Lição 7
11 a 17 de novembro
Missão em favor do meu próximo
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Ec 8
Verso para memorizar: “A isto ele respondeu: – Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento. E: Ame o seu próximo como você ama a si mesmo ” (Lc 10:27).
Leituras da semana: Lc 10:25-37; 2Tm 3:16; Tg 2:17-22; Mt 22:37-40; Gl 5:14; Mq 6:6-8

Conhecemos o texto: “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento” (Lc 10:27). No entanto, nosso amor a Deus se torna superficial se dizemos que O amamos, mas não Lhe obedecemos. Pensamos que amamos a Deus, mas como esse amor é demonstrado no dia a dia? Amar a Deus requer com- promisso total do coração, alma, corpo e mente – cada dia. Podemos dizer que amamos a Deus; porém, isso requer esforço consciente. 

Embora amar a Deus seja bom e importante, Ele deseja que também amemos as pessoas, pois nosso amor por elas reflete nosso amor por Ele, e isso acontece de uma forma muito poderosa e real. 1 João 4:20 diz: “Se alguém disser: Amo a Deus, mas odiar o seu irmão, esse é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”. Paulo também disse em Gálatas 5:14: “Porque toda a lei se cum- pre em um só preceito, a saber: Ame o seu próximo como a você mesmo”. 

Nesta semana aprenderemos como pôr isso em prática em nossa vida. 

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Domingo, 12 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Ec 9
A pergunta mais importante

Quem somos? Por que estamos aqui? O que acontece quando morremos? Qual é o nosso destino final? Estas são as perguntas mais importantes que os seres mortais, que sabem que são mortais (ostras e galinhas também o são, mas não sabem disso), podem fazer. Lucas relatou que alguém foi a Jesus com a pergunta mais crucial de todas. 

1. Leia Lucas 10:25. O que esse intérprete da Lei perguntou e por quê? 

Por mais sério que fosse o questionamento, a Bíblia afirma que ele foi feito para testar Jesus. Alguns fazem questionamentos com ceticismo e incredulidade e podem nem sequer estar interessados, mas ainda podem ser alcançados. Foi assim que Jesus olhou para o intérprete da Lei, mesmo sabendo que suas intenções não eram genuínas. No entanto, para o intérprete e para o público, essa pergunta era uma abertura que Jesus poderia usar para instigá-los a examinar o próprio coração deles. Mesmo sabendo dos motivos do intérprete, Jesus não o ignorou nem foi desrespeitoso com ele. 

Afinal, que pergunta poderia ser mais importante do que esta: “Que farei para herdar a vida eterna?” Não importa quais sejam nossos rituais ou práticas religiosas, por trás de todos eles está essa questão crucial. Em contraste com essa pergunta, o que mais realmente importa para seres cujas vidas são descritas como “neblina que aparece por um instante e logo se dissipa” (Tg 4:14)? Pois que outra opção há além da vida eterna senão a morte eterna? 

2. Leia 1 Coríntios 15:30-32. Que ideia Paulo apresentou que ressalta a importância da vida eterna? 

Por mais duvidosas que fossem suas razões, o intérprete fez uma pergunta crucial, e Jesus, sempre atento para usar toda e qualquer oportunidade para a missão, aproveitou essa ocasião para alcançar pessoas. 

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Como podemos estar atentos para aproveitar cada oportunidade que surja em nosso caminho para testemunhar, mesmo que as circunstâncias não sejam ideais?


Segunda-feira, 13 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Ec 10
O método e a resposta de Jesus

O objetivo do intérprete era testar Jesus, mas o Mestre conhecia as intenções dele. Deus conhece os anseios e desejos do nosso coração mais do que nós mesmos. E não conhecemos o coração ou as razões dos que nos questionam, não é mesmo? 

Às vezes, pessoas de outras religiões nos questionam sobre nossa fé. Por exemplo, amigos muçulmanos nos fazem perguntas relacionadas à divindade de Jesus: “Onde na Bíblia Jesus disse que Ele é Deus?”, ou “Por que você diz que há um Deus se há três pessoas na Trindade?” Embora essas pareçam perguntas provocativas, a necessidade que essas pessoas têm de Jesus pode ser genuína e representar um profundo anseio ou vazio. Não conhecemos o coração deles; não precisamos. Devemos apenas ministrar aos outros da melhor forma que pudermos, independentemente de suas mais profundas motivações. 

3. Como esses versos nos ajudam a entender a resposta de Jesus para o intérprete em Lucas 10:26? Mt 26:56; At 17:11; 1Co 15:3; 2Tm 3:16 

Às vezes queremos respostas, mas não nos esforçamos para encontrá-las. Jesus disse: “O que está escrito na Lei? Como você a entende?” (Lc 10:26). Ele apontou para um aspecto importante do aprendizado. Em vez de apenas ouvir o que os outros dizem, precisamos ler as Escrituras (a Palavra de Deus). As respostas já estão lá, e o Espírito Santo atua em nosso coração para nos impressionar com o que precisamos fazer. 

Deus nos deu a Sua Palavra. Nela encontramos toda a verdade de que precisamos saber a respeito de como devemos viver, tratar os outros e “herdar a vida eterna”. Professores e ministros têm papel importante, mas, no fim, devemos ir à Bíblia e buscar as verdades que importam. “Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra; ela é luz para os meus caminhos” (Sl 119:105). Esse verso não é apenas poesia; é a verdade sagrada, que aponta para a Palavra e sua importância para o crente. 

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Jesus, a Palavra de Deus que Se fez carne, sempre direcionou a todos para a Palavra escrita. O que isso nos diz sobre a importância da Bíblia e sobre a razão pela qual devemos rejeitar qualquer raciocínio filosófico ou teológico que diminua nossa confiança na Bíblia?


Terça-feira, 14 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Ec 11
Para herdar a vida eterna

4. Qual foi a resposta do intérprete à sua própria pergunta? Lc 10:27, 28 

O intérprete tinha feito a pergunta, e ele mesmo deu a resposta: “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração […]” e “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo” (Lc 10:27). 

Qual foi a resposta de Jesus? Ele disse: “Você respondeu corretamente” (Lc 10:28). Jesus prosseguiu desafiando-o a fazer algo a respeito, dizendo: “Faça isto e você viverá” (Lc 10:28). 

Para a maioria dos crentes, dar as respostas certas sobre doutrina e fé não é tão difícil. Em vez disso, o desafio está em fazer o que sabem que é certo e seguir aquilo em que acreditam. Embora saibam o suficiente para serem salvos, muitos estarão perdidos por não obedecer à verdade que conhecem. Essa questão é muito séria. Somente saber que deve amar a Deus e ao próximo não é o suficiente. É necessário praticar! 

5. Leia Tiago 2:17-22. De que forma esses versos se assemelham ao que Jesus disse ao intérprete? 

Se amarmos a Deus, leremos Sua Palavra, oraremos, observaremos Seus mandamentos e seremos obedientes à Sua voz de todo nosso coração. Se eu digo que amo o próximo, mas não me importo com as pessoas na igreja, ou se ignoro as necessidades dos outros sendo que posso ajudá-los, de que vale minha fé? O cristianismo não é apenas um conjunto de crenças distintas; é um estilo de vida. 

“Se um irmão ou uma irmã estiverem com falta de roupa e necessitando do alimento diário, e um de vocês lhes disser: Vão em paz! Tratem de se aquecer e de se alimentar bem, mas não lhes dão o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?” (Tg 2:15, 16). 

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Quanto você se importa com o bem-estar dos outros? Você segue as palavras de Paulo: “Não tendo em vista somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros” (Fp 2:4)? Pela graça de Deus, como aprender a se importar mais com os outros?


Quarta-feira, 15 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Ec 12
Amar os outros como amamos a nós mesmos

6. Leia Mateus 22:37-40. De que modo o que Jesus disse nesses versos se compara à resposta do intérprete em Lucas 10:27, 28? 

De acordo com Mateus 22:37-40, Jesus deixou claro que a expressão cotidiana da verdadeira crença depende desses dois mandamentos. E Lucas 10:27, 28 deixa claro que, se alguém faz essas duas coisas, então ele terá a vida eterna. 

“O amor é o princípio básico do governo de Deus no Céu e na Terra e deve ser o fundamento do caráter cristão. Unicamente isso pode torná-lo e guardá-lo inabalável; habilitá-lo a resistir às provas e tentações” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus [CPB, 2022], p. 21). 

7. Leia Gálatas 5:14; Miqueias 6:6-8; 1 João 4:20, 21. Como esses versos reforçam o que Jesus nos disse? 

De acordo com Paulo, “toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: ‘Ame o seu próximo como a você mesmo’” (Gl 5:14). Para o apóstolo, o amor a Deus só pode ser visto na prática quando é exemplificado no modo como tratamos as pessoas. Embora tenha afirmado que “o justo viverá por fé” (Rm 1:17), viver pela fé não é algo que fique em oculto, desconhecido ou invisível para os outros. Paulo, Miqueias e João deixaram claro que obras práticas demonstram a realidade da fé que afirmamos ter. 

Em 1 Coríntios 13, Paulo declarou de forma bastante convincente que se alguém afirma ter grande conhecimento, ou realiza grandes obras, ou tem grande fé, ou mesmo entrega a própria vida, mas não tem amor, então essa pessoa se tornou como “o bronze que soa ou como o címbalo que retine” (1Co 13:1). 

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Leia a citação de Ellen G. White acima. Ela diz que somente por meio do amor as pessoas podem permanecer firmes e suportar a tentação. Isso mostra que o mandamento de amar não é salvação pelas obras, mas uma expressão da fé que temos em Jesus. Que decisões precisamos tomar para que esse amor mude a nossa maneira de pensar e de agir?


Quinta-feira, 16 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Ct 1
A história atual do bom samaritano

Ao elogiar o intérprete por ter respondido corretamente, Jesus disse: “Faça isto e você viverá” (Lc 10:28), e assim tocou o âmago do coração do homem. Para o intérprete, foi fácil responder corretamente a todas as perguntas; porém, pôr em prática aqueles mandamentos era um problema há 2.000 anos e ainda é um problema para muitos. O intérprete queria pegar Jesus numa armadilha e mostrar seu conhecimento. Ele fez outra pergunta: “Quem é o meu próximo?” (Lc 10:29). 

8. Leia Lucas 10:30-37. Como você resumiria o que Jesus quis demonstrar? 

Há pessoas ao nosso redor que foram tratadas por outros de forma injusta? Fizemos o possível para ajudá-las? 

Às vezes pastores, anciãos e membros de igreja não ajudam quem precisa de auxílio. Algumas vezes, pessoas de outra fé são mais gentis com os outros do que nós mesmos. Falamos sobre ser gentis, ao passo que outros podem atender às necessidades de pessoas às quais não damos atenção. Para que nossa fé tenha significado, devemos estender a mão e ajudar os necessitados. 

Jesus concluiu a história do bom samaritano perguntando quem dos três foi verdadeiramente o próximo da pessoa que precisou de ajuda. 

“Com isso, a pergunta ‘Quem é o meu próximo?’ (Lc 10:29) ficou para sempre respondida. Cristo mostrou que nosso próximo não é simplesmente alguém de nossa igreja ou da mesma fé. Não tem que ver com distinção de etnia, cor de pele ou classe social. Nosso próximo é todo aquele que necessita de nosso auxílio; todo aquele que está ferido e machucado pelo adversário; todo aquele que é propriedade de Deus” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 402). 

Desafio: Ore diariamente por alguém diferente de você, ou mesmo por alguém de quem você não gosta. 

Desafie-se: Liste pelo menos três nomes de conhecidos seus (não adventistas). Identifique suas necessidades (emocionais, físicas, sociais) e considere como cuidar dessas necessidades. O que você pode fazer por eles na próxima semana?

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Sexta-feira, 17 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Ct 2
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 398-403 (“O Bom Samaritano”). 

Há muitos necessitados e maltratados no mundo. Você pode fazer a sua parte, por mais que pareça “pouco”. Não vamos resolver todos os problemas do mundo antes de Jesus voltar. Mas, até lá, nosso trabalho pode ser tão básico quanto ajudar alguém que não tenha comida ou que esteja enfrentando injustiça e preconceito. 

“‘A religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo’ (Tg 1:27). Os frutos que Cristo quer que produzamos são as boas obras: palavras amáveis, atos de bondade, de consideração afetuosa para com os pobres, os necessitados, os aflitos. Quando as pessoas são solidárias para com os oprimidos pelo desânimo e pela angústia; quando a mão se estende aos pobres; quando os necessitados são vestidos; quando os estrangeiros são bem-vindos no sofá de sua sala e têm um lugar em seu coração, os anjos chegam bem perto, e música ecoa no Céu. Cada ato de justiça, misericórdia e bondade produz melodia no Céu. O Pai contempla do Seu trono os que praticam esses atos de misericórdia e os considera Seu mais precioso tesouro. [...] Cada ato de misericórdia realizado em favor dos necessitados e sofredores é considerado como tendo sido feito a Jesus” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 2, p. 24, 25). 

Perguntas para consideração 

  1. Quando consideramos o que Jesus fez por nós na cruz (Fp 2:5-8), a ideia de fazer para ganhar ou merecer a salvação é um grande erro. Como distinguir entre trabalhar pela salvação, um erro fatal, e revelar na vida a salvação que já temos em Jesus? 

  2. Como evitar preconceitos que podemos ter em relação àqueles que são diferentes? 

  3. Que textos bíblicos mostram que precisamos ser bondosos com todas as pessoas? 

Respostas e atividades da semana: 1. Que farei para herdar a vida eterna? Ele queria testar Jesus. 2. Se não existe ressurreição e vida eterna, a vida não tem sentido. 3. Devemos ler a Palavra de Deus, buscar entendimento e pôr em prática as verdades contidas nela. 4. Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, e ame o seu próximo como você ama a si mesmo. 5. Não é suficiente saber o que fazer. Precisamos fazer. Se dizemos que amamos o próximo, mas não nos importamos com suas necessidades, de que vale nossa fé? O cristianismo deve ser prático. 6. Os princípios são os mesmos: amar a Deus e ao próximo. 7. Mostram que obras práticas demonstram a realidade da fé que afirmamos ter. 8. O próximo é aquele que ajuda o sofredor, independentemente de quem seja.

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Resumo da Lição 7
Missão em favor do meu próximo

ESBOÇO 

Leia a parábola do bom samaritano (Lc 10:25-37) e reflita sobre as seguintes perguntas: 

“Quem é o meu próximo?” (Lc 10:29). Fazer ou responder a essa pergunta de uma pers- pectiva pessoal (“Quem é o meu próximo?”) muda o enfoque ou a prioridade de quem pre- cisa de ajuda para quem a oferece? Essa mudança de foco representa um risco de alterar a mensagem e o princípio que Jesus deseja que compreendamos e pratiquemos? 

“Qual destes três lhe parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos ladrões?” (Lc 10:36). A pergunta de Jesus está centrada no homem roubado, em suas feri- das e necessidades. Jesus dirige a atenção para a pessoa que foi roubada e maltratada e para quem foi prestada ajuda. Ele também contrasta os próximos que tiveram a oportunidade de ajudar, mas não o fizeram. 

“O intérprete da Lei respondeu: – O que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: – Vá e faça o mesmo” (Lc 10:37). Como Jesus mostra, não é suficiente respon- der à pergunta de maneira correta. Em Suas instruções ao intérprete da Lei, Jesus enfatiza a importância da ação, de colocar o evangelho em prática. Em outras palavras, devemos ser as mãos e os pés do corpo de Cristo. 

COMENTÁRIO 

“Ame o seu próximo como você ama a si mesmo” 

Ao nos tornarmos parte da comunidade de Deus, passamos a enxergar os problemas de cada um de seus membros e a experimentar o que significa viver com essas pessoas e sofrer com elas. Podemos esperar que, enquanto sofremos com a comunidade, tam- bém iremos suprir as necessidades dela. Devemos ser o próximo daqueles que estão em necessidade. Muitas pessoas na comunidade estão sofrendo e precisam de nossa ajuda. Podemos descobrir quem precisará de nossa ajuda como próximo? Minha igreja está ate- nuando o sofrimento daqueles que estão em necessidade ou estamos contribuindo para o sofrimento, quer intencionalmente ou por ignorância? 

É interessante observar que as palavras de Jesus em Mateus 23 foram bastante seve- ras, expressando a verdade sobre a situação e o conteúdo da prática religiosa de Israel. As palavras de Jesus também visavam a restauração de Seu povo para que fosse um próximo compassivo. Ele desejava que Israel compreendesse Sua lei de uma nova maneira, que se concentrasse em Deus e também no próximo. A intenção de Jesus era que Israel amasse “o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” (Mt 22:37). Esse preceito é o primeiro e maior mandamento. Mas o segundo mandamento é uma extensão do primeiro: “Ame o seu próximo como você ama a si mesmo” (Mt 22:39). Justiça e imparcialidade, amor e cuidado não podem ser praticados apenas por indivíduos; também precisam ser praticados e implementados pela igreja, que é o corpo de Cristo. 

Os profetas do Antigo Testamento como defensores do próximo 

Os profetas do Antigo Testamento foram bastante francos em relação às leis e regulamentos que tratavam do próximo e daqueles que necessitavam de cura e salvação. Esses regulamentos e leis, transmitidos por meio dos profetas, eram a maneira pela qual Deus comunicava Sua vontade de que Israel testemunhasse àqueles que estavam ao redor, para ser luz às nações. Os profetas deviam servir como arautos do evangelho e porta-vozes contra todas as injustiças e o mal. 

Os profetas exortaram o povo e seus líderes dizendo: “Busquem a justiça, repreendam o opressor; garantam o direito dos órfãos, defendam a causa das viúvas” (Is 1:17) e falaram contra a opressão das viúvas, dos órfãos, dos estrangeiros e dos pobres (Zc 7:10). Os profetas também foram enérgicos na condenação de toda injustiça. Elias repreendeu o rei Acabe por ter assassinado Nabote e roubado a vinha dele. Amós criticou os governantes de Israel porque, em troca de subornos, eles desprezavam os pobres, afligiam os necessitados e negavam a justiça aos oprimidos, em vez de deixar correr “a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene” (Am 5:24, NVI; ver John R. W. Stott, Decisive Issues Facing Christians Today [Fleming H. Revell Company, 1990], p. 236). 

A estrutura e a sociedade de Israel “enalteciam o trabalho, combatiam a ociosidade, esperavam que os pais instruíssem os filhos a adquirir habilidades manuais, promoviam a reciprocidade humana e a justiça e demonstravam uma preocupação ativa com o próximo” e, em especial, “respeitavam a dignidade de homens e mulheres, que carregam a imagem divina” (Arthur F. Glasser, Announcing the Kingdom: The Story of God’s Mission in the Bible [Baker Academic, 2003], p. 88). Além disso, a adoração e a obediência a Deus estão diretamente relacionadas à justiça e à filantropia. Esses elementos andam de mãos dadas, assim como a justiça e a misericórdia para com o próximo estão relacionadas a andar humildemente diante de Deus (Mq 6:8). Todas as instruções e os regulamentos em favor do bem-estar e do tratamento justo dos pobres, estrangeiros, órfãos, viúvas e vulneráveis têm origem em Deus, que cuida de Seus filhos e mostra compaixão e misericórdia a quem Dele necessita. Refletindo a mensagem bíblica, um autor resume da seguinte forma a diretriz do evangelho para cuidar dos pobres: “Falar sobre a pobreza é tocar o coração de Deus” (William Robert Domeris, Touching the Heart of God: The Social Construction of Poverty among Biblical Peasants [T&T Clark, 2007], p. 8). 

Muitas pessoas perguntam: como posso ajudar o meu próximo, que muitas vezes é pobre, sem-teto e desempregado, a desfrutar das bênçãos da providência de Deus e a ter a vida que Jesus planejou para os seres humanos? A seguinte declaração de Ellen G. White lança luz a respeito do assunto: 

“Se os homens dessem mais atenção aos ensinos da Palavra de Deus, encontrariam uma solução a esses problemas que os desconcertam. Muito se poderia aprender do Antigo Testamento quanto à questão do trabalho e do alívio aos pobres.

“No plano de Deus para Israel, toda família tinha um lar no campo, e terreno suficiente para o cultivo. Assim eram proporcionados tanto os meios quanto o incentivo para uma vida útil, industriosa e independente. E nenhuma medida humana jamais suplantou esse plano. A pobreza e a miséria que hoje existem se devem, em grande parte, ao fato de o mundo ter se afastado dele” (A Ciência do Bom Viver [CPB, 2021], p. 107). 

As lições e instruções da Bíblia nos ajudam a compreender a intenção de Deus em relação ao próximo necessitado. Ele deseja que estejamos ligados à Sua Palavra para que possamos ser Seus instrumentos de misericórdia e amor para aqueles que sofrem e precisam de esperança. Além disso, “é desígnio de Deus que o rico e o pobre estejam intimamente ligados pelos laços da compaixão e da assistência mútua” (A Ciência do Bom Viver [CPB, 2021], p. 112). Essa união será uma bênção para ambos os grupos. Ajudará tanto os pobres quanto os ricos a compreender o divino plano da salvação e estabelecerá o fato de que uma vida de benevolência revelará verdades espirituais que só podem ser compreendidas em meio à angústia e ao sofrimento. 

Somente por nosso amor e serviço ao próximo que necessita de ajuda podemos provar que nosso amor por Cristo é genuíno. O verdadeiro serviço missionário vem de nosso verdadeiro amor pelo Salvador, um sentimento que reforça o fato de que ser muitas vezes é mais importante do que fazer doações ou apenas boas ações em favor dos necessitados ou pobres. “A mensagem do Antigo Testamento é o chamado a um estilo de vida ético que imita o que Deus fez por nós em Cristo. Tem que ver com seguir os princípios divinos por meio de uma vida de testemunho, ajuda e amor ao próximo e aos necessitados como a si mesmo” (Ji?í Moskala, “The Mission of God’s People in the Old Testament”, Journal of the Adventist Theological Society 19, nº 1-2 [2008], p. 58). 

A vida e a missão de Jesus 

A compaixão manifestada na vida e no ministério de Jesus foi o melhor exemplo possível dado aos discípulos, apóstolos, seguidores e novos crentes da igreja apostólica. Jesus (Emanuel) habitou entre os homens e as mulheres para restaurar e salvar, curar e perdoar, com um amor que é ainda mais forte que a própria morte. Sua atenção especial para com o próximo, o outro – que incluía o necessitado, o pobre, o enfermo, o endemoninhado, o estrangeiro e muitos outros – fez com que o Filho de Deus dedicasse grande parte de Seu tempo e energia para curar e cuidar de todas essas pessoas durante Seu ministério terreno. 

Os ensinos de Jesus sempre foram confirmados por Suas ações, e Seu ministério de cura (salvação) reafirmava o que Ele pregava. Seu ministério foi de restauração, curando os seres humanos no corpo, espírito e mente. Jesus veio para revelar o caráter de Deus à raça humana caída e, ao fazer isso, tornou possível a restauração da Sua imagem nas criaturas. 

Quando as necessidades dos membros e não membros da igreja são atendidas, quando nos tornamos o próximo dos pobres e atendemos às suas necessidades, quando vemos os famintos e sedentos e os alimentamos, quando vestimos aqueles que estão nus e visitamos os presos, então os membros do corpo de Cristo têm verdadeira comunhão com Deus e uns com os outros. Essa comunhão demonstra que não mais somos egoístas, mas podemos compartilhar juntos de uma vida que testifica de uma religião e vida verdadeiras e puras, a vida de Cristo.

O apóstolo Paulo incentivou a missão em favor do próximo exortando os membros da igreja a fazer o bem a todas as pessoas, especialmente àqueles que pertencem à família dos crentes (Gl 6:10). Mas Paulo também tinha um entendimento mais amplo dessa missão de compaixão em favor do próximo, que incluía até os nossos inimigos: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber” (Rm 12:20). 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

De que maneira o evangelho completo de Jesus Cristo – um evangelho capaz de curar e salvar, proteger e restaurar – transforma nosso próximo em herdeiro do Reino de Deus? Cremos que essa transformação é uma obra (ou ministério) que deve ser realizada por meio do poder do Espírito Santo, a fim de que muitas pessoas recebam as graças do evangelho de Cristo e sejam transformadas à Sua semelhança para o benefício de famílias, comunidades e nações para a glória de Deus. Que diferença faria se todos nós estivéssemos intencionalmente comprometidos com esse ministério? 

Mais importante, quem é Jesus Cristo para nós hoje? O que essa pergunta significa em termos práticos? 

“A verdadeira caridade ajuda as pessoas a se ajudarem. Se alguém vem à nossa porta e pede alimento, não o devemos mandar embora com fome; sua pobreza pode ser o resultado de um infortúnio. Mas a verdadeira beneficência significa mais que simples dádivas. Importa um real interesse no bem-estar dos outros. Cumpre-nos buscar compreender as necessidades dos pobres e dos aflitos e lhes conceder o auxílio que mais benefício lhes proporcione. Dedicar pensamentos, tempo e esforço pessoal custa muitíssimo mais que dar meramente dinheiro. Mas é a verdadeira caridade” (A Ciência do Bom Viver [CPB, 2021], p. 114). 

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Transformado

Guiné | Theophane 

O pai ficou chateado quando Theophane entrou para a Igreja Adventista do Sétimo Dia na Guiné, país da África Ocidental. O pai era líder em outra denominação cristã e sentia-se envergonhado por seu filho, um aluno do Ensino Médio, ter escolhido uma fé diferente.

"Você tem uma semana para mudar de ideia", disse ele. "Se você não for à igreja aos domingos, é melhor que nós nos separemos."

Theophane ficou triste. Ele amava muito seu pai, mas também experimentou o poder de Jesus depois que um tio o convidou para ir à Igreja Adventista. Ele havia sofrido ataques demoníacos que só cessaram quando os adventistas oraram por ele. Então, ao ler a Bíblia, ele aprendeu que os cristãos deveriam adorar no sábado do sétimo dia, não no domingo, o primeiro dia da semana. Theophane não queria voltar para sua antiga vida. Se não pudesse ficar em casa, ele iria embora. Ele foi morar com um amigo que morava no bairro.

O avô de Theophane decidiu intervir. Como a pessoa mais velha da família, ele era muito respeitado. Theopha ne tinha o mesmo nome do avô.

"Você está confuso", disse o avô. "Eu vou marcar um encontro com um padre. Ele vai ajudá-lo a entender a verdade."

O avô e o pai levaram Theophane para a casa de um padre. Ele não era qualquer padre. Era um importante teólogo e ensinava religião em uma universidade.

"O que fez você deixar a igreja?", o padre perguntou a Theophane.

Theophane abriu sua Bíblia em Êxodo 20.

"Eu gostaria que estudássemos os Dez Mandamentos", disse ele.

Ele leu o primeiro mandamento, que diz: "Não terás outros deuses diante mim" (Êxodo 20:3, ARC). Então ele leu o segundo mandamento, que proíbe o culto de imagens de escultura.

Voltando-se para o padre, ele pediu que os dois mandamentos fossem explicados.

O padre defendeu as imagens de escultura na igreja. Ele disse que os israelitas foram salvos ao olhar para uma serpente de bronze erguida por Moisés no deserto e que os cristãos hoje podem ser salvos ao olhar para esses símbolos.

Theophane passou para o quarto mandamento, que diz: "Lembre-se do dia de sábado, para o santificar" (Êxodo 20:8, NAA). O padre disse que a lei havia sido mudada. Theophane respondeu com as palavras de Jesus: "Não pensem que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, mas para cumprir" (MateusS:17).

Então, o padre acusou Theophane de não obedecer ao quinto mandamento. "Você ama seu pai?", perguntou ele. "Você não está fazendo o que ele está dizendo para você fazer. Deus disse: 'Honra teu pai e tua mãe"'.

Theophane respondeu: "Mas Jesus disse: 'Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais do que a mim não é digno de mim"' (Mateusl0:37).

O padre olhou para o pai e disse: "Acabou para seu filho. Não deixe que ele more em sua casa, porque ele contaminará outras pessoas".

Ao sair da casa do padre, o pai estava furioso. Ele ameaçou queimar a certidão de nascimento de Theophane e cortar todos os laços com ele. Ele xingou o tio que havia convidado Theophane para a Igreja Adventista.

Theophane defendeu seu tio: "Ele nunca me ensinou nada de ruim, apenas me mostrou o caminho".

O pai reclamou diretamente com o tio, e o tio o lembrou dos ataques demoníacos. "Theopha­ne estava em sérios problemas", disse ele. "Você o levou para vários médicos e o medicou. Você fez o seu melhor, mas nada ajudou. O garoto não me seguiu. Ele seguiu a Palavra de Deus."

Oito meses se passaram. A vida de Theophane mudou drasticamente. Não somente ele se livrou dos ataques demoníacos, mas também ficou mais bondoso e generoso. Os vizinhos que uma vez procuravam manter seus filhos longe dele e de sua má influência agora queriam que eles fossem como ele. O pai ficou maravilhado com a extraordinária mudança e ligou para o tio para agradecê-lo.

"Obrigado pelo que você fez pelo meu filho", disse ele. "O rapaz que nós conhecíamos antes não é a mesma pessoa hoje."

Hoje, Theophane mora em sua casa e guarda o sábado livremente. Ele está orando para que seu pai e avô conheçam o Jesus que mudou sua vida.

"Minha oração é para que Deus transforme seus coraçôes e que eles se unam a mim em minha nova fé para que possamos adorar juntos",diz ele.

Obrigado por sua oferta de três anos atrás que ajudou uma escola adventista a se expandir com novas salas de aula em Conacri, Guiné.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

A lição da Escola Sabatina para adultos desta semana discute a motivação dos cristãos para a missão. Discuta a motivação dos cristãos destacada na história missionária desta semana, incluindo, de um lado o pai, o avô de Theophane e o padre, e do outro, Theophane e seu tio adventista. Pergunte à classe da Escola Sabatina o que eles podem a prender com esses exemplos.

A lição da Escola Sabatina para Adultos também ressalta a alegria dos crentes quando eles têm um encontro pessoal com Cristo. Converse sobre como Theophane encontrou alegria. Por que a alegria dele não foi compartilha­da por seu pai, avô e o padre? O que aconteceu que fez o pai mudar de ideia? Possível resposta: o pai não ouviu apenas sobreJesus por meio das palavras de seu filho, mas também viu Jesus na vida transformada de seu filho. Theophane se pronuncia:THEO-fan.

Saiba que o tio de Theophane trabalha como pioneiro da Missão Global na Guiné. Um pioneiro de Missão Global é um missionário que compartilha Jesus com grupos de pessoas não alcançadas em seu próprio país. O tio geralmente trabalha com pessoas que não são cristãs, mas nesse caso ele viu que o sobrinho precisava de ajuda. Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2023

Tema geral: Missão de Deus, minha missão

Lição 7 – 11 a 18 de novembro

Missão em favor do meu próximo

 

Autor: Marcelo Ferreira Cardoso

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Luciana Gruber

 

Objetivo geral: Conhecer o sentido completo da ordem divina de amar a Deus e que necessariamente inclui o mandamento de amar o próximo.

 

Objetivos específicos:

  • Destacar a importância de aproveitar as oportunidades para a pregação do evangelho, mesmo que essas oportunidades pareçam estranhas e sem sentido.
  • Compreender que as respostas aos questionamentos feitos em relação à salvação devem ser extraídas da Palavra de Deus somente.
  • Entender a necessidade de amar as pessoas e que esse amor deriva do despojamento de qualquer preconceito quanto à sinceridade ou não do interessado em buscar a verdade.

 

Introdução

Os especialistas sabem que um relacionamento matrimonial saudável necessita de um grau elevado de envolvimento de ambas as partes na rotina familiar. Só assim haverá sucesso. O cuidado, o carinho de um com o outro é de suma importância para que o casamento seja duradouro, e a base de tudo é o amor (Ef 5:25). O verdadeiro amor desenvolve respeito e consideração, levando muitas vezes a um nível de comprometimento em que o cônjuge já não tem como prioridade sua própria satisfação, mas a felicidade da pessoa amada.

Assim também deve ocorrer na relação entre o ser humano e Deus. A Bíblia apresenta a relação do matrimônio como metáfora entre a igreja (Sua noiva) e Jesus (o Noivo). Foi por isso que Jesus enfatizou que a obediência verdadeira e saudável envolve uma combinação de amor e respeito por parte do cristão ao seu Criador. Ou seja, para que tenhamos prazer em obedecer a Deus, precisamos primeiramente amá-Lo (Jo 14:15).

Mas, como amar a Deus e não amar Suas criaturas ou nosso próximo? Obviamente isso seria um grande contrassenso. Infelizmente, muitas vezes vemos essa incoerência na vida de alguns professos cristãos e na própria igreja. O amor a Deus deveria gerar um senso de cuidado e o desejo de salvar as pessoas perdidas através de nossas palavras e atitudes.

 

Parte 1 – A busca pela verdade

Todo ser humano, mais cedo ou mais tarde, se deparará com questionamentos que envolvem perguntas existenciais. Na filosofia, essas dúvidas são chamadas de questões ontológicas. A ontologia é um ramo da filosofia que trata do estudo da natureza do ser e busca conceitos sobre a existência humana e seu futuro. É muito comum encontrarmos pessoas com dúvidas sinceras sobre como viemos à existência e para onde iremos ao morrer. Essas respostas são facilmente encontradas na Bíblia e, quando analisadas à luz da Palavra, percebemos que nossa vida tem um sentido muito mais amplo do que somente a uma existência terrena.

A lição começa destacando o encontro de Jesus com um intérprete da Lei, o qual apresentou uma dúvida que possivelmente seria considerada sincera em qualquer outro contexto, mas que se demonstrou apenas uma ferramenta para atacar o Mestre e questionar Seus ensinos. Muitas vezes nos deparamos com pessoas que não estão dispostas, num primeiro momento, a se render às verdades que lhe são apresentadas. Quando isso ocorre, qual é seu primeiro desejo? Desistir e procurar outras pessoas que estejam realmente sedentas pela verdade? Ou insistir apresentando a verdade com amor? Continuar os estudos ou saber o melhor momento para parar é um grande desafio de qualquer missionário.

Precisamos acreditar em duas premissas fundamentais em casos como esse: Primeiro devemos entender que Deus está no controle de todas as coisas e que Sua Palavra jamais volta vazia (Is 55:11). Em segundo lugar, ainda que muitas pessoas demonstrem direta ou indiretamente pouco ou nenhum interesse pela Bíblia e sua verdade, precisamos ter certeza de que todas elas devem ser vistas como criaturas do Senhor pelas quais Jesus esteve disposto a morrer. Por isso, também deveríamos estar dispostos a ir até as últimas consequências para salvá-las.

Os questionamentos e dúvidas apresentados por nossos amigos são muitas vezes interpretados erroneamente como rejeição ao mensageiro ou ao conteúdo ensinado. Porém, na maioria das vezes, são dúvidas sinceras de alguém que se depara com algo até então nunca visto ou ouvido, alguém que busca mais conhecimento e certeza para uma tomada de decisão em favor da verdade. Ellen White declara: “Muitos obreiros fracassam em sua obra porque não se põem em contato íntimo com aqueles que mais necessitam de auxílio. Com a Bíblia na mão, deveriam buscar, da maneira mais delicada, conhecer as objeções que há na mente dos que estão começando a indagar: ‘Que é a verdade?’” (Obreiros Evangélicos, p. 190).

Devemos apenas fazer a nossa parte apresentando respostas com base na Palavra de Deus, mas, para isso, temos que estar em plena comunhão com Ele e sermos ávidos estudiosos da Bíblia. Só assim se cumprirá a promessa que diz: “O Espírito Santo nos guiará para darmos as respostas certas às perguntas que nos fizerem. Algumas vezes, ficaremos maravilhados com as palavras que saem de nossa boca. Daremos as respostas que jamais imaginávamos que poderíamos dar. As passagens bíblicas que guardamos em nossa memória, serão trazidas à mente. Deus nos dará as respostas. Se o obreiro mantém o coração alçado em oração, Deus o ajudará a dizer a palavra oportuna a seu tempo” (Obreiros Evangélicos, p.120).

 

Parte 2 – O amor ao próximo

Na atualidade, a informação é considerada como algo muito valioso. Contudo, a informação precisa ser transformada em conhecimento para que tenha serventia. Porém, pense comigo: Basta somente o conhecimento? De que vale o conhecimento se não o colocarmos em prática? É como um tesouro enterrado a centenas de metros na terra. Sabemos que ele está lá, mas não há utilidade se não o buscarmos.

Alguns irmãos se orgulham do conhecimento que possuem da Bíblia e do Espírito de Profecia. Isso é muito importante. Entretanto, de que vale esse conhecimento se não colocam em prática para salvar pessoas que estão perdidas no pecado? Preciso fazer aquilo que agrada a Deus, preciso obedecer ao Senhor. Essa obediência culminará na preocupação pela salvação da humanidade caída e que sofre.

Em diversas oportunidades, somente enxergamos nosso próximo como aquele que faz parte de nosso convívio social e familiar. O grande desafio é sairmos de nossa zona de conforto, olharmos para aqueles que tem uma visão diferente da nossa e que vivem em oposição aos nossos princípios. São esses muitas vezes os mais necessitados da graça e da misericórdia divina, mas são também os que oferecem o maior desafio.

O princípio de tudo estará sempre no amor a Deus e ao próximo. Estamos verdadeiramente vivendo esse princípio? Até onde amamos a Deus se negligenciamos nosso próximo?

Olhe ao redor de sua igreja, veja as necessidades da comunidade local e responda: Será que você e a igreja estão realmente fazendo o papel que Jesus espera que façamos? Será que estão atendendo as necessidades físicas e espirituais daquelas pessoas? Até onde a igreja tem sido influente na comunidade a ponto de ser vista como uma bênção pelos vizinhos e por toda a sociedade?

 

Conclusão

Muitas vezes queremos substituir nosso dever como cristãos exercendo algum tipo de prática religiosa ou apenas mantendo a aparência de bons crentes. Porém, sabemos que a fé sem obras é morta e não faz sentido (Tg 2:26). Timothy Keller, em seu livro Igreja Centrada, aponta a necessidade dos irmãos compreenderem que palavras e ações caminham juntas, pois a salvação inclui libertação dos efeitos do pecado; não somente os efeitos espirituais, mas também os efeitos físicos e materiais (Vida Nova, 2014, p. 382).

Reúna os irmãos de sua igreja e ore pelo tema que acabamos de estudar nesta semana. Descubra as necessidades da comunidade onde ela está inserida e, mesmo que a igreja esteja localizada em uma região nobre da cidade, sempre haverá necessitados com as mais variadas carências, quer físicas, emocionais ou principalmente espirituais. Atente-se para o que sua igreja pode fazer em prol dessas pessoas que necessitam conhecer Jesus e Seu amor. Mãos à obra!

 

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Marcelo Ferreira Cardoso é casado com Elda Cardoso, cirurgiã-dentista, e pai de dois maravilhosos filhos, Rafael e Helena Cardoso. Graduou-se em Teologia no UNASP-EC (2000), é mestre (2018) e doutorando em Ciências das Religiões pela FUV – Faculdade Unida de Vitória. No início de seu ministério, trabalhou como capelão no Colégio Adventista de Taguatinga - DF (2001), foi pastor distrital em Araguatins - TO (2002-2003) e Formosa - GO (2004). Atuou também como evangelista na Associação Paulista Sul (2005-2008) e União Sul-Brasileira (2009-2016). Atualmente, é professor de Teologia e coordenador da área aplicada do SALT com sede na Faculdade Adventista do Paraná.