Em Gênesis 14, Abrão havia retornado de uma bem-sucedida missão de resgate de reféns na qual salvou seu sobrinho Ló, a família dele e as outras pessoas levadas de Sodoma. O rei de Sodoma ficou tão agradecido pelo resgate que ofereceu a Abrão todos os despojos da batalha. Abrão não apenas recusou a oferta, mas deu a Melquisedeque o dízimo de tudo.
Imediatamente após a experiência do dízimo de Abrão, o Senhor disse: “Não tenha medo, Abrão, Eu sou o seu escudo, e lhe darei uma grande recompensa” (Gn 15:1). Na verdade, o Senhor estava dizendo a Abrão: “Não se preocupe. Eu serei seu protetor e provedor”. Muito tempo depois, Moisés disse aos israelitas, quando estavam prestes a entrar em Canaã: “Certamente vocês devem dar o dízimo de todo o fruto das suas sementes, que ano após ano se recolher do campo [...] para que aprendam a temer o Senhor, seu Deus” (Dt 14:22, 23).
Ellen G. White escreveu: “Exigia-se que as pessoas oferecessem a Deus dádivas com fins religiosos antes mesmo que o sistema definido fosse dado a Moisés – já desde os dias de Adão” (Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 325).
O que tudo isso significa para nós hoje?
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Os dicionários definem o dízimo como “uma décima parte de algo” ou “10 por cento”. É provável que essa definição tenha sido tirada da narrativa bíblica. Entregar o dízimo é simplesmente devolver 10 por cento da renda, ou lucro, a Deus. Tudo que temos pertence a Ele em primeiro lugar. A legislação do dízimo dada a Israel no Sinai indica que o dízimo é santo e pertence a Deus (Lv 27:30, 32). Nosso Pai pede somente dez por cento. Nossas ofertas de gratidão são adicionais ao dízimo e separadas dele.
O dízimo é o testemunho mínimo do compromisso do cristão. Em nenhum lugar da Bíblia encontramos indicação de que a porção de Deus seja inferior a um décimo.
1. Leia Gênesis 14:18-20 e Hebreus 7:1-9. Qual foi a reação de Abrão ao conhecer Melquisedeque? O que isso nos ensina sobre quão antiga é a prática de devolver o dízimo?
A primeira menção do dízimo na Bíblia está em Gênesis 14, que conta a história do encontro de Melquisedeque com Abrão. A última menção de dízimo na Bíblia lembra o mesmo encontro, mas as palavras “décimo” e “dízimo” são usadas de forma intercambiável (veja Hb 7:1-9). Observe na história de Hebreus que nem Melquisedeque nem Cristo eram da tribo de Levi. Então, o dízimo precede e segue a particularidade dos levitas. O dízimo não é um costume exclusivamente judaico e não teve origem com os hebreus no Sinai.
2. Leia Gênesis 28:13, 14, 20-22. O que Deus prometeu fazer por Jacó e qual foi a resposta dele a Deus?
Quando Jacó saiu de casa, fugindo de Esaú, certa noite ele sonhou com uma escada que subia da Terra ao Céu. Anjos subiam e desciam por ela. Deus Se encontrava no topo e prometeu estar com Jacó e um dia trazê-lo de volta. Aquele jovem solteiro teve a experiência de conversão e disse: “O Senhor será o meu Deus; [...] e, de tudo o que me concederes, certamente Te darei o dízimo” (Gn 28:21, 22).
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Embora instruções específicas não sejam dadas no texto, é evidente que o povo de Deus sabia o que Ele queria dizer com a palavra “casa do Tesouro”. Deus inclui em Suas instruções: “para que haja mantimento na Minha casa”. Seu povo entendia que a casa de Deus inicialmente era o santuário – a sofisticada tenda que tinha sido construída por meio de instruções específicas dadas a Moisés no Monte Sinai. Depois, quando Israel viveu na terra prometida, a localização central foi primeiro em Siló e depois, de maneira mais permanente, no templo em Jerusalém.
4. Leia Deuteronômio 12:5-14. Esses versos mostram que os filhos de Deus não poderiam usar seu próprio critério quanto ao lugar em que seu dízimo seria depositado. Que princípios podemos tirar desses versos?
Como membros da família de Deus, queremos entender e pôr em prática Sua vontade em relação ao que fazer com o dízimo. Três vezes ao ano, na Páscoa, no Pentecostes e na Festa dos Tabernáculos (Êx 23:14-17), o povo de Deus devia viajar a Jerusalém para levar os dízimos e as ofertas e para louvar e adorar a Deus. Então, os levitas distribuíam o dízimo a seus irmãos por toda a terra de Israel (2Cr 31:11-21; Ne 12:44-47; 13:8-14). Em harmonia com o princípio bíblico da casa do Tesouro, a Igreja Adventista do Sétimo Dia designou as Associações, Missões e Uniões de igrejas como casas do Tesouro em nome da igreja mundial, a partir das quais o ministério é pago.
Os membros levam seus dízimos e ofertas à igreja local como parte da sua experiência de adoração, mesmo que alguns doem por meio de transferências bancárias. Os tesoureiros locais, então, encaminham o dízimo para a tesouraria da Associação. Esse sistema de administração do dízimo, delineado e ordenado por Deus, tem permitido que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tenha um impacto mundial crescente.
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5. Leia Levítico 27:30; Números 18:21, 24. O que Deus propõe que seja feito com o dízimo?
Visto que Deus é o dono de tudo (Sl 24:1), Ele obviamente não precisa de dinheiro. Contudo, porque o dízimo Lhe pertence, o Senhor nos diz o que fazer com ele: o dízimo deve ser usado para sustentar o ministério evangélico. Portanto, as necessidades dos ministros são atendidas com o dízimo de Deus.
A tribo de Levi, a força ministerial no AT, não recebeu grandes propriedades, como as demais tribos. Levi recebeu certas cidades, incluindo as cidades de refúgio, com terra suficiente ao redor delas para o cultivo pessoal. Eles eram sustentados pelos dízimos dos outros, e eles próprios também davam o dízimo de sua renda.
6. Leia Atos 20:35. Como essa mensagem se relaciona com o dízimo?
O dízimo é importante porque nos ajuda a estabelecer um relacionamento de confiança com Deus. Separar um décimo da renda e “entregá- lo” (embora, tecnicamente, pertença a Deus de toda maneira) é um ato que requer fé, que só pode crescer por meio do exercício.
Pense, por exemplo, no fim dos tempos, em que os fiéis não puderem comprar nem vender, conforme descrito em Apocalipse 13 e 14 (ver semana 11). Quando parecer que todo o mundo está contra nós, será de suma importância ter desenvolvido confiança na providência, no poder e no amor de Deus. A fidelidade nos dízimos certamente pode ajudar a desenvolver essa confiança. Mesmo antes disso, é crucial que todos nós aprendamos a confiar em Deus, independentemente da situação.
Uma segunda grande razão para a fidelidade financeira é o recebimento das prometidas bênçãos de Deus. Como parte do pacto do dízimo, o Senhor prometeu bênçãos tão grandes que não teremos espaço suficiente para guardá-las. Com o excedente, poderemos ajudar outros e sustentar a obra de Deus com nossas ofertas.
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Calculamos nosso dízimo sobre nossa “renda” se somos pagos por hora ou por salário, e calculamos sobre nossa “renda” ou lucro se somos autônomos e temos nosso próprio negócio. O governo desconta impostos do salário do trabalhador para cobrir o custo dos serviços como segurança, estradas e pontes, seguro-desemprego, etc. A questão do valor bruto ou líquido envolve principalmente se devemos devolver o dízimo com base em nossa renda antes ou depois de tais impostos serem descontados. Aqueles que são autônomos podem deduzir legitimamente o custo da execução dos negócios para determinar seu lucro real antes da dedução de seus impostos pessoais.
Estudos sobre os hábitos de doação revelam que a maioria dos adventistas devolve o dízimo sobre a renda bruta, ou seja, antes do desconto dos impostos. “O dízimo deve ser calculado sobre a renda bruta do assalariado antes das deduções requeridas por lei e outros descontos. Isso inclui impostos que proveem serviços e benefícios aos cidadãos. Contribuições para o INSS podem ser descontadas” (Associação Geral dos Adventistas, Princípios e Diretrizes Sobre Dízimos, item 111-F, p. 22).
7. Leia 1 Reis 17:9-16. Qual era a situação da viúva antes de Elias ir até ela? O que o profeta lhe pediu que fizesse antes de cuidar de si mesma e do filho? O que podemos aprender com esse relato?
A viúva de Sarepta foi informada pelo Senhor que um homem de Deus estava vindo para visitá-la (1Rs 17:9). Quando Elias chegou, ela explicou suas terríveis circunstâncias. Elias primeiro pediu um copo de água e acrescentou: “[...] Faça um pãozinho com o que você tem e traga-o para mim” (1Rs 17:13, 14).
Isso era egoísmo da parte dele, ou ele estava simplesmente testando a fé dela, ou melhor, permitindo que ela exercesse sua fé? A resposta parece óbvia.
Como temos visto, “cada um tem de decidir suas próprias contribuições, sendo deixado na liberdade de dar segundo se propôs em seu coração” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 405).
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8. Leia 1 Coríntios 4:1, 2. Como filhos de Deus e mordomos de Suas bênçãos, que tipo de pessoas devemos ser?
O que significa ser fiel no dízimo? Nesta semana, revisamos vários aspectos da adoração por meio dos dízimos:
(1) A quantia indicada – um décimo, ou 10 por cento, de nossa renda ou lucro. (2) O local da entrega – a casa do Tesouro, o lugar de onde os ministros do evangelho são pagos. (3) O princípio – honrar a Deus com a primeira parte da nossa renda. (4) O propósito certo para a aplicação do dízimo – apoiar o ministério de evangelização.
A responsabilidade dos membros da igreja é defender os três primeiros aspectos; a responsabilidade dos administradores da casa do Tesouro é certificar- se de que os recursos do dízimo sejam usados de forma adequada.
O dízimo não é arbitrário da nossa parte. O dízimo e a casa do Tesouro são nossa responsabilidade. Não definimos os parâmetros; Deus o faz. Se eu não devolvo 10% do meu “lucro”, na verdade, não devolvo o dízimo; e, se eu não levo esses 10% para a “casa do Tesouro”, tampouco devolvo o dízimo.
9. Leia Mateus 25:19-21. Quando seremos chamados a prestar contas da nossa maneira de administrar o que é de Deus? O que será dito aos fiéis?
“Tragam todos os dízimos à casa do Tesouro” (Ml 3:10) é a ordem de Deus. Não se apela para a gratidão ou generosidade. É uma questão de simples honestidade. O dízimo é do Senhor; e Ele nos ordena que Lhe devolvamos aquilo que é Seu” (Ellen G. White, Educação, p. 96, 97). Gerenciar para Deus é um privilégio único – e uma responsabilidade. Ele nos abençoa, nos sustenta e pede apenas um décimo, e então Ele usa Seu dízimo para prover os que estão no ministério, como fez para com a tribo de Levi durante a época do antigo Israel.
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Leia o documento mais abrangente de Ellen G. White acerca do dízimo em Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 245-252. Estude Conselhos Sobre Mordomia, p. 46-77 (capítulos 12 a 22).
“Se todos os dízimos de nosso povo fluíssem para o tesouro do Senhor como deviam, tais bênçãos seriam recebidas de forma que as dádivas e ofertas para propósitos sagrados seriam multiplicadas dez vezes, e assim a ligação entre Deus e o ser humano seria mantida aberta ” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 409, 410). Se todos fossem fiéis, Deus nos abençoaria, e nossas ofertas aumentariam em mil por cento.
“No terceiro capítulo de Malaquias, encontra-se o pacto que Deus fez com o ser humano. Ali o Senhor especificou Sua parte em dar grandiosas dádivas àqueles que fielmente Lhe devolverem os dízimos e as ofertas” (Ellen G. White, Review and Herald, 17 de dezembro, 1901).
“Devemos lembrar que as reivindicações de Deus a nosso respeito são mais importantes do que todas as demais. Ele nos dá com abundância, e o ajuste que fez com o homem é que a décima parte de todos os bens Lhe seja restituída” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 305).
Perguntas para consideração
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A prática do dízimo não se originou no antigo Israel. Como esse fato nos ajuda a entender a perpetuidade desse dever diante de Deus?
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O que aconteceria com a igreja se todos decidissem enviar seu dízimo a outro lugar? Ainda teríamos uma igreja? O que há de errado com esta ideia: “Bem, meu dízimo é tão pequeno comparado com o dos outros”? E se todos pensassem assim?
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Compartilhe o que você tem aprendido e experimentado ao devolver o dízimo. O que você pode ensinar aos outros sobre essa prática?
Respostas e atividades da semana: 1. Separou e entregou o dízimo dos despojos. Essa prática surgiu antes do povo de Israel. 2. Dar a Jacó e à descendência dele a terra em que ele estava. Jacó prometeu devolver o dízimo. 3. Para a casa do Tesouro, isto é, a casa de Deus. 4. Não devemos fazer segundo a nossa vontade, mas segundo o que Deus ordenou, incluindo a questão do lugar aonde devemos levar os dízimos e as ofertas. 5. Os dízimos devem ser destinados para sustentar o ministério. 6. Trabalhamos para poder socorrer os outros. “Mais bem-aventurado é dar do que receber”. Devolver o dízimo expressa altruísmo e confiança em Deus, o que nos abençoa e alegra o coração. 7. Restava apenas uma última refeição para ela, mas Elias lhe pediu que preparasse o alimento para ele. Devemos confiar em Deus. Quando somos fiéis, Deus nos abençoará suprindo nossas necessidades. 8. Fiéis. 9. Quando o Senhor voltar. “Muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu Senhor.”
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PARTE I – VISÃO GERAL
Somos duplamente propriedade de Deus, porque Ele nos criou e nos redimiu com infinito amor (Jo 1:1, 18; 3:16). Perdemos tudo com a entrada do pecado neste mundo (Gn 3:17-19). Por meio de Sua aliança, Deus nos deu uma oportunidade de recuperar o que foi perdido. Nossa aceitação da aliança inclui nossa restauração, desenvolvimento e o retorno a Deus de tudo o que temos e somos: nosso tempo, corpo, talentos e posses.
Deus nos dá a força para adquirir riquezas. Devemos lembrar que o propósito de tudo que recebemos é confirmar Sua aliança conosco (Dt 8:17, 18). Como Senhor e Criador, Deus tem o direito de exigir de nós o dízimo de toda a nossa renda para a conclusão de Sua obra. Afinal, somente Deus pode abrir as janelas do Céu para abençoar sem medida os fiéis (Ml 3:10-12).
Além disso, devolver o dízimo é um ato de fé que aproxima de Deus o Seu povo (Ml 3:9, 10). Mas a aliança divina determina que “todos” os dízimos sejam levados à casa do tesouro, a sede administrativa e financeira do povo de Deus (Ml 3:10). “Todos” os dízimos também devem ser usados para sustentar os ministros na obra de Deus (2Cr 31:11-21; Ne 12:44-47; Ne 13:8-14).
Finalmente, para ser um dízimo fiel, este deve ser dado antes de qualquer uso pessoal ou dedução de “toda” a renda com a qual somos abençoados (Pv 3:9; Mt 6:33). A fidelidade tem significado e poder espiritual porque sabemos que ela é o resultado da graça de Deus. Nosso Pai nos deu salvação e bênçãos por meio da aliança que Ele estabeleceu, que foi selada com o sangue de Jesus, Seu Filho (Hb 12:24).
PARTE II – COMENTÁRIO
Na Bíblia, a palavra “dízimo” (hebraico maaser) significa literalmente a “décima parte”. Assim, não há base bíblica em aplicar essa palavra a outro percentual que não seja dez por cento. Porém, essa palavra é aplicada a duas outras práticas bíblicas também chamadas “dízimo”: o dízimo do rei e o segundo dízimo.
I – Dois dízimos temporários
1. O dízimo do rei. Foi um imposto criado nos dias de Saul (1Sm 8:11, 15, 17). Esse dízimo não era parte da aliança e cessou com o fim da monarquia judaica.
2. Segundo dízimo (maaser sheni). Leia, de Ellen G. White, o capítulo 51 do livro Patriarcas e Profetas (“O cuidado de Deus pelos pobres”). Esse dízimo cessou com a destruição do templo e da nação de Israel, pois dependia do ciclo de sete anos (Dt 14:22-29; 15:1 e 26:12), que somente começou quando entraram na terra prometida (Lv 25:1-7).
Esse segundo dízimo era gasto pela família na visita anual ao santuário, exceto no terceiro e no sexto anos do ciclo de sete anos, quando esse mesmo segundo dízimo era ajuntado em casa para promover um banquete solidário e auxílio aos que não possuíam suas próprias terras (Dt 14:28, 29). Portanto, o segundo dízimo não era entregue na casa do tesouro, não sendo um dízimo do ministério (ver Fred Skolnik & Michel Berenbaum, Encyclopaedia Judaica, segunda edição, Thomson Gale: USA, 2007, v. 8, p. 254, 313, 314).
II – O dízimo ministerial permanente
O dízimo ministerial é diferente dos outros dois mencionados anteriormente. Ao contrário do dízimo do rei e do segundo dízimo, o dízimo ministerial permanece perpetuamente, até que a missão do evangelho se complete. Então, todas as nações verão que o povo de Deus é abençoado (Ml 3:12), e muitos aceitarão as boas-novas da salvação (Mt 28:19).
Esse dízimo é independente do sistema levítico e é parte do sacerdócio de Melquisedeque – que é o de Jesus (Gn 14:18-20; Hb 7:1-12).
Além disso, nenhuma referência bíblica indica o fim do dízimo ministerial. A passagem de Hebreus 7:12 não se refere ao fim do dízimo, mas ao fim da lei “do sacerdócio levítico”, que agora tinha sido substituída pela lei sacerdotal de Melquisedeque (Hb 7:12-15). Como o sábado, a adoração e as relações com o próximo, o dever de devolver o dízimo permanece inalterável para os que aceitam a aliança divina.
Vejamos seis princípios e práticas do dízimo:
- O dízimo inteiramente ministerial deve ser levado à casa do tesouro. O propósito do dízimo ministerial sempre foi sustentar exclusivamente o ministério sacerdotal (Gn 14:18-20; Lv 27:30-34; Nm 18:21-24; Ml 3:8-10).
- O dinheiro era escasso no antigo Oriente Médio. Por isso, havia a ênfase para que os dízimos e ofertas fossem levados ao santuário em bens e animais.
- A doutrina do dízimo é fundamentada em toda a Escritura e não apenas nos textos do período levítico. Nos primeiros casos em que o dízimo é mencionado, a Bíblia instrui que o princípio do dízimo inclui “tudo” (Gn 14:20; Gn 28:22); isto é, de toda a renda.
- Considerando o tamanho dos depósitos no tabernáculo ou no templo, seria irreal imaginar que os dízimos de toda a nação de Israel, doados em bens e animais, caberiam nos espaços reservados para armazenamento no santuário.
- Além disso, a referência na Bíblia a produtos agrícolas e animais é apenas uma alusão aos produtos mais comuns. No entanto, o dízimo poderia ser convertido em dinheiro quando conveniente (Gn 14:20; Gn 28:22; ver Fred Skolnik e Michael Berenbaum, Encyclopaedia Judaica, v. 19, p. 736, 737; e v. 1, p. 47, 48, 83, 139; e v. 8, p. 254, 313, 314 da mesma série).
- Ademais, a seção da Bíblia que trata do dízimo dos produtos agrícolas estabelece que esse dízimo poderia ser trocado por dinheiro, de acordo com a lei do resgate de coisas santas (Lv 27:31). Nesse caso, o valor correspondente do dízimo a ser resgatado deveria ser pago, mais uma multa de um quinto em siclos (um siclo equivalia a 20 geras, e cada gera correspondia a 0,571 gramas), que era a moeda do santuário (Lv 27:8-12, 19, 25, 31). Todas as estimativas das coisas sagradas, incluindo o dízimo, eram feitas pelo sacerdote (Lv 27:8, 12) antes que o dízimo pudesse ser resgatado (Lv 27:31).
Bruto e líquido
Biblicamente, o dízimo incide sobre toda “bênção” que resulte em aumento, não havendo explícita referência a valor bruto ou líquido, em relação ao dízimo. A palavra “bênção” pode incluir os conceitos de “prosperidade” e “presente”, porque tudo o que temos são dádivas recebidas de Deus (Dt 16:17; 28:8). Consequentemente, o dízimo deve ser calculado a partir de tudo o que Ele dá.
“Aumento” e “prosperidade” são palavras que indicam um “aumento” no valor ou quantidade dos bens e, portanto, devemos devolver os dízimos desses recursos, sejam eles presentes, herança, salário, investimento ou até algo que foi achado. No entanto, recebemos muitas outras bênçãos que não se referem a recursos materiais, mas que devem despertar gratidão pela bondade do Senhor.
A palavra em hebraico para os “bens” dos quais Abraão entregou o dízimo (Gn 14:16, 20, 21) é rekush. Essa palavra se aplica a animais, comida e objetos de valor como ouro, prata e roupas que eram bens transportáveis, os quais o patriarca não havia possuído antes, revelando um aumento de bens. Assim, o dízimo deve ser calculado sobre todo o aumento financeiro e patrimonial.
“O dízimo de todas as nossas rendas é do Senhor. Ele o reservou para Si, para ser empregado em fins religiosos. É santo. Nada menos que isso Ele aceitou em qualquer dispensação” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 48).
Casa do tesouro
1. A casa do tesouro significa mais do que meros depósitos. Era um sistema de gestão administrativo-financeira do santuário, restabelecido nos dias do rei Ezequias, após a apostasia de seus antecessores (2Cr 31). Esse mesmo sistema foi depois restaurado por Neemias (Ne 10:38, 39; 12:44; 13:5, 12, 13).
2. Naquele sistema organizacional do santuário havia um grupo de tesoureiros que administravam algumas ofertas especiais (terumah), as coisas consagradas e os dízimos, que eram destinados aos levitas e sacerdotes (2Cr 31:12, 13). Havia outra equipe encarregada de outro tipo de ofertas, as ofertas voluntárias (nedabah), e das coisas santíssimas (2Cr 31:14).
Os dízimos eram destinados exclusivamente para manter os obreiros ministeriais – levitas e sacerdotes (Nm 18:21-28; Ne 10:37-39; Ml 3:10). Esse sistema, ratificado por Deus, foi originalmente elaborado de acordo com Sua vontade (2Cr 31:21; Ml 3:10), tendo sido utilizado no Antigo Testamento por cerca de 1.400 anos.
Embora muitos de nós vivamos em uma sociedade industrializada (não agrária), o princípio da casa do tesouro, estabelecido por Deus, continua válido, permitindo a unidade institucional e a distribuição equitativa de recursos para que o evangelho possa ser pregado nas igrejas locais e no âmbito global.
Na casa do tesouro havia uma separação entre os depósitos, com câmaras específicas para armazenar os dízimos e outras para as ofertas. Esse sistema foi estabelecido a fim de evitar o uso impróprio do dízimo do ministério para despesas gerais da igreja.
Hoje, como no passado, é fundamental que o adorador identifique sua doação, se é dízimo ou oferta. Essa identificação permite que os tesoureiros contabilizem e usem corretamente o dízimo para o pagamento de ministros e as ofertas para outras despesas, conforme os princípios bíblicos.
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
A Bíblia indica que a prática do dízimo é uma parte importante da adoração a Deus e do relacionamento com Ele (Ml 3:7, 8). Portanto, os membros da classe não devem se surpreender com o fato de que a fidelidade nos dízimos será considerada no juízo, resultando em bênçãos ou maldições (Ml 3:9-11). A fidelidade deles nos dízimos abre as “janelas” dos Céus para uma bênção cuja liberalidade e magnitude atrairá a atenção das nações (Ml 3:12).
1. De que modo a prática do dízimo fortalece a nossa comunhão com Deus e potencializa o cumprimento da missão de evangelizar o mundo?
2. Convide os alunos a pensar sobre a experiência do antigo Israel. Quais prejuízos espirituais e materiais a infidelidade nos dízimos pode trazer para os membros e para a igreja como um todo? Deus “pede que O reconheçamos como o Doador de todas as coisas. [...] É essa a provisão que Deus fez para levar avante a obra do evangelho” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 46).
3. O pai da fé devolveu o dízimo após a declaração de que Deus é o “Altíssimo, possuidor dos Céus e da Terra” (Gn 14:19, 20, ARA). O que isso ensina aos seus alunos sobre um importante motivo para ser dizimista?
4. Deus considerou o dízimo de tal importância que o incluiu na história de Abraão, no voto de Jacó, na vida do povo de Deus e na descrição do ministério de Jesus, representado por Melquisedeque e a aliança divina. Pergunte aos alunos o porquê disso. Conduza a classe em uma discussão sobre esse assunto.
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Buraco no Estômago
Marcel
República Democrática do Congo | 14 de janeiro
Marcel sentiu como se estivesse morrendo. Seu estômago doía terrivelmente. Quando ele colocava a mão no estômago, doía ainda mais.
Ele não tinha dinheiro e não sabia o que fazer.
Em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, nenhum hospital o acolheria sem uma garantia de que ele pagaria pelo tratamento médico.
Então, alguém lhe contou sobre a Clínica Adventista de Kinshasa. Talvez eles pudessem ajudar.
Com a ajuda de seus filhos e esposa, Charlotte, Marcel se apressou para a clínica de 15 leitos.
Para espanto da família, a equipe médica não disse nada sobre dinheiro. Em vez disso, eles cobriram Marcel e sua família com oração.
“A grande surpresa para mim e para minha família foi a atitude da equipe médica que não fez nenhuma exigência e que estava apenas preocupada em salvar a vida humana”, diz Marcel. “Em comparação, a maioria dos hospitais não acomoda ninguém que não tenha feito o pagamento primeiro.”
A equipe médica realizou uma série de exames e descobriu que Marcel estava sofrendo de uma perfuração no estômago.
Não estava claro o que havia causado os buracos. Uma perfuração pode ocorrer como resultado de apendicite, a ingestão de uma substância corrosiva ou de um objeto externo, ou um ferimento de bala ou de faca.
O caso de Marcel era sério. O conteúdo de seu estômago poderia atravessar pelos buracos e causar uma infecção letal. A equipe médica precisava realizar uma operação de emergência. A operação era complicada. Três a cada dez pessoas não sobrevivem ao procedimento.
Marcel foi internado na clínica. No entanto, a equipe médica não tinha todo o equipamento que era necessário para a operação. Preparativos tiveram que ser feitos para assegurá-lo.
Finalmente, após o equipamento necessário ter sido obtido, a equipe médica levou Marcel para a sala de cirurgia. Os anestesistas colocaram- -no para dormir. Os médicos o abriram, operaram cuidadosamente para reparar seu estômago, e então o costuraram e fecharam.
Marcel está convencido de que foi Deus, não os médicos, que realizou a delicada cirurgia.
“A intervenção era muito arriscada”, disse ele. “Eu estava à beira da morte. Mas para dizer a verdade, foi Deus quem operou. Tal cirurgia no estômago é uma questão de vida ou morte, e eu estou vivo.”
Dez dias depois da operação, ela foi declarada bem-sucedida.
“Honestamente, minha vida é um milagre de Deus. Ele fez tudo”, afirmou Marcel. “Eu não posso esquecer o espírito de oração que notei na clínica adventista. A presença de Deus é tão necessária em tempos de angústia.”
Marcel disse que ele e sua família não esqueceriam a clínica, o lugar onde sua vida foi poupada. Ele disse que não esqueceria a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que comanda a clínica.
“Pedimos à clínica que continue fazendo atos de bondade para todos”, diz ele.
A clínica recebeu parte de uma oferta do décimo terceiro sábado para melhorar as instalações e equipamentos em 2019. Obrigado por sua oferta do décimo terceiro sábado. Mas, conforme evidenciado na história de Marcel, as necessidades da pequena clínica de 15 leitos continuam a ser significativas para uma cidade de 17 milhões de pessoas. Sua equipe médica permanece comprometida em levar pessoas para Cristo, uma pessoa por vez.
Marcel diz ser uma dessas pessoas.
“Eu cheguei morrendo e saí vivo!” diz ele. “Louvado seja o nome de Deus! Eu descobri Cristo por meio desses atos de bondade.”
Por Georges Ntumba Mulumba, diretor de comunicação da União do Congo Ocidental.
Dicas para a história
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Saiba mais sobre a Clínica Adventista de Kinshasa na enciclopédia on-line dos adventistas do sétimo dia (Encyclopedia of Seventh-day Adventists) em: bit.ly/clinic-of-kinshasa.
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Baixe fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
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Baixe as postagens da missão e fatos relevantes da Divisão Africana Centro-Oriental: bit.ly/ecd-2023.
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Baixe publicações e fatos rápidos sobre a missão da Divisão do Pacífico Sul: bit.ly/spd-2022.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2023
Tema geral: Administradores fiéis: à espera do Mestre
Lição 3 – 14 a 21 de janeiro
O pacto do dízimo
Autor: Wellington Almeida
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
O ponto a considerar na lição desta semana não é apenas o conceito do dízimo, mas o compromisso com ele, e o entendimento de que o dízimo é a “décima parte da renda de alguém, a qual Deus afirma ser Sua” (Lv 27:30; Dicionário Bíblico Adventista, Casa Publicadora Brasileira, 2016). Assim, o nosso compromisso é de devolver aquilo que não é nosso. E saber que, ao ficar com “aquilo que não é nosso”, incorremos em uma apropriação indevida. Tomo posse do que não nos pertence. A Bíblia chama essa prática de roubo (Ml 3:10). Mas não estou falando só do dinheiro e da renda, pois quem pensa que foi “a força e o poder do braço que fez com que essas riquezas fossem adquiridas” (Dt 8:17), esqueceu que a vida é um dom de Deus e que Ele dá o poder para nossas conquistas (Dt 8:18). Não acumular ao pecado da infidelidade o agravo da ingratidão é o primeiro sinal de que é possível “dar a volta por cima”. A Bíblia chama isso de “conversão”.
“Os sinais indicam que o clímax da História, a segunda vinda de Cristo,
está às portas. Oramos para que estas lições aprofundem sua fé e confiança
em Deus e o encorajem a ser um administrador fiel para Ele” (G. Edward Reid).
- Verso para Memorizar
“Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na Minha casa. Ponham-Me à prova nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu não lhes abrir as janelas do Céu e não derramar sobre vocês bênção sem medida” (Ml 3:10, grifos acrescentados).
O texto apresenta algumas informações: (1) há um apelo em tom admoestativo em relação à fidelidade, não a quantidade: “trazei”. A palavra “todos” indica também que o valor deve vir completo. Não é um apelo a que “todos tragam”, mas a quem trouxer, no sentido de que “traga tudo”; (2) há um destino de entrega, e isso está mais ligado ao aspecto da adoração do que ao ponto do recolhimento. A casa do Tesouro é o “endereço” onde Deus está, com Sua igreja; (3) há uma aliança estabelecida por Deus e enfatizada na segurança da Sua promessa: provai-Me; e, finalmente, (4) há bênçãos decorrentes da fidelidade.
- Esboço para esta semana
Para esta semana, o tema específico é “dízimo”. A abordagem poderá girar em torno desta palavra e mantendo a sequência natural para cada dia. Assim, temos:
O dízimo:
Domingo: seu conceito
Segunda: seu recolhimento
Terça: seu propósito
Quarta: seu cálculo
Quinta: seu valor
- Abordagem sugestiva
Há uma declaração da escritora Ellen G. White que nos coloca na perspectiva de uma solene advertência, a qual deveria ser também uma profunda reflexão de cunho individual e avaliativo: “Muito recentemente tive luz direta do Senhor sobre essa questão, a de que muitos adventistas do sétimo dia estavam roubando a Deus nos dízimos e ofertas, e me foi claramente revelado que Malaquias apresentou o caso como ele realmente é. Como ousa então o homem até mesmo pensar em seu coração que uma sugestão para reter os dízimos e ofertas vem do Senhor? Onde, meu irmão, vos desviastes do caminho? Oh, ponde os vossos pés de novo no caminho reto!” (Igreja Remanescente, p. 56). Claro que tal consideração leva em conta o valor qualitativo do dízimo (todo, completo) e não apenas o quantitativo. Então vamos ao estudo.
3.1. O dízimo equivale a um décimo. O dízimo é santo, pertence a Deus e tem um critério de medição: um décimo. Em nenhum lugar da Bíblia parece ser menor que esse valor. “Ele pede como Sua a décima parte de suas rendas, sejam elas grandes ou pequenas; e aqueles que a retêm cometem roubo para com Ele, e não podem esperar que Sua mão lhes dê prosperidade.” (Obreiros Evangélicos, p. 222). Sua origem precede ao povo de Israel.
“O Senhor especificou: A décima parte de todas as vossas posses é Minha; vossas dádivas e ofertas devem ser trazidas ao Tesouro, a fim de serem empregadas para o desenvolvimento de Minha causa, para enviar o pregador vivo a abrir as Escrituras aos que se assentam nas trevas” (Mensagens aos Jovens, p. 308).
3.2. Onde fica a casa do Tesouro? Tenho um endereço onde ela “não deve ficar”: na minha casa. O povo de Israel entendia ser, em seus dias, o tabernáculo e, para nós, nos dias atuais, a igreja local na qual sou membro, ou mesmo as sedes administrativas designadas para esse fim. “Se os professos cristãos levassem fielmente a Deus os seus dízimos e ofertas, o divino Tesouro estaria repleto. Não haveria então ocasião para recorrer a quermesses, rifas ou reuniões de divertimento a fim de angariar fundos para a manutenção do evangelho” (Atos dos Apóstolos, p. 338, edição digital).
3.3. O propósito do dízimo. Deus é dono de tudo (Sl 24:1; 1Co 10:26) Ele não precisa de dinheiro. Nós é que precisamos desenvolver nossa fé e total confiança em Suas providências. Dizimar é um “antídoto” para o egoísmo. O principal propósito do ato de devolver o dízimo é prover o sustento do ministério e nos livrar do egoísmo. Mas há de se notar que outro propósito se firma nesse ato: um relacionamento de confiança com Deus;
3.4. Dízimo sobre o bruto ou líquido? Eu prefiro pensar em dízimos sobre as bênçãos. Fazer conta com números nos expõe em algumas situações a cálculos que mais desenvolvem o nosso egoísmo do que nossa liberalidade. Se você quer fizer “as contas”, faça corretamente porque Deus não erra. Há uma referência no pacto de Jacó que me faz pensar sobre essa “medição” de bênçãos: “e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo (Gn 28:22). Isso parece combinar com a declaração da Associação Geral, ao falar sobre Princípios e Diretrizes Sobre Dízimos, item 111-F, p. 22: “O dízimo deve ser calculado sobre a renda bruta do assalariado antes das deduções requeridas por lei e outros descontos”.
3.5. Um dízimo honesto e fiel. O valor de um dízimo equivale ao da fidelidade. Por essa conta é que não se trata de valor, mas de percentual. Ser fiel no pouco ou no muito vai gerar a mesma recompensa. Se eu não devolvo integralmente os 10%, logo não sou dizimista. Gratidão e generosidade não se aplicam a esse tema, mas sim a honestidade. Dízimo é minha obrigação voluntária em devolver a Deus o que lhe pertence. “Obrigação” por não me pertencer; e, “voluntária” por ser de coração.
Assim, fidelidade implica em (1) devolver não o que quero, mas o que Deus pede; (2) levar unicamente à casa do Tesouro legitimamente definida na Palavra de Deus; (3) devolver prioritariamente, como uma adoração.
Conclusão
Em que consiste o pacto do dízimo? Em fidelidade. Eu exerço minha fidelidade e Deus responde com Sua generosidade. O ciclo da fidelidade parece ficar claro: sou abençoado e por isso devolvo. Devolvo para continuar sob as bênçãos do Senhor. “O sistema de dízimos e ofertas tinha a intenção de impressionar a mente dos homens com uma grande verdade: que Deus é a fonte de toda bênção para Suas criaturas, e que a Ele é devida a gratidão do homem pelos bons dons de sua providência” (The Review and Herald, 10 de setembro de 1889).
Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Francisco WeIlington de Oliveira Almeida é pastor, casado com a professora Rosalba Canté Almeida, pai de Ilos McRoswell Canté Almeida (in memorian). Graduou-se em Administração de Empresas (ISES, 1991), bacharel em Teologia (IAENE, 2002), pós-graduado em Missão no Século 21 (IAENE, 2013) e Família (2012) e mestre em Teologia Pastoral (IAENE, 2014). Iniciou o ministério como distrital em Paragominas (2003/2004), Tucuruí (2005-2008), foi MIPES e Secretário Executivo na Associação Sul do Pará (2009-2013), Secretário Executivo na Associação Maranhense (2014-2016), Secretário Executivo, Lar e Família e Mordomia Cristã na Associação Norte do Pará (2016-2022). Foi nomeado Presidente desse campo (ANPa) em novembro de 2022.