Lição 3
12 a 18 de abril
Imagens do casamento
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: AP 18
Verso para memorizar: “Então o anjo me disse: – Escreva: ‘Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.’ E acrescentou: – São estas as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19:9).
Leituras da semana: Gn 2:23-25; Ef 5:29-32; Ez 16:4-14; Ap 18:1-4; Gn 24:1-4; Ap 19:1-9

A Bíblia está repleta de histórias de amor que revelam poderosamente aspectos da salvação e do amor de Deus por Seu povo. O relacionamento mais íntimo que existe, o casamento, é uma escola na qual, se permitirmos que seja experimentado da maneira que Deus planejou, podemos descobrir lições profundas sobre Seu amor por nós, sobre nosso relacionamento com Ele e sobre tudo o que Ele fez para nos redimir.

As ideias atuais sobre amor e casamento têm distorcido nossa capacidade de apreciar o que Deus deseja nos ensinar por meio da aliança matrimonial. Embora o pecado tenha distorcido o casamento (e tudo o mais), essa instituição ainda pode ser um meio poderoso de revelar a verdade, inclusive a respeito das profecias. Mais do que apenas nos fazer felizes, o casamento deve ser uma escola na qual aprendemos lições profundas sobre nós mesmos e sobre nosso relacionamento com Deus.

Nesta semana, estudaremos aspectos positivos e negativos do casamento, a fim de entender melhor como Deus Se relaciona com Seu povo, mesmo quando há falhas, e aprender algumas verdades sobre Seu amor que nos ajudarão a compreender melhor os eventos dos últimos dias.

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Domingo, 13 de abril
Ano Bíblico: RPSP: AP 19
Uma só carne

O casamento é uma das metáforas bíblicas que ressaltam mais profundamente a intimidade que Deus deseja ter com a humanidade. Essa ilustração é usada com tanta frequência na Bíblia, e aparece de forma tão marcante no Apocalipse, que é essencial que os estudantes da Palavra compreendam o que Deus deseja comunicar ao usá-la.

1. Leia Gênesis 2:23-25 e Efésios 5:29-32. De que maneira o casamento humano ilustra a conexão de Cristo com a humanidade?

Em certa ocasião, conversando com os fariseus, Jesus citou o relato de Gênesis sobre o casamento de Adão e Eva. Os fariseus rapidamente questionaram: “Então por que Moisés ordenou dar uma carta de divórcio e repudiar a mulher?” (Mt 19:7).

Moisés era considerado um dos fundadores da nação. Imagine questionar o Criador do casamento colocando-O contra um de Seus profetas. Uma das estratégias dos fariseus era tentar provar que os ensinos de Jesus contradiziam as Escrituras.

Um casamento duradouro e marcado pela fidelidade era o ideal de Deus ao criar o ser humano. Infelizmente, a humanidade corrompeu esse dom fundamental de Deus.

Pela importância que as Escrituras atribuem ao casamento, não deve ser coincidência que essa instituição divina sempre tenha sido atacada pelo inimigo. Junto com o sábado, ele é uma dádiva que recebemos do Éden, e ambos têm a intenção de mostrar o anseio de Deus por um relacionamento com Suas criaturas.

O casamento, que é a união entre duas pessoas imperfeitas, sempre produzirá conflitos. O casamento entre Cristo e a igreja é a união entre um Salvador perfeito e uma noiva bastante imperfeita. No entanto, podemos aprender sobre o amor de Deus com aquilo que existe em um bom casamento.

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Aqui estão três princípios para o casamento: (1) Perdoe seu cônjuge, por mais que ele não mereça, assim como Cristo nos perdoa sem merecermos; (2) Aceite seu cônjuge, com todas as suas falhas, assim como Cristo nos aceita com todas as nossas imperfeições; (3) Assim como Cristo nos colocou antes de Si mesmo, pense no seu cônjuge antes de você mesmo. Esses princípios fundamentados no evangelho nos ajudam a entender como Deus Se relaciona conosco? Eles fortalecem o casamento?
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Segunda-feira, 14 de abril
Ano Bíblico: RPSP: AP 20
A bela noiva

Ezequiel 16 apresenta uma ilustração surpreendente do interesse de Deus por Seu povo e descreve a nação de Israel como uma criança abandonada, que foi deixada em campo aberto para morrer. Deus a levou para casa, deu banho nela e, quando estava crescida, casou-Se com ela. É uma imagem poderosa de um casamento bastante improvável.

2. Leia Ezequiel 16:4-14. O que a história dessa noiva nos ensina sobre as intenções de Deus para conosco?

Deus disse a Israel que, sob Seus cuidados, a nação se tornou “muito bonita” (Ez 16:13). Quando o Senhor a encontrou pela primeira vez, ninguém a achava bonita; ela foi rejeitada, deixada para morrer. Mas, à medida que Deus expressava atenção por ela, ficou cada vez mais bonita, até que se tornou o centro das atenções do mundo. Na época de Davi e Salomão, reis de Israel, isso era especialmente verdadeiro. A rainha de Sabá viajou de longe para ver o esplendor de Israel! (1Rs 10:1-13).

No entanto, a beleza de Israel era um presente de Deus. A nação era bonita. As nações comentavam sobre ela, porque Israel era a noiva do Senhor. Deus disse: “Você era perfeita, por causa do Meu esplendor que Eu tinha posto sobre você” (Ez 16:14).

Esse é um tema recorrente na Bíblia: a noiva de Deus é bonita, não por causa de algo que ela fez, mas porque o Senhor derramou Seu favor sobre ela e a tornou assim. De igual modo, somos belos aos olhos do Céu, não por causa de algo que fizemos para merecer isso, mas pela graça que Deus nos deu. Somos belos por estarmos revestidos com a justiça de Cristo, que é a “justiça de Deus” em pessoa (2Co 5:21).

Tudo estava bem até que algo aconteceu: “Mas você confiou em sua beleza, e a sua fama fez com que você se prostituísse; e você se ofereceu a todos os que passavam, para ser deles” (Ez 16:15).

Fomos criados para refletir a glória de Deus. Mas quando as criaturas pensam que sua beleza vem delas mesmas, essa beleza perde seu valor, e surgem problemas.

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Quais são os perigos de confiar em nossa “beleza”? Pensamos que temos méritos ou algo que nos torna merecedores do amor de Deus? Como evitar o orgulho espiritual?
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Terça-feira, 15 de abril
Ano Bíblico: RPSP: AP 21
A esposa prostituta de Oseias

O pedido de Deus ao profeta Oseias foi uma das tarefas mais estranhas que Ele já deu a um de Seus servos: casar-se com uma prostituta! Mas Deus usou Oseias para nos ajudar a compreender, a partir de Sua própria perspectiva, a dor do pecado e da rebelião humana. Deus amou e escolheu uma esposa, Israel. Ela O traiu inúmeras vezes. Ainda assim, surpreendentemente, Ele a aceitava de volta e a restaurava.

3. O que é a “prostituição” mencionada na Bíblia? Que lições a igreja aprende com a história de Oseias? De que maneira os cristãos repetiram os pecados de Israel? Os 1:2; 3:1; Ap 17:1, 2; 18:1-4

A Bíblia revela que os erros de Israel no AT seriam repetidos pela igreja de Cristo. O povo de Deus, com o qual Ele fez uma aliança, se desviou completamente antes do exílio de Babilônia, imitando as práticas idólatras das nações vizinhas. A tragédia é que o povo de Deus a partir do período do Novo Testamento acabou fazendo a mesma coisa que o Seu povo do Antigo Testamento havia feito, levando à transgressão e apostasia que permanecem até hoje. Em ambos os casos, o povo de Deus se afastou do relacionamento com Ele e procurou supostas “soluções” humanas para seus problemas.

As palavras que Deus usou no livro de Oseias mostram que Ele não estava apenas tentando nos mostrar o que fizemos de errado, mas como Se sentiu diante disso. Quem já foi traído pelo cônjuge pode ter uma pálida noção dos sentimentos que nossa infidelidade a Cristo despertam nos seres celestiais. Talvez a parte mais surpreendente da história de Oseias seja o que ele fez para redimir sua esposa rebelde.

Quando lemos o último convite à humanidade, chamando o povo de Deus para sair de Babilônia, é impressionante que Ele o chama de “povo Meu” (Ap 18:4), e não de desconhecidos. Ele os conhece profundamente e os ama. Quando o mundo avança em direção ao seu momento mais sombrio, Deus ainda oferece o preço da redenção que Ele pagou para nos comprar de volta com Seu sangue. A cruz de Cristo, mais do que qualquer coisa, mostra o desejo intenso do Senhor de salvar Seu povo rebelde.

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De que maneira uma igreja, mesmo a nossa, pode se envolver em adultério espiritual?
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Quarta-feira, 16 de abril
Ano Bíblico: RPSP: AP 22
Isaque e Rebeca

Quando Abraão já estava idoso e, sem dúvida, pensando nas promessas que Deus lhe havia feito sobre seus descendentes (ver Gn 15:5), ele deu uma tarefa solene ao seu servo mais velho e de mais confiança.

4. Leia Gênesis 24:1-4. Por que era tão importante para Abraão que seu filho não se casasse com alguma das “filhas dos cananeus” (Gn 24:3)?

A advertência de Abraão parece exclusivista. No entanto, essa questão era espiritual, não étnica; era teológica, não nacional. Abraão sabia que as práticas religiosas de Canaã eram moralmente corrompidas e envolviam a adoração a falsos deuses. Para Isaque, seria fácil cair nessas práticas se ele se casasse com uma cananeia.

A história de grande parte do antigo Israel, e até mesmo da igreja ao longo dos séculos, revela que o povo de Deus, que deveria testemunhar ao mundo, muitas vezes imita o mundo em seus falsos ensinos e crenças religiosas. Um dos maiores exemplos disso é a introdução do domingo, o dia pagão do Sol, no lugar do sábado bíblico, uma realidade que desempenhará um papel bastante destacado nos últimos dias.

5. Leia Gênesis 24:57-67. Que lições aprendemos sobre Cristo e Sua igreja a partir dos detalhes que encontramos nessa história? Por exemplo, o que aprendemos sobre nosso estado pecaminoso a partir do fato de que Rebeca era uma parente distante e afastada de Isaque?

Estamos ligados ao nosso Criador, pois fomos originalmente feitos à Sua imagem. Apesar da separação de Deus provocada pelo pecado, somos considerados a noiva certa para Ele, ainda que, por causa de decisões erradas, possamos tornar o casamento turbulento.

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Deus ama Sua noiva (que somos nós) mais do que nós O amamos. Quais escolhas fortalecem nosso amor por Deus? Quais escolhas enfraquecem esse amor?
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Quinta-feira, 17 de abril
Ano Bíblico: RPSP: GN 1
A prostituta é julgada

6. Os seres celestiais comemoram duas coisas: a destruição da prostituta e o casamento de Cristo com Sua noiva. Esses dois eventos demonstram, ao mesmo tempo, o caráter justo e amoroso de Deus? Ap 19:1-9

A infidelidade conjugal tem um preço doloroso. Os filhos e outras pessoas sofrem profundas consequências. Até o mais paciente dos cônjuges, ao ser traído, acaba descobrindo que há um momento sem volta, depois do qual é impossível restaurar o casamento. Quando este mundo chegar ao ponto em que os corações estiverem tão endurecidos que não exista mais arrependimento, não haverá sentido em dar continuidade à história da Terra e ao sofrimento desenfreado do pecado. Mesmo que Deus e os seres celestiais sintam tristeza pelos perdidos, os que sofreram sob o domínio do pecado podem comemorar porque ele finalmente terá acabado – e o mundo será restaurado à condição para a qual Deus o projetou inicialmente. Desta vez ninguém mais se afastará novamente de Deus, porque todos terão aprendido, do modo mais difícil, que Ele estava certo sobre as consequências de nos separarmos Dele.

7. O que a ilustração do casamento significa em Apocalipse 21:1-4, e por que ela nos traz tanta esperança? Em que essa certeza se baseia?

“O casamento, uma união para toda a vida, é símbolo da união entre Cristo e Sua igreja. O espírito que Cristo manifesta para com a igreja é o que marido e mulher devem revelar um ao outro” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 7, p. 43).

Cristo sofreu uma dor inimaginável quando a humanidade O rejeitou e entregou a falsos deuses a afeição que Lhe pertence. Mesmo assim, Ele Se entregou por nós, recebendo a punição por nosso adultério e infidelidade para que, se nos arrependermos e nos afastarmos desses pecados, possamos receber a vida eterna.

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Leia 1 Pedro 1:18, 19. O que nos dá a certeza de que Apocalipse 21:1-4 se cumprirá?
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Sexta-feira, 18 de abril
Ano Bíblico: RPSP: GN 2
Estudo adicional

Leia João 2:1-11; Mateus 22:1-14; 2 Coríntios 11:1-5 e Mateus 25:1-13.

Quando vemos as informações disponíveis na Bíblia para nos ajudar a compreender as profecias, podemos ser tentados a usá-las de modo equivocado. Alguns enfatizaram tanto os símbolos e as figuras de linguagem das histórias bíblicas que acabaram tratando esses relatos como mitos. Embora existam figuras de linguagem na Bíblia, Deus utilizou eventos reais, que envolveram pessoas reais, para ensinar verdades sobre o Seu relacionamento com a igreja.

O casamento em Caná traz lições sobre a metáfora do casamento usada nas profecias, mas esse casamento foi um evento real. “A palavra de Cristo forneceu ampla provisão para a festa. Assim também, Sua graça é abundante para apagar as iniquidades” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 110).

“Deus nos tem dado essas coisas, e Sua bênção acompanhará o estudo reverente das Escrituras proféticas, feito com oração” (O Desejado de Todas as Nações, p. 177).

Perguntas para consideração

1. Elementos no Evangelho de João apontam para a obra que Cristo realizaria no futuro. O texto bíblico conduz os leitores para a cruz. Que aspectos do caráter de Cristo e do Seu reino futuro são revelados em João 2:1-11? O que aprendemos sobre o plano da salvação e sobre a festa de casamento prometida ao Filho de Deus?

2. O que a parábola das dez virgens ensina sobre os eventos dos últimos dias? O que significa o atraso do noivo? Que lições essa parábola ensina sobre nossa relação individual com Cristo e Seu relacionamento com a igreja de modo coletivo?

3. Além da observância do domingo, em oposição ao sábado bíblico, que outras crenças falsas entraram na igreja? Como elas foram introduzidas? O que podemos fazer para nos proteger delas e ajudar outros a perceber esses erros? De que modo as três mensagens angélicas (Ap 14:6-12) tentam fazer exatamente isso?

Respostas às perguntas da semana: 1. Existe profunda união entre os cônjuges. Assim como o marido faz com a esposa, Cristo ama Seu povo e cuida dele. 2. Mesmo que Seu povo seja desprezado por todos e seja indigno, Deus o ama, revela Sua graça e o torna belo. 3. A prostituição espiritual é ser infiel a Deus, trocando-O por outra coisa. A igreja cristã introduziu em seu meio inúmeros ensinos e comportamentos contrários à Bíblia. 4. Os cananeus tinham um estilo de vida e adoração altamente corrompidos, que poderiam levar Isaque a se afastar de Deus. 5. Existem vários paralelos com Cristo e a igreja: Rebeca vivia longe de Isaque; ela podia aceitar ou recusar ir com ele; receberia muitas bênçãos; casou-se com Isaque; foi amada por ele. 6. Somente com a destruição do mal o povo de Deus pode viver plenamente a restauração final do Universo. Ambos os eventos revelam o amor e a justiça de Deus. 7. Significa que Deus e Seu povo estarão unidos eternamente. Essa certeza se baseia em tudo o que Ele já fez pelo Seu povo.

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Resumo da Lição 3
Imagens do casamento

TEXTO-CHAVE: Ap 19:9

FOCO DO ESTUDO: Gn 2:18-23; Ez 16:3-32

ESBOÇO

Introdução: Na estrutura literária do relato da criação em Gênesis, a instituição do casamento, que aparece na sétima seção, em Gênesis 2:21-24, é paralela à instituição do sábado, que aparece no sétimo dia, em Gênesis 2:1-3. Esse paralelo numerológico destaca uma lição de alto significado: o relacionamento entre Deus e a família humana deve ser entendido à luz do sacramento do casamento.

A metáfora conjugal será repetida nos primeiros passos do povo de Israel durante o êxodo. O tema do ciúme, frequentemente associado ao adultério conjugal, aparece, por exemplo, no documento da aliança do Decálogo (Êx 20:5; compare com Nm 25:1; Dt 4:23, 24). A aliança entre Deus e Seu povo é, portanto, entendida em termos conjugais. Deus “ama” Seu povo (Dt 7:8, NKJV), e em resposta Israel deve “amar” a Deus (Dt 6:5). A palavra em hebraico yada‘ (“conhecer”), que descreve o relacionamento sexual, íntimo e pessoal entre marido e mulher (Gn 4:1; Gn 19:8), é usada para se referir ao relacionamento entre Deus e Seu povo (Sl 16:11; Jr 2:2, 3; Ez 16:3-32).

Por essas razões, é essencial estudar as dimensões bíblicas da relação conjugal para compreender melhor o significado da metáfora conjugal.

COMENTÁRIO

Vamos primeiro analisar o modelo bíblico de casamento conforme exemplificado pela união de dois casais no livro de Gênesis: Adão e Eva e Isaque e Rebeca. Em seguida, examinaremos o simbolismo conjugal em suas aplicações proféticas, especificamente como as metáforas de “prostituta” e “noiva” ilustram, respectivamente, o fracasso e o sucesso do relacionamento de Deus com a humanidade caída.

Adão e Eva

De acordo com o registro bíblico, a instituição do casamento ocorreu no Jardim do Éden, no primeiro dia da história humana (Gn 1:26, 27; Gn 2:18, 20-23). Espera-se, então, que esses textos antigos e inspirados de Gênesis contenham os princípios fundamentais do casamento e sejam, portanto, úteis em nossa investigação.

“À imagem de Deus” (Gn 1:27). É interessante que o plural regular seja usado para descrever a iniciativa divina de criar o casal humano: o plural do verbo na‘aseh (“façamos”; Gn 1:26) refere-se à interrelação que existe dentro da Divindade. O fato de Deus ter criado o casal “à Sua própria imagem” (Gn 1:27) implica que, como um casal, Adão e Eva devem refletir o modelo da inter-relação divina. Esse paralelo não deve, no entanto, ser interpretado literalmente, sugerindo, por exemplo, a existência de relacionamento sexual ou hierarquia dentro da Divindade. A ideia é simplesmente que, assim como há amor e unidade entre as três Pessoas da Divindade, deve haver amor e unidade entre o homem e a mulher (ver Gn 2:24; Jo 15:9, 12, 17; Ef 4:1-6).

“Uma auxiliadora que seja semelhante a ele” (Gn 2:18). A palavra ‘ezer (“auxiliadora”) é geralmente usada para se referir ao ato de salvação de Deus (Êx 18:4; Sl 33:20, etc.). A palavra kenegdo, “comparável a ele”, significa literalmente “semelhante” (ke) e “um diante do outro” (negdo). O casal é assim descrito como sendo “semelhante” um ao outro e “um diante do outro”.

A dinâmica recíproca que existe entre o homem e a mulher na criação e depois da queda serve também de figura para significar a aliança entre Deus e Seu povo (compare Ct 6:3, Gn 3:16, Ef 5:21-28).

Isaque e Rebeca

A história do casamento de Isaque e Rebeca está registrada em Gênesis 24, o capítulo mais longo do livro. Essa narrativa contém uma lição sobre a presença de Deus. O SENHOR (YHWH), que nunca fala diretamente nesse capítulo, é mencionado 17 vezes. Outro termo-chave do capítulo é o verbo “ir” (halak), que também aparece 17 vezes, sendo sete delas relacionadas a Rebeca. O verbo “ir” foi o mesmo que iniciou a jornada de Abraão em resposta ao chamado de Deus (Gn 12:1, 4). Rebeca é, portanto, entendida como uma figura semelhante a Abraão. A ideia geral desse capítulo é que o casamento é o relacionamento em que experimentamos a presença de Deus e a salvação de Deus. O casamento de Isaque e Rebeca exibe, portanto, uma série de elementos instrutivos que iluminam nossa compreensão da aliança de Deus com Seu povo.

Deus inicia a aliança. Assim como Abraão tomou a iniciativa de enviar Eliézer na direção do lugar da futura noiva de Isaque, Deus é Aquele que toma a iniciativa em direção ao Seu povo, Sua noiva. No entanto, Deus não força Sua aliança. Da mesma forma, Eliézer leva em consideração a liberdade da noiva, que pode decidir não o seguir: “Talvez a mulher não queira vir comigo” (Gn 24:5).

A resposta da noiva. Rebeca não hesita em segui-lo e responde com uma palavra: ’elek (“Eu irei”; Gn 24:58), que marca a última ocorrência do verbo-chave halak (“ir”) em conexão com Rebeca. O fato de Rebeca ser consultada é impressionante em seu contexto cultural, no qual a mulher não deveria ter voz ativa em seu casamento. Nesse caso, tudo depende de seu “sim” ou “não”, pois ela tem a última palavra nesse assunto. Além disso, a resposta de Rebeca é a mesma do patriarca Abraão. Os verbos ecoam o verbo de partida de Abraão quando ele deixou a Mesopotâmia: wayyelek, “partiu” (Gn 12:4). Nesse sentido, os passos de Rebeca seguem os de Abraão.

A parte da oração. Eliézer orou pelo sucesso de sua jornada (Gn 24:12) e para que Rebeca lhe desse de beber (Gn 24:14). Então, de acordo com sua oração, Rebeca “lhe deu de beber” (Gn 24:18). Além disso, Isaque orou pelo sucesso de seu encontro com Rebeca (Gn 24:63). Então os olhos de Rebeca encontram os olhos de Isaque (Gn 24:64).

A parte do amor. O texto bíblico relata que Isaque amou Rebeca somente após seu casamento (Gn 24:67). Amor implica fidelidade, o dever de viver “alegremente com a mulher que você ama” (Ec 9:9, NVT). Esse conceito hebraico de amor inspirou a teologia hebraica da religião. A experiência do amor conjugal tem sido usada como um modelo para a aliança entre Deus e Seu povo (Os 2:2, Os 3:1). “Amor” no AT é parte integrante do conceito de “aliança” (Dt 7:9). Assim, quando Deus chama os humanos para amá-Lo, Ele não está Se referindo a uma  ex-periência sentimental momentânea; amar a Deus implica o compromisso de viver com Ele por toda a vida (Dt 6:5-9; Êx 20:6).

A prostituta e a noiva

A experiência conjugal inspirou os profetas. Quando o povo de Deus era infiel a Deus indo atrás de outros deuses, ele era comparado a uma prostituta, e a aliança do casamento era descrita como quebrada. Por outro lado, quando o povo de Deus era fiel a Deus, a aliança do casamento era celebrada, e Israel, ou a igreja, era comparada a uma linda noiva.

A prostituta de Deus. No livro de Oseias, o simbolismo conjugal se refere tanto a uma ideia espiritual quanto a uma realidade histórica. O profeta Oseias é chamado por Deus para casar-se com “uma prostituta [...], porque a terra se prostituiu” (Os 1:2). Essas palavras precisam ser tomadas tanto literal quanto espiritualmente. Essa mulher “é amada por outro e é adúltera, assim como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses” (Os 3:1); nesse sentido, ela é uma verdadeira prostituta profissional à maneira de tais mulheres na-
quela época no país de Canaã. Assim, quando o povo de Israel viu o profeta se casar com uma prostituta, eles se identificaram como a prostituta com quem Deus se casou.

A noiva de Deus. No livro de Ezequiel, a mulher ou noiva, como um símbolo do povo de Deus, é descrita em progressão. Quando Deus a encontrou, ela era apenas um bebê recém-nascido sujo e feio de origem pagã (Ez 16:3). Então, Deus cuidou dela. Ele a purificou e a alimentou, e ela era “muito bonita” (Ez 16:13), representando o esplendor de Deus, que Ele concedeu a ela (Ez 16:14). A mesma qualificação hebraica me’od me’od, “muito”, é usada no livro de Ezequiel para caracterizar a mulher em sua iniquidade, que era “muito grande” (Ez 9:9). O que Deus fez “muito” bom se tornou “muito” ruim.

A prostituta e a noiva. Em eco dos profetas hebreus, o livro do Apocalipse usa a metáfora conjugal para significar o contraste entre as duas versões da mulher. A “noiva enfeitada para o seu noivo” (Ap 21:2) representa o povo de Deus com quem Ele habitará na “Nova Jerusalém” (Ap 21:3). Por outro lado, “a grande prostituta” representa a igreja adúltera “que corrompia a Terra com a sua prostituição” (Ap 19:2). 

APLICAÇÃO PARA A VIDA

A metáfora conjugal pode ter aplicação em três áreas da vida de um cristão: o relacionamento pessoal com Deus, com o cônjuge e com os irmãos da igreja.

(1) Com Deus. De que maneira a metáfora conjugal se aplica ao seu relacionamento pessoal com Deus e o ilustra? Como essa metáfora pode ajudá-lo a integrar sua fé mais plenamente na vida cotidiana? De que forma ela ensina que Deus deve estar presente não apenas nos momentos de oração e adoração na igreja, mas em todos os lugares e a todo momento? Como a figura do casamento lhe ensina a andar com Deus durante a noite quando você dorme, durante o dia quando você trabalha, pensa, fala, canta, come, brinca e ri, bem como nos momentos de sofrimento, choro e luta? Liste exemplos específicos de quando você sente e percebe a proximidade de Deus, e quando sente que Ele está distante de você ou triste por você.

(2) Com o cônjuge. À luz do modelo bíblico de casamento, considere, se casado, seu relacionamento com seu cônjuge. Preste atenção, aproveite a vida com a mulher “que você ama, todos os dias dessa vida” (Ec 9:9) e “sujeitem-se uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5:21; compare com Gn 3:16). Descubra a imagem de Deus em seu cônjuge, respeite-o e maravilhe-se com a diferença dele em relação a você (Gn 1:26). Como o princípio da unidade se encaixa com o princípio da diferença (Gn 2:24)?

(3) Com os irmãos na igreja. Discuta a relação entre a igreja e o caráter de Deus. Como o amor e a justiça de Deus se manifestam na vida da igreja? Apresente exemplos concretos de momentos em que você ou sua igreja falharam ou situações em que tiveram sucesso em refletir esses atributos divinos.

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O único Deus vivo

Tailândia | Surachet

Nota do editor: A história missionária de hoje é sobre um homem na Tailândia cuja vida foi tocada por duas ofertas do trimestre que foram recolhidas com 27 anos de diferença.

Surachet chegou a uma escola adventista do sétimo dia na Tailândia com uma promessa. Ele disse a si mesmo: "Vou ficar no dormitório, mas nunca vou mudar de religião".

Surachet foi criado em uma religião mundial não cristã. A maioria da população da Tailândia pertencia à mesma religião. Ele escolheu a escola porque tinha um dormitório para alunos que estavam longe de casa. Ele morava a mais de 1.000 quilômetros de distância, no norte da Tailândia.

Na escola adventista, Surachet era fascinado pela classe de civilização mundial. Na aula de Bíblia, ele ficou surpreso ao ouvir uma profecia sobre a ascensão e a queda das principais civilizações do mundo no livro de Daniel. Ele se perguntou: "Como posso harmonizar as informações sobre as civilizações mundiais que estou ouvindo nessas duas aulas?"

Na mesma época, ele notou manchetes nos jornais sobre a Guerra dos Seis Dias de 1967, que havia terminado recentemente com Israel derrotando os países árabes vizinhos. Ele se perguntou como Israel, um pequeno país estabelecido em 1948, poderia derrotar vizinhos maiores e muito mais antigos. Ele se questionou sobre a origem do povo judeu.

"Esse é o mesmo Israel da Bíblia que estamos estudando na aula de Bíblia?", ele pensou.

Ele procurou mais informações e encontrou um livro sobre o povo judeu escrito por um filósofo tailandês. O autor, que como Surachet não era cristão, registrou a história de Israel ao longo de vários milhares de anos. 

Surachet refletiu sobre a religião de sua família e questionou: "Será que o Deus de Israel é o Deus verdadeiro?"

Lendo a Bíblia, ele aprendeu que o Deus de Israel havia implorado ao Seu povo milhares de anos atrás que não se curvasse diante de imagens de pedra e madeira. A religião de Surachet se curvava a imagens de pedra e madeira. 

Ele aprendeu que a Bíblia ensinava que o Deus de Israel era o único Deus vivo não formado por mãos humanas. Jeremias 10:10 diz: "Mas o Senhor é o verdadeiro Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno" (NAA).

Surachet se inscreveu para aulas bíblicas da Voz da Profecia. Na época, a Voz da Profecia tinha uma presença florescente na Tailândia, após receber um edifício na capital da Tailândia, Bangkok, com a ajuda de uma oferta do trimestre, vários anos antes, em 1961. Surachet
terminou os estudos bíblicos em apenas uma semana e decidiu entregar seu coração ao Deus verdadeiro e vivo.

Seu pai ficou furioso quando Surachet pediu permissão para ser batizado. "Se você quer ser cristão, vá aos cristãos", disse ele. "Você não precisa voltar para casa."

Surachet disse que voltaria se sua vida não melhorasse sob o Deus vivo.

Surachet não se arrepende. Ele obteve bacharelado e mestrado em Teologia e doutorado em Missiologia. Ele trabalhou como pastor, diretor de comunicação da Igreja Adventista na Tailândia e diretor regional da Rádio Mundial Adventista. Seu desejo é ensinar aos outros sobre o Deus vivo. Hoje, ele está lecionando na Universidade Internacional Ásia-Pacífico, cujo campus na Tailândia foi construído com a ajuda de uma oferta do trimestre em 1988.

Ele diz a seus alunos que o cristianismo entrou na Tailândia há mais de 200 anos e a Igreja Adventista chegou quando um colportor evangelista começou a vender livros em 1906. Porém, apesar de uma presença de mais de 100 anos, o número de membros da igreja não passa de 16.000 pessoas, ou apenas 0,02% da população de 71 milhões da Tailândia. "Este é um dos países mais difíceis do mundo", disse Surachet. "Em alguns lugares, Satanás está fazendo seu trabalho por meio de resistência e oposição. Mas aqui, o cristianismo é bem-vindo, porém a
crença cultural em agentes satânicos é forte. Não estamos lutando contra carne e sangue. Estamos lutando com espíritos malignos. Estamos lutando com o próprio Satanás. Precisamos de mais trabalhadores na Tailândia."

Obrigado por suas fiéis ofertas do trimestre que tiveram um grande impacto na vida de pessoas como Surachet Insom. A Universidade Internacional Ásia-Pacífico, onde Surachet leciona, oferece educação cristã a milhares de alunos desde que uma oferta do trimestre em 1988 ajudou a construir seu campus. Todos os anos, estudantes de lares não cristãos são batizados na universidade. O prédio da Voz da Profecia, inaugurado em Bangkok com a ajuda da oferta do trimestre de 1961, foi demolido. Mas outros edifícios da igreja tomaram seu lugar, e
sua influência continua a reverberar na vida de Surachet e outros. Obrigado por planejar uma generosa oferta do trimestre em 28 de junho que, com a ajuda de Deus, também terá um impacto duradouro.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

• Mostrar a Tailândia no mapa.

• Pronunciar Surachet como: SOO-RA-chet.

• Assista a um pequeno vídeo no YouTube com Surachet em: bit.ly/Surachet.

• Baixe fotos para esta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.

• Compartilhe as postagens do Informativo Mundial das Missões e os Fatos Rápidos da Divisão Sul-Asiática do Pacífico: bit.ly/ssd-2025.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2025

Tema geral: "Alusões, imagens e símbolos"?

Lição 3 – 12 de abril a 18 de abril

Imagens do Casamento

 

Autor: Elton de Lima Alves Júnior

Editor: Lucas Diemer

Revisora: Rosemara Santos

 

As metáforas e símbolos usados no Apocalipse se originam no Antigo Testamento. Uma dessas metáforas é a do casamento. Ela ocorre de maneira explícita no texto apocalíptico em duas passagens: 19:7-9 e 21:2, 9-10.

Essa metáfora, utilizada para descrever a relação entre Deus e Seu povo, é recorrente na literatura profética do Antigo Testamento (Is 49:18; 61:10; 62:5; Jr 31:32; Ez 16:7-14; Os 2:16-20) e no Novo Testamento (Mt 22:1-14; 25:1-13; Mc 2:19, 20; Jo 3:29; 2Co 11:2; Ef 5:25-32).

Portanto, dar a devida atenção a essa imagem é importante. E é isso que faremos a seguir.

 

Uma só carne

O casamento é uma das bênçãos que herdamos do Éden. Embora ele tenha sido desvirtuado pela proliferação do pecado, Deus o usou como uma imagem para expressar a natureza da relação que Ele deseja ter com Seu povo.

A imagem se origina em Gênesis 2:24, onde encontramos elementos que ajudam a compreender a razão pela qual ela é usada. O primeiro é a exclusividade da relação matrimonial, expressa na frase: “por isso, o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher”. O segundo envolve a lealdade entre os cônjuges. A expressão “tornando-se os dois uma só carne” aponta nessa direção. Paulo reforça esse conceito em Efésios 5:28-31. O terceiro elemento é a perpetuidade do casamento, destacado por Jesus em Mateus 19:6. No ideal divino, ele nunca deveria ser dissolvido.

            Entretanto, isso não é tudo. O primeiro livro das Escrituras destaca um dos propósitos para o matrimônio: servir como auxílio na obediência à vontade de Deus – uma ideia sugerida pelo contexto de Gênesis 2. Assim, a metáfora carrega profundas implicações para a vida cristã.

 

A bela noiva

            Ezequiel 16 retrata Jerusalém – símbolo de Israel – como uma mulher infiel. Ao longo do texto, a cidade é repetidamente descrita como uma prostituta, numa linguagem forte. Em um determinado ponto, Deus a chama de “prostituta descarada” (Ez 16:30). Contudo, ela deveria ser fiel à aliança firmada na sua juventude (Ez 16:59, 60).

            Deus tomou a iniciativa nessa aliança (Ez 16:8), depois de ser o único que Se interessou por ela (Ez 16:6, 7). Ele cuidou de Jerusalém com tanta dedicação que ela se tornou linda (Ez 16:7, 14). Porém, sua beleza provinha do esplendor concedido por Deus, algo que não foi devidamente reconhecido (Ez 16:15-43). Essa postura cumpriu a profecia dada a Moisés em Deuteronômio 31:16.

            Apocalipse descreve a Nova Jerusalém como uma cidade linda, resplandecente com a glória de Deus (Ap 21:11, 23; 22:5). Esse sempre foi o desejo divino: que Seu povo refletisse Sua glória (Ap 21:24). E, um dia, essa cidade será unida ao seu Noivo em um casamento eterno.

 

A esposa prostituta de Oseias

            A história de Oseias com sua esposa prostituta ilustra a natureza do relacionamento entre Deus e Seu povo ao longo dos séculos, tanto para Israel quanto para a igreja cristã.

            A razão para essa ilustração envolve a gravidade da quebra de uma relação de exclusividade. Afinal, só existem duas relações que possuem essa característica: o casamento e a aliança entre Deus e Seu povo. E as implicações para sua quebra são sérias.

            Esse fato é evidenciado em Apocalipse 17 e 18, que descrevem a queda de Babilônia, símbolo da apostasia e opressão nas Escrituras. Lamentavelmente, por se unir ao Estado, a igreja se prostituiu, alterando crenças e práticas bíblicas. Ainda assim, Deus continua amando Seu povo. Por isso, Ele o chama para sair de Babilônia, antes de sua queda (Ap 18:4).

 

Isaque e Rebeca

             Alguém certa vez disse que “seu cônjuge não apenas caminha ao seu lado, mas também define os caminhos que você escolhe”. Por isso, essa decisão não deve ser tomada de forma apressada, sem cuidadosa reflexão, especialmente quando envolve questões de fé. As Escrituras deixam essa verdade amplamente evidente.

            O envolvimento matrimonial com pessoas de outras crenças sempre teve consequências desastrosas para o povo de Deus (1Rs 11:2-4; Ed 9). O exemplo mais trágico deles se encontra em Gênesis 6. Enquanto o povo de Deus não se envolvia com o “mundo”, havia esperança. Porém, quando isso ocorreu, Deus enviou o dilúvio. O texto desse capítulo demonstra que a situação havia se tornado irreversível. Não por acaso, o apóstolo Paulo retoma do tema, reiterando a orientação divina para que o povo de Deus se mantenha afastado desse tipo de relação (2Co 6:14, 15; compare com Dt 7:3, 4).

            A história do casamento de Isaque, e as precauções de Abraão, portanto, possuem um motivo claro: ele não queria comprometer os planos de Deus para sua descendência. Em essência, essa atitude do patriarca revela a postura que devemos adotar em relação ao mundo. A igreja é chamada para influenciá-lo e não para imitá-lo.

 

A prostituta é julgada

            Apocalipse 19:1 a 10, a primeira parte desse capítulo, apresenta uma grande multidão louvando a Deus pela destruição de Babilônia e o casamento do Cordeiro com Sua noiva. Esse juízo demonstra, uma vez mais no livro, que Deus é justo e verdadeiro (Ap 19:2). O capítulo tem importantes coisas a ensinar.

Primeiro, o juízo de Babilônia é necessário, pois ela oprimiu o povo de Deus e corrompeu a terra com a sua prostituição (Ap 19:2). Segundo, aqueles que louvam a Deus por agir com justiça, são os mesmos que aceitaram e permaneceram fiéis às três mensagens angélicas (Ap 19:4, 5, 7). Terceiro, ainda que os servos de Deus sejam fiéis à Sua vontade, eles são salvos por Sua graça (Ap 19:8).

Esses últimos dois pontos sugerem que a prostituta rejeitou a graça divina e, consequentemente, Sua vontade também. Isso evidencia os resultados da infidelidade. Ela será punida com a morte eterna (Ap 18:21-24). No entanto, a punição é consequência da falta de arrependimento, como demonstrado em Apocalipse 16:9 e 11. A destruição de Babilônia, inclusive, está ligada a duas das sete últimas pragas (Ap 16:12-21).

Por outro lado, Deus Se alegra com a fidelidade e amor de Seus servos. Ele deseja viver com eles por toda a eternidade (Ap 21 e 22). Portanto, eles desfrutarão da qualidade de vida da Nova Jerusalém.

 

Conclusão

Quando incentivado pelo procônsul a renunciar a Cristo e traí-Lo, Policarpo, bispo de Esmirna, respondeu: “Há oitenta e seis anos eu O tenho servido e nunca me fez mal algum; como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou?"

Que essa seja a nossa experiência sempre. Um casamento feliz nos aguarda. Seja fiel até o fim!

 

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Elton Júnior é pastor adventista. Formou-se Bacharel em Teologia pelo UNASP-EC, em 2008. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Trabalhou em diversas funções em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É Mestre em Interpretação Bíblica pelo UNASP. Atualmente mora em Santiago, servindo como Secretário Executivo da União Chilena, desde 2023. É casado com Gisselle, pedagoga. O casal tem três filhos: Isaac, Rebecca e Giovanna.