Lição 7
11 a 17 de maio
Motivados pela esperança
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Ez 47
Verso para memorizar: “Naquele dia, se dirá: Eis que este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará; este é o SENHOR, a quem aguardávamos; na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Is 25:9).
Leituras da semana: 1Ts 4:13-18; Mt 24:27, 30, 31; 2Pe 1:19-21; Dn 8:14; 9:20-27; Ed 7:7-13

Asegunda vinda de Jesus é um dos temas centrais das Escrituras. É um fio de ouro que atravessa as páginas sagradas da Bíblia. Um estudio- so estimou que há 1.845 referências à segunda vinda de Cristo no AT. Nos 260 capítulos do NT, há mais de 300 referências ao retorno de Cristo. Um em cada 25 versos menciona essa esperança. 

Depois que a Reforma na Europa naufragou e foi dificultada por divi- sões e conflitos, o protestantismo criou raízes no Novo Mundo, no territó- rio que se tornaria os Estados Unidos. Muitas pessoas buscaram tomar o manto da verdade, o que incluía a crença sobre a segunda vinda de Cristo. 

Entre essas pessoas estava um fazendeiro batista chamado Guilherme Miller. A partir de seu estudo da Bíblia, ele acreditou que Jesus viria em breve, em sua geração. Ele começou a pregar essa mensagem, iniciando um movimento que, embora tenha enfrentado um grande desapontamento, revelou verdades que permanecem relevantes. 

Nesta semana, examinaremos por q ue a segunda vinda de Cristo tem alegrado o coração dos crentes ao longo dos séculos, e como devemos nos preparar para esse evento. 

* Esta lição se baseia nos capítulos 18 a 21 d o livro O Grande Conflito. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Domingo, 12 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Ez 48
A promessa de Seu retorno

Os reformadores protestantes e os peregrinos que partiram da Holanda para o Novo Mundo almejavam pela volta de Jesus. Eles aguardavam ansiosamente esse alegre evento. John Wycliffe aguardava a vinda de Cristo como a esperança da igreja. Calvino falou por todos os reformadores quando se referiu ao glorioso retorno de Cristo como “o evento mais feliz de todos”. Para os homens e as mulheres fiéis a Deus, a segunda vinda de Cristo era algo a ser recebido com alegria. 

1. Por que as seguintes passagens bíblicas deram tanta esperança aos cristãos ao longo dos séculos? Jo 14:1-3; 1Ts 4:13-18; Tt 2:11-14 

É fácil entender por que a crença na segunda vinda de Cristo traz tanta esperança e alegria aos cristãos. Ela aponta para o fim do sofrimento e da morte; inaugura o tempo de paz e vida plena. Prevê o fim de lutas e guerras em um mundo de felicidade e comunhão eterna entre Cristo e os redimidos de todas as eras. 

“Em todas as épocas, a vinda do Senhor tem sido a esperança de Seus verdadeiros seguidores. A última promessa do Salvador no Monte das Oliveiras, de que Ele viria outra vez, iluminou o futuro aos Seus discípulos; encheu o coração deles com uma alegria e uma esperança tão grandes que as tristezas não poderiam apagar nem as provações ofuscar. Em meio a sofrimento e perseguição, o aparecimento ‘do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus’ foi ‘a bendita esperança’ (Tt 2:13). Quando os cristãos tessalonicenses estavam cheios de pesar ao sepultarem seus queridos, que pensavam que estariam vivos para testemunhar a vinda de Jesus, Paulo, seu instrutor, apontou-lhes a ressurreição que ocorreria por ocasião do advento do Salvador. Então os mortos em Cristo ressurgiriam e, juntamente com os vivos, seriam arrebatados para encontrar o Senhor nos ares” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 258). 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Por que a segunda vinda de Jesus é tão importante para a nossa fé? Considerando que os mortos dormem, por que a volta de Jesus é tão crucial? Sem ela, por que estaríamos, como Paulo disse, em uma situação totalmente desesperadora (1Co 15:15-18)?


Segunda-feira, 13 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Dn 1
Esperando o tempo

Embora os reformadores acreditassem no retorno literal, visível, audível e glorioso de Cristo, a compreensão dessa verdade mudou com o tempo. Pregadores populares do século 19 ensinaram que Cristo viria para estabelecer Seu reino na Terra e inaugurar mil anos de paz. Isso levou a uma letargia espiritual. 

Os discípulos de Cristo também entenderam mal a natureza da vinda do Messias. Pensavam que Ele viria como um general que quebraria o jugo romano, não como Aquele que os libertaria da condenação e dos grilhões do pecado. 

2. De que modo o Senhor voltará? At 1:9-11; Ap 1:7; Mt 24:27, 30, 31 

Quando Cristo veio pela primeira vez como um bebê na manjedoura de Belém, poucos discerniram Sua vinda. Mas quando Ele vier pela segunda vez, “todo olho” O verá. Todo ouvido ouvirá a trombeta. Todos contemplarão Sua glória. Não sejamos enganados. As Escrituras deixam bem claro os eventos que cercam o Seu retorno. 

“Ao povo de Deus, que, por tanto tempo, peregrina em sua jornada ‘na região e sombra da morte’ (Mt 4:16), é dada uma esperança preciosa e que inspira alegria na promessa do aparecimento Daquele que é ‘a ressurreição e a vida’ (Jo 11:25), para levar de novo ao lar Seus filhos exilados. A doutrina do segundo advento é, sem dúvida, a nota tônica das Sagradas Escrituras. Desde o dia em que o primeiro casal caminhou entristecido para fora do Éden, os filhos da fé têm esperado a vinda do Prometido para quebrar o poder do destruidor e levá-los novamente ao paraíso perdido” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 256). 

Um dos primeiros líderes adventistas, Luther Warren, dizia aos jovens: “A única maneira de estar pronto para a segunda vinda de Cristo é se preparar e permanecer pronto”. A mensagem do breve retorno de Cristo é um apelo urgente a cada um de nós para examinar o coração e avaliar a vida espiritual. É um chamado para a vida piedosa. Não pode haver neutralidade na luz da volta de Cristo. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Como a Bíblia nos encoraja sobre maneira pela qual Cristo virá? (1Ts 5:2-5; Hb 9:28)


Terça-feira, 14 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Dn 2
Guilherme Miller e a Bíblia

Assim como os reformadores, com a ajuda divina, redescobriram a verdade sobre a justificação somente pela fé em Cristo, Guilherme Miller foi o instrumento de Deus ao redescobrir a verdade sobre como será a volta de Cristo. Ao estudar as Escrituras, Miller descobriu um Cristo que o amava mais do que ele poderia imaginar. Com a Bíblia, uma caneta e um caderno, começou a ler Gênesis e continuou na compreensão de cada passagem. Ao comparar verso com verso, ele permitiu que a Bíblia se explicasse. 

3. Leia Isaías 28:9, 10; Provérbios 8:8, 9; João 16:13; 2 Pedro 1:19-21. Que princípios de interpretação da Bíblia há nessas passagens? 

Quando Miller comparou verso com verso, os mistérios da Bíblia foram abertos a ele. Ele procurou a verdade como alguém que busca um tesouro escondido, e foi recompensado. O Espírito Santo abriu a Palavra de Deus ao seu entendimento. Ele examinou as profecias com a mesma diligência com que estudava as outras passagens bíblicas. 

4. Leia Daniel 1:17; 2:45; 1 Pedro 1:10, 11; Apocalipse 1:1-3. O que essas passagens nos ensinam sobre a compreensão das profecias bíblicas? 

Os símbolos nos livros proféticos não estão fechados em mistério. Deus nos deu Sua Palavra para nos preparar para os eventos que em breve ocorrerão. Miller entendeu que a profecia era seu melhor intérprete. Os símbolos são esclarecidos pela própria Bíblia. As bestas representam reis ou reinos (Dn 7:17, 23). O vento representa destruição (Jr 49:36). A água representa povos ou nações (Ap 17:15). Uma mulher representa a igreja (Jr 6:2; Ef 5:22-32). As profecias de Daniel e Apocalipse são dadas em linguagem simbólica, sendo que um dia profético equivale a um ano literal (Nm 14:34; Ez 4:6). Quando Miller aplicou esses princípios de interpretação, ficou surpreso com o que descobriu em relação ao que acreditou ser o momento do retorno de Cristo. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Por que uma compreensão correta do simbolismo profético é importante para nossa fé?


Quarta-feira, 15 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Dn 3
Os 2.300 dias de Daniel 8:14

Miller observou que os eventos preditos se cumpriram: os 400 anos da permanência dos descendentes de Abraão, os 40 anos de peregrinação no deserto, os 70 anos de cativeiro e as 70 semanas destinadas a Israel (Gn 15:13; Nm 14:34; Jr 25:11; Dn 9:24). 

5. Leia Marcos 1:15; Gálatas 4:4; Romanos 5:6. O que esses versos nos dizem sobre o cronograma de Deus para o primeiro advento? 

Ao estudar as profecias, comparando verso com verso, Miller concluiu que, se Deus tinha cronogramas na Bíblia, devia haver um cronograma para a segunda vinda de Cristo. 

6. Leia Daniel 8:14. Que evento ocorreria no final dos 2.300 dias? 

Miller aceitava a noção popular de que a “purificação do santuário” era a purificação da Terra pelo fogo. Ele estudou as Escrituras para entender um evento tão importante. Descobriu a ligação entre Daniel 8 e 9. O anjo foi instruído: “Explique a visão a esse homem” (Dn 8:16). No fim de Daniel 8, a única parte da visão deste capítulo que não havia sido explicada (Dn 8:27) era sobre os 2.300 dias. Depois, o anjo retornou a Daniel e disse: “Vim para dar a você inteligência e discernimento” (Dn 9:22; Dn 9:23, 25-27), em referência à compreensão dos 2.300 dias. 

Sabemos disso porque, depois de pedir a Daniel que prestasse “atenção à mensagem e [entendesse] a visão” (Dn 9:23), as primeiras palavras do anjo foram: “Setenta semanas estão determinadas para o seu povo e para a sua santa cidade” (Dn 9:24). A palavra traduzida como “determinadas” significa literalmente “cortadas”. Setenta semanas, 490 anos, deviam ser cortadas. Mas de quê? Da visão dos 2.300 dias, obviamente – a única parte de Daniel 8 que Daniel não havia entendido, e que o anjo tinha vindo explicar. 

Visto que o ponto de partida das 70 semanas foi “desde que foi dada a ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” (Dn 9:25), Miller sabia que, se tivesse essa data, poderia saber o início das 70 semanas e entender a profecia dos 2.300 dias.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Quinta-feira, 16 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Dn 4
A linha de tempo profética mais longa

7. Leia Esdras 7:7-13. Quando foi emitido o decreto para permitir que os cativos de Israel na Pérsia fossem libertos para reconstruir o templo? 

O decreto de Artaxerxes, de 457 a.C., foi o último de três decretos que permitiram que os judeus retornassem para reconstruir Jerusalém e restaurar os serviços do templo. Esse terceiro decreto foi o mais completo e marca o início dos 2.300 dias/anos. 

8. Leia Daniel 9:25, 26. Quando começaria todo esse período profético? Que eventos importantes esses versos predizem? 

Nessa profecia, Daniel predisse que desde a “ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” até o Messias seriam 69 semanas proféticas, ou 483 dias, ou anos literais. Visto que o decreto foi emitido no outono de 457 a.C., 483 anos se estendem até o outono de 27 d.C. A palavra “Messias” significa “Ungido”. No outono de 27 d.C., Cristo foi batizado e recebeu a unção do Espírito (At 10:38). Depois do batismo, Jesus saiu “pregando o evangelho”. Ele dizia: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo; arrependam-se e creiam no evangelho” (Mc 1:14, 15). 

Na primavera de 31 d.C., no meio da última semana profética, três anos e meio após o Seu batismo, Jesus foi crucificado. O sistema de ofertas que apontava para o Cordeiro de Deus cessou com o sacrifício no Calvário. O tipo havia encontrado o Antítipo e, finalmente, todos os sacrifícios e ofertas do sistema cerimonial cessaram. 

9. Leia Daniel 9:27. Como terminaria a profecia das 70 semanas? 

As 70 semanas, ou 490 anos, destinadas aos judeus, terminaram em 34 d.C. com a rejeição da mensagem do evangelho pelo Sinédrio (At 6:8– 7:60). 

Subtraindo 490 anos da profecia dos 2.300 anos, restam 1.810 anos, que nos levam a 1844 d.C. Miller acreditava que o santuário era a Terra e presumiu que Cristo purificaria a Terra pelo fogo em 1844 (ver gráfico na lição de sexta-feira). 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Sexta-feira, 17 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Dn 5
Estudo adicional

Olhe no gráfico a seguir as profecias das 70 semanas e dos 2.300 dias. As profecias começam em 457 a.C. e predizem os eventos em torno do “Messias, o Príncipe”, sobre quem a profecia de 70 semanas se fundamenta. Com essa base sólida, a profecia de 2.300 dias termina no ano de 1844. 

 

“Assim como os primeiros discípulos, Miller e seus colaboradores não compreenderam completamente o significado da mensagem que apresenta-vam. Erros que por muito tempo estavam estabelecidos na igreja os impe-diam de chegar a uma interpretação correta de um ponto importante da profecia. Dessa forma, embora proclamassem a mensagem que Deus lhes confiara para transmitir ao mundo, acabaram sofrendo um desaponta-mento por causa de uma compreensão equivocada do significado dessa mensagem” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 299, 300). 

“No entanto, Deus cumpriu Seu misericordioso propósito, permitindo que a advertência do Juízo fosse feita exatamente do modo como ocorreu. O grande dia estava próximo e, pela providência divina, o povo foi provado em relação ao tempo definido, para que lhes fosse manifesto o que estava em seu coração. A mensagem era destinada a provar e purificar a igreja, e seus membros deveriam ser levados a ver se suas afeições estavam postas neste mundo ou em Cristo e no Céu” (O Grande Conflito, p. 301). 

Perguntas para consideração 

  1. Que lições aprendemos com a experiência de Guilherme Miller? 

  2. Entender Daniel 9:24-27 confirma a integridade da Bíblia e a  divindade de Cristo? 

  3. Que papel a compreensão da profecia desempenha no plano da salvação? 

Respostas e atividades da semana: 1. Porque falam da segunda vinda de Cristo, quando haverá ressurreição, o fim do sofrimento e a inauguração do reino de Cristo. 2. Todo olho O verá; será visível e audível; verão a glória de  Cristo. 3. O Espírito Santo nos conduz ao entendimento. Um pouco aqui, um pouco ali; a própria Palavra de Deus é fonte da interpretação. 4. Devemos ler e buscar entender o sentido da Palavra; Deus revela a verdade e nos ajuda a  entendêla; os símbolos da profecia são esclarecidos pela própria Bíblia. 5. Deus tinha um cronograma de tempo para a primei-ra vinda. Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho. Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. 6. O santuário seria purificado. 7. Em 457 a.C. 8. Quando saísse a ordem para restaurar e edificar Jerusalém; Cristo seria morto; a cidade e o santuário seriam destruídos; até o fim haveria guerra e desolações. 9. No início da última semana, Jesus foi batizado; na metade da semana, Ele foi morto e depois ressuscitou; no fim da semana, os líderes da nação judaica selaram sua rejeição do Messias. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Resumo da Lição 7
Motivados pela esperança

TEXTO-CHAVE: Isaías 25:9 

FOCO DO ESTUDO: Mt 13:30, 38-41; 2Tm 3:13; Mt 24:27, 30, 31; 1Co 15:51-53; 1Ts 4:13-18; Dn 8:14; Dn 7:9-14; Dn 9:20-27; Rm 13:11 

ESBOÇO 

Introdução: Um ponto crucial no grande conflito foi a vinda do Messias. Durante o período profético de 70 semanas, o diabo lutou para destruir a fé de Israel na primeira vinda do Messias em cumprimento das promessas, profecias e tipos do Antigo Testamento. Da mesma forma, no fim do período profético de 2.300 anos, as forças do mal tentaram obscurecer seu cumprimento no juízo pré-advento que ocorre no santuário celestial e tentaram suprimir a proclamação da segunda vinda do Messias. 

No fim do período profético de 70 semanas, havia um povo fiel a Deus, como Simeão, que esperava “a consolação de Israel” (Lc 2:25, NVI) ou Ana e outros “que esperavam a redenção de Jerusalém” (Lc 2:38, NVI). Esses poucos fiéis viram em Jesus o cumprimento da promessa da primeira vinda do Messias. Da mesma forma, havia, no fim dos 2.300 anos, pessoas de fé, como Guilherme Miller, cuja mensagem da “verdade presente” direcionava para a esperança do iminente advento do Messias. Guilherme Miller não descobriu essa mensagem por meio de uma metodologia filosófica, mas por causa de uma leitura literal das Escrituras. Isso ilustra, mais uma vez, a importância das Escrituras para o grande conflito. 

Temas da lição: Este estudo focaliza dois grandes temas: 

  1. Ainda que as profecias bíblicas não apresentem a data e o ano exatos da segunda vinda de Cristo, as profecias das 70 semanas e dos 2.300 dias, vinculadas tanto à primeira quanto à segunda vinda de Jesus, foram cumpridas com precisão. Esse cumprimento rigoroso nos confirma a certeza e a proximidade da segunda vinda de Cristo. 

  2. Deus chamou a comunidade adventista com o propósito de anunciar globalmente o cumprimento da profecia mais extensa da Bíblia. Além disso, Ele os incumbiu de convocar a humanidade a acolher a esperança da segunda vinda de Jesus, que põe fim de maneira definitiva ao grande conflito. 

COMENTÁRIO 

Encontrando esperança no pré-milenismo 

Esperança e otimismo enchiam a atmosfera dos Estados Unidos do século 19, a nação emergente nascida da notável Revolução Americana. Esse período testemunhou uma série de transformações e avanços nos âmbitos social, econômico, político e tecnológico, sinalizando a chegada de uma era nova. O espírito da época influenciou os cristãos evangélicos protestantes do país, deixando uma marca nas crenças e nas próprias instituições religiosas. O resultado foi um cristianismo pós-milenista que possuía um fervor escatológico esperançoso e otimista. 

Mas o que é o pós-milenismo? Milenarismo vem da palavra “milênio”, que se refere aos mil anos do reinado de Cristo com os santos, conforme Apocalipse 20:1-6 descreve. Embora a maioria dos cristãos aceite esse ensino bíblico sobre o milênio, nem todos concordam em como relacioná-lo com a segunda vinda de Jesus e o Juízo Final. 

Os primeiros teólogos pós-apostólicos – os pais apostólicos – adotaram o pré-milenismo, a crença de que Cristo retornaria à Terra antes do milênio e executaria o último julgamento. (Os adventistas, é claro, entendem que o milênio será no Céu). No entanto, logo os pais da igreja subsequentes, como Orígenes de Alexandria (185-253/254 d.C.) e Agostinho de Hipona (354-430 d.C.), integraram a filosofia grega com a teologia cristã e aplicaram o método alegórico à leitura e interpretação da Bíblia. Consequentemente, eles rejeitaram o pré-milenismo como uma leitura ingênua e superficial do Livro do Apocalipse e propuseram, em vez disso, uma nova teoria do milênio, que mais tarde foi chamada de amilenismo. 

De acordo com essa teoria, o milênio deve ser entendido de modo alegórico ou espiritual. Como na filosofia grega, que postulou que o tempo não tem relevância particular para a espiritualidade ou para a esfera etérea da existência, esses pais da igreja concluíram que o milênio se refere ao período da igreja que decorre entre a primeira e a segunda vinda de Jesus. Por isso, esse período de tempo não é passado nem futuro, mas representa toda a era cristã. Durante esse tempo, Cristo reina espiritualmente com as almas dos santos mortos no Céu, bem como com a igreja na Terra. Essa última é o reino de Deus neste planeta. Cristo trabalha para estabelecer Sua igreja até os confins da Terra, diminuindo assim o poder do diabo. No entanto, antes da segunda vinda de Cristo, Satanás corromperá a igreja, resultando na ascensão do anticristo. Nesse momento Jesus voltará e irá salvar a igreja do anticristo e executará o juízo final, restabelecendo assim uma nova ordem de coisas. Essa posição foi adotada pela Igreja Católica Romana, igrejas ortodoxas e por algumas denominações protestantes, como as igrejas luterana, anglicana e presbiteriana. 

Pós-milenismo 

O pós-milenismo surgiu como uma derivação do amilenismo entre as igrejas protestantes do século 19, as quais o adaptaram à sua realidade contemporânea. Semelhante aos amilenistas, os pós-milenistas acreditavam que Cristo retornaria no fim do milênio. No entanto, ao contrário dos amilenistas, a maioria dos pós-milenistas pensava que o milênio representava mil anos literais. Esse período não representa toda a era cristã, mas apenas os últimos mil anos antes do retorno de Cristo. Durante esse tempo, Cristo trabalhará por meio do Espírito Santo e da igreja para espalhar o evangelho por todo o mundo a fim de estabelecer Seu reino milenar. À medida que a maior parte da população da Terra aceitasse o evangelho, o poder e o controle do diabo diminuiriam, e o mundo entraria gradualmente em sua era de ouro, um período de paz, retidão, justiça, amor e prosperidade que serviria como uma amostra da vinda do reino eterno de Deus. Demonstrando um otimismo marcante a respeito da essência do ser humano e da sociedade, os adeptos do pós-milenismo não anteviram um cenário em que a igreja se tornaria corrompida, ou em que o anticristo dominasse e oprimisse tanto a igreja quanto o mundo. Conforme sua visão, o milênio seria seguido pela segunda vinda de Cristo, a ressurreição geral, o Juízo Final e a instauração do reino divino eterno. 

A julgar pelo sucesso do evangelho no mundo durante o século 18, os pós-milenistas do século 19 concluíram que o milênio ainda estava no futuro, e muito embora fosse um futuro muito próximo, era iminente. Além disso, uma vez que o reino milenar seria inaugurado por meio da igreja por Cristo, os protestantes empenharam-se e começaram a trabalhar arduamente com o propósito de concretizar o milênio, aspirando alcançá-lo enquanto ainda estivessem vivos. Mudança e progresso encheram o ar da América do Norte. Um número crescente de sociedades bíblicas publicou Bíblias e literatura cristã. Missionários foram enviados ao exterior para preparar o mundo para que aceitassem o evangelho e entrassem no reino milenar. Paralelamente a esse desenvolvimento, um número crescente de invenções tecnológicas contribuiu para o aumento da qualidade de vida na América do Norte e em todo o mundo. As organizações de temperança dedicavam seus esforços a aprimorar a saúde das pessoas ao promover a abstenção do consumo de álcool. Observando a ausência de grandes guerras, os partidos políticos e todos os tipos de movimentos sociais clamaram por profundas mudanças sociais compatíveis com o estabelecimento do reino milenar de Deus. 

No entanto, nem todos se deixaram levar pelo fervor pós-milenista predominante. As concepções pré-milenistas originais dos apóstolos e dos primeiros líderes da igreja foram revividas pelos reformadores anabatistas no século 16; posteriormente, essas ideias foram perpetuadas por alguns evangélicos ingleses no século 18 e, por fim, começaram a ganhar preeminência na América do Norte ao longo da primeira metade do século 19. Nesse período, os maiores promotores do pré-milenismo bíblico foram Guilherme Miller e, após o Grande Desapontamento, os adventistas do sétimo dia. Assim como os pós-milenistas, os pré-milenistas adventistas acreditavam que o milênio representava mil anos literais, que ele ainda estava no futuro e começaria em breve. 

Os adventistas do sétimo dia 

Ao contrário dos pós-milenistas, no entanto, os pré-milenistas adventistas do sétimo dia entenderam, conforme leram na Bíblia, que as coisas iriam piorar para o povo de Deus antes do Dia do Senhor (2Pe 3:3-13), que Jesus viria antes do milênio (Ap 19:11-16) para salvar Sua igreja perseguida, ressuscitar Seus fiéis e levá-los todos com Ele para o Céu (1Ts 4:13-18). Lá, o povo de Deus não apenas reinaria com Cristo (Ap 20:4, 6), como também participaria com Deus no julgamento dos ímpios (Ap 20:4; 1Co 6:2). Durante esse tempo, a Bíblia descreve que o diabo será “preso por mil anos” (Ap 20:2) na Terra para que ele “não mais engane as nações” (Ap 20:3, ARA). Essas nações constituem os ímpios que não ressuscitarão até o fim dos mil anos (Ap 20:2, 3, 5). Uma vez terminado o julgamento milenar, Jesus retorna ao planeta Terra com todos os Seus santos. Ele ressuscita os ímpios (Ap 20:5, 7, 13) e executa o juízo final (Ap 20:11, 12). O diabo tenta enganar os ímpios uma última vez para incitá-los a lutar contra Deus e tomar o Seu reino à força (Ap 20:7-9). Esse evento é o auge do grande conflito, pois Cristo executa o juízo, e os ímpios, o diabo e o mal, bem como a própria morte, são todos lançados no “lago de fogo e enxofre” (Ap 20:9, 10, 14, 15, ARA) e são aniquilados para sempre. 

Miller e os adventistas do sétimo dia não partilhavam do otimismo exibido por seus contemporâneos pós-milenistas em relação à essência humana e ao futuro próximo, que se desenhava radiante e utópico para a humanidade. Contudo, essa posição não derivava do fato de Miller e os adventistas serem por natureza antissociais, pessimistas ou negativos e, portanto, incapazes de se alegrar com o progresso e a esperança da humanidade. Em vez disso, Miller e os adventistas do sétimo dia chegaram à compreensão pré-milenista a partir do estudo sólido, literal e histórico-gramatical da Bíblia. Por essa razão, eles rejeitaram tanto o amilenismo quanto o pós-milenismo. Afinal, essas doutrinas estavam enraizadas não na Bíblia, mas nas pressuposições da filosofia grega antiga ou de estudos socioeconômicos e políticos contemporâneos. As postulações dos amilenistas ou pós-milenistas não apenas não existem na Bíblia, mas vão contra os ensinamentos dela, distorcendo assim o evangelho e gerando falsas esperanças. Miller e os adventistas do sétimo dia ansiavam por esperança, mas queriam que ela fosse construída sobre o sólido fundamento da Palavra de Deus. 

Em um curto espaço de algumas décadas, as duas guerras mundiais e a Guerra Fria do século 20 desmantelaram o otimismo pós-milenista que envolvia a visão da natureza humana e da gradual instauração da humanidade no reino milenar de paz e prosperidade de Deus. A maioria dos evangélicos retornou ao pré-milenismo. No entanto, é importante notar que esse ressurgimento do pré-milenismo foi transformado e distorcido, dando origem ao ensinamento antibíblico do dispensacionalismo. Todavia, o simples fato de que os evangélicos retornaram ao pré-milenismo indica que o amilenismo e o pós-milenismo não são apenas antibíblicos, mas uma exegese inadequada e decepcionante dos eventos do fim dos tempos. O pré-milenismo bíblico é o único fundamento para a esperança. Ele ensina que, embora a humanidade não possa salvar a si mesma ou ao mundo, Jesus voltará no momento mais difícil da história. Antes do milênio, Ele nos salvará dos ataques finais do diabo e de seu exército e conduzirá o grande conflito para o fim. 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

  1. Como a segunda vinda de Jesus Cristo traz esperança ao seu contexto religioso e cultural? Como você pode explicar aos seus vizinhos que a volta de Jesus é a única esperança da humanidade? 

  2. Quão relevante é o cumprimento das profecias bíblicas de tempo (como a dos 2.300 anos) em seu contexto religioso e cultural? Pense e proponha maneiras pelas quais você pode torná-las relevante para as pessoas de sua comunidade. 

  3. Guilherme Miller desenvolveu um modo específico de ler e entender a Bíblia. Qual é o seu modelo de leitura e interpretação das Escrituras? Desenvolva e compartilhe com a classe da Escola Sabatina sua maneira de interpretar e aplicar o significado da Palavra de Deus. Compartilhe como os ensinos bíblicos não apenas impactaram sua vida, mas também influenciaram positivamente sua família e sua comunidade. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Deus é real

Uzbequistão | Sonya

Quando Sonya terminou o ensino médio, ela queria mais do que tudo estudar medicina em uma faculdade conceituada. Mas, para conseguir se matricular na faculdade, ela precisaria pagar uma grande propina.

Hoje em dia, as propinas não são necessárias para entrar nas escolas do país de Sonya, Uzbequistão. Mas a vida era diferente quando Sonya se preparava para ir à faculdade.

Sonya contou ao seu pai sobre seu desejo de estudar medicina na faculdade.

Imediatamente.ela declarou: "Eu não vou pagar propina".

No entanto, Sonya preencheu os formulários de inscrição, esperando que o melhor acontecesse.

À medida que sua formatura do ensino médio se aproximava, ela compartilhou seu sonho com parentes, amigos e professores. Todos eles pareciam perguntar a mesma coisa: "Você já juntou dinheiro para uma grande propina?"

Sonya foi ficando preocupada. Ela sabia que o pai já havia tomado uma decisão. Além disso, ele não tinha dinheiro para propina, e ele não estava se esforçando nem um pouco para pegar dinheiro emprestado de parentes e amigos. Ele estava apenas orando para Deus ajudá-la a estudar medicina.A mãe, que trabalhava como professora, também estava orando.

Sonya não tinha certeza do que pensar. Ela havia congregado com seus pais em uma Igreja Adventista desde que era pequena, mas não estava convencida de que Deus era real. Será que era suficiente apenas orar e esperar?

A mãe teve uma ideia.

"Você precisa se preparar para a prova do vestibular, e nós continuaremos orando", disse ela

Sonya ficou surpresa. A mãe parecia estar dizendo que as orações precisavam ser combinadas com algum esforço da parte dela. Ela começou a estudar, mas a data da prova estava incerta. Quando entregou os formulários de inscrição, ela descobriu que a data ainda não havia sido marcada.

"Ligaremos para você", disse um administrador da faculdade."

Sonya se formou do ensino médio e continuou estudando para a prova. Um mês se passou. Dois meses se passaram. Os pais de Sonya oraram enquanto ela estudava. Ninguém da universidade ligou.

Finalmente, próximo ao final do verão, Sonya ligou para a faculdade para perguntar sobre a data.

"Você precisa vir aqui, e conversaremos sobre isso na universidade", disse a pessoa que atendeu a ligação.

Sonya e sua mãe chegaram à faculdade às 70 horas da manhã. Um guarda as parou no portão de entrada.

"Todos os vestibulares acabaram", disse ele.

Sonya estava chocada. Ela ficou indignada. Ela havia entregado o formulário a tempo, mas ninguém ligou para ela dizendo a data, como prometido. Ela sentiu que havia desperdiçado seu verão inteiro estudando para o vestibular.

A mãe viu a angústia de Sonya.

"A universidade já disponibilizou o resultado dos aprovados?", ela perguntou ao guarda."

"Sim", disse ele. "Vá até lá e você poderá ver a lista dos alunos que foram aceitos."

A mãe foi até lá olhar. Sonya a seguiu. Enquanto elas olhavam a lista, Sonya de repente viu seu nome.

"Veja!", ela exclamou. "Eu fui aceita!"

Dos muitos alunos que se inscreveram, ela havia sido aceita sem propina ou mesmo vestibular.

Todas as suas dúvidas sobre Deus desapareceram imediatamente. Antes de as aulas começarem, Sonya entregou seu coração a Jesus através do batismo.

"A experiência me ensinou que Deus é real", disse ela."

Mas esse não foi o fim da história.

Depois que as aulas começaram, outros colegas lhe perguntaram quanto ela havia pagado a mais para entrar na universidade.

"Nada", ela disse. "Eu nem precisei fazer vestibular."

Espantados, eles perguntaram: "Então, como você acabou se tornando uma aluna aqui?"

"Eu tenho contatos", ela respondeu"

Mais tarde, à medida que os alunos passaram a se conhecer melhor, eles descobriram que o contato de Sonya era Deus. Muitos queriam saber mais sobre suas crenças, e Sonya formou um grupo de estudo bíblico. Três colegas de classes entregaram seus corações a Jesus e foram batizados.

Hoje, Sonya busca oportunidades a cada dia para compartilhar sua fé a cada dia. "Deus é real," ela disse.

Parte das ofertas deste trimestre ajudará a abrir a primeira escola primária adventista do sétimo dia em Tasguente, Uzbeguistão.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

  • Mostre a localização do Uzbequistão no mapa. Então, mostre Tasquente, a capital do Uzbequistão, e o futuro local da escola adventista, um dos projetos da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre.
  • Baixe as fotos desta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.
  • Compartilhe publicações missionárias e fatos rápidos sobre a Divisão Euro-Asiática: bit.ly/esd-2024.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2024

Tema geral: O grande conflito

Lição 7 – 11 a 18 de maio

Motivados pela esperança

Autor: Eleazar Domini

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Introdução

Conhecer o futuro e entender assuntos “obscuros” sempre foi algo que despertou interesse nas pessoas. A volta de Jesus é um dos acontecimentos com mais referências na Bíblia e, por conseguinte, sempre despertou a curiosidade entre os estudiosos da Bíblia. O livro de Daniel, que trata de eventos relacionados ao tempo do fim, foi alvo de estudos de muitas pessoas, especialmente de 1798 pra cá. Estaria revelado nesse livro, entre os símbolos e períodos descritos, o tempo do segundo aparecimento de Cristo?

I – O saber se multiplicará

“Quanto a você, Daniel, encerre as palavras e sele o livro, até o tempo do fim. Muitos correrão de um lado para outro, e o saber se multiplicará” (Dn 12:4).

Embora muitos leiam esse texto e o apliquem ao avanço da ciência e da tecnologia dos tempos modernos, não parece ser essa a interpretação primária mais condizente com o texto bíblico. É fato que o conhecimento e a ciência evoluíram assustadoramente nos últimos 200 anos (e como aplicação secundária, alguns aplicam essa interpretação), mas o texto de Daniel se refere ao conhecimento e esquadrinhamento das profecias relatadas anteriormente no próprio livro de Daniel. O anjo estava dizendo para Daniel que o conhecimento acerca das profecias descritas em seu livro seria compreendido no tempo do fim. Percebemos o cumprimento dessas palavras já desde Sir Isac Newton, um dos primeiros a estudar o livro de Daniel e tentar calcular os períodos ali mencionados. Entretanto, ele não foi o único. Pouco tempo depois, no Oriente Médio, Europa, América do Sul e América do Norte, homens passaram a estudar o livro de Daniel com afinco, entendendo que algo muito importante estava para acontecer.

As profecias preditas por Daniel, que deveriam ter seu cumprimento no tempo do fim, passaram a ser compreendidas justamente no período após 1798, quando, com a prisão do papa Pio VI, foi encerrado o período dos 1.260 anos de perseguição papal. Guilherme Miller, fazendeiro de Nova York, foi um dos principais expoentes das profecias do livro de Daniel, destacando-se tanto no estudo quanto na exposição do livro.

 

II – Guilherme Miller

Guilherme Miller, capitão deísta, após ser salvo miraculosamente, resolveu estudar a Bíblia verso por verso e se propôs a não avançar até que houvesse compreendido corretamente cada verso lido. Com apenas uma Bíblia e uma concordância bíblica, ele iniciou sua jornada pelas Escrituras Sagradas. Ao chegar no livro de Daniel, ele não conseguiu avançar. Eram muitos dados numéricos e informações proféticas importantes para ser ignoradas. Os capítulos 8 e 9, especialmente, lhe chamaram muito a atenção. Miller se debruçou sobre esses capítulos até compreender os períodos ali mencionados. O saber das profecias de Daniel estava se multiplicando.

O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, à página 970, falando sobre a expressão “o saber se multiplicará”, diz: “Esta frase deve ser considerada a sequência lógica da frase que a antecede: quando o livro selado for aberto, no tempo do fim, o conhecimento das verdades contidas nessas profecias aumentará (ver Profetas e Reis [CPB, 2021], p. 318; Ap 10:1, 2). No fim do século 18 e início do século 19, despertou-se um novo interesse pelas profecias de Daniel e Apocalipse em diferentes lugares do mundo. O estudo dessas profecias difundiu a crença de que o segundo advento de Cristo estava próximo. Vários estudiosos na Inglaterra, Joseph Wolff no Oriente Médio, Manuel Lacunza na América do Sul e Guilherme Miller nos Estados Unidos, junto com outros estudiosos das profecias, declararam, com base no estudo das profecias de Daniel, que o segundo advento estava prestes a ocorrer. Essa convicção se tornou a força motivadora de um movimento mundial.

“Essa profecia também foi interpretada como indício dos estupendos avanços da ciência e do conhecimento geral no século 19, avanços que tornaram possível uma proclamação extensa da mensagem dessas profecias.”

Sem nenhum meio tecnológico, tais como a internet, celulares, computadores, etc., sem ter contato um com o outro, é impressionante pensar que homens como Joseph Wolff no Oriente Médio, o padre Manuel Lacunza na América do Sul e Guilherme Miller nos Estados Unidos chegaram basicamente às mesmas compreensões quanto ao tempo predito em Daniel. Todos eles entenderam que algo estava para acontecer entre 1843 e 1844. Como o entendimento deles quanto à purificação do santuário estava equivocado, pois pensavam que a Terra seria o santuário e a purificação seria a destruição dela pelo fogo, eles entenderam que Jesus estava perto de voltar naquela época.

Guilherme Miller, notadamente, foi o mais conhecido a pregar essa mensagem, pois, sua pregação alcançou a América do Norte e causou grande impacto. Milhares de pessoas aderiram ao movimento milerita do advento. Muitos venderam suas propriedades e empregaram todos os recursos no que acreditavam ser a pregação final do evangelho ao mundo. Esperaram Cristo retornar em glória. O dia chegou, e Jesus não voltou.

 

III – O desapontamento

Não foi Guilherme Miller que estabeleceu o dia 22 de outubro de 1844 como a data para o aparecimento de Jesus. Ele havia predito que Jesus voltaria entre o verão de 1843 e 1844. Como isso não ocorreu, outro indivíduo, chamado Samuel Snow, refez os cálculos de Miller e, com base no calendário judaico caraíta, projetou pela primeira vez o dia 22 de outubro. Ao apresentar a Miller as suas descobertas, vendo a seriedade e precisão dos cálculos, Miller adotou aquela data. Miller passou então a pregar mais intensamente sobre o tema. Muitos que viram os cálculos se convenceram de exatidão dos mesmos e decidiram se juntar ao movimento. Homens com recursos sustentaram a obra de pregação por todo o território dos Estados Unidos. Assim, em pouco tempo, a América foi sacudida pela verdade de que Cristo estaria voltando em breve.

Muitos zombavam de Miller e de quem acreditava como ele. A pregação, no entanto, avançava com poder. O dia 22 de outubro chegou e Cristo não voltou. A zombaria foi extrema por parte dos incrédulos, mas a decepção daqueles que ansiosamente aguardavam a segunda vinda de Jesus foi incomensuravelmente maior. Onde erraram? Seria a Bíblia realmente um livro confiável? Por que Jesus não veio? O que fazer a partir de então, pois muitos haviam vendido tudo quanto tinham e agora estavam literalmente sem nada? As perguntas eram muitas e os sentimentos de vergonha e angústia muito profundos. Muitos perderam a fé, abandonaram a Palavra de Deus e a religião, enquanto outros continuaram esperando e marcando novas datas para o retorno de Cristo; outros, porém, buscaram entender melhor o que havia acontecido e chegaram à conclusão de que os cálculos estavam corretos, mas o evento é que estava errado: a purificação do santuário não seria o retorno de Cristo à Terra.

 

Conclusão

 

A volta de Jesus sempre foi o anelo de cada um que abraçou a Palavra de Deus como seu guia. Esse foi o sentimento dos discípulos, e não foi diferente com os reformadores. Essa foi igualmente a atitude de Guilherme Miller e seus seguidores. Eles aguardavam a vinda do Senhor. Porém, eles interpretaram a profecia de maneira errada: A data estava certa, mas o evento estava errado. Não seria a volta de Jesus. A decepção deles foi muito grande.

Algo similar havia acontecido dois mil anos antes, quando os discípulos esperaram que Jesus reinasse em Jerusalém e os libertasse do jugo romano. Agora, Cristo estava numa sepultura. Lucas relata esse momento: “Nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir Israel. Mas, depois de tudo isto, já estamos no terceiro dia desde que essas coisas aconteceram” (Lc 24:21). A decepção deles, por não terem compreendido corretamente as profecias, foi muito grande. No imaginário judaico, o Messias seria um libertador terreno que Se assentaria no trono de Davi e restauraria a glória de Israel. Não compreenderam que o Messias seria o Servo sofredor de Isaías 53. Por compreenderem erroneamente as profecias de Daniel, os mileritas passaram por uma decepção terrível. Assim como a ressurreição de Cristo deu ânimo e poder para os discípulos avançarem na pregação do evangelho, a compreensão do que ocorrera em 1844 deu ânimo para que um pequeno grupo de mileritas continuasse acreditando no breve retorno de Cristo e pregasse a mensagem apocalíptica que diz: “Temam a Deus e deem glória a ele, pois é chegada a hora em que ele vai julgar” (Ap 14:7).

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Eleazar Domini é mestre em Teologia e apresentador do canal “Fala sério, pastor”, no YouTube. Serve à Igreja Adventista há mais de 14 anos e atuou em diferentes funções. Atualmente, exerce sua atividade como pastor nas igrejas de Danbury e Waterbury, Connecticut – EUA. É casado com Gisele Domini, farmacêutica, e é pai de Hannah e Isabella.