Imagine que sua filha está viajando para casa, vindo da faculdade para passar as férias de verão. Enquanto você espera que ela chegue, monitora com ansiedade os boletins meteorológicos. Você se preocupa quando o cli- ma piora rapidamente. Nuvens de tempestade pairam no horizonte , e a chuva cai. Árvores são derrubadas. A estrada principal está intransitável. Você ouve de um vizinho que é possível passar por uma estrada secundária. Carros passam em torno de galhos de árvores derrubadas. Você consegue enviar uma mensagem para sua filha, detalhando uma rota segura.
Mais do que qualquer outra coisa, Jesus quer nos conduzir pelas tempestades e nos levar para casa. Ellen G. White escreveu: “Vem uma tempestade, implacável em sua fúria. Estamos preparados para enfrentá-la?” ( Testemunhos para a Igreja [CPB, 2021], v. 8, p. 257). O propósito da vida, morte, ressurreição e ministério de Cristo no santuário do Céu é garantir que iremos para o Céu. As mensagens de Daniel e Apocalipse nos ajuda m no fim dos tempos, em meio às tempestades, de modo que um dia sinta- mos o abraço do Salvador.
A lição desta semana revela as profecias sobre os eventos finais e mostra a força de Cristo para nos conduzir no conflito e nos salvar.
* Esta lição se baseia nos capítulos 37 e 38 d o livro O Grande Conflito.
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1. Como devemos nos relacionar com a verdade? Pv 23:23; Jo 8:32; 17:17
Ao longo dos tempos, o grande conflito tem sido uma batalha entre a verdade e o erro. Satanás é mentiroso e o pai da mentira (Jo 8:44). Jesus é o Autor da verdade (Jo 14:6). A verdade que liberta do engano está na Palavra de Deus. A Bíblia desmascara a estratégia satânica e revela os planos divinos. Ela é lâmpada para os nossos pés (Sl 119:105). “A revelação das” palavras de Deus “traz luz e dá entendimento aos simples” (Sl 119:130). As palavras de Deus “são em tudo verdade” (Sl 119:160).
2. Que garantia o apóstolo nos dá a respeito da profecia? Que ilustração ele usa em relação à importância da palavra profética? 2Pe 1:16-21
Não seguimos “fábulas engenhosamente inventadas”. As profecias iluminam o caminho. Elas nos ajudam a distinguir a verdade do erro. Sem a Bíblia, seríamos deixados aos caprichos da opinião humana e seríamos facilmente enganados. “As Escrituras Sagradas são apresentadas ao povo de Deus como a proteção contra a influência dos falsos ensinadores e o poder ilusório dos espíritos das trevas. Satanás usa todos os meios possíveis para impedir os seres humanos de obter conhecimento da Bíblia, pois os claros ensinos dela desmascaram seus enganos. […] Em breve, o último grande engano aparecerá diante de nós. Veremos o anticristo realizando seus atos miraculosos. A contrafação se parecerá tanto com o verdadeiro que será impossível distingui-los sem o auxílio das Santas Escrituras. [...] Somente aqueles que têm fortalecido a mente com as verdades da Bíblia poderão resistir no último grande conflito. Todos terão de passar pela prova decisiva: Obedecerei a Deus ou aos homens? [...] Será que nossos pés estão firmados na rocha da imutável Palavra do Senhor? Estamos preparados para permanecer firmes em defesa dos mandamentos de Deus e da fé em Jesus?” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 495).
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Na crise vindoura em torno da adoração, os fiéis não cederão às pressões do mundo (Ap 14:12). Eles serão selados pelo Espírito Santo (Ef 4:30) e não serão abalados. Antigamente, os selos atestavam a autenticidade de documentos oficiais. Eram uma marca distintiva e individualizada. Uma vez que o conflito final se concentra na adoração a Deus e na Sua autoridade, conforme revelado em Sua lei, é de se esperar que o selo divino esteja integrado à Sua lei (compare com Is 8:16).
3. Que elementos de um selo vemos no quarto mandamento? Êx 20:8-11
No mandamento do sábado há três elementos de um selo autêntico: (1) O nome Daquele a quem o selo pertence, “Senhor, seu Deus”; (2) Seu título, Aquele que “fez” – o Criador; (3) Seu território, “os céus e a Terra, o mar e tudo o que neles há”. A Bíblia algumas vezes chama um selo de sinal (Rm 4:11). As duas palavras são intercambiáveis. Como sinal ou selo de Deus no centro da lei divina, o sábado está no centro do conflito final em torno da adoração (Ez 20:12, 20; Ap 12:17).
4. Compare Apocalipse 7:1-3 e 14:1 com 13:16, 17. Onde são recebidos o selo de Deus e a marca da besta? Por que existe diferença?
O selo de Deus é colocado na testa, que é um símbolo da mente e representa uma decisão consciente. A marca da besta é recebida na testa ou na mão, indicando que as pessoas estão convencidas mentalmente e por escolha própria aceitam as mentiras de Satanás ou, como alternativa, consentem com a falsa adoração para evitar a morte.
O diabo odeia os que são obedientes a Deus. O grande conflito chega a um clímax quando o dragão (Satanás) trava guerra contra o remanescente, os que “guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). Eles estão firmados na lealdade a Cristo.
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Nos últimos dias, o grande conflito se descortinará de forma dramática em torno da adoração. Adoramos o Criador ou adoramos a besta e a sua imagem? Não há meio-termo. O primeiro anjo de Apocalipse 14 exorta que todos adorem o Criador (Ap 14:7). Em apoio adicional ao apelo do céu, o terceiro anjo revelou as terríveis consequências de adorar a besta (Ap 14:10). Em contrapartida, os que adoram o Criador são descritos como os que guardam “os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12).
A criação é a base da verdadeira adoração (Ap 4:11). Uma vez que Deus “criou todas as coisas” (Ef 3:9), Satanás odeia o Criador e tenta, por meio de poderes terrenos, mudar o sábado, o memorial da criação (Dn 7:25). O conflito vindouro sobre a lei de Deus se concentrará na autoridade. Se Satanás puder erradicar a adoração no sábado, declarará que sua autoridade é maior do que a autoridade divina. Para conseguir isso, tentará convencer ou coagir o mundo todo a aceitar um falso sábado.
Por mais difícil que seja imaginar esse evento, o mundo está mudando drasticamente. A crise do Covid-19 mostrou que, da noite para o dia, tudo pode mudar. Embora não saibamos detalhes da execução da marca da besta, não é difícil imaginar. Num mundo instável, a profecia pode se cumprir mais rapidamente do que pensamos.
5. Leia Apocalipse 13:13-17. Que penalidades específicas serão impostas àqueles que não receberem a marca da besta?
Os fiéis que não seguirem a besta e a sua imagem sofrerão penalidades econômicas e ameaça de morte. A humanidade continua a ser o que sempre foi: corrupta, sedenta de poder e violenta. Embora não saibamos como os eventos finais se desenrolarão, não é difícil imaginar a perseguição. João escreveu que Jesus “não precisava que alguém lhe desse testemunho a respeito das pessoas, porque Ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (Jo 2:25). Apesar de terem sido escritas em outro contexto, essas palavras de João nos ajudam a entender do que o ser humano é capaz.
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6. Leia Joel 2:21-24 e Atos 2:1-4, 41-47. Que previsão se cumpriu no primeiro século? Que impacto esse evento teve?
O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes promoveu a igreja cristã. Três mil se converteram em um dia. “Muitos dos que ouviram a Palavra creram, subindo o número desses homens a quase cinco mil” (At 4:4). Apenas 120 crentes se reuniram para orar, mas a oração fez uma enorme diferença. Rapidamente a igreja ganhou milhares de crentes. Mesmo “um grande grupo de sacerdotes obedecia à fé” (At 6:7). Quando os discípulos foram perseguidos em Jerusalém, “iam por toda parte pregando a Palavra” (At 8:4). Igrejas foram plantadas na Judeia, Samaria e Galileia (At 9:31). Depois de sua conversão, Paulo proclamou Cristo no mundo mediterrâneo. Em Tessalônica, judeus que se opunham ao evangelho declararam: “Estes que promovem tumulto em todo o mundo chegaram também aqui” (At 17:6). Pelo poder do Espírito Santo, os discípulos alcançaram o mundo então conhecido em um tempo relativamente curto. A previsão de Joel sobre a chuva temporã cumpriu-se no Pentecostes, mas a chuva serôdia cairá com maior poder para preparar a colheita final da Terra.
7. Como a obra de Deus será concluída? Zc 4:6; 10:1; Os 6:3; Tg 5:7, 8
Os termos chuva “temporã” e “serôdia” são retirados do ciclo de colheita de Israel. A chuva temporã caía no outono para germinar a semente. A chuva serôdia caía na primavera para amadurecer a colheita. Isso descreve a obra do Espírito para a pregação do evangelho. “Assim como a ‘chuva temporã’ foi dada no derramamento do Espírito Santo, no início da pregação do evangelho, para fazer germinar a preciosa semente, a ‘chuva serôdia’ será dada no término da obra para fazer os campos amadurecerem. […] A obra do evangelho não será concluída com menor manifestação do poder de Deus do que a que marcou seu início. As profecias que se cumpriram no derramamento da chuva temporã […] se cumprirão novamente na chuva serôdia, na conclusão dessa obra” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 508).
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8. Como será concluída a obra de salvação? Ap 18:1-4; Hc 2:14; Mt 24:14
O anjo que anuncia a queda da Babilônia tem “grande autoridade”. Como os anjos de Apocalipse 14, esse anjo representa mensageiros humanos. Ele revela a glória de Deus tão plenamente que ilumina a Terra. A palavra grega para autoridade ou poder no NT é exousia. Muitas vezes se refere ao triunfo de Cristo sobre os principados e potestades do inferno. Em Mateus 10:1, é dito que Jesus deu aos discípulos autoridade sobre os principados e potestades do inferno. Ele enviou os discípulos com poder para vencer a batalha contra o mal. Em Mateus 28, Ele os enviou com “toda a autoridade [...] no Céu e na Terra” para ir e fazer “discípulos de todas as nações” (Mt 28:18, 19).
Cheia do poder do Espírito Santo, saindo com a autoridade do Cristo vivo, que em Sua vida e morte triunfou sobre os principados e potestades do inferno, a igreja do NT iluminou a Terra com a glória de Deus. Em poucos anos, os discípulos proclamaram o evangelho ao mundo então conhecido (Cl 1:23).
No fim dos tempos, o Espírito Santo será derramado com poder sem precedentes, e o evangelho será proclamado rapidamente até os confins da Terra. Milhares serão convertidos em um dia, e a graça de Deus e a verdade impactarão o planeta. O mundo será advertido, e a esperança do evangelho será espalhada no mundo.
“Servos de Deus, com o rosto iluminado, irradiando uma santa consagração, se apressarão de um lugar a outro para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de vozes […] será dada a advertência. Haverá milagres, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas acompanharão aqueles que creem. Satanás também realizará seus falsos milagres, fazendo até mesmo descer fogo do céu diante do povo (Ap 13:13). Assim, os habitantes da Terra terão que tomar sua decisão. A mensagem será levada avante, não tanto por argumentos quanto pela convicção profunda do Espírito de Deus. Os argumentos foram apresentados. A semente foi semeada e agora germinará e frutificará” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 508, 509).
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Em 1851, pioneiros adventistas identificaram a segunda besta de Apocalipse 13:11-17 com os Estados Unidos. Deve ter sido difícil naquela época ver como os Estados Unidos levariam o mundo a adorar a primeira besta (Ap 13:12). Na década de 1880, toda a marinha dos Estados Unidos consistia em apenas 48 navios velhos.
Mas desde o fim da Guerra Fria, nenhuma potência se iguala aos Estados Unidos. Embora os americanos desfrutem de liberdade, à medida que as condições se complicam, essas liberdades serão eliminadas. Aliás, já estamos vendo isso acontecer.
“Todos aqueles que se recusarem a aceitar serão castigados pelas leis civis e, por fim, se declarará que são merecedores de morte. Por outro lado, a lei de Deus que ordena o dia de descanso do Criador exige obediência e ameaça com a ira divina os que violam seus preceitos” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 503).
“Quando a tempestade se aproximar, muitos que dizem crer na mensagem do terceiro anjo, mas que não foram santificados pela obediência à verdade, abandonarão sua fé e passarão para as fileiras da oposição. Unindo-se ao mundo e participando de seu espírito, essas pessoas enxergarão as coisas quase do mesmo jeito que o mundo enxerga; de modo que, ao chegar a hora do teste, estarão preparadas para se posicionar do lado mais fácil e de maior popularidade. […] Quando os observadores do sábado forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, esses apóstatas serão os mais ativos agentes de Satanás para distorcer os fatos e os acusar e, por meio de falsos relatórios e insinuações, incitar os magistrados contra eles” (O Grande Conflito, p. 506).
Perguntas para consideração
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É importante compreender os eventos finais? A Bíblia protege contra o engano?
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As democracias têm defendido a liberdade religiosa há séculos. Isso pode mudar?
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Suas escolhas atuais podem uni-lo aos falsos adventistas no futuro?
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Como a mensagem do segundo anjo muda com o alto clamor? Como podemos nos preparar para receber a chuva serôdia a fim de concluir a obra de Deus na Terra?
Respostas e atividades da semana: 1. Devemos conhecer a verdade e adquiri-la como um tesouro precioso; devemos ser santificados pela verdade. 2. Nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; a profecia é como a luz que brilha em lugar escuro. 3. O nome do proprietário do selo, Seu título e Seu território. 4. O selo de Deus é colocado na testa; a marca da besta é recebida na testa ou na mão; uma escolha é feita por decisão consciente e a outra por coerção. 5. Penalidades econômicas e pena de morte. 6. O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes. Esse evento promoveu de forma poderosa a igreja cristã. 7. Com o derramamento da chuva serôdia. 8. O evangelho será proclamado ao mundo todo, e a glória de Deus iluminará a Terra.
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TEXTO-CHAVE: Provérbios 23:23
FOCO DO ESTUDO: Ap 7:1, 2; Ap 14:1; Pv 23:23; Is 8:20; Ez 20:12, 20; Os 6:3; Jl 2:21-24; Tg 5:7, 8; Ap 18:1-4
ESBOÇO
Introdução: O povo de Deus não é mantido na obscuridade sobre os eventos finais, nem é abandonado durante seu cumprimento. Como um general de confiança que inspira Suas tropas para a luta , Deus nos prepara para a batalha, dando-nos Sua Palavra profética para servir de inspiração, orientação e fortalecimento.
Nesta semana, nos concentramos em vários elementos-chaves da preparação do povo de Deus para o fim dos tempos. Primeiro, somos lembrados de que a Palavra de Deus é nosso único guia confiável, pois é a fonte de toda verdade e poder. Em segundo lugar, a guarda do sábado é o sinal de nosso compromisso com o Criador e Salvador, e de nossa lealdade a Ele. Um terceiro ponto é que nunca estaremos sozinhos ao nos envolvermos no grande conflito e no cumprimento da missão de proclamar o evangelho eterno. Em vez disso, o Espírito Santo capacitará o povo de Deus de maneira especial a fim de que testemunhe publicamente sobre o fim dos tempos, o poder do evangelho e o chamado de Deus para todas as pessoas retornarem a Ele, abandonando o diabo e suas posições. Esses desenvolvimentos são conhecidos como a chuva serôdia, ou a capacitação de Deus para Seu povo, e o alto clamor, que constitui a proclamação pública final do evangelho.
Temas da lição: O estudo desta semana se concentra em dois temas principais:
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A aceitação do amor de Deus e da salvação em Jesus Cristo gerará em nós um amor inabalável por Ele e uma resolução de sermos fiéis a Ele, à Sua Palavra e ao Seu sábado.
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Mediante o derramamento da chuva serôdia, seremos capacitados pelo Espírito Santo a proclamar o “alto clamor” ou o chamado final para que o mundo se arrependa e seja salvo.
COMENTÁRIO
Seja fiel: Deus tera? a última palavra
Ivan nasceu e cresceu em uma fiel família adventista na União Soviética. Embora sua família fosse pobre e obrigada a trabalhar muito, ele teve uma infância e uma juventude despreocupadas e felizes. Aos 18 anos, Ivan foi convocado para o exército . Ele embarcou em um trem e, sete dias depois, se viu a 3 mil quilômetros de casa. Foi dessa maneira que começou seu período militar de dois anos. Além de se sentir sozinho e com saudades de casa, Ivan sabia que seu maior desafio ainda estava por vir. Antes de ser convocado, ele havia decidido que permaneceria leal a Deus e guardaria o sábado, independentemente
do que pudesse acontecer. Nos primeiros sábados, ele explicou a seus superiores que não poderia trabalhar no sábado por causa de suas convicções religiosas. Os comandantes o toleraram nos primeiros sábados, pensando que logo abandonaria seus estranhos costumes “provincianos” e “primitivos”.
Não demorou muito para que os comandantes de Ivan percebessem, no entanto, que o jovem estava falando sério e tomassem medidas disciplinares e “educacionais” decisivas. Numa tarde de sexta-feira, depois de um dia de trabalho exaustivo, disseram a Ivan que ele não merecia dormir em uma cama confortável no fim de semana caso se recusasse a trabalhar aos sábados. Em vez disso, informaram que ele passaria o fim de semana no centro de detenção temporária. Quando Ivan e seus comandantes chegaram à prisão, os policiais descobriram que ela estava trancada e o diretor havia ido para outro lugar. Durante a espera pelo retorno do diretor, os oficiais trocavam conversas, enquanto Ivan contemplava o pôr do sol no encantador Lago Balkhash. Em silêncio, ele buscava segurança e amparo divino. De repente, um sargento que passava parou e perguntou casualmente aos superiores de Ivan quem eles haviam levado para a prisão. “Um observador do sábado”, eles responderam. “Queremos reeducá-lo para que obedeça a ordens e trabalhe aos sábados.” “Nunca!”, exclamou o sargento. “Eu conheço essas pessoas. Preferem morrer a trabalhar aos sábados.” Os policiais perceberam que haviam cometido um erro ao permitir que o sargento falasse na presença de Ivan. Mas era tarde demais. Ivan recebeu sua tão necessária dose de encorajamento.
O diretor chegou e, assim que o sábado começou, ele escoltou Ivan para a prisão: uma sala de 2 x 3 metros, lotada com mais de dez outros soldados, a maioria dos quais fumava. A pesada porta de metal foi fechada, e Ivan ocupou o único lugar disponível na entrada, preparado para ficar em pé ou sentado pelo resto do fim de semana. O jovem soldado de Cristo estava determinado a permanecer fiel ao sábado de Deus. Os minutos se arrastaram até que chegou meia-noite, e Ivan começou a imaginar seus irmãos de fé, em sua cidade natal, dirigindo-se alegremente à igreja para adorar a Deus no culto realizado no início do sábado, ao passo que ele se encontrava confinado em uma cela escura, permeada pelo cheiro de fumaça de cigarro, ainda com três dias pela frente.
De repente, Ivan lembrou-se do último sermão que tinha ouvido em sua igreja antes de partir para o serviço militar. Era sobre a história de Elias no monte Carmelo e como ele orou sete vezes pedindo chuva. E se eu também orar sete vezes? pensou Ivan. Embora parecesse quase uma presunção, ele decidiu tentar. Ele murmurou sua primeira oração simples em seu coração. Nada aconteceu. A segunda prece seguiu-se. No entanto, nenhuma “resposta celestial”. Terceira oração. Posteriormente, a quarta. Quinta. Sexta. E então, enfim, ele formulou em seu coração a sétima oração. Um absoluto silêncio envolveu a meia-noite após o término de suas palavras. O silêncio não abalou a determinação nem a fé de Ivan. Ele estava disposto a permanecer leal a Deus, mesmo que o Senhor não respondesse de forma aparente às suas sete preces. Pelo menos, ponderou consigo mesmo, dei o meu melhor, não foi?
No entanto, apenas um minuto depois, o silêncio foi quebrado por passos do lado de fora da prisão, que foram seguidos pelo tilintar de chaves e depois pelo rangido da porta ao ser aberta. O diretor apareceu na porta e vasculhou a sala com sua lanterna. Quando o diretor avistou Ivan, ele ordenou que saísse. Do lado de fora, o supervisor o levou ao seu escritório, improvisou uma cama simples, mas confortável e convidou o jovem para que dormisse. Ivan se deitou e logo pegou no sono. Pela manhã, acordou com outra surpresa: o supervisor trouxe o café da manhã para ele, e, ainda por cima, o carcereiro deu a Ivan uma sacola com comida e o conduziu até a margem do lago onde o libertou para desfrutar o sábado na natureza.
Ivan passou os vários sábados seguintes da mesma forma. Os policiais o levavam para a prisão no fim de semana. O diretor o libertava e o alimentava por todo o fim de semana. Então, na segunda-feira de manhã, Ivan voltava ao quartel. Nos meses e anos que se seguiram, muitas outras situações semelhantes se desenrolaram, testemunhando intervenções miraculosas de Deus em seu favor. Depois de dois anos, Ivan voltou para casa um jovem maduro, forte e fiel a Deus. Sim, ele foi contra o gigante exército soviético, que procurava esmagar sua fé. Sim, seus oficiais disseram que ele não era digno de dormir nos colchões do exército, mas Deus deu a última palavra. Ele cuida de Seu povo fiel, que toma a decisão, como o profeta Daniel e Ivan, de permanecer leal a Ele.
Lealdade cristã
A lealdade sempre fascinou os estudiosos da natureza e da história humana. Como uma atitude comportamental, ela tem sua base em várias coisas, sendo que algumas delas são biológicas ou predeterminadas, como a família ou o local de nascimento. As decisões pessoais formam outra base para a lealdade. Essas decisões podem estar relacionadas a várias coisas, como benefícios monetários (pagamento, recompensas), convicções ou visões de mundo e moralidade. Algumas pessoas baseiam sua lealdade no dever, outras na preferência e outras ainda na utilidade. Os objetos de lealdade estão relacionados a essas bases. As pessoas mostram sua devoção a suas famílias, tribos, nações, religiões, ideologias e filosofias, à natureza e aos negócios, apenas para mencionar algumas manifestações de lealdade. Mas o que é a lealdade cristã? Por que e a quem os cristãos são leais?
Para ajudar a responder a essas perguntas, observemos a história de Jó. Em conversas com Satanás, Deus destaca a sua retidão e lealdade ou temor de Deus (Jó 1:8). Fiel à sua natureza enganosa e rebelde, Satanás levantou uma de suas questões essenciais: “Será que é sem motivo que Jó teme a Deus?” (Jó 1:9). Satanás afirmou que a base para a lealdade humana era egoísta: “Acaso não puseste uma cerca em volta dele, da família dele e de tudo o que ele possui? Tu mesmo tens abençoado tudo o que ele faz, de modo que os seus rebanhos estão espalhados por toda a terra. Mas estende a Tua mão e fere tudo o que ele tem, e com certeza ele Te amaldiçoará na Tua face” (Jó 1:10, 11, NVI). Antes de ser expulso do Céu, Satanás acusou Deus de Se impor de maneira falsa, abusiva e egoísta sobre as afeições e lealdades dos seres não caídos. Assim, a lealdade deles a Deus teria sido motivada pelo benefício e interesse. Da mesma forma, o maligno argumentou que a base para a lealdade do povo de Deus na Terra também estava enraizada em um desejo pessoal e egoísta de sobreviver e prosperar. Essa má interpretação da realidade feita por Satanás deu origem ao grande conflito universal e, também, ao tempo de sofrimento de Jó e suas muitas perguntas. No entanto, a incrível fidelidade dele provou que Satanás estava errado e ilustrou a verdadeira base da lealdade cristã a Deus: um amor inabalável e incondicional por Ele e o profundo desejo de ser justo.
Naquela primeira noite de sexta-feira na cela, a lealdade de Ivan a Deus foi imediatamente recompensada. Mas essa recompensa não era a base de sua fidelidade ao Senhor, afinal, ele estava determinado a permanecer fiel a Deus, independentemente de qualquer resposta aparente. Da mesma forma, ao enfrentar a perspectiva de uma morte horrível em uma “fornalha de fogo ardente” na planície de Dura (Dn 3:15), os amigos de Daniel responderam corajosamente a Nabucodonosor: “Não precisamos defender-nos diante de ti [...], o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e Ele nos livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se Ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer” (Dn 3:16-18, NVI). Anos depois, o profeta Habacuque cantou:
“Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação” (Hc 3:17,18, NVI).
Mas como essa lealdade é gerada no coração e na mente do povo de Deus? Sim, o povo de Deus e o restante do Universo sentem o impulso de serem leais ao Senhor porque Ele é o seu Criador e, portanto, seu Pai. A família é uma razão convincente por si só. Mas há mais: o povo de Deus obtém sua lealdade de Deus. Eles são criados à Sua imagem (Gn 1:26, 27). Deus é amor e, por Sua graça, os seres humanos são amorosos. Deus é justo, e a humanidade originalmente foi criada justa. Deus é fiel ou leal, e os seres humanos também podem escolher ser fiéis ou leais, com a ajuda de Deus. É justamente Seu amor e fidelidade para conosco que gera em nós amor e lealdade para com Ele. O apóstolo João explicou que não somos leais a Deus por causa do medo, pois “no amor não existe medo; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o medo. Porque o medo envolve castigo, e quem teme não é aperfeiçoado no amor. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (1Jo 4:18, 19). O discípulo amado explica: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4:10; ver também João 3:16).
APLICAÇÃO PARA A VIDA
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A história de Ivan é realmente incrível e encorajadora. Mas também sabemos que, para cada relato como esse, há muitos outros cuja fidelidade trouxe calamidade e sofrimento para as pessoas e, talvez, para seus entes queridos. Como devemos encarar histórias como essas?
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Às vezes, podemos nos perguntar se não é mais fácil trair o Senhor do sábado em tempos de liberdade do que em tempos de perseguição. Se não conseguimos santificar o sábado quando temos toda a liberdade para fazê-lo, como podemos esperar ser fiéis em períodos de turbulência e pressão?
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Esta é a época para testemunhar
Rússia | Alina
Uma das partes favoritas de Ali na de ser aluna na Escola Cristã de Zaoksky, na Rússia, é o programa anual de Natal.
Todo ano, as 210 crianças da escola têm a oportunidade de participar de uma peça sobre o nascimento de Cristo para centenas de crianças da cidade de Zaoksky e da redondeza. As crianças que participam do programa do Natal também aprendem a fazer vários trabalhos manuais e vão para casa com vários presentes de doce. Esse é um programa de evangelismo focado em tocar corações com o amor de Jesus.
Todo mundo espera ansiosamente pelo programa de Natal, uma tradição de Zaoksky desde 2003. As crianças da escola anseiam participar do programa. As crianças da cidade esperam para ir ao programa. Os pais e outras pessoas também aguardam ansiosamente o grande evento.
Ali na começou a participar do programa quando tinha 11 anos. Ela nem era aluna da Escola Cristã de Zaokskyainda, mas queria fazer parte. Então, ajudava a montar a árvore de Natal.
Por cinco anos consecutivos, Ali na participou do programa. Mas quando o sexto ano veio, ela não tinha certeza se conseguiria participar. Ela estava doente e temia que não estaria forte o suficiente para ir. Ela orou: "Dá-me forças para que eu possa glorificar Teu nome no programa vindouro".
Seus níveis de estresse aumentaram à medida que a data da abertura se aproximava. Ela temia não poder participar.
Mas quando o grande dia chegou, ela se sentia perfeitamente bem. O primeiro dia também correu perfeitamente bem. Ela ficou feliz de ver os sorrisos das crianças e dos adultos enquanto agradeciam a ela e a outros alunos da Escola Cristã de Zaoksky que haviam participado.
Então uma família de quatro crianças foi até ela. Eles queriam tirar uma selfie. Ela concordou.
Posteriormente, a mãe perguntou: "Por que você faz esse programa e gasta tanto tempo e dinheiro com estranhos?"
Alina ficou em silêncio por um tempo. Ela pensou em como poderia responder. Por que ela quis participar do programa nos últimos seis anos? Por fim, ela respondeu: "Toda pessoa que realmente ama a Deus também ama seu próximo e quer compartilhar o amor de Deus através de boas ações".
Então, Alina conversou com a família por um bom tempo. Ela falou sobre a Escola Cristã de Zaokskye a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ela contou a eles sobres os clubes de Desbravadores e Aventureiros em sua igreja e convidou as crianças a participarem.
Os pais levaram os garotos, que tinham idade para ser desbravadores, para a próxima reunião dos desbravadores. Os garotos foram a uma segunda reunião, mas não voltaram depois disso.
Ali na não sabe o que aconteceu com a família e não sabe como entrar em contato com eles. Mas ela não está preocupada. Ela tem certeza de que a semente foi plantada em seus corações. Ela acredita que Deus fará a semente crescer e atrairá seus corações para Ele. Afinal, o apóstolo Paulo disse: "Eu plantei ... , mas Deus é quem fez crescer" (l Coríntios3:6, NVI). Sua parte foi apenas apresentar a família a Deus.
"Essa foi a primeira vez que eu testemunhei de Deus sozinha", disse Ali na. "Foi tão bom que Deus me deu a força para ficar bem e conversar com eles. Eu estou muito feliz porque pude mostrar Seu a mor aos outros."
Ali na acrescentou que ela aprendeu que é importante não ter medo de falar de Deus.
"Mesmo quando nossas forças falham, Deus está próximo e nos dá força", disse ela. "Precisamos crer Nele."
Obrigado por suas ofertas de três anos atrás, que ajudou na construção de um novo prédio para a Escola Cristã de Zaoksky, Rússia. Parte da oferta deste trimestre ajudará a abrir um centro espiritual e social em Salekhard na região do extremo norte da Rússia. Obrigado por planejar uma oferta generosa para o dia 29 de junho.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
- Mostre a Rússia no mapa. Então, mostre Zaoksky, 130 km ao sul de Moscou. Zaoksky é o local da Escola Cristã de Zaoksky, que recebeu parte das ofertas de 2021 para construir um novo prédio escolar. Mostre também Salekhard, no extremo norte da Rússia, que receberá parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre para abrir um centro espiritual e social.
- Zaoksky se pronuncia como: za-OK-ski.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2024
Tema geral: O grande conflito
Lição 12 – 15 a 22 de junho
Eventos finais
Autor: Eleazar Domini
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Introdução
O mundo está caminhando para seu desfecho. Cenas de desastres na Terra, como enchentes, terremotos e furacões; cenas de doenças incuráveis, pandemias, fomes e pestes; cenas de guerras e rumores de guerras serão cada vez mais comuns. À medida que a volta de Jesus se aproxima, tais eventos serão mais constantes e intensos.
O inimigo de Deus trabalhará com todas as suas armas para desviar o foco dos servos de Deus daquilo que é mais importante: estar pronto para o grande Dia do Senhor e anunciar o evangelho a todos. A igreja parece sonolenta […] há necessidade de um reavivamento espiritual promovido pelo Espírito Santo para que ela cumpra a obra designada. Infelizmente, “o trabalho que a igreja tem deixado de fazer em tempo de paz e prosperidade terá de realizar em terrível crise, sob as circunstâncias mais desanimadoras e difíceis” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 5, p. 396).
I – O maior de todos os enganos
Satanás sabe que seus dias estão contados e que ele será finalmente derrotado com a vinda de Cristo. Sabendo que não há qualquer fio de esperança para ele e que pouco tempo lhe resta, o inimigo realizará o maior de todos os enganos numa sequência de acontecimentos, “operando grandes sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mt 24:24).
“Estamos nos aproximando do fim da história terrestre, e Satanás está trabalhando como nunca antes. Ele está procurando atuar como dirigente do mundo cristão” (Ellen G. White, Eventos Finais [CPB, 2021], p. 97). Satanás e seus anjos hão de “representar tanto os santos como os pecadores que morreram, e tornar essas representações visíveis aos olhos humanos” (Eventos Finais, p. 100). Entretanto, o maior de todos os enganos será a personificação do próprio Jesus: “O inimigo está se preparando para enganar o mundo inteiro com seu poder operador de milagres. Ele pretenderá personificar os anjos de luz e personificar a Jesus Cristo. Se as pessoas são tão facilmente confundidas agora, como resistirão quando Satanás personificar a Cristo e operar milagres? Quem ficará inabalado diante de suas deturpações – afirmar ser Jesus quando é apenas Satanás imitando a pessoa de Cristo, e operando aparentemente as obras do próprio Cristo? Satanás sairá a campo e personificará a Cristo. Ele irá distorcer, deturpar e perverter tudo ao seu alcance. Um poder de baixo está operando a fim de promover as últimas grandes cenas do drama: Satanás vindo como Cristo e operando com todo o engano da injustiça” (Eventos Finais, p. 101).
Aqueles que hoje cedem a pequenos caprichos do inimigo de nossa alma certamente não terão forças para resistir ao maior engano que o diabo está preparando. Serão enganados e, quando virem a figura de Satanás personificando a Cristo, dirão que é o próprio Jesus. “O último grande engano aparecerá diante de nós. Veremos o anticristo realizando seus atos miraculosos. A contrafação se parecerá tanto com o verdadeiro que será impossível distingui-los sem o auxílio das Santas Escrituras. O testemunho da Bíblia deve servir de critério para testar toda declaração e todo ato sobrenatural” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 494).
II – Selamento
Um dos temas mais estudados pelos adventistas é o selamento. Já vimos em lições anteriores que o selo da besta não é um chip, um código de barras ou coisa similar. Vimos que, no contexto escatológico, o selo de Deus é um dia: o santo sábado. Logo, a marca da besta só poderia ser um falso dia de adoração: o domingo. Surge naturalmente a pergunta: Então quer dizer que quem guarda o sábado está selado com o selo de Deus e que quem guarda o domingo está selado com o selo da besta? Para responder a essa pergunta, precisamos primeiro entender o selamento do ponto de vista teológico e o selamento do ponto de vista escatológico.
Selamento do ponto de vista teológico
Quando estudamos a Bíblia, notamos alguns aspectos interessantes concernentes à expressão “selo” e ao ato de “selar” ou ao “selamento”. A primeira coisa a ser definida é que os termos selo, marca ou sinal são intercambiáveis na Bíblia, conforme Romanos 4:11: “E recebeu o sinal da circuncisão, selo da justiça da fé”. Segundo, é necessário entender que a Bíblia fala de vários selamentos:
- Selo do Espírito Santo: “E não entristeçam o Espírito Santo de Deus, no qual vocês foram selados para o dia da redenção” (Ef 4:30).
- Selo do fundamento de Deus: “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: ‘O Senhor conhece os que lhe pertencem.’ E mais: ‘Afaste-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor’” (2Tm 2:19).
- O Selo de Deus Pai: “Trabalhem, não pela comida que se estraga, mas pela que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem dará a vocês; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo” (Jo 6:27).
- Selo da justiça da fé (circuncisão): “E Abraão recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda não havia sido circuncidado” (Rm 4:11).
Esses selamentos de que a Bíblia fala estão no âmbito teológico. Assim, todo judeu circuncidado estava selado, possuía o selo da justiça da fé, a evidência da aliança de Deus com a nação de Israel. Podemos dizer que alguém que tenha aceitado o Senhor Jesus Cristo como Salvador e se entregou a Ele por meio do batismo, está selado com o selo do Espírito Santo para salvação. Podemos afirmar, com base na esperança que temos da segunda vinda de Cristo, que um justo que acabou de morrer está selado para salvação que ocorrerá no grande Dia do Senhor. Esse é o selo ou selamento do ponto de vista teológico. Referindo-se a esse aspecto teológico do selamento, é correto afirmar que há muitas pessoas hoje seladas por Deus; há justos selados para salvação que já morreram e há justos vivos selados com o Espírito Santo para a salvação.
Selamento do ponto de vista escatológico
O selamento escatológico ainda não aconteceu. Ele diz respeito a um evento que ocorrerá pouco antes da vinda de Cristo, quando um falso sábado, isto é, o domingo, for introduzido como dia obrigatório de descanso e adoração: “Ao passo que a observância do falso sábado, de acordo com a lei do Estado e de forma contrária ao quarto mandamento, será uma declaração de fidelidade ao poder que está em oposição a Deus, a guarda do verdadeiro sábado, em obediência à lei divina, será uma prova de lealdade para com o Criador. Enquanto um grupo de pessoas, aceitando o sinal de submissão aos poderes terrestres, receberá a marca da besta, outro, preferindo o sinal da obediência à autoridade divina, receberá o selo de Deus” (O Grande Conflito, p. 503, 504). Note que apenas quando for estabelecida a observância de um falso sábado pelo Estado, é que haverá o selamento com o selo da besta e com o selo de Deus. Portanto, não é correto afirmar que há pessoas seladas hoje com esse selamento escatológico: “Ninguém recebeu até agora o sinal da besta. Ainda não chegou o tempo de prova. Há cristãos verdadeiros em todas as igrejas, inclusive na comunidade católico-romana” (Ellen G. White, Evangelismo [CPB, 2023], p. 163). “A observância do domingo não é ainda o sinal da besta, e não o será até que saia o decreto compelindo os homens a venerarem esse falso sábado” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 1092). Logo, se a observância do domingo não é ainda o sinal da besta, a observância do sábado, hoje, não garante que alguém esteja selado. Apenas quando o assunto for uma pedra de toque, apenas quando leis forem estabelecidas para obrigar a observância do domingo é que cada um terá que fazer sua escolha: se obedecem à besta e são selados com o seu selo ou se obedecem a Deus e são selados com o Seu selo. Sobre isso, Ellen G. White diz: “Porém, quando a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido sobre a obrigatoriedade do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma estará honrando mais o papado do que a Deus. Estará prestando homenagem a Roma e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Estará adorando a besta e sua imagem” (O Grande Conflito, p. 377).
Algo muito importante a salientar é que o fato de alguém guardar o sábado hoje não significa que será selado no futuro com o selo de Deus: “Nem todos os que professam guardar o sábado serão selados. Muitos há, mesmo entre os que ensinam a verdade a outros, que não receberão na testa o selo de Deus. Tinham a luz da verdade, souberam a vontade de seu Mestre, compreenderam todos os pontos de nossa fé, mas não tiveram as obras correspondentes” (Ellen G. White, Maranata [CPB, 2021], 20 de agosto). São pessoas que observam o mandamento, mas fazem concessões ao mundo; têm aparência de piedade, mas negam-lhe a eficácia. Quando a prova vier, estarão prontos para escolher o lado fácil e popular em lugar de sofrer pela verdade.
III – Chuva serôdia
Antes da segunda vinda de Jesus, o Espírito Santo será derramado sobre os filhos de Deus para que estes saiam a pregar a última mensagem de advertência ao mundo. Enquanto a tríplice aliança predita no Apocalipse por meio dos símbolos dos três espíritos imundos semelhantes a rãs (o papado, o protestantismo apostatado e o espiritismo) fomentam a adoração no domingo, os filhos de Deus, cheios do poder do Espírito Santo, pregam que o sábado da santa lei de Deus está em vigor. O derramamento do Espírito Santo sobre os servos de Deus é chamado profeticamente de chuva serôdia.
Quando isso correrá? Não temos como ser taxativos. Alguns eventos do fim da história terrestre ocorrerão muito próximos a outros, e quem sabe até serão simultâneos.
“Não tenho nenhum tempo específico de que falar no qual tenha lugar o derramamento do Espírito Santo [chuva serôdia] – quando o poderoso anjo descer do Céu e se unir com o terceiro anjo na conclusão da obra para este mundo (Ap 18:1). Minha mensagem é que nossa única segurança é estarmos prontos para o refrigério celestial, tendo nossas lâmpadas preparadas e ardendo. Cristo pediu que vigiássemos, porque o Filho do Homem virá à hora em que menos esperamos (Lc 12:40). A recomendação dada por nosso Redentor é: ‘Vigiem e orem’ (Mt 26:41). Todos os dias devemos buscar a iluminação do Espírito de Deus, para que faça Sua obra em nossa alma e nosso caráter. Ah, quanto tempo tem sido desperdiçado em dar atenção a coisas frívolas! ‘Arrependam-se e se convertam, para que sejam cancelados os seus pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério’” (At 3:19, 20; Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 162, 163).
Conclusão
Em meio à confusão em que o planeta estará em breve, os servos de Deus devem anunciar a última mensagem de advertência ao mundo. Satanás tentará enganar e perseguir os filhos de Deus, mas todo aquele que for selado com o selo do Deus vivo receberá o poder do Espírito Santo, a chuva serôdia, e sairá a proclamar a mensagem que Deus lhes confiou.
Não haverá, porém, conversão no “modo miojo” (macarrão instantâneo). Alguns pensam que está tudo bem viver uma vida relapsa espiritualmente, e que bastará se preparar quando sair o decreto dominical. Dizem: “Quando sair o decreto, aí eu vou buscar a Deus, vou ler mais a Bíblia e assim receberei o Espírito Santo.” Isso não acontecerá. Aqueles que não buscam diligentemente a face do Senhor hoje, não terão forças para buscá-Lo nos momentos de provação. Busquemos hoje o Espírito Santo, entreguemos hoje nossa vida a Ele e permitamos que Ele opere em nós. Quando a maior batalha da Terra for travada, estaremos prontos!
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Eleazar Domini é mestre em Teologia e apresentador do canal “Fala sério, pastor”, no YouTube. Serve à Igreja Adventista há mais de 14 anos e atuou em diferentes funções. Atualmente, exerce sua atividade como pastor nas igrejas de Danbury e Waterbury, Connecticut – EUA. É casado com Gisele Domini, farmacêutica, e é pai de Hannah e Isabella.