15:7-11). Os salmos inspiram pessoas fiéis a levantar a voz contra toda opressão. 

Os salmos também destacam a futilidade de fundamentar a confiança nos meios humanos perecíveis como fonte máxima de sabedoria e segurança. O povo de Deus deve resistir à tentação de depositar fé suprema para salvação em líderes e instituições humanas, especialmente quando diferem dos caminhos de Deus. 

Em Sua graça, nosso Senhor Se identificou com os pobres tornando-se Ele mesmo pobre, para que, por meio da Sua pobreza, muitos se tornassem ricos (2Co 8:9). As riquezas de Cristo incluem a libertação de toda opressão trazida pelo pecado, e Ele nos promete a vida eterna no reino de Deus (Ap 21:4). Jesus Cristo cumpre as promessas dos salmos como o Juiz divino, que julgará todos os maus-tratos aos necessitados, bem como a negligência do dever para com eles (Mt 25:31-46). 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Quanto pensamos nos “pobres e necessitados” entre nós, e quanto fazemos por eles?
Download iOS Download Android


Terça-feira, 06 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 9
Até quando julgarão injustamente?

O Senhor dotou os líderes de Israel de autoridade para manter a justiça (Sl 72:1-7, 12-14). Os reis deveriam exercer autoridade segundo a vontade divina. A preocupação central dos líderes devia ser garantir a paz e a justiça e cuidar dos desfavorecidos. Só então a terra e o povo prosperariam. O trono do rei se fortalece pela fidelidade a Deus, não pelo poder humano. 

3. Leia o Salmo 82. O que acontece quando os líderes pervertem a justiça e oprimem aqueles aos quais são encarregados de proteger? 

No Salmo 82, Deus declara Seus juízos sobre os juízes corruptos de Israel. Os “deuses” (Sl 82:1, 6) não são deuses pagãos nem anjos, pois esses nunca foram encarregados de fazer justiça ao povo de Deus e, portanto, não poderiam ser julgados por não cumprir isso. As acusações listadas no Salmo 82:2-4 ecoam as leis da Torá, identificando os “deuses” como os líderes de Israel (Dt 1:16-18; 16:18-20; Jo 10:33-35). Deus questiona os “filhos dos homens”, se eles julgam com justiça, e anuncia sua punição, pois foram considerados injustos. Os líderes vagueiam nas trevas sem conhecimento (Sl 82:5), porque abandonaram a lei de Deus, a luz (Sl 119:105). 

As Escrituras sustentam firmemente a visão de que o Senhor é o único Deus. Ele compartilha Seu governo no mundo com líderes humanos designados como Seus representantes (Rm 13:1). Quantas vezes, no entanto, esses representantes, no passado e no presente, perverteram a responsabilidade que lhes foi dada? 

O Salmo 82 expõe de forma irônica a apostasia de alguns líderes que acreditavam ser “deuses” acima dos outros. Embora Deus tenha dado a autoridade e o privilégio aos líderes de serem chamados “filhos do Altíssimo” e de representá-Lo, Deus renunciou aos líderes maus e os lembrou de que eram mortais e estavam sujeitos às mesmas leis morais que todos. Ninguém está acima da lei de Deus (Sl 82:6-8). 

Deus julgará o mundo. O povo de Deus também prestará contas a Ele. Os líderes e o povo devem imitar o exemplo do Juiz divino e colocar sua esperança Nele. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Você tem autoridade sobre os outros? Está exercendo essa autoridade com justiça?
Download iOS Download Android


Quarta-feira, 07 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 10
Derrame Sua indignação

4. Leia os Salmos 58:6-8; 69:22-28; 83:9-17; 94:1, 2; 137:7-9. Que sentimentos esses textos transmitem? Quem é o agente de juízo nesses salmos? 

Alguns salmos suplicam a Deus que Se vingue de indivíduos e nações que pretendem prejudicar, ou que já prejudicaram, os salmistas ou seu povo. Esses salmos podem soar desconcertantes devido à sua linguagem dura e aparente discordância com o princípio bíblico de amar os inimigos (Mt 5:44). No entanto, a indignação do salmista diante da opressão é grande. Isso significa que ele considerava o certo e o errado bem mais a sério do que muitas pessoas. Ele se importa, ainda que demasiadamente, com o mal que é feito a si mesmo e aos outros. 

No entanto, em lugar algum o salmista sugeriu ser o agente da vingança. Em vez disso, deixou a retribuição nas mãos de Deus. Os salmos evocam as maldições da aliança divina (Dt 27:9-16) e imploram a Deus que aja conforme prometeu. 

Os salmos são proclamações proféticas sobre o juízo divino iminente; não são apenas orações do salmista. O Salmo 137 reflete os anúncios do juízo sobre Babilônia, como visto nos profetas. A devastação que os babilônios trouxeram para outras nações se voltaria contra eles. Os salmos advertem que o mal não ficará impune para sempre. 

A retribuição divina é medida com justiça e graça. Os filhos de Deus são chamados a orar por aqueles que os maltratam e até mesmo a desejar a conversão deles (Sl 83:18; Jr 29:7). 

Entretanto, ao procurar adequar esses salmos à norma de amor pelos inimigos, não devemos minimizar a agonia expressa neles. Deus reconhece o sofrimento de Seus filhos e lhes anima dizendo que “preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos Seus santos” (Sl 116:15). O juízo divino compele o povo de Deus a levantar a voz contra o mal e buscar a vinda do reino de Deus. Os salmos também dão voz aos sofredores, fazendo-os saber que Deus está ciente de seu sofrimento e que um dia a justiça virá. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Você já teve pensamentos de vingança contra os que fizeram mal a você ou a seus queridos? Esses salmos ajudam a colocar esses sentimentos na perspectiva adequada?
Download iOS Download Android


Quinta-feira, 08 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 11
O juízo do Senhor e o santuário

5. Leia os Salmos 96:6-10; 99:1-4; 132:7-9, 13-18. Onde acontece o juízo divino e quais são as implicações disso para nós? Como o santuário nos ajuda a entender como Deus lidará com o mal? 

O juízo divino está intimamente relacionado ao santuário, o qual era o ambiente onde a compreensão do salmista acerca do problema do mal se transformava (Sl 73:17-20). O santuário era o local designado para o juízo divino, conforme indicado pelo juízo do Urim (Nm 27:21) e pelo peitoral do juízo do sumo sacerdote (Êx 28:15, 28-30). Assim, muitos salmos retratam Deus em Seu trono no santuário pronto para julgar o mundo por seu pecado e maldade. No santuário, o plano da salvação foi revelado. No paganismo, o pecado era entendido principalmente como uma mancha física, a ser eliminada por ritos mágicos. Em contraste, a Bíblia apresenta o pecado como violação da lei moral. A santidade de Deus significa que Ele ama a justiça e a retidão. Da mesma forma, os fiéis devem buscar a justiça e a retidão e devem adorá-Lo em Sua santidade. Para isso, devem guardar a lei de Deus, que é uma expressão de Sua santidade. 

O santuário é o lugar do perdão dos pecados e da restauração da justiça, conforme indica o propiciatório do trono de Deus e os “sacrifícios de justiça” (Dt 33:19; Sl 4:5). 

No entanto, o “Deus perdoador” Se vinga das ações perversas dos impenitentes (Sl 99:8). O santuário é o lugar do juízo divino. As implicações práticas disso se veem na constante consciência da santidade de Deus e nas exigências de uma vida justa de acordo com os requisitos da aliança divina. 

O juízo do Senhor a partir de Sião resulta no bem-estar dos justos e na derrota dos iníquos (Sl 132:13-18). O santuário nutria as expectativas jubilosas da vinda do Senhor como Juiz, especialmente durante o Dia da Expiação. Da mesma forma, os salmos fortalecem a certeza da chegada iminente do Juiz divino (Sl 96:13; 98:9), a saber, Jesus Cristo no santuário celestial (Ap 11:15-19). 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

O que Cristo está fazendo no santuário celestial é boa notícia para nós? (Rm 8:34)
Download iOS Download Android


Sexta-feira, 09 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 1
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 10-15, 24-28 (“As bem-aventuranças”). Os salmos são protestos contra a indiferença à injustiça; são uma recusa em aceitar o mal. Eles não são motivados por desejo de vingança, mas por um zelo em glorificar o nome de Deus. É apropriado que os justos se regozijem quando virem a vingança divina contra o mal, porque assim o nome de Deus e Sua justiça serão restaurados no mundo (Sl 58:10, 11). Os salmos compelem as pessoas a erguer a voz contra o mal e a buscar a vinda do reino de Deus em sua plenitude. Nos salmos, recebemos a certeza do conforto e libertação divinos. O Senhor Se levantará! 

“‘Quando, por Minha causa, os insultarem e os perseguirem’, [...] ‘alegrem-se e exultem’ (Mt 5:11, 12). E apontou aos Seus ouvintes, ‘como exemplo de sofrimento e de paciência’ (Tg 5:10), os profetas que falaram em nome do Senhor. Abel, o primeiro cristão dos filhos de Adão, morreu como mártir. Enoque andou com Deus, e o mundo não o conheceu. Noé foi escarnecido como fanático e alarmista. ‘Outros, por sua vez, passaram pela prova de zombarias e açoites, [e] até de algemas e prisões’. E ‘alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição’” (Hb 11:36, 35; Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo [CPB, 2022], p. 27). Perguntas para consideração 1. A existência do mal leva alguns a perguntar se o Senhor realmente reina. Como cultivar a fé que resiste sob a tentação? Em que devemos nos concentrar para manter a fé no amor e no poder de Deus? O que a cruz nos diz sobre o caráter de Deus? 2. Por que é importante não confiar nos meios humanos (líderes, instituições e movimentos sociais) como a sabedoria e a solução definitivas para a justiça no mundo, mas confiar unicamente na Palavra e no juízo divinos? 3. Quais são as implicações práticas da verdade de que o santuário é o lugar do juízo? 4. Como entender a linguagem dura de alguns salmos? Essa linguagem nos ajuda a nos relacionarmos com a humanidade daqueles que os escreveram? 

Respostas e atividades da semana: 1. Eles retratam Deus em Sua majestade como Guerreiro e Juiz. Deus tem urgência e poder para libertar Seu povo. 2. Deus está atento aos pobres e necessitados. Devemos cuidar deles também. 3. Andam em trevas, mas Deus os julgará. 4. Sentimentos de vingança. Deus é o Juiz e julga com justiça e graça. 5. No santuário. O povo de Deus deve buscar a justiça e a retidão e deve adorá-Lo em Sua santidade.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Resumo da Lição 6
Eu Me levantarei

ESBOÇO

Introdução: Na lição 4, exploramos o conceito de que Deus é nosso abrigo, refúgio, torre e fortaleza. Essas metáforas representam a verdade bíblica de que o Senhor está sempre ao lado de Seus filhos fiéis, oferecendo proteção e cuidado. Nesta semana, estudaremos uma imagem semelhante: nosso Deus como um poderoso Guerreiro, que luta em favor de Seus filhos. Também vamos analisar essa ideia no contexto da opressão social, tão comum nos tempos bíblicos quanto (infelizmente) nos nossos. O tema da opressão social, um assunto bastante destacado nos livros proféticos do Antigo Testamento, está presente ao longo do Livro dos Salmos. Embora o abuso de pessoas por parte de líderes políticos nos cause angústia, temos esperança: sem dúvida alguma, o Senhor é a defesa dos humildes. 

COMENTÁRIO

Opressão social

A lei mosaica ordenava que o povo de Deus cuidasse de maneira especial de três grupos de pessoas: estrangeiros, órfãos e viúvas (Dt 10:18; 14:29; 16:11, 14; 24:17-20; 26:12, 13; 27:19). Geralmente essas pessoas não tinham uma fonte de renda estável; muitas vezes não possuíam terras que pudessem ser trabalhadas ou lavradas para sustentar suas famílias. A orientação divina era que esses cidadãos marginalizados e imigrantes deve- riam encontrar lugares em que seus serviços pudessem ser contratados ou, pelo menos, receber permissão para recolher as sobras de frutas e cereais atrás dos ceifeiros (veja Rt 2:6-8). Essas pessoas não tinham proteção familiar. Dada a sua vulnerabilidade, pode- mos compreender por que negligenciar viúvas, órfãos e estrangeiros era considerado um dos pecados mais graves da sociedade na época do Antigo Testamento. Os profetas admoestavam regularmente o povo a cuidar dessa classe desfavorecida (Is 1:17, 23; Jr 7:6; 22:3; Ez 22:7; Zc 7:10). 

Por essa razão, o salmista descreveu o Senhor como “Pai dos órfãos e juiz das viúvas” (Sl 68:5). A promessa do Saltério é: “O Senhor protege o estrangeiro e sustém o órfão e a viúva, mas frustra o propósito dos ímpios” (Sl 146:9, NVI; compare com Sl 10:14). Nosso Deus é o Deus dos oprimidos e dos excluídos. 

Hoje, muitos países e regiões têm programas sociais que auxiliam grupos de pessoas como órfãos e viúvas. Esses programas oferecem oportunidades para ajudar os pobres e necessitados a obter mais qualidade de vida. Alguns governos fornecem também a assis- tência financeira muito necessária. Mas mesmo dentro da igreja sempre há mais pessoas necessitadas do que o sistema pode sustentar. Hoje em dia, além da pobreza, prevalecem outras formas de abuso e opressão, como bullying e violência de diversos tipos. Como cristãos, devemos identificar as vítimas de opressão e injustiça e ajudá-las. Devemos nos comprometer fielmente a encontrar maneiras de atender às necessidades dessas pessoas. 

A imigração é outra questão desafiadora em muitos países ao redor do mundo. Ela tem sido um problema desde o início da história da humanidade. As pessoas sempre procuraram lugares melhores para viver e se desenvolver. Nós somos as mãos de Deus: Ele nos pede que apoiemos e socorramos os perdidos, extraviados, estrangeiros e marginalizados de nossa sociedade. Devemos convidar os membros desses grupos a fixar os olhos Naquele que é o Defensor dos órfãos e imigrantes. 

Deus, o Guerreiro divino 

Existe uma metáfora poderosa sobre Deus que está presente no Antigo Testamento e, em menor grau, no Novo Testamento e que não é muito popular entre os cristãos hoje em dia: Deus como Guerreiro. Essa ideia pode parecer bastante dura ou militarista para uma cultura que prefere as expressões de Deus relacionadas ao Seu amor, misericórdia, inclusão e paz. 

“Senhor dos Exércitos” é uma representação comum do caráter de Deus (Js 5:14; 1Sm 1:11; 4:4; 17:45; 2Sm 7:26; Jr 10:16; 31:35; 32:18; Am 5:16). Essa expressão descreve o Criador como o Comandante dos exércitos celestiais, que está envolvido em um conflito contra os poderes do mal. No entanto, a Palavra de Deus também O descreve como um Guerreiro: “O Senhor é homem de guerra” (Êx 15:3); “O Senhor sairá como valente, despertará o Seu zelo como homem de guerra” (Is 42:13). 

O salmista invocou essa metáfora no Salmo 18:3-19. Ele afirmou ter sido liberto (Sl 18:3) de um “forte inimigo e dos que” o “odiavam, pois eram mais poderosos do que” ele (v. 17). Yahweh foi descrito como um Guerreiro que luta em favor de Seu servo e como um vencedor que, montado em Seu cavalo de guerra, empunha Suas armas contra os opressores de Seu povo. Leia atentamente o Salmo 18:7 a 15. Esse texto descreve quatro cenários: 

Salmo 18:6-8: O Guerreiro divino está em Seu castelo (Seu templo celestial) e é levado a manifestar uma ira justa em favor de Seu servo depois de ouvir a oração dele. O Guerreiro divino reage com furor em defesa de Seu servo (Sl 18:8). 

Versos 9-12: A descrição do Guerreiro divino, que cavalga em uma magnífica demonstração de poder, é impressionante. Essa imagem gerou confiança no coração do servo do Guerreiro. Certamente, nosso Deus não é fraco. 

Versos 13-15: Nesses versos, lemos acerca de um ataque armado feito por um Guerreiro (o próprio Deus), junto com Suas terríveis munições: granizo, fogo, flechas e relâmpagos. Essa ilustração do Guerreiro, com Seu arsenal meteorológico, indica um poderoso Soldado que, furioso com a injustiça e a opressão, luta bravamente e com justiça em favor de Seu servo fiel. 

Versos 16-19: Aqui lemos sobre a libertação do servo: o Guerreiro o resgata, emancipa e sustenta. “Trouxe-me para um lugar espaçoso” (Sl 18:19), isto é, “Ele me deu total libertação” (NVI). 

Que descrição incrível e detalhada da obra do Senhor em favor de Seus filhos nas circunstâncias mais difíceis! Essa compreensão do caráter de Deus é capaz de transformar o mundo e a igreja. As pessoas oprimidas e perseguidas podem descansar na certeza de que Deus está lutando por elas.

Repreensão aos líderes 

O Salmo 82 constitui uma forte repreensão aos líderes que têm – mas falham em exercer – a influência e o poder para mudar a situação dos “fracos e dos órfãos”, os “aflitos e desamparados” (Sl 82:3). 

O salmo descreve uma reunião celestial na qual os líderes são censurados por sua negligência e indiferença para com os oprimidos. O salmista pergunta: “Até quando julgarão injustamente e tomarão partido pela causa dos ímpios?” (Sl 82:2). Será que alguns líderes atuais são menos culpados desses pecados? O sofrimento dos pobres e necessitados não é resultado da corrupção? Além disso, nosso próprio egoísmo e ganância não nos levam a nos concentrar em nós mesmos e em nossa família e nos esquecer das pessoas ao nosso redor que precisam de nosso apoio? A caridade deve começar em casa, dentro de nossa própria família e vida. Devemos ensinar nossos filhos a ser sempre gentis e generosos com os necessitados. 

O salmista, usando uma figura de linguagem, nos lembra de que somos “deuses” e “filhos do Altíssimo” (Sl 82:6). Deus criou os seres humanos à Sua imagem e semelhança (Gn 1:26), o que significa que somos seres inteligentes que possuem consciência moral. Portanto, devemos apoiar os aflitos, estrangeiros e necessitados. Seja qual for a nossa esfera de influência – a vizinhança ou o local de trabalho –, devemos nos esforçar para sermos fonte de auxílio para os necessitados. 

O juízo divino 

A lição de quinta-feira nos convida a considerar a situação dos oprimidos dentro do contexto do juízo final, que ocorre no santuário celestial (Sl 96:6-10; 99:1-4; 132:7-9, 13-18), e no contexto do grande conflito entre Deus e Satanás, conforme retratado especialmente nos livros de Daniel e Apocalipse. 

Daniel 7 revela dois objetivos do juízo pré-advento que acontece no Céu: punir o opressor (Dn 7:26) e vindicar o oprimido (Dn 7:22). O juízo confirma que as ações de Deus favorecem os justos. 

De acordo com o livro do Apocalipse, o juízo ocorre no santuário celestial. Em Apocalipse 6, o profeta contempla a visão simbólica das “almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus” e que estão “debaixo do altar” celestial (Ap 6:9). Elas recebem vestes brancas enquanto esperam a ação final do Senhor para resgatá-las da morte. 

Apocalipse 8 descreve sete trombetas (Ap 8:2) que são dadas aos sete anjos que estão perto do altar de ouro, localizado “diante do trono” de Deus (Ap 8:3). As trombetas são um símbolo do juízo do Criador contra os poderes que perseguiram o povo de Deus ao longo da história humana (compare com os sete selos de Ap 6 e 7). O santuário celestial é o lugar em que o Senhor age em favor de Seu povo para salvá-lo e protegê-lo de seus opressores. Portanto, não é por acaso que as sete últimas pragas saem do templo celestial, a sede do juízo divino (Ap 15:5, 6). 

Assim, quando o livro dos Salmos expressa a certeza de que os crentes podem orar ao Senhor em busca de livramento, essa é uma grave acusação contra os opressores do povo de Deus e, ao mesmo tempo, uma fonte de fé para os oprimidos. “Vamos para a habitação do Senhor! Vamos adorá-Lo diante do estrado de Seus pés! Levanta-Te, Senhor, e vem para o Teu lugar de descanso, Tu e a arca onde está o Teu poder” (Sl 132:7, 8, NVI). 

A verdade bíblica contida nesse versículo revela um fato sobre o qual faríamos bem em meditar como crentes fiéis. Sim, devemos fazer tudo que está ao nosso alcance para ajudar e sustentar os necessitados, as viúvas, os órfãos e outros grupos de pessoas vulneráveis. Mas devemos ter sempre em mente que a solução completa e definitiva para toda opressão e sofrimento virá do Céu. Não devemos ser enganados pela ideia de que a igreja pode alcançar a justiça social na Terra, ou que o objetivo principal da igreja é travar batalhas políticas na tentativa de resolver todas as injustiças do mundo. Esse tipo de problema complexo só pode ser plenamente resolvido pelo Senhor dos Exércitos. Nossa fé deve estar centrada na promessa de que Deus agirá em nosso favor, e não na força ilusória do poder humano, que é, na melhor das hipóteses, apenas uma miragem. 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

Deus é o abrigo e refúgio das pessoas que estão em dificuldade; mas Ele também é o Guerreiro divino que luta pelos oprimidos. Além disso, é um Líder proativo. De maneira semelhante, devemos ser proativos ao enfrentar os problemas sociais com os quais nos deparamos hoje no mundo. É verdade que não podemos solucionar todos esses problemas, mas podemos nos esforçar para exercer impacto positivo em nossa comunidade e na vida das pessoas vulneráveis e oprimidas que estão ao nosso redor: pobres, marginalizados e perseguidos. Podemos fazer um trabalho relevante e transformador para aquelas minorias que foram marginalizadas pela sociedade, assim como Jesus fez em favor dos cobradores de impostos, pecadores (Mt 9:10), prostitutas (Lc 7:37-39) e pessoas excluídas (Mt 15:21-28) de Sua época. 

A repreensão do salmista aos líderes políticos e da comunidade (Sl 82) também se dirige a nós caso sejamos indiferentes ao sofrimento ou às injustiças da sociedade ao nos recusarmos a lidar com elas e tentar amenizá-las. Por último, devemos lembrar que a solução definitiva para os males de nosso mundo injusto virá do santuário celestial. Façamos a nossa parte, confiando no Guerreiro divino, que trará a vitória final da justiça. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Renovadores de casas

Twinkle e Milind | Índia

Um designer de interiores pode ser uma testemunha do Céu? Um casal sentiu tanto que estava sendo chamado para compartilhar Jesus por meio do design de interiores que deixou carreiras corporativas confortáveis para iniciar um negócio próprio na Índia.

O casal, Twinkle e Milind, começou a trabalhar com entusiasmo quando assinou seu primeiro contrato em uma das maiores cidades da Índia, Bengaluru. Pais ricos pediram a reforma do quarto de seu filho de 13 anos, Arnav.

Enquanto Twinkle e Milind ouviam os desejos da mãe para o quarto, parecia que ela queria mais do que uma reformulação. Ela estava procurando por um milagre. Arnav era um menino hiperativo, e a mãe esperava que um novo quarto o acalmasse. Além disso, ela não conseguia dormir no quarto já seis anos, e, às vezes, queria dormir lá com o filho. “É impossível para mim dormir lá”, disse ela. “Não sei por quê.”

Twinkle e Milind não sabiam o que fazer com o quarto, mas sabiam por onde começar. Eles se ajoelharam e oraram a Deus.

“Querido Deus, por favor, dê-nos ideias sobre quais cores usar para pintar o quarto e como podemos decorá-lo para a Sua glória”, Twinkle orou.

Então, o casal arrastou tudo para fora do quarto. Eles carregaram a cama e o criadomudo do menino e removeram as estantes. Nas prateleiras, eles encontraram imagens e também as removeram.

Twinkle e Milind se perguntaram o que fazer com as imagens. Arnav e sua mãe adoravam as imagens, mas o pai era um ateu que não acreditava em nenhum deus. Quando o pai viu as imagens sendo carregadas, ele disse: “Por que você simplesmente não embrulha essas imagens em jornal velho e as joga fora?” Twinkle e Milind acharam que era uma boa ideia. Eles embrulharam as imagens em jornal velho e jogaram fora.

Então, repintaram o quarto. Quando terminaram, colocaram fotos emolduradas de versículos da Bíblia e outras citações inspiradoras nas paredes e no criado-mudo. Uma foto emoldurada dizia: “Você foi feito de um modo assombroso e maravilhoso”. A imagem não dizia que a citação veio do Salmo 139:14 da Bíblia. Outra foto emoldurada dizia: “Você é a obra-prima de Deus”, uma paráfrase de Efésios 2:10. Uma terceira foto dizia simplesmente: “Você é amado”.

Arnav e seus pais ficaram encantados com o novo quarto. Algum tempo depois, a mãe enviou uma mensagem de texto agradecida para Twinkle. “Estamos vendo mudanças positivas no comportamento de Arnav, e posso entrar em seu quarto”, escreveu ela. “Sinto paz no quarto dele.” Ela acrescentou que conseguiu dormir no quarto pela primeira vez em seis anos

Twinkle e seu marido ficaram emocionados com a notícia. “A Bíblia promete: 'Minha palavra... não voltará para mim vazia'”, disse Twinkle em uma entrevista, citando Isaías 55:11. “Portanto, todos os dias, quando Arnav lia um versículo, havia uma mudança positiva em seu caráter.”

Desde aquele primeiro quarto, o casal redesenhou muitos cômodos. Eles sempre oram antes de iniciar um novo projeto e nunca deixam uma imagem em uma sala, mesmo que seja parte da decoração da casa. Em vez disso, cada quarto está cheio de versículos da Bíblia. Se um cliente pergunta sobre Deus, eles o colocam em contato com um amigo que dá estudos bíblicos.

Twinkle disse que é bom fazer negócios com Deus. “No momento, nosso negócio é uma missão”, disse ela. “Entramos nas casas como renovadores de casas. Transformamos as casas, não apenas como um espaço, mas também as pessoas que ali vivem. Nós apenas colocamos molduras, e Deus faz o resto.”

Parte da oferta deste trimestre ajudará a construir uma nova Igreja Central Inglesa para a congregação de Twinkle e Milind em Bengaluru, Índia. Obrigado por suas ofertas generosas.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

Faça o download das Postagens da Missão e Fatos Rápidos da Divisão Sul-Asiática: bit.ly/sud-2024.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2024

Tema geral: O Livro dos Salmos

Lição 6 – 3 a 10 de fevereiro

Eu Me levantarei

 

Autor: Ezinaldo Ubirajara Pereira

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos 

Introdução

O verso para memorizar desta semana (Sl 12:5) traz a imagem de Deus Se levantando para salvar “aquele que anseia por isso”. O verbo “levantar” vem da raiz hebraica q?m, que ocorre 629 vezes no Antigo Testamento (BROWN, Francis; DRIVER, S. R.; BRIGGS, Charles A. The Brown-Drives-Briggs Hebrew and English Lexicon. Peabody, MA: Hendrickson Publishers, 1994. p. 877). Muitas vezes, esse verbo está relacionado a Deus (Nm 10:35; Jó 19:25; Sl 3:7; 7:6; 17:13; 44:26; 68:1; 74:22; 82:8; Dn 12:1), trazendo a conotação de juízo, em que Deus Se levanta para salvar ou condenar. No contexto do Salmo 12:5, Deus vai Se levantar para pôr “a salvo aquele que anseia por isso”.

O guerreiro celestial

Deus é apresentado como um Guerreiro nas páginas das Escrituras Sagradas, sendo um dos Seus títulos “o Senhor dos exércitos” (1Sm 1:11; Sl 24:10; Is 29:6). Essa figura de Deus como Guerreiro foi adaptada à realidade de guerra em que Israel vivia, no contexto das nações do Antigo Oriente Médio. A conquista das terras e posses era comum no mundo antigo, sendo essas conquistas travadas em cenários de guerra. Como a nação de Israel estava imersa nesse contexto, a figura de Deus como “o Senhor dos exércitos” era adaptável e comunicável ao povo da época. O título expressa a ideia de que era o próprio Senhor quem guerreava por Israel, pois Ele é o Chefe Supremo dos exércitos de Israel (Js 5:13-15).

Para a igreja, Deus continua sendo o Guerreiro Celestial “contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contras as forças espirituais do mal” (Ef 6:12). As guerras vividas pelo Israel antigo, servem como um tipo da guerra espiritual/cósmica que envolve este mundo desde quando o pecado nele entrou. Quando o exército dos sírios estava cercando Israel, o profeta Eliseu procurou fortalecer a fé de seu moço Geazi com as seguintes palavras: “Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”, e após Eliseu ter feito uma oração “O Senhor abriu os olhos do moço, e o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (2Rs 6:15-17). Essa história ilustra que aquelas guerras representavam uma guerra das forças do bem contra as forças do mal.

Para a nossa defesa nessa batalha, a única segurança está na força do “Senhor dos exércitos”, principalmente no contexto do tempo do fim. Quando as forças político-religiosas marcharem contra o remanescente, o “Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados eleitos e fiéis, que se acham com Ele” (Ap 17:14). A promessa é que “Neste tempo Se levantará Miguel, o grande Príncipe, o defensor dos filhos do teu povo” (Dn 12:1).

O clamor por justiça

O Salmo 88 contrasta o justo juízo de Deus com a justiça corrompida dos homens. Em uma estrutura de paralelismo, o capítulo põe em lados opostos as ações divinas e humanas, como veremos a seguir:

Linha A: v. 1 – Deus assiste na congregação divina; no meio dos deuses estabelece o seu julgamento.

Linha B – v. 2, 3 – Até quando julgareis injustamente e tomareis partido pela causa dos ímpios? Fazei justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e o desamparado.

Linha C – v. 4, 5 – Socorrei o fraco e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. Eles nada sabem, nem entendem; vagueiam em trevas; vacilam todos os fundamentos da Terra.

Linha B’ – v. 6, 7 – Eu disse: sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo. Todavia, como homens, morrereis e, como qualquer dos príncipes, haveis de sucumbir.

Linha A’ – v. 8 – Levanta-te, ó Deus, julga a Terra, pois a Ti compete a herança de todas as nações.

As ações de Deus quanto ao julgamento são descritas nos versículos 1 e 8, em que Deus é apresentado como estabelecendo o julgamento (v. 1), quer dizer, Ele é que tem o controle e preside o juízo (Dn 7:9, 10), e por isso, no fim do juízo, justamente para concretizar a sentença, Ele vai Se levantar (v. 8) para julgar a Terra.

Em contraste, as linhas B, C e B’ apresentam as ações dos ímpios em seu julgamento. No início do versículo 2 é feita a pergunta: “Até quando julgareis injustamente e tomareis partido pela causa dos ímpios?” Imediatamente, segue uma lista de recomendações do que deveria ser feito de forma correta nesse juízo: atender ao fraco, ao órfão, ao aflito, ao desamparado e ao necessitado, justamente as classes de pessoas comentadas pela lição de segunda-feira com seus textos bíblicos referidos. Na linha B’, o destino desses ímpios é traçado, pois julgaram erroneamente. Por isso, sofrerão a penalidade de sua falha justiça: “Como homens, morrereis e, como qualquer dos príncipes, haveis de sucumbir” (v. 7). Somente Deus é o reto juiz, que julga retamente!

O juízo e o santuário

O santuário constitui uma “fortaleza” para os habitantes do Universo (Dn 11:31). Essa designação do santuário demonstra que esse lugar é o centro cósmico de comando e domínio do Senhor. A evidência da centralidade do santuário é que as orações dos santos são dirigidas ao santuário. Além disso, é do santuário que Deus ouve as orações de Seu povo, pois ali é o lugar de Sua habitação (Sl 18:6).

É no santuário celestial que ocorre o processo do juízo, advindo a sentença para cada nome julgado. A justiça de Deus é revelada no contexto do santuário, sendo a Sua misericórdia conhecida e Sua honra vindicada, pelo resultado do juízo que procede do santuário. Por esses motivos, o tema do santuário em Salmos é de consideração inevitável para o estudioso da Bíblia, visto que é no santuário que as questões do grande conflito cósmico são resolvidas.

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Ezinaldo Ubirajara Pereira nasceu na capital de São Paulo. É graduado em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo – campus, Engenheiro Coelho, e Administração de Empresas pela Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ), campus Belém, Pará. Tem pós-graduação em Interpretação Bíblica pelo UNASP-EC. Possui Mestrado em Teologia com ênfase em Antigo Testamento pela Universidad Peruana Unión (UPeU – campus Lima, Peru). Atualmente cursa o programa de Doutorado em Teologia do Antigo Testamento pela UAP (Universidad Adventista del Plata – Libertador San Martin – Argentina). Atuou como capelão e pastor distrital. Hoje é professor na Faculdade Adventista de Teologia do UNASP-EC. É casado com Teresa Ramos Pereira, nascida em Taboão da Serra, SP, mestre em Liderança pela Andrews University. O casal tem dois filhos: Benjamim Dérek, de 6 anos, e Richard Dérek, de 2 anos.