Sonolento, o servo tropeçou para fora de seu alojamento e teve uma visão alarmante, um exército grande, bem equipado e hostil com “tropas, cavalos e carros de guerra”. Ao falar com o profeta Eliseu, gaguejou as notícias e perguntou: “Ai, meu senhor, que faremos?”
Eliseu respondeu: “Não tenha medo, porque são mais os que estão conosco do que os que estão com eles”, uma resposta que não afetou o semblante do servo do profeta. Eliseu o puxou para perto e orou por ele: “Senhor, peço-te que abras os olhos dele para que veja”. A oração do profeta foi respondida de imediato. O servo olhou para as muralhas novamente, mas desta vez o véu entre o visível e o invisível foi levantado. Então, ele não viu um exército, mas dois. “O Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, ao redor de Eliseu” (2Rs 6:15-17).
Ao escrever Efésios 6:10-20, Paulo orou para que a visão dos crentes fosse aprimorada e eles pudessem enxergar a realidade completa do grande conflito e sentir esperança com o que ela lhes revelava.
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1. Estude a conclusão vibrante da carta de Paulo (Ef 6:10-20). O que o seu grito de guerra significa para nós como combatentes no conflito?
Paulo concluiu Efésios com um chamado à batalha, instando os crentes a tomar posição contra o mal. Ele começou com uma exortação abrangente: “sejam fortalecidos no Senhor”, que repetiu como um chamado: “vistam-se com toda a armadura de Deus” (Ef 6:10, 11). Ele sustentou esse chamado especificando um propósito (ser capaz de se manter firme contra as ciladas do diabo) e apresentando uma lógica: a batalha é contra forças poderosas e espirituais do mal (Ef 6:12). Com detalhes, Paulo então refez o chamado à batalha. Os crentes devem pegar “toda a armadura de Deus” a fim de permanecer firmes na batalha, vestindo cinto, couraça, sapatos, escudo, capacete e espada (Ef 6:13-17). Paulo convidou os crentes, armados e prontos para o combate, a fazer o que os soldados no antigo campo de batalha deviam fazer, isto é, orar (Ef 6:18-20).
Ao ecoar exortações de batalha ou discursos de véspera de batalha do AT, Paulo falou da missão da igreja usando termos militares. Ele sinalizou isso em sua primeira e abrangente ordem: “sejam fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder” (Ef 6:10).
Exortações de batalha no AT (veja, por exemplo, Dt 20:2-4; Jz 7:15-18; 2Cr 20:13-20; 32:6-8; 4:14, 19, 20) enfatizavam a ideia de que o sucesso de Israel na batalha não dependia da superioridade de suas próprias armas ou de um exército que superava o de seus inimigos. Em vez disso, a vitória acontece na dependência da presença e do poder de Deus. A chave para o sucesso não era a confiança em si mesmos, mas a firme confiança no poder de Deus e em Sua provisão para o sucesso. Paulo empregou esses temas de forma ousada para exortar os crentes a ser: (1) ativos no cumprimento da missão da igreja; (2) atentos às dimensões invisíveis que impactam sua vida e seu testemunho; (3) cientes da provisão divina para o seu sucesso; e (4) sempre alerta para a importância da unidade e colaboração entre os crentes.
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Paulo terminou sua carta com um poderoso chamado para a batalha que reúne temas e ideias importantes para a carta como um todo. Começou anunciando o tema geral da conclusão, apresentado no tom do grito de batalha de um comandante: “Quanto ao mais, sejam fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6:10). O resto da passagem, Efésios 6:11-20, ilustra e desenvolve esse tema principal.
2. Em que sentido o grande conflito, que envolve poderes sobrenaturais literais, é central no argumento de Paulo? Por que manter essa verdade diante de nós é importante em nossa caminhada com Deus? Ef 6:10-20
Paulo identificou Cristo como a Fonte da força dos crentes com a frase “no Senhor e na força do Seu poder” (Ef 6:10), visto que “Senhor” se refere a Cristo, como é o caso em Efésios (Ef 2:21; 4:1, 17; 5:8; 6:1, 21). “A força da igreja está na onipotência de seu Senhor ressuscitado, o Capitão de sua guerra” (G. G. Findlay, The Epistle to the Ephesians [Nova York: Ray Long & Richard R. Smith, 1931], p. 398).
Em Efésios 6:10, Paulo usou os sinônimos poder e força para enfatizar seu argumento: o poder a ser exibido pela igreja não é inerente aos crentes, mas derivado. Vem de Cristo. Paulo resumiu um tema importante da carta, o poder de Deus compartilhado com os crentes (Ef 1:19-22; 2:4-6; 3:16, 17). A força para cada conflito presente e futuro encontra-se na união com o Cristo ressuscitado e exaltado.
Embora a ordem inicial anuncie Cristo como provedor de força (Ef 6:10), os três membros da Divindade estão empenhados em fortalecer os crentes para o combate. O Pai disponibiliza Suas armas como a “armadura de Deus” (Ef 6:11, 13; Is 59:17). Antes, Paulo identificou o Espírito como Ser atuante no fortalecimento dos crentes. Ele orou para que Deus concedesse a eles que fossem fortalecidos “com poder, mediante o seu Espírito, no íntimo” (Ef 3:16). É o Espírito que provê a espada “do Espírito, que é a palavra de Deus”. Além disso, os crentes devem orar “em todo o tempo no Espírito” (Ef 6:17, 18). Paulo desejava que os ouvintes entendessem que o Deus trino está empenhado em equipá-los para lutar contra os poderes malignos.
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3. Por que Paulo emprega o tipo de ilustração utilizada em Efésios 6:10-20? Compare com Rm 13:11-14; 1Ts 5:6-8; 2Co 10:3-6
Paulo empregava linguagem militar e ilustrações, convidando os crentes a imitar o exemplo dos soldados. Embora Efésios 6:10-20 represente seu emprego mais longo e concentrado, a linguagem militar exibe uma de suas principais formas de comunicar o evangelho. Depois de conquistar os principados e potestades na cruz (Cl 2:15), Cristo exercita os resultados dessa vitória em Sua posição como Senhor sobre os poderes (Fp 2:9-11). Recrutando Seus seguidores como combatentes na guerra cósmica, Cristo lidera os exércitos de luz em direção a um grande dia de vitória (1Co 15:54-58; 2Ts 2:8; Rm 16:20). Ao reunir os empregos que Paulo fez do simbolismo militar, notamos que ele entendia que o conflito entre o bem e o mal é “uma guerra cósmica de longa duração: batalhas vêm e vão entre dois exércitos que se enfrentam através dos tempos até que um vença o confronto final” (Peter W. Macky, St. Paul’s Cosmic War Myth: A Military Version of the Gospel [Nova York: Peter Lang Publishing, Inc., 1998], p. 1).
O tema frequente de Paulo sobre a guerra cósmica também faz parte de Efésios. Em seu chamado à batalha (Ef 6:10-20), o apóstolo reuniu elementos do conflito cósmico que já tinha empregado: a capacitação dos crentes com o “poder” de Deus (Ef 1:18-20; 3:16, 20); a vitória e a exaltação de Cristo sobre os poderes (Ef 1:20-23); os crentes como um exército de pessoas ressuscitadas e fortalecidas por sua identificação com Cristo e capazes de lutar contra seu antigo mestre das trevas (Ef 2:1-10); o papel da igreja em revelar aos poderes sua condenação vindoura (Ef 3:10); o emprego do Salmo 68:18 para retratar Cristo como o divino Guerreiro conquistador (Ef 4:7-11) e o apelo para que os crentes se revestissem das vestes do evangelho (Ef 4:20-24). Quando chamados a colocar “toda a armadura” de Deus, estamos bem preparados para entender o papel central do conflito cósmico, mas, também, devemos permanecer firmes na promessa de participarmos da vitória final de Cristo.
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4. Leia Efésios 6:10-20, notando cada vez que Paulo usou alguma forma do verbo ficar/permanecer. Por que isso era tão importante para ele?
Devemos entender a metáfora militar de Paulo no contexto do antigo campo de batalha. O que significa “ficar firmes” (Ef 6:11, 13, 14)? A expressão sugere uma postura apenas defensiva? Discursos de batalha contidos nos escritos de Tucídides, um dos grandes autores clássicos da literatura de batalha, destacam três ações sucessivas que devem ocorrer para que um lado seja vitorioso: (1) “avançar contra o inimigo”, o que significa marchar para encontrar os inimigos; (2) atacar e “manter a posição”, ou “resistir”, lutando lado a lado contra os inimigos; (3) Finalmente, “derrotar o inimigo” (Tucídides, The Peloponnesian War [Nova York: E. P. Dutton, 1910], 4.10.1-5).
O momento-chave de uma batalha antiga era a segunda das três ações, quando as duas falanges opostas colidiam com “terrível barulho de bronze, madeira e carne sendo esmagada”, que o autor Xenofonte chamou de “terrível estrondo” (Victor Davis Hanson, The Western Way of War [Oxford University Press, 1989], p. 152, 153). Manter-se firme, resistir nesse momento estratégico, era o grande desafio das batalhas. No combate intenso que se seguiria, cada lado buscava impulso para “o ataque”.O chamado de Paulo à batalha refletia o combate no qual os soldados eram “agrupados, dando e recebendo centenas de golpes à queima-roupa” (Victor Davis Hanson, The Western Way of War, p. 152). Isso se confirma pela representação que Paulo fez da batalha da igreja contra seus inimigos como uma luta (Ef 6:12; veja o estudo de quinta-feira) e no emprego de uma forma abrangente do verbo “permanecer” no verso 13: “para que vocês possam resistir no dia mau”.
Essa não é uma postura relaxada! “Resistir” é estar engajado na batalha, empregar todas as armas em combate e marchar ao mesmo tempo, um ponto óbvio da metáfora militar na exortação anterior de Paulo no sentido de estar “firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé do evangelho” (Fp 1:27).
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Paulo descreveu “nossa luta” (Ef 6:12), usando uma palavra grega para a competição entre lutadores (palé). Visto que a luta era considerada um excelente treinamento para a batalha, essa é uma descrição apropriada do combate de arma contra arma e corpo a corpo que ocorria quando os exércitos se enfrentavam. Paulo estava enfatizando a realidade da luta dos crentes contra os poderes malignos.
Eis os títulos que o apóstolo deu a esses poderes:
Nas descrições amplas (“todo nome que se possa mencionar”; “forças espirituais do mal, nas regiões celestiais”), Paulo afirmou que os poderes malignos e sobrenaturais estão sujeitos a Cristo (Ef 1:21). No entanto, nunca é boa estratégia subestimar as forças opostas. Confrontamos não apenas inimigos humanos, mas “as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais”, lideradas por um general astuto (Ef 6:11, 12). Devemos estar em alerta contra os poderosos inimigos. Porém, não precisamos ficar atemorizados com eles. Deus está na batalha (Ef 6:10) e nos oferece o melhor armamento, Sua armadura (Is 59:15-17). Ele coloca à nossa disposição Sua verdade, justiça, paz, fé e salvação, e o Espírito Santo (Ef 6:13-17). Com Deus e com Sua armadura da cabeça aos pés, não falharemos (Rm 16:20; 1Co 15:23, 24; 2Ts 2:8)
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“Nossa obra é de ataque, e como soldados fiéis de Jesus, devemos carregar a bandeira manchada de sangue pelas fortalezas do inimigo. Nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais. Se consentirmos em baixar nossas armas e a bandeira manchada de sangue, em nos tornarmos cativos e servos de Satanás, poderemos ser libertados do conflito e do sofrimento. Mas essa paz só será conquistada com a perda de Cristo e do Céu. Não podemos aceitar a paz nessas condições. Que haja guerra, guerra até o fim da história da Terra, em vez de paz por meio da apostasia e do pecado” (Ellen G. White, The Review and Herald, 8 de maio de 1888).
Como Efésios 6:10-20 se relaciona com o Apocalipse? A passagem exibe a mesma visão dos eventos dos últimos dias, ou escatologia, como o tema de batalha do Apocalipse (Ap 12; 16:12-16; 19:17-21; 20:7-10), em que o povo de Deus é atacado pelo inimigo que se encontra “nas regiões celestiais” e “é ativo e poderoso na era presente”. O povo de Deus é encorajado com a “imagem da era futura”. Além disso, “ambos os cenários apontam explicitamente para a batalha final, quando o inimigo será conquistado completamente e a nova era estabelecida para sempre”, em que “a glória final do povo de Deus” e “a desgraça eterna do inimigo” serão evidentes (Yordan Kalev Zhekov, Eschatology of Ephesians [Osijek, Croácia: Evangelical Theological Seminary, 2005], p. 217, 233-235).
Perguntas para consideração
- Você já confrontou os poderes do mal? Quais estratégias são úteis para enfrentá-los?
- Como ajudar alguém oprimido pelas “forças espirituais do mal” (Ef 6:12)?
- Como discernir e rejeitar “as ciladas do diabo” (Ef 6:11)? Você pensa em desistir da fé porque é muito pecaminoso? Quem coloca esse pensamento na sua mente, Cristo ou as forças das trevas? Por que você deve reivindicar as promessas de Jesus?
Respostas e atividades da semana: 1. Somente no Senhor e no Seu poder nos mantemos firmes e somos vitoriosos. 2. Há um conflito constante contra os poderes espirituais do mal. Por isso, devemos buscar o poder do Senhor e a Sua armadura completa, e precisamos estar unidos com o Cristo ressuscitado e exaltado para enfrentar cada conflito presente e futuro. 3. Nesses versos, Paulo usou linguagem militar. Ele entendia que o conflito entre o bem e o mal é uma guerra cósmica na qual somos soldados. 4. Porque na batalha cósmica não devemos ter uma postura relaxada, mas estar engajados na luta, unidos com Cristo e empregando todas as armas. 5. Enfatizar a realidade da luta dos crentes contra os poderes malignos.
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TEXTO-CHAVE: Efésios 6:10, 11
FOCO DO ESTUDO: Ef 6:10-20; Dt 20:2; Rm 13:11-14; 1Ts 5:6-8; 1Co 15:23, 24
VISÃO GERAL
Introdução: Até este momento em nosso estudo, vimos que Paulo integrou vários fatos fundamentais sobre o evangelho: (1) o Senhor restaurou à unidade judeus e gentios, maridos e esposas, pais e filhos, escravos e senhores; (2) nossa vida foi transformada, somos ressuscitados, subimos e somos exaltados com Cristo; (3) Deus nos deu bênçãos e dons e (4) fomos constituídos a igreja de Deus, unidos no Senhor. Todos esses fatos significam que a história da salvação acabou e que não há mais nada a ser feito? De jeito nenhum.
No último capítulo de sua carta, Paulo lembra aos efésios, e a todos nós, que os cristãos não são simplesmente pessoas salvas que estão reunidas no redil de Jesus. Pelo contrário, ele insiste em dizer que, uma vez que os cristãos se unem ao reino do Senhor, eles participam de sua defesa e promoção. São soldados do reino de Deus. Entretanto, não são soldados da mesma forma que os soldados do Império Romano. Tampouco são milícias rebeldes militarizadas. O inimigo desses soldados é espiritual, assim como suas armaduras e armas. É uma batalha cósmica que começou nas “regiões celestiais” pelo “diabo” e outros “dominadores deste mundo tenebroso [...] forças espirituais do mal” (Ef 6:11, 12) contra o trono de Deus.
A fonte do poder e da força dos cristãos não reside em seus próprios músculos, armaduras, armas, habilidades de batalha e estratégias. Em vez disso, sua única fonte de poder está, como sempre, no Senhor. Os cristãos lutam como seu Senhor lutou, esmagando o mal e os poderes mundanos com o poder do amor e da justiça que vem da cruz. Contudo, a cruz não é deles, mas do Senhor. Foi Ele quem obteve a vitória sobre os poderes do mal na cruz; foi o Senhor quem ressuscitou e ascendeu às regiões celestiais. É em virtude dessa vitória que Jesus Cristo dá à Sua igreja a Sua ressurreição, Sua vida e Suas bênçãos (Ef 1), Seus dons (Ef 4) e Sua armadura (Ef 6). Os cristãos lutam, vestidos com a armadura de Cristo, em uma batalha que Ele já venceu.
Temas da lição: O estudo desta semana se concentra em dois temas principais:
- Ao ingressar na igreja, o cristão automaticamente se envolve em uma batalha espiritual de proporções cósmicas;
- Entretanto, o cristão não precisa se preocupar, pois sua força e armadura vêm do Senhor. Tudo o que um cristão deve fazer é permanecer firme Nele.
COMENTÁRIO
Escolhendo o lado vitorioso
Quando Paulo diz “quanto ao mais” (Ef 6:10), ele não quer dizer que está diminuindo a intensidade e a descrição elevada de sua visão para a vida cristã. Ao contrário, ele está terminando sua epístola com um apelo para a luta. Sim, o evangelho de Paulo é uma mensagem de paz, mas é uma mensagem de paz exatamente por causa de uma guerra em andamento, envolvendo todo o Universo, desde Deus em Seu trono nas regiões celestiais até a última pessoa no mundo. O evangelho de Paulo é uma mensagem de paz porque Deus conquistou a vitória nessa guerra.
No entanto, a guerra continua para cada um de nós enquanto escolhemos um lado. Os verdadeiros cristãos são aqueles que ficam do lado de Deus. Tal aliança trará a batalha à sua porta. Mas os cristãos não precisam ter medo. Pelo contrário, sabendo que escolheram o lado certo e vencedor da guerra, eles precisam compreender que não foram deixados sozinhos e que têm sido capacitados e munidos com todo o equipamento de guerra de que precisam para ser vitoriosos. A única coisa necessária é escolher uma posição. Essa posição é tão importante que, em Efésios 6, o apóstolo repete três vezes seu apelo para os cristãos ficarem firmes ao lado de Deus (Ef 6:11, 13, 14).
Aqui permaneço
Em 1521, Martinho Lutero (1483-1546) se tornou a principal voz da Reforma. Estudando as Escrituras em suas línguas originais, o monge agostiniano, que se tornou professor de Teologia Bíblica na Universidade de Wittenberg, chegou a duas conclusões principais, ambas reforçadas pela teologia de Paulo. Primeiro, a justificação do pecador é baseada na graça de Deus e aceita pelo pecador por meio da fé; essa ideia se traduziu nos princípios de sola gratia e sola fide da Reforma Protestante. Segundo, as Escrituras constituem a revelação autossuficiente de Deus, e a Bíblia, não os concílios da igreja nem o Papa, são a única e final regra de fé e autoridade na igreja. Essa ideia foi incluída no princípio sola scriptura da Reforma.
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... A Líder Adventista
Marek - 9 de setembro
A vida de Marek começou a mudar quando ele leu O Grande Conflito na Polônia. Ele decidiu guardar o sábado. Ele leu que fumar faz mal e decidiu parar. Mas ele não conseguia.
Num sábado, ele passou por um cartaz de rua que oferecia um curso de como deixar de fumar em cinco dias. O endereço era uma Igreja Adventista do Sétimo Dia. Marek nunca havia ouvido sobre a denominação antes, mesmo após ler O Grande Conflito e visitar a livraria adventista onde havia comprado o livro.
Marek foi direto para a igreja. Ele viu um cartaz de O Grande Conflito no quadro informativo da igreja e soube que havia encontrado o lugar certo. Eram 2 horas da tarde de um sábado, e a igreja normalmente estaria vazia após o culto. Mas um grupo de colportores estava hospedado na igreja naquele fim de semana e convidou Marek para retornar no sábado seguinte de manhã para adorar.
Marek voltou no sábado seguinte e apreciou o sermão sobre Jesus. Ele ficou maravilhado com a bondade dos membros. Eles disseram que um grande grupo de jovens se encontraria em uma cidade próxima no sábado seguinte e o convidaram para ir com eles.
No sábado seguinte de manhã, Marek esperou em uma estrada para que os adventistas o pegassem. Era um dia quente, e ele estava vestindo um short e uma camiseta. Ele esperou e esperou. Os adventistas pareciam ter esquecido dele. Então, ele sentiu duas vozes falando com ele. Uma voz dizia: “Fique aqui fora, e aproveite o bom tempo”. A outra voz dizia: “Espere aqui porque é importante que você vá a essa reunião”.
Depois de um tempo, os adventistas apareceram e o levaram a um grande evento de mil pessoas. O culto surpreendeu Marek. Cada palavra era significativa para ele. O pregador, um pastor britânico de Londres, falou até meio-dia. Então ele disse: “Eu sei que deveria encerrar agora, mas sei que há alguém aqui que precisa de Jesus”.
Marek pensou: “Quem disse a ele sobre mim?”
O pastor então compartilhou sua história pessoal. Ele nasceu em um lar religioso, mas havia deixado a igreja. Havia usado drogas e bebido. Sua igreja e até sua mãe pararam e oraram por ele.
“Então, eu encontrei Jesus”, disse ele. “Ele me tirou do fundo onde eu estava, e agora estou aqui para contar a vocês sobre Seu poder. E que Ele pode mudar sua vida.” Então, o pastor fez seu apelo: “Se você quer que Jesus mude sua vida, apenas venha para a frente”.
Marek viu mil pessoas na multidão e se encolheu só de pensar em ficar na frente delas. Com a próxima frase, o pastor abordou suas dúvidas: “Não se importe com os outros olhando para você. Apenas venha aqui. Venha para a frente. Isso é entre você e Deus”.
Marek se levantou. Ele não conseguia se sentar mais. Seu coração batia descontroladamente enquanto ele ia para a frente. Outras pessoas se uniram a ele. Enquanto o pastor orava, Marek entendeu o plano da salvação pela primeira vez. Ele havia vivido uma vida má, e Jesus havia tomado seu lugar. Jesus havia pegado o lugar de Marek na cruz e o libertado. Jesus estava dizendo: “Você está livre. Você está livre para ter um lugar no Meu reino”.
Marek começou a chorar, e ninguém podia pará-lo. As lágrimas caíam livremente. Mas Marek também estava emocionado e feliz.
O pastor concluiu dizendo: “Ao você sair agora para almoçar, diga a todo mundo o que Jesus fez por você”.
Marek levou a sério as palavras do pastor. Após o encontro, ele corria de banco em banco e de pessoa em pessoa na rua principal da cidade, dizendo: “Eu encontrei Jesus! Ele mudou minha vida, e eu estarei em Seu reino!”
A partir daquele dia, quando Jesus mudou sua vida, Marek quis se engajar em um trabalho que mudasse a vida de outras pessoas. Hoje, ele é o diretor de jovens da Igreja Adventista na Polônia.
“Com meu ministério jovem hoje, eu realmente sinto que Deus salvou minha vida, não apenas para Seu reino, mas também da morte física”, disse Marek.
Enquanto ele estava estudando no seminário adventista, descobriu que seu amigo de infância Matthew foi encontrado morto com uma faca no coração. Ele estava usando muitas drogas, e ninguém sabe bem o que aconteceu. Ele tinha apenas 23 anos. Seu outro amigo, Martin, que o ensinou a vender drogas, acabou na prisão por sete anos.
Marek disse que Deus lhe deu uma nova vida e completou: “Eu realmente quero ajudar os jovens a encontrar seu propósito na vida mais cedo do que eu. Talvez eles tenham uma vida melhor após ouvir minha história. Eu sou muito grato a Deus. Ele me salvou de tudo e me deu tudo. Por isso, eu dei tudo a Ele”.
Obrigado por suas ofertas em 2017, pois elas ajudaram a construir um estúdio de televisão para o Hope Channel Polônia. Marek Micyk é líder de jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia na Polônia e palestrante do Hope Channel Polônia, filial local do Hope Channel Internacional.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
-Como esta história missionária ilustra, O Grande Conflito transforma vidas. Junte-se à Igreja Adventista do Sétimo Dia em nível mundial na promoção e distribuição em massa de O Grande Conflito em 2023 e 2024. Visite greatcontroversyproject.com para mais informações ou pergunte ao seu pastor.
-Visite o site do Hope Channel Polônia (em polonês) em: hopechannel.pl.
-Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
-Baixe publicações e fatos rápidos sobre a Divisão Transeuropeia: bit.ly/TED-2023.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2023
Tema geral: Efésios
Lição 12 – 9 a 15 de setembro
O chamado para permanecer firme
Autor: Matheus Cardoso
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Esther Silva Fernandes
Ideias principais
“A vida cristã não é um parque de diversões nem uma colônia de férias. Não vivemos numa redoma de vidro nem numa estufa espiritual. Ao contrário, vivemos num campo minado pelo inimigo, uma arena de lutas renhidas, de combates sem trégua. Há uma luta mundial, suprarracial, supraterrena, espiritual e contínua. Não existe pessoa neutra nessa guerra. Não existe tempo de trégua nessa conflagração” (Hernandes Dias Lopes, Efésios: Igreja, a Noiva Gloriosa de Cristo [Hagnos, 2010], p. 177).
Ao longo da Carta aos Efésios, Paulo se referiu várias vezes ao conflito cósmico que Deus e o Seu povo travam contra as forças do mal. Então, em Efésios 6:10-20, ele sistematiza esse tema e o torna mais explícito. Uma das verdades mais importantes desse texto é que a vitória na vida do cristão não vem por acaso nem é obtida apenas no momento da tentação. A vitória deve ser planejada de maneira intencional, por meio de uma vida diária de comunhão com o Senhor.
Texto-base da semana: Efésios 6:10-20
Antes de iniciar o estudo da Lição da Escola Sabatina ou a leitura deste comentário, leia Efésios 6:10-20. Sugerimos uma tradução mais contemporânea da Bíblia, como a Nova Versão Internacional ou a Nova Versão Transformadora.
Notas de estudo
A Lição da Escola Sabatina divide o estudo de Efésios 6:10-20 em duas partes: a lição desta semana se concentra nos versículos 10 a 14, enquanto a da próxima semana, nos versículos 14 a 20.
Para o estudo mais aprofundado do texto bíblico, sugerimos uma tradução mais literal, como a Nova Almeida Atualizada (que usamos abaixo).
6:10:
Sejam fortalecidos no Senhor. Nossos inimigos espirituais e sobrenaturais são poderosos demais para lutarmos sozinhos contra eles. Por isso, só podemos obter a vitória confiando no infinito poder de Deus, que recebemos especialmente por meio da oração (Ef 6:18). É interessante observar que, em Efésios, “Senhor” sempre se refere a Cristo (Ef 1:2, 3, 15, 17; 5:20; 6:23, 24). Paulo enfatizou que é somente pelo relacionamento com o Cristo triunfante, que ressuscitou e subiu ao Céu, que podemos participar de Sua vitória sobre as forças do mal.
Força do Seu poder. Seria suficiente dizer: “Sejam fortalecidos no Senhor”, mas Paulo expandiu a frase para destacar a magnitude do poder de Deus. A “força do Seu poder” significa “o Seu forte poder” (NVI) ou “o Seu grande poder” (NVT). Em vez de confiarmos em nossas forças limitadas, nossa única segurança de vencer a batalha espiritual está em confiar Naquele cujo poder é infinito (Ef 3:20).
6:11:
Vistam-se com toda a armadura de Deus. Paulo já havia orientado os efésios a se revestirem “da nova natureza” (NAA) ou “da nova pessoa” (Ef 4:24), que reflete a imagem de Deus, a qual Ele está recriando em Seus filhos. O cristão deve constantemente abandonar as antigas vestes e se revestir das novas vestes, dadas por Deus. Em Efésios 6:11, o apóstolo empregou uma ilustração relacionada a de uma armadura usada em batalhas.
A ilustração da armadura sem dúvida levaria os primeiros leitores de Paulo a se lembrar das armaduras usadas pelos soldados romanos, mas o seu principal pano de fundo é o Antigo Testamento, especialmente a imagem de Deus (Is 59:17) e do Messias (Is 11:4, 5) como o Guerreiro divino, que triunfa sobre os Seus inimigos. Como veremos na próxima semana, as armas espirituais listadas em Efésios 6:4-17 são as mesmas descritas no Antigo Testamento como parte da armadura de Deus e do Messias (veja Thomas R. Yoder Neufeld, “Put on the Armour of God”: The Divine Warrior from Isaiah to Ephesians [Sheffield Academic, 1997]).
Ficar firmes contra as ciladas do diabo ou “estratégias do diabo” (NVT). A mesma palavra grega (methodeia) é traduzida em Efésios 4:14 como “induzem” e significa “maquinação” ou “estratagema”. O adversário é retratado como alguém que desenvolve planos estratégicos contra o povo de Deus e contra o Seu plano de salvação. A vitória só pode ser obtida da mesma maneira estratégica e intencional.
6:12:
Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, isto é, “contra seres humanos” (NVI). O diabo muitas vezes usa pessoas e instituições humanas como seus instrumentos (Ef 4:14, 18, 19; 5:6, 7, 11). No entanto, não devemos considerar outros seres humanos como nossos inimigos, e sim como pessoas a quem Deus ama e deseja resgatar, assim como Ele fez com nós mesmos (Ef 2:1-4, 11-13).
Os principados e as potestades são “poderes e autoridades” espirituais (NVI), isto é, Satanás e os anjos caídos. Esses mesmos adversários espirituais são mencionados em Efésios 1:21 e 3:10, e estão subordinados ao “príncipe da potestade do ar” (Ef 2:2) ou “comandante dos poderes do mundo invisível” (NVT).
Os dominadores deste mundo tenebroso ou “grandes poderes neste mundo de trevas” (NVT) é outra maneira de se referir às forças do mal. Por um lado, “o mundo inteiro está sob o controle do maligno” (1Jo 5:19, NVT), e Satanás é descrito como o “príncipe deste mundo” (Jo 16:11; veja 14:30) e o “deus deste mundo” (2Co 4:4). Por outro lado, mesmo ele está sob o domínio de Cristo, que é o único e verdadeiro Soberano do Universo, estando “muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar, não apenas nesta era, mas também na que há de vir” (Ef 1:21, NVI). Embora muitas vezes pareça que Satanás e seus anjos estejam vencendo, o fato é que, na cruz, Cristo obteve vitória completa e definitiva sobre o mal. Lá, “Ele humilhou esses poderes publicamente, levando-os prisioneiros no Seu desfile de vitória” (Cl 2:15, NTLH).
Regiões celestiais ou “domínios celestiais” (NVT). O Céu é o lugar onde Cristo é exaltado à direita do Pai (Ef 1:20). É de lá que os cristãos recebem as bênçãos espirituais (Ef 1:3) e lá estão espiritualmente assentados com Cristo, participando de Sua vitória (Ef 2:6). No entanto, essas mesmas “regiões celestiais” também são o centro do grande conflito com as forças do mal, que contestam a soberania de Cristo (Ef 3:10; 6:12). O conflito cósmico ocorre nos céus e na Terra e, por isso, céus e Terra deverão ser reconciliados na consumação dos tempos (Ef 1:10).
6:13:
Toda a armadura de Deus. Como nossos verdadeiros inimigos são poderes espirituais e sobrenaturais, não existem recursos humanos que possam nos dar vitória sobre eles. Em vez disso, só podemos confiar nas armas espirituais concedidas por Deus (veja Rm 13:12; 2Co 10:4, 5). A armadura é composta de cinto, peitoral, calçados, escudo, capacete e espada, que representam, respectivamente, verdade, justiça, evangelho, fé, salvação e a Palavra de Deus. Esses são aspectos do próprio caráter de Deus e de Cristo e da Sua obra. Na Lição da Escola Sabatina e nos comentários da próxima semana, estudaremos mais detalhadamente cada um desses elementos.
Para que vocês possam resistir. A palavra “resistir” ocorre quatro vezes nos versículos 11 a 14. Por meio de Sua morte e ressurreição, Cristo já obteve a vitória sobre as forças do mal (Ef 1:20-22, 4:8; Cl 2:15), mas a batalha continua, até que seja alcançada a perfeita harmonia de todo o Universo, quando Deus “reunirá sob a autoridade de Cristo tudo que existe nos céus e na Terra” (Ef 1:10, NVT).
O dia mau é o tempo em que o mal, do ponto de vista humano, parece prevalecer – isto é, todo o período desde a queda do ser humano (Gn 3) até a volta de Cristo e o fim do pecado (Ef 5:16). Além disso, a expressão pode se referir a experiências na vida dos filhos de Deus em que eles são atacados de maneira mais intensa pelos adversários espirituais (veja Lc 22:31, 32; 2Co 12:7-10). O preparo para esses momentos não ocorre quando eles chegam, mas bem antes.
Conclusão
“Embora os dominadores do mal sejam descritos como atuando nas regiões celestiais, o conflito ocorre tanto na Terra quanto nas regiões celestiais. Os crentes são abençoados com todos os benefícios espirituais nas regiões celestiais (Ef 1:3) e lá estão espiritualmente assentados com Cristo (Ef 2:6), mas vivem na Terra durante a presente era maligna (Ef 5:16), na qual o diabo e seus seguidores estão ativos.
“A presente batalha, portanto, se desenrola nas regiões celestiais e na Terra entre [Cristo e Seus anjos e o diabo e seus anjos]. Ainda que Cristo tenha obtido a vitória definitiva na cruz, o conflito continua e, por isso, os crentes precisam com urgência, no tempo atual, se revestir de toda a armadura de Deus. Essa luta continuará até a derrota do diabo e seus anjos, por ocasião da segunda vinda de Cristo (Ef 1:10, 21; veja 1Co 15:24-28)” (Harold W. Hoehner, “Ephesians”, em Cornerstone Biblical Commentary [Tyndale House Publishers, 2008], p. 128).
Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Matheus Cardoso é graduado em Teologia pelo Unasp-EC. Serviu à Casa Publicadora Brasileira como editor durante alguns anos e hoje atua como tradutor profissional para a Casa Publicadora Brasileira e outras instituições.
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