Mesmo a mais rápida leitura do Novo Testamento revela uma verdade importante: ele está diretamente ligado ao Antigo. Repetidas vezes, os evangelhos e as epístolas fazem referência a acontecimentos do Antigo Testamento ou o citam direta ou indiretamente. Quando Se referia a Si mesmo e a Seu ministério, Jesus frequentemente falava que as “Escrituras” precisavam ser “cumpridas” (veja Mt 26:54, 56; Mc 14:49; Jo 13:18; 17:12).
O mesmo pode ser dito em relação ao livro do Apocalipse. É quase impossível dar sentido a esse livro sem considerar o Antigo Testamento, especialmente o livro de Daniel. Essa é uma razão pela qual muitas vezes estudamos ambos os livros simultaneamente.
Um aspecto essencial dessas referências ao Antigo Testamento no livro do Apocalipse é que, juntamente com o restante do livro, elas revelam Jesus. O Apocalipse é sobre Cristo, sobre quem Ele é, o que Ele fez para Seu povo e o que fará por nós no fim dos tempos. Necessariamente, Jesus deve estar à frente e no centro de todo o nosso foco nos eventos finais, exatamente o que ocorre no livro do Apocalipse. A lição desta semana trata de Jesus nesse livro.
Entre as muitas coisas que os livros de Daniel e Apocalipse têm em comum são suas duas divisões básicas: a primeira é histórica e a segunda, escatológica (eventos do tempo do fim). Ambos os conceitos estão intimamente ligados nesses livros. Podemos considerar os eventos históricos como precursores ou exemplos, mesmo que em menor escala, de grandes acontecimentos globais nos últimos dias. Ou seja, ao estudarmos o que ocorreu no Antigo Testamento, podemos ter uma ideia do que ocorrerá em nossos dias e no futuro. Esse princípio, no entanto, não se limita apenas aos livros de Daniel e Apocalipse.
1. Leia 1 Coríntios 10:1 a 11. Nesses versos, como vemos o princípio mencionado acima? Esses exemplos podem ser aplicados aos nossos dias?
Conforme descobrimos na semana passada, algumas histórias do livro de Daniel (Dn 3:6, 15, 27; 6:6-9, 21, 22) foram incidentes históricos regionais que refletem, de certa maneira, os eventos finais descritos no Apocalipse. Ao estudar essas histórias, obtemos vislumbres e uma compreensão de algumas coisas que o povo de Deus enfrentará em uma escala mais ampla no fim. No entanto, talvez o ponto mais importante seja que, independentemente da nossa situação imediata, temos a certeza da libertação final. Em meio a todos os outros ensinamentos do Apocalipse, o livro garante a vitória aos fiéis.
Embora existam algumas exceções, a parte histórica do Apocalipse abrange os capítulos 1–11. Os capítulos 13–22 tratam do tempo do fim.
2. Leia Apocalipse 12:1 a 17. Onde esse capítulo se enquadra: nos eventos finais ou históricos? Por quê? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Nos eventos finais, pois discorre sobre o futuro e a volta de Jesus.
B.( ) Em ambos, pois trata de acontecimentos do passado e também do futuro.
Como podemos ver, esse capítulo pertence a ambos os segmentos. Por quê? Porque ele fala sobre conflitos históricos: a expulsão de Satanás do Céu (Ap 12:7-9), o ataque de Satanás contra o bebê Jesus (Ap 12:4) e a perseguição da igreja em sua história subsequente (Ap 12:14-16), e faz uma descrição do ataque do diabo ao remanescente no tempo do fim (Ap 12:17).
3. Os seguintes textos apresentam vários nomes para Jesus e, em alguns casos, descrições Dele e do que Ele fez, está fazendo ou fará. O que esses textos nos ensinam sobre Cristo?
Ap 1:5 _______________________________________________________________________
Ap 1:18 ______________________________________________________________________
Ap 5:8 _______________________________________________________________________
Ap 19:11-15____________________________________________________________________
Ap 21:6 _______________________________________________________________________
Esses são apenas alguns dos muitos textos do Apocalipse que descrevem os vários papéis e funções de Jesus. Ele é o Cordeiro, uma referência à Sua primeira vinda, na qual Ele Se ofereceu como sacrifício pelos nossos pecados. “Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (1Co 5:7). Ele também é Aquele que esteve “morto, mas eis que” está “vivo pelos séculos dos séculos” (Ap 1:18), uma referência clara à Sua morte e ressurreição. “Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia” (Lc 24:46). E em Apocalipse 19:11 a 15, Ele é descrito realizando Sua função na segunda vinda, quando retornará à Terra com poder e glória para executar Seu juízo. “O Filho do Homem há de vir na glória de Seu Pai, com os Seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mt 16:27).
Além das duas principais divisões, no livro do Apocalipse há também outra camada estrutural, fundamentada no santuário hebraico. Esse tema do santuário não se limita a nenhuma das duas principais divisões, mas percorre ambas.
No santuário terrestre, o ritual começava no pátio, no altar do holocausto, onde os animais eram mortos. Após a morte do animal, símbolo do sacrifício na cruz, o sacerdote entrava no primeiro compartimento do santuário, o que era um modelo do que Cristo fez no santuário celestial após Sua ascensão. Isso é representado pela cena de Jesus caminhando entre os candelabros (Ap 1:13).
4. Leia Apocalipse 4:1 e 2. O que representa a porta aberta? Onde se localiza essa cena? (Veja também At 2:33; 5:31; Ef 1:20; Hb 10:12, 13; Sl 110:1; Ap 12:5).
Logo após Sua ascensão, Cristo foi entronizado no lugar santo do templo celestial, através dessa primeira porta aberta. Quando Jesus aparece pela primeira vez no livro do Apocalipse, Ele está diante dos candelabros, no primeiro compartimento no santuário celestial (veja Ap 1:10-18).
5. Leia Apocalipse 11:19. Quando o templo celestial foi aberto, João pôde ver a arca da aliança, que, no caso do santuário terrestre, ficava no segundo compartimento. Qual é a importância desse fato? (Veja Lv 16:12-14).
A imagem da arca da aliança no santuário celestial é uma referência incontestável ao lugar santíssimo, ou o segundo compartimento do santuário celestial. No livro do Apocalipse, podemos observar não apenas o ministério de Jesus nos dois compartimentos, mas o fato crucial e confortador de que os acontecimentos no Céu e na Terra estão interligados. Mesmo em meio às provações da história e dos últimos dias, descritas no livro do Apocalipse, podemos ter a certeza de que “todo o Céu está empenhado na obra de preparar um povo para estar de pé no dia preparado pelo Senhor. A ligação entre o Céu e a Terra parece muito próxima” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje [Meditação Matinal, 1952], p. 288).
Tudo no Apocalipse, desde sua estrutura até o conteúdo, tem um único propósito: revelar Jesus Cristo.
Por essa razão, as primeiras palavras do livro são: “Revelação de Jesus Cristo” (Apocalypsis Iesou Christou). Essa expressão geralmente é entendida como (1) “Revelação de Jesus Cristo” ou (2) “Revelação sobre Jesus Cristo” (Ap 1:2). O fato de ser uma “revelação” refuta aqueles que acreditam que o Apocalipse é muito difícil de entender. Por que o Senhor teria incluído esse livro na Bíblia se não quisesse que ele fosse compreendido por aqueles que o lessem?
6.Leia Apocalipse 1:1 a 8. O que esses versos ensinam sobre Jesus? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A.( ) Cristo é nossa Fiel Testemunha, Primogênito dos mortos, nosso Soberano e Redentor.
B.( ) Cristo passou a ser apenas humano, renunciando à Sua divindade.
No Apocalipse, Cristo é apresentado como “Soberano dos reis da terra” (Ap 1:5) e, perto do final do livro, Ele é descrito como “Rei dos reis” (Ap 19:16). A ótima notícia é que, em meio a todo o caos e confusão na Terra, podemos ter a certeza de que nosso amoroso Senhor e Salvador tem o controle supremo.
Em Apocalipse 1:5, temos uma clara referência a Cristo como Redentor: “Àquele que nos ama, e, pelo Seu sangue, nos libertou dos nossos pecados.” Esse verso aponta para Sua morte expiatória na cruz. Cristo não apenas nos justificou, mas também nos santificou (1Co 6:11). Em textos como esse podemos encontrar a certeza da salvação, pois ele nos mostra que Jesus é Aquele que lava nossos pecados. Certamente não podemos fazer isso por nós mesmos.
7. O que Apocalipse 1:7 ensina sobre Jesus? Assinale a alternativa correta:
A.( ) Ele virá de maneira visível, e todo o olho O verá.
B.( ) Ele virá, porém somente alguns O verão.
A promessa de que Cristo voltará “com as nuvens” é central para toda a fé cristã. Jesus virá. Sua vinda será literal, um evento a ser testemunhado pelo mundo inteiro, um acontecimento que, de uma vez por todas, acabará com o sofrimento, o caos e a ruína deste mundo. Será um prenúncio de todas as promessas da eternidade.
8. De acordo com Apocalipse 1:10 a 18, o que Jesus disse sobre Si mesmo? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A.( ) Ele é uma criatura divina assim como nós.
B.( ) Ele é o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. Ele ressuscitou e tem em Suas mãos as chaves da morte e do inferno.
Nesses versos, Jesus aparece no primeiro compartimento do santuário celestial. A revelação Dele nessa função foi tão grandiosa que João caiu a Seus pés em temor. Jesus, sempre com palavras de conforto, disse ao apóstolo que não tivesse medo e Se revelou como o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último (referências à Sua existência eterna como Deus). Posteriormente, Ele falou sobre Sua morte e ressurreição, e a esperança que é trazida pela Sua ressurreição. Jesus tem as chaves da “morte e do inferno”. Em outras palavras, Ele disse a João nesse verso o que havia dito a Marta por ocasião da morte de seu irmão, palavras que João também registrou: “Eu Sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em Mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” (Jo 11:25, 26).
Como fez a Marta e a João, Jesus nos mostra a esperança da ressurreição, o auge e clímax da fé cristã. Sem essa esperança, que outra esperança teríamos?
9. Leia Apocalipse 22:7, 12 e 13. O que esses versos revelam sobre Jesus? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. ( ) Ele virá em breve, trazendo a recompensa a cada um segundo as suas obras. Ele é o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.
B.( ) Ele cumprirá a promessa da Sua vinda somente se fizermos a nossa parte.
“Cristo Jesus é o Alfa e o Ômega, o Gênesis do Antigo Testamento e o Apocalipse do Novo. Ambos se encontram em Cristo. Adão e Deus são reconciliados pela obediência do segundo Adão, que realizou a obra de vencer as tentações de Satanás e redimir o lamentável fracasso e queda de Adão” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1217). Jesus é o princípio e o fim. Ele nos criou no princípio e nos recriará no fim.
Do início ao fim – visto que nos ensina não apenas a história, mas os eventos do tempo do fim – o livro do Apocalipse ainda é o Apocalypsis Iesou Christou, a Revelação de Jesus Cristo. Em meio a todas as outras coisas que possamos estudar sobre os eventos finais, Ele deve estar no centro de tudo.
“No Apocalipse são representadas as coisas profundas de Deus. O próprio nome dado a suas inspiradas páginas, “revelação”, contradiz a afirmação de que é um livro selado. Uma revelação é alguma coisa que foi desvendada. O próprio Senhor revelou a Seu servo os mistérios contidos nesse livro, e propõe que seja aberto ao estudo de todos. Suas verdades são dirigidas aos que vivem nos últimos dias da história da Terra, como foram aos que viviam nos dias de João. Algumas das cenas descritas nessa profecia estão no passado e algumas estão acontecendo agora; algumas nos apresentam o fim do grande conflito entre os poderes das trevas e o Príncipe do Céu e algumas revelam os triunfos e o regozijo dos remidos na Terra renovada” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 584).
Os textos que analisamos nesta semana, tanto no início como no final do livro, mostram que o tema essencial do Apocalipse é Jesus. Mesmo com todas as referências aos eventos históricos do Antigo Testamento, o livro do Apocalipse nos ensina mais sobre nosso Senhor Jesus. Veja também estes textos que falam sobre Ele: Apocalipse 3:14; 5:5, 6; 7:14; 19:11-16. Quando reunimos esses textos, obtemos uma poderosa representação de Jesus e do que Ele deve significar para nós, aqueles que afirmam ser Seus seguidores.
Perguntas para discussão
1. O que significa o fato de que, ao longo de todo o Novo Testamento, são feitas constantes referências ao Antigo Testamento? Isso revela que as Escrituras são essenciais à nossa fé e que devemos levar a sério a Palavra de Deus? Devemos nos proteger de todas as tentativas de menosprezar a autoridade das Escrituras em nossa vida pessoal e na vida da igreja?
2. Consulte o livro do Apocalipse e reúna textos que falem especificamente sobre Jesus. Na classe, leia os textos em voz alta. O que mais eles revelam sobre a natureza, a obra, o poder e o caráter de nosso Senhor? Você obtém conforto no conteúdo desses textos?
3. Em um mundo de morte, encontramos esperança e conforto na promessa da ressurreição?
Respostas e atividades da semana: 1. Incentive os alunos a identificar os exemplos mencionados nessa passagem bíblica e como eles podem ser aplicados aos nossos dias. 2. B. 3. Distribua os textos entre os alunos e peça a colaboração deles para responder à questão. 4. Dependendo da disponibilidade dos recursos, apresente aos alunos uma planta do santuário terrestre para que eles visualizem melhor a atuação de Jesus no santuário celestial. Outra opção é distribuir as passagens entre os alunos e discutir com eles a questão. 5. Incentive os alunos a ler todo o capítulo 16 de Levítico em casa. Peça a opinião da classe sobre a questão. 6. V; F. 7. A. 8. F; V. 9. V; F.
TEXTO-CHAVE: Apocalipse 1:1
O ALUNO DEVERÁ
Conhecer: O propósito e a estrutura do livro do Apocalipse, e entender o papel central de Jesus no plano da salvação.
Sentir: Aproximar-se cada vez mais de Jesus Cristo, que Se revela em Sua palavra, na história e na vida do crente.
Fazer: Ouvir a palavra de Deus e obedecer às Suas instruções, e colocá-Lo no início e no fim de todos os seus projetos.
ESBOÇO
I. Conhecer: A ideia central do livro do Apocalipse
A. Por que o último livro da Bíblia chama-se “Revelação de Jesus Cristo?
B. Que relação há entre o livro do Apocalipse e o de Daniel?
C. O que a estrutura do livro do Apocalipse nos ensina?
II. Sentir: Jesus em você
A. Por que e como Jesus nos ajuda a nos aproximarmos de Deus?
B. Por que minha religião deve se refletir na minha vida diária?
C. Como a “Revelação de Jesus Cristo” me ajuda a amar a Deus?
III. Fazer: Ouvir é obedecer
A. Qual é o sinal de que você compreendeu a “Revelação de Jesus Cristo”?
B. Como você começa e termina seu dia?
C. Quais são as prioridades em seus projetos?
O livro do Apocalipse não é apenas interessante e intrigante porque fala dos mistérios de Deus; é também concreto e relevante porque diz respeito à sua vida e ao destino do mundo.
Ciclo do aprendizado
1 Motivação
Focalizando as Escrituras: Apocalipse 1:3
Conceito-chave para o crescimento espiritual: Para desvendar os símbolos do Apocalipse não bastam apenas habilidade e conhecimento. Depende também do modo como se reage ao chamado divino deste livro para se arrepender e servir ao Senhor. Em contrapartida, as boas intenções de ser piedoso e agradar ao Senhor devem se basear e se guiar pelo estudo diligente e atento da Palavra de Deus.
Para o professor: Desde o início, Apocalipse esboça os princípios metodológicos que devem caracterizar qualquer abordagem a esse livro. Somos instados a “ler”, “ouvir” e “guardar”. Ler é o primeiro passo fundamental. A verdade não se encontra em nós mesmos, mas deve ser encontrada em um texto inspirado por Deus. É definida como uma “profecia” a ser “ouvida”.
Em hebraico, o verbo “ouvir” tem sentido duplo. Primeiro significa “compreender” (1Rs 3:9; Ne 8:3; Ap 2:7), o que implica inteligência e esforço intelectual. Mas “ouvir” também significa “obedecer”, o que sugere que devemos estar dispostos a converter nossa compreensão em ação e reagir aos apelos divinos de forma positiva. O terceiro verbo, “guardar”, relembra que a vida espiritual é um processo contínuo e repetitivo: devemos conservar vivas em nossa mente e coração o que lemos e ouvimos. Daí a repetição desse princípio até o fim do livro (Ap 22:7).
Discussão e atividade inicial: Observe que os verbos estão no plural: na gramática está implícita a ideia de que são muitos os leitores e ouvintes. A multiplicidade de leitores, inseridos na forma plural dos verbos, sugere que o livro do Apocalipse pertence a um contexto de adoração. Portanto, não devemos estudá-lo sozinhos. Discuta com seus alunos os princípios e verdades implícitos nessa adoração e nesse contexto coletivo.
Perguntas para discussão
1. Por que é importante ler o livro do Apocalipse na companhia de pessoas que buscam a verdade e têm opiniões similares?
2. Quais habilidades e emoções essa leitura em grupo sugere?
2 Compreensão
Para o professor: Três exigências fundamentais devem preparar os alunos a se empenharem e permanecerem no caminho certo ao decifrar o livro do Apocalipse: (1) a importante ligação do livro do Apocalipse com o Antigo Testamento, especialmente com o livro de Daniel; (2) a estrutura geral do livro; e (3) o foco na Pessoa de Jesus Cristo.
COMENTÁRIO BÍBLICO
I. O livro mais hebraico do Novo Testamento
(Recapitule com a classe Ap 1:4; Êx 3:14.)
O livro do Apocalipse pode ser considerado o livro do Novo Testamento mais próximo do Antigo Testamento. Podemos contar 2.000 alusões ao Antigo Testamento, incluindo 400 referências explícitas e 90 citações do Pentateuco e dos Profetas. Esse livro é tão ancorado no hebraico que sobre ele se afirma: “Dificilmente [...] pode ser compreendido [...] por ignorantes do hebraico” (Ernest Renan, Antichrist: Including the Period from the Arrival of Paul in Rome to the End of the Jewish Revolution. Boston: Joseph Henry Allen, editor e tradutor, 1897, p. 17). João introduz sua mensagem às sete igrejas com uma saudação que se origina no Deus do Antigo Testamento. Shalom vem do “EU SOU”, expressão que define o Deus Yahweh, que Se revelou a Moisés na sarça ardente (Êx 3:14).
O livro mais presente no Apocalipse é Daniel. A primeira palavra do livro do Apocalipse, “revelação”, é uma palavra-chave do livro de Daniel, que também introduz suas visões proféticas (Dn 2:19, 28, 29, 30, 47; 10:1). O livro do Apocalipse inicia da forma como termina o de Daniel, com uma bênção, como se João considerasse o Apocalipse a continuidade de Daniel. O livro de Daniel termina com uma bênção firmada na esperança que aponta para o “fim dos dias” (Dn 12:12, 13), e o livro do Apocalipse começa com uma bênção que tem o mesmo horizonte, “pois o tempo está próximo” (Ap 1:3). Até a maneira como João se refere a si mesmo para apresentar sua visão, “Eu, João” (Ap 1:9), ecoa a expressão técnica de Daniel, “Eu, Daniel”, que introduz suas visões (Dn 2:19, 22, 28, 29, 30, 47; 9:2; 10:1). Todas essas observações dos primeiros versos do livro do Apocalipse devem nos encorajar a estudá-lo em estreita relação com o Antigo Testamento e com o livro de Daniel.
Pense nisto: Quais são os perigos de ler e estudar o Novo Testamento sem levar em consideração sua relação com o Antigo Testamento? Como a igreja cristã falhou nisso? Por que o livro de Daniel era o mais popular entre os cristãos primitivos? Qual saudação os cristãos primitivos criaram a partir da leitura do livro de Daniel?
II. A estrutura esclarecedora
(Recapitule com sua classe Ap 11:19–14:5.)
Como o livro de Daniel, o livro do Apocalipse está dividido em duas seções, e semelhante ao primeiro, o segundo tem como centro o juízo divino no fim dos tempos e a vinda do Filho do Homem (Ap 14; compare com Dn 7). A primeira parte do livro do Apocalipse se concentra na história da Terra desde a época de João até a segunda vinda de Cristo, ao passo que a segunda parte se concentra na história do Céu a partir da época da vinda de Cristo até a descida da Jerusalém celestial.
Além dessa divisão em duas partes, a estrutura do livro do Apocalipse está relacionada também ao espaço e aos tempos do santuário. O espaço do santuário está implícito na progressão da visão apocalíptica do sacrifício de Cristo, que evoca o altar (Ap 1:5); no candeeiro, que evoca o primeiro compartimento do santuário, o “lugar santo” (Ap 1:10-18); e na arca da aliança, que evoca o segundo compartimento do santuário, o “lugar santíssimo” (Ap 11:19). Os tempos do santuário estão implícitos nas alusões às sete festas judaicas que marcam o ritmo da progressão da visão, desde a Páscoa (Ap 1:12-20) até a Festa dos Tabernáculos (Ap 21:1-8). Essa múltipla estrutura do livro do Apocalipse se justifica pela mensagem rica e profunda transmitida por ele.
Pense nisto: Quais lições tiramos da ligação entre o santuário e as diferentes partes do livro do Apocalipse? Por que o juízo divino se encontra no centro dos livros de Apocalipse e Daniel? (Compare com o papel de Levítico 16 no centro do Pentateuco).
III. Cristo no centro
(Recapitule com a classe Ap 1:5, 18; 3:21.)
Jesus está presente em todo o livro do Apocalipse. Ele aparece no início para identificar a essência do livro, a “Revelação de Jesus Cristo” (Ap 1:1) e sua origem, “da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos” (Ap 1:5). Ele aparece no fim do livro como Testemunha, falando novamente de Sua vinda. Enquanto aguardamos o cumprimento de Sua promessa, precisamos receber Sua graça (Ap 22:20, 21). Dentro do livro, os diferentes aspectos do ministério de Jesus Cristo são mencionados: Seu papel como Cordeiro pascal, que provê salvação; Sua ressurreição; Seu papel como Aquele que caminha dentro da igreja e Sua vitória final como Rei glorioso montado sobre o cavalo branco (Ap 19:11-16).
Pense nisto: Por que Jesus Cristo é o personagem central do livro do Apocalipse? Qual é o símbolo mais importante usado no livro para representá-Lo?
3 Aplicação
Para o professor: O livro do Apocalipse é cheio de sangue e parece apresentar um Deus vingativo. Como podemos conciliar essas descrições cruéis com a noção de um Deus bom e amoroso? Lutero rejeitou o livro do Apocalipse. Como tais impressões de violência podem ter contribuído para isso? Que importante lição ética aprendemos com o livro do Apocalipse? Por que é importante saber que Deus julgará a humanidade?
Perguntas para reflexão
1. Por que e como o livro do Apocalipse afeta sua vida?
4 Criatividade
Para o professor: Com frequência, o livro do Apocalipse tem inspirado o fanatismo, talvez porque seja lido separadamente de outras partes da Bíblia. Por que não é sábio fazer isso? Quais outros livros da Bíblia devem ser lidos junto com Apocalipse?
Atividades
1. Peça que os membros da classe procurem alguns símbolos no livro do Apocalipse.
2. Discuta com eles seus significados e a sua relação com os símbolos do Antigo Testamento.
Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?
3º Sábado
O poder da sala de aula
A primeira vez em que Kamlitha ouviu falar sobre o sábado foi por meio do filho adolescente, Fredrick, que estudava na Escola Adventista Missionária na remota ilha no Pacífico, Ilhas Marshall. Mas a mãe de oito filhos não queria abandonar a igreja da qual fazia parte, guardadora do domingo. Muitas pessoas de outras denominações a convidaram para fazer estudos bíblicos e visitar igrejas, mas ela negava todos os convites.
Kamlitha disse ao filho que não mudaria de ideia apenas porque ele estava entusiasmado com a aula de religião do nono ano. Ela também não queria frequentar a igreja no sábado, pois acreditava que não era o dia correto para guardar. “Pesquise na Bíblia e você verá que falo a verdade!”, Fredrick respondeu. Ela havia escolhido a Escola Adventista de Ebeye para seu filho mais velho porque desejava que ele recebesse educação cristã e por ficar perto de sua casa. A escola tinha reputação de ter alunos missionários que ensinavam inglês melhor que outras escolas.
Aluno batizado
Fredrick continuou compartilhando com a mãe as verdades e versos bíblicos aprendidos na escola. Ele gosta muito de recitar Mateus 6:33, que diz: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas”. Ele também defendeu a profetisa Ellen G. White, cofundadora da Igreja Adventista. “Não sei o que algumas pessoas tem contra Ellen White”, ele pondera, “todos seus escritos estão fundamentados na Bíblia”.
Kamlitha ficou impressionada com as convicções e o conhecimento que o filho tinha da Bíblia. Mas resistiu aos apelos e constantes convites para visitar a igreja adventista, mesmo quando um pregador de Guam visitou a cidade. Entretanto, não proibiu que Fredrick fosse batizado. Sempre que estava sozinha, perguntava constantemente a Deus se estava na igreja certa e, se não fosse assim, que Ele mostrasse a ela a igreja que ensinava a verdade da Bíblia.
Então, uma seca atingiu a região. A água fresca, já escassa, secou em Ebeye, uma ilha onde 12 mil pessoas, metade delas com menos de 18 anos, vivem em apenas 32 hectares de areia. Kamlitha se juntou a outros moradores em uma viagem diária até o cais para buscar água transportada de uma base militar dos Estados Unidos, o principal empregador da ilha.
Certo dia, estando na fila para pegar agua, Kamlitha conheceu Andrea, estudante missionária britânica, que lecionava na escola. Elas ficaram três dias na fila e, no terceiro dia, Andrea a convidou para estudar a Bíblia. Dessa vez, a mãe de Fredrick aceitou o convite. E uma vez por semana a professora ia à sua casa. “Quando ela me mostrou a palavra de Deus, senti-me tocada e desejei ser batizada”, Kamlitha diz. “Foi maravilhoso. Todas as igrejas em Ebeye me convidaram, mas não aceitei até que decidi ser adventista”.
Pais e irmãos batizados
Fredrick ficou muito feliz! Após o batismo, Kamlitha foi convidada para trabalhar como assistente de professor na escola e a servir no conselho da igreja. Ela também começou a orar pelo esposo, Harold. Durante dois anos, ela orou pela conversão dele, um fumante inveterado que bebia todas as noites antes de voltar do trabalho como supervisor de alimentos na base militar americana. Finalmente, Harold aceitou estudar a Bíblia com um pastor adventista, Tommy Kilma, e entregou o coração a Jesus. Kamlitha e Harold enviou os oito filhos para a escola adventista e quatro foram batizados. Dois netos também frequentam a escola.
Harold, atualmente com 60 anos, continua trabalhando na base militar americana. Ocupa o cargo de ancião na igreja que se reúne no salão principal da escola. Cerca de 60 pessoas se reúnem para adorar a Deus cada sábado. “Deus é misericordioso”, diz Harold. “Ele Se importa com nossa vida e deseja nos ajudar. Não importa o que aconteça, Ele sempre supre nossas necessidades.”
Kamlitha, 62 anos, atualmente trabalha como professora de marshallês na escola adventista e dá estudos bíblicos aos amigos e vizinhos. Cinco pessoas já foram batizadas como resultado de seu trabalho. Atualmente, Kamlitha planeja retornar para o Atol Maloelap para construir uma igreja. Não existem adventistas nessa ilha de 150 habitantes e, com o apoio dos líderes da igreja regional ela pretende falar sobre a volta de Jesus. Muitas vidas foram transformadas nas Ilhas Marshall em razão de Fredrick ter frequentado a Escola Adventista Ebeye do sétimo dia em 2003. “Agradeço a Deus por que Ele nos escolhe e realiza Sua obra em nós milagrosamente”, disse Kamlitha.
Parte da oferta deste trimestre ajudará a Escola Adventista de Ebeye a reformar as salas de aula. Muito obrigado por suas ofertas missionárias que ajudarão mais crianças – e seus pais – a aprenderem sobre Jesus em Ebeye e outros lugares.
*Veja a história de Kamlitha e Harold no link: bit.ly/Kamlitha-Bulles
Resumo missionário
- A água clara ao redor das Ilhas Marshall é o lar de mais de mil espécies de peixes e 250 espécies de corais. É considerado um dos melhores lugares do mundo para o mergulho.
- Em outubro de 2011, o governo criou o maior santuário de tubarões do mundo – uma área que cobre quase dois milhões de quilômetros quadrados de oceano.
- Existem pelo menos 22 espécies de tubarões nas águas ao redor das Ilhas Marshall, incluindo tubarão azul, tubarão sedoso, tubarão-raposo, tubarão-pelágico, tubarão oceânico e tubarão-lixa.
Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2018
Tema Geral: Preparação para o Tempo do fim
Lição 3: 14 de abril a 21 de abril
Jesus e o livro do Apocalipse
Autor: Flávio da Silva de Souza
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega
O principal tema da Bíblia é Jesus Cristo. Ele é revelado nas Escrituras do Gênesis ao Apocalipse, e como o tema não muda ao longo de toda a Palavra de Deus, o Novo Testamento usou a linguagem do Antigo Testamento para revelar as verdades divinas, os grandes eventos do Antigo Testamento (criação, Dilúvio, êxodo e cativeiro babilônico) são a base dessa linguagem. Isso é visto claramente no Apocalipse. Ellen White afirma que no Apocalipse todos os livros da Bíblia se encontram e se cumprem (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 585). Segundo Paulien, o Apocalipse faz alusão ao Antigo Testamento não com citações diretas, “mas com uma palavra aqui, uma frase ali, ou um conceito em outro lugar” (The Deep Things of God: An Insider’s Guide to the Book of Revelation, p. 77). Isso é interessante porque muitos entendem o Apocalipse como um livro escrito com uma linguagem enigmática e de difícil compreensão. Mas como foi visto é simplesmente a linguagem do Antigo Testamento. Creio que Deus deixou como requisito básico para a compreensão do Apocalipse o estudo de toda a Bíblia, especialmente do Antigo Testamento.
1. A estrutura do Apocalipse
Stefanovic apresenta o livro do Apocalipse com um prólogo e um epílogo, e entre eles sete visões básicas que começam cada uma com uma cena do santuário:
Prólogo (1:1-8)
- Cena introdutória do santuário (1:9-20), a mensagem às sete igrejas (2-3)
- Cena introdutória do santuário (4-5), a abertura dos sete selos (6–8:1)
- Cena introdutória do santuário (8:2-5), as sete trombetas (8:6–11:18)
- Cena introdutória do santuário (11:19), a ira das nações (12–15:4)
- Cena introdutória do santuário (15:5-8), as sete últimas pragas (16-18)
- Cena introdutória do santuário (19:1-10), a consumação escatológica (19:11–21:1)
- Cena introdutória do santuário (21:2-8), a Nova Jerusalém (21:9–22:5)
Epílogo (22:6-21)
Há no Apocalipse uma estrutura quiástica (em X). A primeira cena acontece na Terra, assim como a sétima. Da segunda à sexta cena são localizadas no Céu. A segunda e a sexta cenas descrevem a adoração no santuário. Referem-se ao trono, à adoração, ao Cordeiro, aos 24 anciãos e ao louvor a Deus. A terceira e a quinta cenas apresentam a intercessão. Na terceira cena há a queima do incenso, e na quinta há o fim da intercessão. A quarta cena é o centro do Apocalipse, onde é descrito o grande conflito. As três primeiras cenas estão relacionadas com o serviço diário do templo (tamid), pois acontecem no pátio e no lugar santo (altar de holocausto e o altar de incenso), sendo assim a parte histórica do livro. As últimas quatro estão relacionadas ao dia da expiação (yom kipur), pois acontecem no santíssimo (arca da aliança), sendo assim a parte escatológica do livro (Stefanovic, La Revelación de Jesucristo: Comentário del libro del Apocalipsis, p. 31-33).
Ellen White nos dá uma importante orientação em relação ao estudo do Apocalipse: “Leiam Apocalipse em conexão com Daniel” (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 115). Daniel empregou o conceito de repetição e ampliação. As profecias de Daniel 2, 7 e 8 apontam, aproximadamente, para o mesmo período histórico. Daniel 2 e 7 começam com Babilônia, enquanto Daniel 8 começa com a Média-Pérsia e os três vão até o estabelecimento do reino de Deus (Dn 2:44-45; 7:27; 8:25; cf. 2Ts 2:8; note a semelhança da linguagem de Daniel 2:45 [“sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou”] e 8:25 [“será quebrado sem esforço de mãos humanas”]). Daniel 2 focaliza os reinos da Terra, Daniel 7 mostra o sofrimento do povo de Deus causado pela ponta pequena, e Daniel 8 apresenta a purificação do santuário. As três primeiras visões do Apocalipse (as sete igrejas, os sete selos e as sete trombetas) também falam, aproximadamente, de um período histórico em comum (do período do Império Romano até a volta de Cristo). Elas repetem e ampliam o assunto. A visão das sete igrejas tem como tema o povo de Deus, a visão dos sete selos focaliza o sofrimento do povo de Deus e a visão das sete trombetas destaca os juízos sobre os inimigos do povo de Deus.
2. Representações de Jesus
Há uma frase muito falada pelos cristãos: “Jesus é tudo para mim”. Se tem um livro na Bíblia em que isso também é uma realidade, é o livro do Apocalipse. No capítulo 1:5, Ele é a Testemunha Fiel, que morreu para nos salvar, é o Primogênito dos Mortos que nos garante a ressureição e o Príncipe dos reis da Terra, que nos dará o Seu reino. Em Apocalipse 1:13-17, Ele é o Sacerdote que anda ao lado da igreja. Em Apocalipse 5:8, Ele é o Cordeiro sacrifical, em Apocalipse 5:5, Ele é o Leão da Tribo de Judá. Em Apocalipse 19:11-15, Ele é o Cavaleiro Fiel e Verdadeiro que vence as batalhas. Em Apocalipse 21:6, Ele é o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim.
3. O tema do santuário no Apocalipse
A palavra naos (“santuário”) aparece 16 vezes no livro do Apocalipse (3:12; 7:15; 11:1, 2; 19 [2x]; 14:15, 17; 15:5, 6, 8 [2x]; 16:1, 17; 21:22 [2x]). Como já foi dito anteriormente, há uma relação clara entre o Apocalipse e o santuário. O santuário era uma profecia do plano da salvação, apresentada de forma dinâmica e o Apocalipse é a revelação sobre essa profecia. Ou seja, o Apocalipse mostra como muitos detalhes do santuário se cumprem na história. Davidson declarou que a estrutura geral do livro do Apocalipse pode ser vista seguindo a história da salvação, tal como foram estabelecidas as festas tipológicas no Antigo Testamento (Davidson, Richard M. Symposium on Revelation. In: Holbrook, Frank B. (Ed.) Sanctuary Typology. Silver Springs, Maryland: Biblical Research Institute, General Conference of Seventh-Day Adventists, 1992. v. 1, p. 121). Por isso, para entender o Apocalipse é necessário conhecer o tema do santuário do Antigo Israel.
4. Cristo no Apocalipse
Olhando mais atentamente para Apocalipse 1:1-8, podemos encontrar algumas informações importantes sobre a relação desse livro com Jesus. No verso 1, é dito que o livro do Apocalipse é a revelação de Jesus Cristo. Em grego, essa expressão tem dois sentidos possíveis: a revelação de Jesus Cristo, ou seja, a revelação dada por Jesus, e a revelação sobre Jesus Cristo, ou seja, a revelação a respeito de Jesus Cristo. A pergunta é: Qual era o sentido que João tinha em mente quando escreveu esse verso? Provavelmente, os dois. No livro do Apocalipse Jesus Se revela para nós!
A lição destaca a apresentação de Cristo no livro do Apocalipse como Soberano dos Reis da Terra (Ap 1:5). Com certeza, essa era uma expressão significativa no tempo de João, pois esse título era dado ao imperador Romano. João estava em Patmos e os cristãos estavam sendo perseguidos e mortos por ordem de Domiciano, imperador Romano. João estava deixando bem claro quem estava no controle da história. Não era Domiciano, era Cristo. É possível que ao observarmos os eventos atuais, ou ao passarmos por determinadas situações, imaginemos que pessoas em posições de autoridade tenham o controle da história. Porém, a boa notícia é que a verdade do tempo de João ainda é verdade para nós hoje! Jesus continua no controle da história do mundo e da nossa história também! E no momento oportuno, Ele virá sobre as nuvens dos Céus (Ap 1:7) e acabará com o sofrimento, a injustiça, a dor e a morte.
Em Apocalipse 1:10-18, o próprio Jesus Se apresentou como o Alfa e o Ômega, o principio e o fim, e depois afirmou que tem as chaves da morte e do inferno. Cristo começou falando de Sua eternidade e depois, quando disse que tem as chaves da morte e do inferno, estava afirmando que tem o poder para nos dar a vida eterna.
Começamos o estudo desta semana abordando a ligação do livro do Apocalipse com o santuário do Antigo Testamento, e terminamos nosso estudo relacionando o livro do Apocalipse com o evangelho. Para muitos, isso seria impossível, porque entendem o Antigo Testamento está em oposição ao Novo Testamento. Mas precisamos lembrar que o santuário, bem como todo o seu ritual, apontavam para o Salvador. Neste trimestre, ao estudarmos o “evangelho” do Apocalipse, que o Santo Espírito venha encher cada um de nós de sabedoria.