Lição 3
14 a 20 de outubro
O chamado de Deus para a missão
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Pv 11
Verso para memorizar: “Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão Minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da Terra” (At 1:8).
Leituras da semana: Gn 11:1-9; 12:1-3; Dn 9:24-27; Mt 1:21; Gn 12:10–13:1; At 8:1-4; 1:8

Às vezes, Deus pode nos tirar da nossa zona de conforto e fazer de nós testemunhas Dele. Algumas vezes, essa mudança pode ser usada para realizar Seus propósitos, como no caso da dispersão do povo na Torre de Babel. “Essa dispersão foi a estratégia usada para povoar a Terra; e assim o propósito do Senhor se cumpriu pelo mesmo meio que os homens haviam empregado para impedir sua realização”(Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 92). Abraão, por sua vez, foi de seu país de origem para outro (Gn 12) como um meio de testemunho. Os discípulos de Jesus, que trabalhavam apenas entre seu próprio povo (At 3), passaram a trabalhar com outros povos também (At 8:1-4). Em Atos 1:8, Jesus estabeleceu um princípio de evangelismo: eles começariam localmente, em Jerusalém e Judeia, depois iriam para Samaria e, finalmente, iriam até os confins da Terra.

Mesmo que não deixemos nosso país, Deus ainda quer que alcancemos as pessoas. Quando a igreja em Jerusalém estava se tornando acomodada, seus membros foram dispersos. Embora a perseguição tenha chegado, e com ela o sofrimento, esses eventos infelizes se tornaram um meio de espalhar as boas-novas em todo o mundo. 

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Domingo, 15 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Pv 12
Indo além da zona de conforto

A fim de alcançar outros, Deus pretende que nos movamos além da nossa zona de conforto. O desejo de permanecer entre os de nossa classe, etnia ou nível social leva ao egoísmo, até mesmo ao mal. Esse perigo é uma das lições tiradas da história de Babel. 

1. Leia Gênesis 11:1-9. Quais eram as intenções das pessoas? Que objetivo tinham em mente, e por que Deus o impediu? 

A história da Torre de Babel revela a grande ambição das pessoas mencionadas no relato. Planejavam fazer uma estrutura monumental que não havia em nenhum outro lugar no mundo: “Vamos construir uma cidade e uma torre cujo topo chegue até os céus e tornemos célebre o nosso nome” (Gn 11:4). 

Com que frequência as pessoas procuram fazer o mesmo hoje em dia? Seja através da política, da arte, dos negócios, até mesmo da religião, não importa. Há quem deseje tornar célebre o próprio nome. No fim, quão fúteis e sem sentido são seus esforços (ver Ec 2:1-11)! 

A Bíblia diz em Gênesis 11:4 que essas pessoas queriam construir a torre “para que não [fossem espalhadas] por toda a Terra”. Queriam permanecer juntas por suas próprias razões egoístas. Mas Deus tinha outro plano.

Elas também estavam unidas em favor daquele trabalho. Mas “o Senhor disse: – Eis que o povo é um, e todos têm a mesma língua. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo o que planejam fazer” (Gn 11:6). Esse ambicioso plano deles era, de fato, mau.

Embora as Escrituras não afirmem de forma explícita, Ellen White disse que eles não confiaram na promessa de Deus de que Ele nunca mais destruiria a Terra com água (Gn 9:14, 15). Pretendiam construir para sua própria segurança, em vez de confiar na Palavra divina. Quaisquer que fossem seus motivos supremos, Deus sabia que suas intenções não eram puras, mas cheias de ambição egoísta, e, portanto, Ele os impediu de alcançar seus objetivos. 

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Você faz parte de um grupo étnico que se sente mais confortável entre si? De que maneira você pode se envolver com pessoas de outros grupos?


Segunda-feira, 16 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Pv 13
Seja uma bênção ao mundo inteiro

Deus pediu a Abrão (cujo nome Ele mais tarde mudou para Abraão) que deixasse seu país e seu povo e fosse para outra terra. Era parte do plano divino usar o patriarca como um veículo para cumprir Seus propósitos na Terra. E Abrão obedeceu, de acordo com a Palavra do Senhor. Se Deus tem um plano para você, poderá ser um chamado para deixar sua família e seu povo e ir a um lugar indicado por Ele a fim de que possa servi- Lo ali, sendo assim uma bênção para outros.

3. Leia os textos a seguir. O que cada um deles diz sobre a aliança de Deus, Sua promessa para nós? 

a. Gênesis 3:15: 

b. Gênesis 17:19: 

c. Números 24:17: 

d. Isaías 9:6: 

e. Daniel 9:24-27: 

f. Mateus 1:21: 

A partir dos textos acima, fica claro que Deus cumpriria a promessa, feita no jardim do Éden, de que Alguém viria como solução para o problema do pecado. Essa solução, Cristo, o Messias, surgiria da linhagem de Abraão e Isaque (por meio de Sara). Hebreus 11:9 afirma que Isaque e Jacó eram herdeiros da promessa de bênção que Deus fez a Abraão. 

Não sabemos exatamente o quanto Abraão sabia ou entendia acerca de como a Semente prometida surgiria através dele. De qualquer modo, ele agiu com fé. “Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber como herança; e partiu sem saber para onde ia” (Hb 11:8). Que exemplo para nós! 

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Suponha que você fosse chamado por Deus para ir a um lugar desconhecido. Como reagiria, e por quê?


Terça-feira, 17 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Pv 14
O chamado de Abraão

Abraão entrou na terra como Deus havia ordenado. Porém, as coisas pareciam não ir bem para ele. Ao chegar aonde Deus lhe enviou, “nesse tempo os cananeus habitavam essa terra” (Gn 12:6). Eles eram pagãos e conhecidos por sua crueldade. Não é de admirar que, assim que Abraão chegou lá, o Senhor lhe apareceu e disse: “Darei esta terra à sua descendência” (Gn 12:7). Abraão precisava desse encorajamento. No entanto, as coisas ainda não iam bem para ele, pelo menos no início. 

4. Leia Gênesis 12:10–13:1. Que coisas aconteceram com ele em seguida, e que erros esse homem de Deus cometeu? 

Deve ter sido desanimador deixar o conforto e prosperidade na pátria e partir, “sem saber para onde ia” (Hb 11:8). E uma das primeiras dificuldades foi a fome! Por causa dessa crise ele teve que deixar o lugar em que Deus lhe dissera para se estabelecer e ir para outro lugar. E então as coisas pioraram ainda mais. 

“Durante sua permanência no Egito, Abraão deu prova de que não estava livre de fraqueza e imperfeição humana. Ocultando o fato de que Sara era sua esposa, evidenciou desconfiança no cuidado divino – falta daquela fé e coragem sublimes tão frequente e nobremente exemplificadas em sua vida. [...] Essa omissão da verdadeira relação entre eles era engano. [...] Por causa da falta de fé por parte de Abraão, Sara foi posta em grande perigo. O rei do Egito, sendo informado de sua beleza, fez com que ela fosse levada ao seu palácio, com o intuito de fazer dela sua esposa. O Senhor, porém, em Sua grande misericórdia, protegeu Sara, enviando juízos sobre a casa real” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 130). 

O trabalho missionário não é fácil e, ao mentir, Abraão só piorou as coisas. Felizmente, Deus é paciente, e não rejeitou Seu servo por seu erro, que, infelizmente, não seria o único que Abraão cometeria. É um conforto saber que, apesar de nossos erros, se nos apegarmos ao Senhor com fé e submissão, como fez Abraão, nossos pecados e falhas são perdoados, e Ele ainda pode nos usar para a missão. 

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Que lições podemos tirar da história de Abrão no Egito?


Quarta-feira, 18 de outubro
Ano Bíblico: 5. Leia Atos 8:1-4. Na igreja primitiva, o que provocou a dispersão dos crentes para além de sua zona de conforto?
A igreja primitiva e as zonas de conforto

Até então, a igreja primitiva havia estado principalmente em Jerusalém (ou dentro do território judaico e entre o povo judeu). Quando a perseguição começou, na qual Saulo, um judeu devoto e fariseu, estava ativamente envolvido, a igreja em Jerusalém foi dispersa por toda a Judeia e Samaria. Jesus havia predito em Atos 1:8: “Vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão Minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria”. Essa declaração foi cumprida, como observado em Atos 8:4: “os que foram dispersos iam por toda parte pregando a Palavra”. 

Mesmo depois que a igreja começou a avançar para além de Jerusalém, os cristãos ainda pregavam nas regiões dos judeus ou nos distritos do povo judeu em outras cidades. Atos 11:19 indica que a igreja foi dispersa até a Fenícia (Líbano) e Chipre, mas não pregavam a mensagem a ninguém que não fosse judeu. Os discípulos de Jesus e da igreja primitiva não pretendiam ver os gentios aceitando o Senhor, mas apenas os judeus. Eles ainda tinham visões muito estreitas sobre qual seria a missão da igreja. 

Pedro, um discípulo de Jesus e uma das principais figuras da igreja primitiva, era contrário a levar a mensagem do evangelho aos gentios, mesmo depois de Paulo ter começado a fazer isso. Pedro era conhecido como apóstolo dos circuncidados (ou seja, os judeus), e Paulo, o apóstolo dos gentios (Gl 2:8). No início, Pedro nem queria ser visto com os gentios (Gl 2:11, 12). No entanto, Deus tirou Pedro de sua zona de conforto e mudou seu coração. Ele começou a compreender o que de fato envolvia a comissão do evangelho e o que a morte de Jesus devia realizar pelo mundo inteiro. 

6. Leia Atos 10:9-15, 28, 29. Que mensagem o Senhor deu a Pedro e como devemos, em nossos dias, aplicar esse princípio à obra missionária? 

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Quinta-feira, 19 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Pv 16
Comece de onde você está

7. Leia Atos 1:8. Que princípio Jesus apresentou para a obra de compartilhar Sua mensagem ou de sermos testemunhas Dele ao mundo? 

Como discípulos de Jesus, temos boas-novas para compartilhar com os demais. Compartilhar a verdade não é convencer os outros de que estão errados, mas significa levar a mensagem de Jesus conforme retratado nas três mensagens angélicas (Ap 14:6-12). No entanto, há alguns princípios nas palavras de Jesus em Atos 1:8. 

Primeiro, devemos ser testemunhas Dele “em Jerusalém”. Como vimos, precisamos ser Suas testemunhas no lugar em que residimos. Isso pode incluir nossa própria casa, nossa igreja, nosso bairro e nossa comunidade. Precisamos ser Suas testemunhas primeiro onde estamos, na área em que Ele inicialmente nos colocou (casa ou trabalho) e ser Suas testemunhas para as pessoas mais próximas a nós. 

Às vezes, as pessoas se interessam apenas em ir a um país distante e a uma cultura diferente para testemunhar de Jesus, mas não testemunham para quem está ao seu redor. Devemos começar onde estamos e avançar à medida que o Senhor nos guie. 

Em seguida, “em toda a Judeia e Samaria e até os confins da Terra” (At 1:8). Mais uma vez, Jesus afirmou que testemunhar envolve cruzar fronteiras culturais. A partir de onde estamos, podemos ser chamados a ir a outras áreas para alcançar diferentes grupos sociais, étnicos e religiosos. Se pertencemos a determinado grupo étnico ou linguístico, pode ser muito mais fácil testemunhar ali devido a barreiras culturais mínimas a transpor. Em algumas áreas do mundo, há apenas um clã ou tribo representada na igreja. No entanto, a Grande Comissão de Jesus nos diz que, como Suas testemunhas, sair de nossa zona de conforto e investir nossos recursos em tais grupos de pessoas é crucial. Eles também precisam da mensagem de Jesus. 

Desafio: Identifique e faça uma lista de grupos de pessoas com necessidades especiais em sua comunidade, os quais a igreja não fez esforços para alcançar. 

Desafie-se: Comece a orar por uma oportunidade no futuro próximo de se envolver na missão em favor de pessoas com necessidades especiais.

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Sexta-feira, 20 de outubro
Ano Bíblico: RPSP: Pv 17
Estudo adicional

Textos de Ellen G. White: Atos dos Apóstolos, p. 17-22 (“A grande comissão”); p. 84-90 (“Um pesquisador da verdade”). “Antes de subir ao Céu, Cristo deu aos discípulos uma missão. Disse-lhes que deviam ser os executores do testamento pelo qual Ele legava ao mundo os tesouros da vida eterna. ‘Vocês são as testemunhas de Minha vida de sacrifício em favor do mundo’, disse. ‘Viram tudo o que fiz por Israel. E, embora Meu povo não quisesse vir a Mim para ter vida, [...] terão ainda outra oportunidade de aceitar o Filho de Deus. Vocês sabem que Eu recebi livremente todos os que vieram a Mim confessando seus pecados. [...] Aos Meus discípulos Eu entrego essa mensagem de misericórdia. Ela deve ser dada tanto a judeus quanto a gentios – primeiro a Israel e, então, a todas as nações, línguas e povos. Todos os que crerem devem ser congregados numa única igreja’” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos [CPB, 2021], p. 18). 

“Em nosso mundo, há muitos que estão mais próximos do reino de Deus do que supomos. [...] Convictos de que a conduta de Pedro era um cumprimento direto do plano de Deus, e que seus preconceitos e esse exclusivismo eram completamente contrários ao espírito do evangelho, glorificaram a Deus, dizendo: ‘Também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida’” (Atos dos Apóstolos [CPB, 2021], p. 89, 90). 

Perguntas para consideração 

  1. Como você definiria a palavra “missão” ao aplicá-la à sua vida? 

  2. De que maneira você poderia, diariamente, expressar missão em sua atitude e comportamento? Como você pode ter mais espírito de missão em suas tarefas? 

  3. É importante examinar o coração e buscar poder para amar os diferentes? 

Respostas e atividades da semana: 1. Queriam permanecer juntas por razões egoístas. Deus sabia que suas intenções não eram puras, mas cheias de ambição. 2. Deus pediu a Abrão que deixasse seu país e seu povo e fosse para outra terra. Era parte do plano divino usar Abrão como um veículo para cumprir Seus propósitos na Terra. 3. Um libertador viria; o Messias surgiria da linhagem de Abraão e Isaque (por meio de Sara); uma estrela procederia de Jacó; de Israel subiria um cetro; Isaías previu o nascimento do Messias; Daniel previu o ministério do Messias entre os judeus e depois aos gentios, bem como Sua morte expiatória; Mateus menciona o nascimento de Jesus. 4. Abrão foi para o Egito por causa da fome na terra. Lá ele mentiu sobre seu relacionamento com Sarai. 5. Uma grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. 6. Pedro não devia considerar ninguém impuro ou imundo. Não devemos ter nenhum tipo de preconceito contra ninguém. 7. Devemos ser Suas testemunhas primeiro no lugar em que residimos. Além disso, podemos ser chamados a ir a outras áreas para alcançar diferentes grupos sociais, étnicos e religiosos.

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Resumo da Lição 3
O chamado de Deus para a missão

ESBOÇO 

No estudo das duas semanas anteriores, vimos que a missão está, acima de tudo, fun- damentada na obra de Deus. A Sua missão é o ímpeto para todas as outras formas de mis- são que pretendam ser bem-sucedidas. Nesta semana, o nosso enfoque muda da missão de Deus para o chamado da humanidade a se associar a Ele em compartilhar Seu amor com o mundo. Embora o foco esteja no aspecto humano da missão, tudo o que se segue deve ser lido à luz das duas semanas anteriores, que se concentram na iniciativa e na inten- ção missiológica de Deus. 

A Bíblia contém inúmeras histórias e passagens que ilustram o chamado ativo de Deus aos seres humanos para que sejam Seus parceiros e compartilhem as bênçãos que Ele deseja que toda a humanidade experimente. Nesta semana, vamos explorar alguns desses rela- tos. Todos os exemplos desta semana devem ser lidos à luz do projeto original da criação divina encontrado em Gênesis 1 e 2, resumidos de forma mais sucinta em Gênesis 1:26-28. Mesmo após a queda, as intenções originais de Deus para a humanidade permaneceram as mesmas, mas a forma como essas intenções seriam concretizadas mudou devido às rup- turas de relacionamento que resultaram da escolha de Adão e Eva. Agora, além do desejo original de Deus, havia a necessidade de um plano de redenção. Esse plano tem início no Antigo Testamento, é cumprido na vida, morte e ressurreição de Jesus e é proclamado, no restante do Novo Testamento, pelos Seus seguidores. 

COMENTÁRIO 

Quando Deus criou a Terra e colocou a humanidade no mundo recém-criado, Ele com- partilhou uma intenção original com Adão e Eva. Eles foram chamados a cuidar da Terra, incluindo todas as criaturas vivas, e a frutificar e se multiplicar (Gn 1:26-28). Nessa ordem, e também na repetição da palavra “bom” durante a semana da criação, está implícita a ideia de que Deus colocou a humanidade em um mundo cercado de coisas maravilhosas. Aprender a respeito dessas coisas e viver neste mundo levaria ao crescimento e à pros- peridade em todas as áreas. Deus estava intimamente envolvido na continuidade da vida na Terra; Ele costumava andar periodicamente no jardim do Éden (Gn 3:8). A humanidade recebeu ampla liberdade para viver de maneira criativa e inovadora as funcionalidades dadas por Deus. Esse empreendimento foi o chamado missionário original de Deus para a humanidade. 

Após a queda da humanidade e a entrada do pecado nas realidades deste mundo, as coisas mudaram. Mas essas mudanças não negaram o chamado original de Deus à humani- dade. Inúmeras vezes Ele lembra aos que estão dispostos a ouvir que devem ser frutíferos, multiplicar-se e cuidar da Terra (Gn 9:1; 15:4, 5; 22:17, 18; 35:11). A Bíblia repete esse tema do começo ao fim, culminando na Terra recriada em Apocalipse 21 e 22. 

O pecado, contudo, introduziu a necessidade de um plano de salvação que possibilitasse à humanidade viver plenamente a vida que Deus havia planejado. A redenção foi demonstrada à humanidade por meio do ritual do sacrifício. Como Adão e Eva compartilharam esse plano com as gerações seguintes, elas incluíram o ato sacrifical como parte da revelação do que Deus faria para resgatar os seres humanos caídos. Muitas pessoas provavelmente tiveram dificuldade para compreender como a redenção ocorreria, mas algumas puderam ver que Deus tinha um plano que trazia esperança. Esse plano se tornaria parte do chamado de Deus para a humanidade, o qual deveria ser compartilhado com o mundo. Seu plano possibilitaria que os seres humanos vivessem a realidade que Ele originalmente havia planejado no Éden. 

O chamado de Abraão (Gn 12:1-3) 

A lição desta semana destaca o chamado de Deus a Abraão, encontrado em Gênesis 12:1-3. Esse chamado possui vários elementos essenciais que precisam ser compreendidos se quisermos assimilar plenamente o que foi, o que é atualmente e o que continuará a ser o chamado de Deus para a missão. Em primeiro lugar, o chamado está fundamentado na narrativa de Gênesis 1:26-28. Essa ligação fica ainda mais clara pela referência de Isaías ao chamado de Abraão e Sara para compartilhar com o mundo a alegria do Éden (Is 51:1-3). Quando Deus chamou Abraão para ser uma bênção para as nações, o chamado divino significava que a bênção consistia em compartilhar um estilo de vida, expresso em profunda liberdade e criatividade, que Deus pretendia desde o princípio. Uma leitura rápida de Gênesis 12:1-3 torna difícil compreender plenamente a bênção, mas o significado dela se torna mais claro quando a lemos dentro do contexto mais amplo das Escrituras. Gênesis 22 acrescenta detalhes adicionais ao que Abraão foi chamado a compartilhar: o plano de Deus de prover um Substituto para a humanidade por meio da morte e subsequente ressurreição. Esse plano deu à humanidade a esperança de que os efeitos do pecado e da morte poderiam ser superados. Também deu esperança de que as promessas de Gênesis 1:26-28 pudessem ser plenamente cumpridas novamente no futuro. 

Outro elemento do chamado a Abraão que é muitas vezes esquecido se encontra em Gênesis 12:1-3. O patriarca foi chamado para abençoar as nações. Somos chamados a fazer o mesmo. No entanto, muitas vezes deixamos de notar que as nações também abençoariam Abraão (Gn 12:3). O chamado de Deus para a missão sempre implica uma bênção de mão dupla: aqueles que seguem a Deus devem estar preparados para receber também uma bênção do mundo ao seu redor. O chamado para a missão sempre é um chamado para abençoar e ser abençoado. Compreender essa dinâmica muda a atitude das pessoas chamadas em relação aos outros e muda a maneira de compartilhar as boas-novas. Vamos explorar esse tema em mais detalhes na próxima semana. 

Quando lemos as Escrituras, percebemos uma tendência no Antigo e no Novo Testamento: Deus teve de lembrar a humanidade periodicamente do chamado original contido em Gênesis. A necessidade de um lembrete teve origem em dois fatos: (1) muitas vezes os seguidores de Deus se esqueceram do que Ele os havia chamado para fazer e (2) a mudança dos tempos exigiu um reforço desse chamado. Em outras palavras, a maneira de cumprir o chamado de Deus precisa ser contextualizada, de tempos em tempos, mas o chamado em si permanece essencialmente o mesmo. 

O espaço não permite examinar todos os lembretes do chamado de Deus para a missão presentes ao longo da Bíblia, mas alguns podem servir como exemplos. Quando Deus levou os israelitas do Egito para o deserto, Ele explicitamente lembrou Seu povo de que, como nação, foram chamados para servir a todas as outras nações como sacerdotes (Êx 19:4-6). Em outras palavras, Israel foi chamado a ser uma bênção para as nações ao seu redor e a receber bênçãos delas. Salomão repetiu o chamado em sua oração de dedicação do templo recém-construído (1Rs 8:41-43). Os profetas de Israel e Judá repetiram esse chamado em diversas ocasiões, como podemos ver em Isaías 19:23-25 e Miqueias 4:2-5. Depois que Israel voltou do exílio, Deus novamente o lembrou desse chamado por meio do profeta Zacarias (Zc 8:20-23). 

Jesus viveu o chamado e o manifestou, levando o plano da salvação ao cumprimento por meio de Sua vida, morte e ressurreição. Depois de passarem alguns anos com Jesus e testemunharem Sua ressurreição, os discípulos foram chamados da mesma forma que Abraão havia sido chamado, e a seguir Israel, conforme lemos em Mateus 28:18-20. O apóstolo Paulo também reconheceu que seu chamado estava alicerçado naquele feito a Abraão, como ele afirma explicitamente em sua carta aos seguidores de Jesus na Galácia (Gl 3:8, 9, 14). O texto de Apocalipse 14:6-12 descreve a última vez que o chamado é feito nas Escrituras. Na verdade, esse não é um novo chamado, mas simplesmente uma reafirmação do chamado que teve início em Gênesis 1:26-28 e foi transmitido ao longo da história. Cremos que esse chamado final se destina a nós, que vivemos nos últimos dias da história da Terra. 

Assim, o chamado para viver e se desenvolver, como Deus planejou no Éden, é o nosso chamado hoje. Temos esperança de que viver o chamado e se desenvolver é possível por causa do que Jesus fez por nós na Terra e está fazendo por nós agora no Céu. É nosso privilégio sermos parceiros de Deus nesse chamado e sairmos intencionalmente para o mundo tendo uma bênção para compartilhar, ao mesmo tempo em que esperamos receber uma bênção daqueles com quem nos encontramos. 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

Muitas vezes, quando as pessoas ouvem ou pregam sobre o chamado para a missão, elas reduzem esse chamado a compartilhar as boas-novas como informações. Não há dúvida de que transmitir informações faz parte de compartilhar a bênção que foi apresentada pela primeira vez à humanidade no Éden e transmitida de inúmeras formas durante a história. Mas o chamado é muito mais do que isso. 

Quando reconhecemos que o chamado de Deus para nós, como seres humanos, está fundamentado em Gênesis 1:26-28, esse entendimento pode nos levar, por meio de nossos diversos talentos e habilidades, a atrair pessoas para a bênção do desenvolvimento que Deus deseja para nós. Nosso testemunho às outras pessoas deve ser combinado com o anúncio do plano da salvação, mas, em última análise, a vida que a salvação torna possível dará sentido ao chamado que Deus nos concedeu. Portanto, nosso chamado é viver as bênçãos de Deus de tal maneira que as pessoas vejam e desejem o que temos Nele. Isso significa que seu local de trabalho, seu lar e seu círculo de amigos são os principais contextos em que você vive o chamado de Deus. Embora a pregação e a distribuição de literatura tenham seu lugar, o cumprimento primário do chamado a Abraão e a você também inclui sua maneira de viver a cada dia de modo intencional com outras pessoas que não se entregaram a Jesus ou ainda não tiveram o privilégio de conhecê-Lo. Lembre-se, no entanto, de que o chamado de Deus é uma bênção dupla: ao viver o chamado em sua vida diária, espere que as bênçãos voltem para você, vindas de pessoas de quem você nem sequer imaginava. 

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De possuída a pacífica

Camarões | Salomé

Salomé significa paz. Mas sua vida não era nada tranquila. Ela lutava contra a possessão demoníaca em Camarões, país da região ocidental da África.

Tudo começou quando Salomé foi até seu professor em uma escola adventista na capital de Camarões, laundé. Ela estava fazendo aulas de noite na esperança de se formar e ir para a universidade. Ela era uma das melhores alunas de sua turma, mas não conseguia passar no vestibular. Ela já havia reprovado quatro vezes. Então, ela pediu ajuda ao professor adventista.

"Eu posso orar por você", disse o professor.

Salomé gostou da ideia. Mas o professor não tinha acabado por ali. "Há uma condição", disse ele. "Você precisa harmonizar sua vida com a vontade de Deus."

Salomé concordou. Ela não era adventista, mas não achava que precisaria mudar algo em sua vida. Ela achava que estava vivendo em harmonia com a vontade de Deus.

Pouco tempo depois, ela se encontrou com o professor em sua sala para orar.Assim que ele começou a orar, ela gritou. Palavras estranhas saíram de sua boca enquanto ela gritava. O professor continuou orando. Então, Salomé lançou insultos ao professor e a Deus. O professor continuou orando. Quando Salomé se acalmou, ela ficou chocada ao ouvir o professor descrevendo seu comportamento. Ela não se lembrava de nada que havia acontecido. Ela havia sido possuída por um espírito maligno.

"Você precisa ter uma vida de oração", disse o professor. "Não desanime. Tudo vai funcionar de acordo com a vontade de Deus."

Depois daquele dia, o espírito maligno se manifestava toda vez que o professor orava. Salomé gritava e desprezava Deus. Ela apertava a garganta como se quisesse se enforcar. Às vezes, um mau cheiro, como o de um cadáver em decomposição, preenchia a sala. Sempre, o professor continuava orando até que Salomé voltasse ao seu estado normal.

Quando ela estava calma, o professor também falava sobre Deus. Salomé começou a perceber que sua vida não estava em harmonia com a Bíblia. Ela aprendeu sobre o sábado. Ela aprendeu sobre honestidade. Ela percebeu que era imoral morar com seu namorado. Ela começou a fazer mudanças. Ela deixou o namorado e foi à igreja no sábado.

Então um ataque demoníaco aconteceu em casa. Salomé estava com uma dor de cabeça muito forte e ligou para uma amiga ajudá-la. Quando a amiga ligou novamente para ver como ela estava, Salomé não atendeu o telefone.A amiga foi até a casa de Salomé para ver o que estava errado. Ao entrar na casa, ela sentiu o odor de um cadáver em decomposição. Ela imediatamente começou a orar. Ela sabia que Salomé não precisava de remédios nem de hospital. Ela precisava de Jesus. Ela encontrou Salomé impossibilitada de se mexer ou falar. Estava paralisada. A amiga orou por quase três horas antes de Salomé voltar ao normal.

Outro ataque aconteceu na Igreja Adventista. Enquanto o pão era distribuído durante a Santa Ceia, Salomé caiu no chão com a mão apertando sua garganta. Um tumulto irrompeu enquanto algumas pessoas fugiam horrorizadas, outras oravam e cantavam hinos. Com a mão livre, Salomé pegou o copo da Santa Ceia que continha suco de uva e o jogou no chão. Ela tentou quebrá-lo para que pudesse se cortar. Os diáconos carregaram Salomé para fora do santuário.

A cada ataque, Salomé ficava mais determinada a colocar sua vida em harmonia com a vontade de Deus. Ela terminou os estudos bíblicos e decidiu entregar seu coração a Jesus por meio do batismo.

O espírito do mal fez um ataque final. Enquanto Salomé se aproximava do tanque batismal, ela caiu no chão. Uma força invisível parecia querer impedir que ela entrasse no tanque. O pastor, que esperava na água, viu a luta e estendeu suas mãos para ajudá-la. Mas Salomé, que estava sob controle do espírito maligno, recusou-se a pegar suas mãos. O pastor não deu importância e puxou-a para dentro da água. Ela lutou furiosamente enquanto ele a mergulhava debaixo da água. Ele sabia que era o espírito do mal, não Salomé, que era contra o batismo.

Quando Salomé se levantou das águas, o espírito maligno havia saído. Ela sorriu com alegria.

Após o batismo, o espírito do mal nunca mais a possuiu. Mas ela o ouvia zombando dela enquanto ela se preparava para prestar o vestibular pela quinta vez. Ele dizia que ela nunca seria bem-sucedida e que sua vida era um fracasso.Salomé passou no exame.

Hoje,Salomé tem 37 anos e vive em paz. É diaconisa da igreja e leciona na escola adventista em que estudou. Ela louva a Deus por ter sido reprovada no vestibular quatro vezes.

"Deus usou as reprovações na prova para me aproximar do professor para orar - e então perceber a presença do mal na minha vida e, assim, me livrar dele", ela disse.

Parte das ofertas deste trimestre ajudarão a expandir a educação adventista em Camarões com a abertura de uma escola bilíngue onde crianças poderão aprender sobre Jesus em francês e inglês.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

A lição da Escola Sabatina desta semana enfatiza que o foco primário da Grande Comissão de Jesus em Mateus 28:78-20 é fazer discípulos. Pergunte à classe da Escola Sabatina como o professor de Salomé praticou o discipulado. Possíveis respostas: orando com Salomé, encorajando-a a viver de acordo com a vontade de Deus e ensinando-lhe as verdades bíblicas. Converse sobre a pergunta da lição "Como este mandamento do Mestre está afetando como você vive e ministra a outros?" (ver segunda-feira, 9 de outubro).
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2023

Tema geral: Missão de Deus, minha missão

Lição 3 – 14 a 20 de outubro

O chamado de Deus para a missão

Autor: Marcelo Ferreira Cardoso

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Esther Fernandes

Objetivo geral: Analisar a importância e as implicações do chamado de Deus na vida do cristão.

Objetivos específicos:

  1. Compreender que o chamado de Deus implica negar a vontade própria.
  2. Avaliar os principais pontos que impedem uma pessoa de aceitar o chamado divino.
  3. Aprender a importância de estar disponível e acessível ao chamado do Senhor.

Introdução

            Quantas vezes somos levados a duvidar de que Deus está realmente no comando de todas as coisas, inclusive da nossa vida? Até onde a autossuficiência nos impede de confiar plenamente nas promessas de Deus? É exatamente esse dilema que temos todos os dias quando necessitamos exercitar a fé e crer que Deus está no controle de tudo, atento aos mínimos detalhes e disposto a cumprir os Seus propósitos de salvação em nós e através de nós.

            Na lição desta semana notamos três ênfases que trazem grandes exemplos: A primeira, na história de Babel; envolve a desconfiança em relação às promessas de Deus, o desejo de vanglória ligado à intenção de romper com a vontade divina de nos espalhar pelo mundo para que sejamos bênçãos a outros povos. A segunda, por meio do exemplo do chamado a Abraão, que resolveu obedecer sem questionar e simplesmente foi para um lugar desconhecido. A terceira, por meio da igreja primitiva, que foi desafiada a sair de Jerusalém e cumprir a ordem de ir e pregar o evangelho a toda criatura. 

Parte 1 – Os desígnios de Deus são sempre os melhores

            “Os propósitos e os sonhos de Deus sempre são melhores que os nossos próprios planos.” Até onde essas palavras são realmente levadas a sério quando o Senhor chama alguém para uma missão? Na lição desta semana, encontramos um paralelismo muito interessante entre a história relatada em Gênesis, sobre a torre de Babel, e o chamado de Abrão para sair da terra de sua parentela e ir para um lugar desconhecido.

            Talvez uma das intenções de Moisés, autor do livro de Gênesis, fosse realçar as diferenças entre as atitudes dos personagens de ambas as histórias, unindo-as na sequência. A primeira impressão que temos é de que a narrativa sobre Babel não está posicionada de forma cronológica no livro de Gênesis; ela foi colocada ao lado da história de Abrão de forma proposital. No capítulo anterior a Babel, notamos que o autor menciona a terra já dividida em povos e nações distribuídas de acordo com as ramificações originadas pelos filhos de Noé. A Terra já se encontrava separada de acordo com os povos e línguas (Gn 10:5).

            Deus havia estabelecido uma aliança com o homem após o dilúvio. Sua promessa era de que jamais esse planeta seria destruído pelas águas novamente (Gn 9:15). Contudo, anos mais tarde, os homens se reuniram na planície de Sinar e resolveram construir uma torre. Estudiosos declaram que essa torre se assemelhava aos zigurates, construções piramidais magníficas e que eram comuns na região da Mesopotâmia. Elas tinham como principal objetivo servir como templos pagãos (Day, Terry; Smith, Carol; Manual essencial da Bíblia: a melhor companhia para a sua Bíblia [São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2015], p. 15).

            A torre de Babel se tornou símbolo bíblico da desobediência a Deus, idolatria e principalmente autossuficiência humana. Contudo, um dos pontos destacados na lição foi o objetivo daquelas pessoas de alcançar comodidade, segurança e conforto com aquilo que construíram com suas próprias mãos. Muitas vezes agimos da mesma forma. Deus nos desafia a sair e alcançar um mundo perdido, mas, convenhamos, é muito mais cômodo aproveitar a bela estrutura da igreja, os confortáveis bancos estofados, ou quem sabe até um ambiente climatizado. Alguns chegam até a perguntar se realmente vale a pena fazer o trabalho missionário e converter pessoas que não conhecemos, correndo o risco de quebrar a harmonia de um ambiente “tão santo” como a igreja que frequentamos.

            Deus chamou Abrão e ele aceitou o chamado, que incluía ir sem saber para onde iria. Ele apenas confiou na Palavra do Senhor e se sujeitou à vontade divina, mergulhando no desconhecido. Muitas vezes precisamos entender que o desconhecido com Deus será sempre melhor que o conhecido sem Ele. Quando se tratar dos propósitos do Senhor, talvez tenhamos a sensação de que nem tudo tem uma lógica plausível, mas se sabemos que procede do “assim diz o Senhor”, então só nos cabe aceitar e nos entregar.

 

Parte 2 – Se colocando nas mãos do Senhor

            A igreja primitiva, em seus primeiros anos de existência, experimentava um misto de emoções. Apesar de ter ouvido de Jesus que receberia o poder do Espírito Santo para o cumprimento da ordem de ir até os confins da Terra (At 1:8), a igreja ainda teimava em permanecer em Jerusalém e seus arredores. Porém, qual foi a mola propulsora para que a igreja primitiva saísse da inércia e vencesse seus temores e, principalmente, seus preconceitos? Por incrível que pareça, Deus Se utilizou do improvável, Ele permitiu que uma perseguição implacável se iniciasse e dispersasse os cristãos, tirando-os de sua “zona de conforto”.

A princípio, alguns na igreja não compreendiam que o evangelho não era apenas para judeus, ou pensavam que os gentios convertidos deveriam passar pela circuncisão para serem aceitos na comunidade. Pedro, um dos líderes da igreja e resistente à ideia de pregar aos gentios, recebeu a visão do grande lençol com animais imundos (At 10). Ele entendeu que a ordem de Deus envolvia o mundo inteiro, inclusive os incircuncisos.

            Quantas vezes nos enchemos de preconceitos contra aqueles que não partilham da nossa fé ou não vivem de acordo com os padrões bíblicos? Muitas vezes, recusamos o chamado de Deus por nos acharmos melhores ou mais santos que aqueles que estão fora da igreja. Mas, a ordem de Jesus é: “Vão por todo mundo e preguem o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). E tudo começa pela nossa família, pelos nossos parentes, amigos, vizinhos, até chegarmos em lugares mais distantes.

            Você tem feito a sua parte e obedecido ao imperativo de Deus?           

Conclusão

            Em um navio, em meio à tempestade num mar revolto, uma garotinha chamou a atenção de uma senhora. Enquanto todos estavam preocupados com a possibilidade de o navio afundar, aquela menina aproveitava o balanço do navio e brincava numa cadeira de balanço, despreocupadamente.

            Não entendendo tamanha tranquilidade, uma senhora se aproximou da menina e perguntou: Você não tem medo de que este navio afunde? A menina respondeu que não, e continuou a brincar.

            A senhora ficou inquieta com aquela atitude de tranquilidade da menina. Não resistindo a tamanha curiosidade, a mulher tornou a perguntar: Menina, por que enquanto todos correm de um lado para o outro, possuídos de medo e pavor por causa da tempestade que assola o navio, você brinca despreocupada? Qual é a razão da sua tranquilidade? A menina respondeu: Minha senhora, quem está no comando deste navio é o meu pai, eu conheço e sei que este navio não vai afundar (Josué Gonçalves, Ilustrações, jogando luz no sermão [São Paulo, Ed. Mensagem para todos, 2001], p. 88).

            Deus está no controle de todas as coisas e tudo ocorrerá de acordo com a Sua vontade. Ele nos deu o privilégio de ser coparticipantes do Seu plano de salvação e contribuir para o breve retorno de Jesus. Você aceita esse chamado de Deus ou continuará na sua zona de conforto?

Marcelo Ferreira Cardoso é casado com Elda Cardoso, cirurgiã-dentista, e pai de dois maravilhosos filhos, Rafael e Helena Cardoso. Graduou-se em Teologia no UNASP-EC (2000), é mestre (2018) e doutorando em Ciências das Religiões pela FUV – Faculdade Unida de Vitória. No início do seu ministério, trabalhou como capelão no Colégio Adventista de Taguatinga-DF (2001), foi pastor distrital em Araguatins-TO (2002-2003) e Formosa-GO (2004). Atuou também como evangelista na Associação Paulista Sul (2005-2008) e União Sul Brasileira (2009-2016). Atualmente é professor de Teologia e coordenador da área aplicada do SALT com sede na Faculdade Adventista do Paraná.