Depois de deixar o Egito, Israel estava em uma jornada desconhecida para a terra prometida. O povo enfrentou uma jornada longa e difícil, e precisava aprender uma infinidade de novas lições. O Senhor o guiaria e cuidaria dele. Desejava ajudá-lo a crescer, mas ele deveria aprender disciplina, autocontrole, sacrifício, altruísmo, confiança no Senhor e, especialmente, obediência.
Moisés era um líder presente, e o povo tinha que seguir sua liderança se quisesse triunfar. Era crucial que todos permanecessem juntos, cooperassem como uma comunidade e ajudassem uns aos outros. Havia muitos obstáculos e desafios pela frente. Grande parte de seu crescimento espiritual dependeria de como eles enfrentariam esses desafios e como responderiam a Moisés, especialmente quando os desafios aumentassem.
Segundo um ditado chinês, “uma jornada de mil milhas começa com um único passo”. Isso era verdade para os israelitas, e eles precisavam confiar nas instruções do Senhor a cada passo. Infelizmente, como veremos, eles não aprenderam essas lições tão facilmente.
Mas quem aprende?
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Nas narrativas bíblicas, diferentes papéis são desempenhados por diferentes personagens, bons ou maus, e precisamos prestar bastante atenção aos enredos, lugares, ritmo e vilões. No entanto, o elemento mais importante em um enredo geralmente é a solução da crise e as lições aprendidas. Não é diferente nesses relatos.
Os episódios mostram que Deus traz solução e paz; no entanto, Sua obra é afetada pela incredulidade das pessoas. Devido à constante murmuração e desobediência, os hebreus experimentaram graves adversidades e até mesmo tragédias. Eles trouxeram sobre si muitas dificuldades por causa de sua incredulidade e indisposição para se arrepender.
1. Leia Êxodo 15:22-27. Depois de cruzar o Mar Vermelho, em que contexto o primeiro milagre foi realizado?
O primeiro teste de fé para Israel está associado à necessidade de água, o que não é surpreendente por causa do ambiente desértico, quente e seco. Após três dias de viagem, o povo finalmente encontrou água, mas ela era intragável. Mara significa “amargo”, e, como a água era amarga, a fé que Israel tinha no cuidado do Senhor logo se enfraqueceu. No entanto, Deus reagiu demonstrando compaixão, e o primeiro milagre foi realizado com um pedaço de madeira. Obviamente, não foi a madeira, mas o Senhor que tornou a água doce e potável. O povo teve que aprender duas lições importantes: (1) é necessário paciência em esperar o tempo do Senhor e (2) Deus age em cooperação com os seres humanos.
No entanto, os israelitas não deram o devido valor a muitas coisas e logo se esqueceram dos milagres que Deus havia feito por eles, pelos quais tinham acabado de cantar louvores, dizendo: “Ó Senhor, quem é como Tu entre os deuses? Quem é como Tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” (Êx 15:11).
Ainda assim, mesmo depois de tantas queixas, Deus prometeu que não traria sobre os israelitas “nenhuma enfermidade” que havia afligido os egípcios (Êx 15:26). Ele os protegeria. Mas eles poderiam experimentar essa promessa somente com a condição de que permanecessem fiéis ao Senhor.
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Infelizmente, vemos um padrão de rebelião nessas histórias de peregrinação. O povo rapidamente esquecia a ajuda poderosa de Deus no passado e como Ele havia solucionado seus problemas. Os israelitas permitiram que seus problemas ofuscassem o objetivo final e o futuro maravilhoso prometido. É um problema comum até mesmo entre o povo de Deus hoje.
2. Qual foi a causa da murmuração dos israelitas e o que aconteceu depois? Êx 16
Várias tentações registradas na Bíblia estão relacionadas com o alimento. No Éden, a queda está relacionada ao ato de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:16, 17; 3:1-6). Nas tentações de Jesus no deserto, o primeiro ataque de Satanás contra Ele foi por meio do alimento (Mt 4:3). Esaú perdeu seus direitos de primogenitura por causa de seu apetite incontrolável (Gn 25:29-34). Quantas vezes a desobediência de Israel esteve conectada ao alimento e à bebida! Não é de admirar que Moisés tenha lembrado às gerações posteriores: “O ser humano não viverá só de pão, mas de tudo o que procede da boca do Senhor” (Dt 8:3).
O maná foi um pão celestial que Deus deu aos israelitas nos seus 40 anos de peregrinação. Por meio dessa dádiva, Ele ensinou que é o Criador e o Provedor de tudo. Além disso, Ele usou Sua provisão sobrenatural para mostrar como observar o sábado.
A cada semana, quatro milagres aconteciam: (1) durante cinco dias, Deus dava uma porção diária de maná; (2) na sexta-feira, era dada uma porção dobrada do alimento; (3) o maná não estragava de sexta-feira para sábado; e (4) nenhum maná caía no sábado. Deus estava constantemente realizando esses milagres para que o povo se lembrasse do dia de sábado e celebrasse a bondade divina naquele dia. Deus disse: “Vejam! O Senhor deu a vocês o sábado” (Êx 16:29).
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No deserto, precisamos de muita água. Deus cuidou desse problema, mesmo que as pessoas se queixassem, não confiassem Nele e ate testassem Sua capacidade e disposição de dar-lhes água. Em sua incredulidade, elas olharam de volta para o Egito.
3. Leia Êxodo 17:1-7. Que lição o povo deveria ter aprendido com esse incidente?
Moisés chamou o lugar de Massá, que significa “provocação”, e Meribá, que significa “reclamação”. O Senhor deu água aos israelitas apesar de sua incredulidade. Esses dois nomes deveriam servir de lembrete para que o povo de Israel não provocasse a Deus nem reclamasse Dele (Hb 3:7, 8, 15). Os israelitas questionaram seriamente a presença de Deus entre eles, embora já tivessem visto muitas evidências concretas não apenas de Sua presença, mas também de Seu poder e autoridade.
“Moisés feriu a rocha, mas era o Filho de Deus que, velado na coluna de nuvem, estava ao lado de Moisés e fazia correr a água doadora de vida. Não somente Moisés e os anciãos, mas também toda a congregação que permanecia a distância, viram a glória do Senhor; contudo, se fosse removida a nuvem, teriam sido mortos pelo terrível esplendor Daquele que nela habitava” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 250).
A água é símbolo de vida porque, sem água, não há vida. Cada célula do corpo precisa de água. A água representa entre 50 e 75% do nosso corpo, dependendo da idade da pessoa. Até os ossos são compostos parcialmente de água. Prover água no deserto era sinal de que Deus cuidava dos israelitas e de que poderiam confiar Nele. Mas, para isso, eles tinham que obedecer.
Muitos séculos depois, Paulo lembrou aos crentes coríntios que a experiência dos israelitas no deserto foi única. O próprio Cristo não apenas os guiou, mas lhes ofereceu água (Sl 78:15, 16) e atendeu a outras necessidades espirituais e físicas. Paulo disse: “Beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo” (1Co 10:4). Para eles, Cristo era a Fonte da vida e o Doador da vida eterna. Assim como uma rocha é sólida, Deus guiou Seu povo com fidelidade. Podemos contar com o Senhor porque Ele jamais deixa de cumprir Suas promessas.
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Moisés foi visitado por Jetro, seu sogro, que também é chamado de Reuel (Êx 2:18). Jetro trouxe consigo a esposa de Moisés, Zípora, e seus dois filhos, Gérson e Eliézer. Quando Moisés ouviu que eles estavam chegando, saiu para recebê-los.
4. Leia Êxodo 18. Quais importantes etapas da história da nação aconteceram nesse momento?
Jetro veio porque ouvira sobre a libertação surpreendente que Deus havia realizado por Israel. Moisés narrou ao seu sogro em detalhes “tudo o que o Senhor havia feito a Faraó e aos egípcios por amor de Israel, e todas as aflições que enfrentaram no Egito, e como o Senhor os havia livrado” (Êx 18:8).
Jetro exaltou a bondade de Deus e Suas intervenções extraordinárias em favor do povo, declarando: “Bendito seja o Senhor, que libertou vocês das mãos dos egípcios e da mão de Faraó. Agora sei que o Senhor é maior do que todos os deuses, porque livrou este povo das mãos dos egípcios, quando agiram arrogantemente contra o povo” (Êx 18:10, 11).
Vemos aqui um exemplo de como Israel deveria ser uma testemunha para o mundo de quem é o verdadeiro Deus e do que Ele pode fazer por Seu povo.
Ao mesmo tempo que Jetro aprendeu sobre Deus, ele próprio tinha algo a oferecer ao povo de Deus: conselhos sábios e benéficos. Moisés precisava organizar o sistema legal de Israel com base em princípios justos e imparciais. Ele também precisava de juízes dedicados e fiéis, pessoas íntegras. Jetro sabiamente enumerou as seguintes qualificações: (1) pessoas que temessem a Deus; (2) que fossem confiáveis; e (3) que odiassem o ganho desonesto. Foram nomeadas pessoas capazes e de bom caráter que liderassem grupos de mil, de cem, de cinquenta e de dez. Assim, a carga de Moisés seria reduzida, ele poderia se concentrar em problemas mais relevantes e o povo seria bem servido.
Moisés aceitou o sábio conselho de Jetro (Êx 18:24) e nomeou líderes para diferentes funções administrativas (Dt 1:9-18).
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5. Leia 1 Coríntios 10:11. Segundo Paulo, por que esses acontecimentos foram registrados nas Escrituras Sagradas?
Paulo explicou que tudo que aconteceu aos israelitas são exemplos e advertências para os seguidores de Cristo e os ajudarão a evitar os mesmos problemas; ou seja, eles aprenderão com esses exemplos. Essa é uma instrução pertinente para nós, que vivemos no “fim dos tempos” (1Co 10:11). Deus concede ao Seu povo o Espírito Santo para fortalecê-lo com “espírito [...] de poder, de amor e de moderação” (2Tm 1:6, 7) para que tome decisões corretas e siga Seus ensinos. Cristo é a Fonte da vida (Jo 14:6), e só Ele nos transforma em “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, de modo que não vivamos “conforme os padrões deste mundo”, mas deixemos que Deus nos transforme pela renovação da mente, para que experimentemos “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1, 2).
Depois, em Seu ministério, Jesus extraiu lições desses relatos do AT, especialmente sobre o maná e a água. Ele usou essas imagens para ensinar verdades sobre Si mesmo, pois Ele era Aquele que havia conduzido os israelitas pelo deserto.
6. Leia João 4:7-15; 6:31-51. Que verdades esses textos revelam para nós cristãos?
A mulher samaritana descobriu que Cristo oferece algo que ela não poderia obter em nenhum outro lugar. É Deus quem desperta em nós a sede interior por paz, alegria e felicidade; portanto, somente Ele pode satisfazê-la (Sl 42:1, 2).
No contexto do maná, Jesus explicou que foi Deus, e não Moisés, quem havia provido esse alimento ao povo. Então Ele declarou: “Eu Sou o pão da vida. Quem vem a Mim jamais terá fome” (Jo 6:35). Jesus destacou três vezes que Ele é o pão do céu, o pão da vida (Jo 6:35, 41, 48).
Assim como o maná no deserto era o “pão do Céu” (Jo 6:31, 32), a água da rocha era a dádiva de Cristo para saciar a sede de Seu povo. Além desses aspectos físicos, o pão e a água também tinham significado espiritual, pois Jesus Cristo é “o pão da vida” (Jo 6:35, 48) e “a água viva” (Jo 4:10, 11, 14; 7:37, 38). Por isso, é somente Nele que nossa sede e fome espirituais podem ser verdadeiramente saciadas.
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Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 243-253 (“Do Mar Vermelho ao Sinai”).
Pouco depois do incidente com a água, os israelitas enfrentaram uma nova ameaça: foram atacados por um povo agressivo e guerreiro, os amalequitas (Êx 17:8-16).
“Os amalequitas não desconheciam o caráter de Deus nem Sua soberania; mas, em vez de O temerem, ousaram desafiar Seu poder. Os atos sobrenaturais realizados por Moisés diante dos egípcios foram assunto de zombaria para o povo de Amaleque, e os temores das nações circunvizinhas eram ridicularizados. Fizeram juramento pelos seus deuses de que destruiriam os hebreus, de modo que nenhum escapasse, e vangloriavam-se de que o Deus de Israel seria impotente para resistir a eles. Não haviam sido ofendidos ou ameaçados pelos israelitas. Seu ataque não foi motivado por qualquer provocação. Foi para manifestar seu ódio e desconfiança para com Deus que procuraram destruir Seu povo.
“Os amalequitas eram pecadores insubordinados já por muito tempo, e seus crimes demandavam a vingança divina. Contudo, em Sua misericórdia, Deus ainda os chamava ao arrependimento. Quando, porém, os homens de Amaleque caíram sobre as cansadas e indefesas fileiras de Israel, selaram a sorte de sua nação” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 251).
Perguntas para consideração
1. Jetro aprendeu sobre o Deus verdadeiro a partir do que Ele havia feito por Seu povo (Êx 18:10-12). Por que esse princípio é válido hoje? Pergunte a si mesmo e à sua classe: Que tipo de testemunho nossa igreja apresenta ao mundo? O que dizemos ao mundo sobre a natureza e o caráter do nosso Deus?
2. Leia 1 Coríntios 10:4. O que esse texto revela sobre o erro de que o Deus do AT era vingativo, odioso e implacável, em contraste com Jesus? Como esse versículo mostra por que tal crença está equivocada?
3. Leia novamente o texto de Ellen G. White citado acima. Compare a atitude dos amalequitas com a de Jetro. Por que Deus trouxe juízo não apenas sobre eles, mas sobre muitos povos do mundo antigo?
Respostas às perguntas da semana: 1. Os israelitas estavam com sede, mas as águas eram amargas. 2. O povo de Israel reclamou da falta de comida. Deus forneceu o maná. 3. O povo deveria ter aprendido a não testar a Deus, pois Ele tem poder para prover todas as nossas necessidades. 4. Jetro visitou os israelitas, aprendeu sobre o verdadeiro Deus e aconselhou Moisés. 5. Para servir de exemplo e como advertência para aqueles que vivem no fim dos tempos. 6. Cristo é o pão e a água da vida, o único que pode satisfazer nossa sede e fome espirituais.
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TEXTO-CHAVE: 16:28-30
FOCO DO ESTUDO: Êx 15:22-27; 16; 17; 18:1-27
ESBOÇO
Introdução: A intervenção milagrosa de Deus ao resgatar Seu povo da escravidão, um evento único e sem precedentes, deveria ser lembrada e celebrada regularmente na Páscoa. Os israelitas foram redimidos e se tornaram livres para partir, no entanto, a liberdade é algo caro. Os sinais e maravilhas de Deus foram realizados em favor de Israel, resultando em juízos divinos que caíram sobre o Egito. Esses juízos não foram meramente punitivos para os egípcios, mas foram instrutivos para os israelitas também, ajudando-os a conhecer o Deus verdadeiro e quais são os valores reais e duradouros da vida. Deus Se apresentou como um Redentor amoroso e justo, um Guerreiro poderoso que havia resgatado Israel da escravidão. Esses eventos dramáticos tiveram o propósito de levar Seu povo a confiar plenamente em Deus como seu Guia e Cuidador sábio, aprendendo a depender de Sua liderança.
Após a grande libertação do Egito, a experiência do Mar Vermelho e a esplêndida celebração da salvação divina das mãos do Faraó e seu exército, Deus levou Israel ao Deserto de Sur, onde eles viajaram por três dias sem encontrar água. Aqui, os israelitas enfrentaram mais um teste de confiança no Senhor (Êx 15:25). Pouco antes, ao cruzar o Mar Vermelho e testemunhar a derrota do Faraó, eles haviam depositado sua confiança em Deus (Êx 14:31). Será que continuariam seguindo o caminho da confiança plena no Senhor, mantendo uma atitude de segurança em seu Líder? Tudo o que tinha acontecido nos últimos dias e semanas deveria ter sido gravado na memória deles. Eles se lembrariam da liderança de Deus quando as dificuldades da vida os atacassem novamente?
Deus cuidou de Israel como um pai amoroso, e o guiou pacientemente pelo deserto. Ele teve que ensinar ao povo lições dolorosas quando este murmurou; ainda assim, o Senhor amorosamente providenciou água, codornizes e maná e o instruiu sobre somo santificar o sábado.
Comentário
O trecho de Êxodo 15:22 a 18:27 descreve a jornada de Israel ao Sinai. A passagem contém cinco narrativas: duas histórias são relacionadas à dadiva da água. A primeira narrativa da água, em Mara, diz respeito a tornar doce a água amarga (Êx 15:22-27). A segunda narrativa da água diz respeito à água jorrando de uma rocha (Êx 17:1-7).
Entre esses dois relatos, encontram-se os milagres da provisão de alimento, com as codornizes e o maná, além dos ensinamentos sobre a observância do sábado (Êx 16:1-36). Essas três maravilhas, água, codornizes e maná, são seguidas por dois relatos adicionais: a vitória concedida pelo Senhor sobre os amalequitas (Êx 17:8-16) e a visita de Jetro, que ofereceu conselhos sábios a Moisés (Êx 18:1-27).
A dádiva da água em Mara
Pela primeira vez no Livro de Êxodo, a raiz hebraica lun (“murmurar”, “resmungar”, “reclamar”) aparece na história sobre a falta de água potável no deserto de Sur. Os israelitas pararam em Mara, onde a água era amarga; então, o “povo murmurou contra Moisés” (Êx 15:24). Infelizmente, lun se tornou uma palavra-chave que marca as histórias de Israel vagando pelo deserto. É uma palavra dominante nas histórias do maná e das codornizes, onde esse termo negativo ocorre oito vezes (como verbo em Êxodo 16:2, 7 e 8; como substantivo em Êxodo 16:7, 8; e mais duas vezes nos versículos 9 e 12). Também é mencionado no próximo relato sobre a água que jorra da rocha na narrativa de Refidim (Êx 17:3-6). A mesma ideia de murmuração ou queixa ocorre no livro de Números (Nm 14:2, 27, 29, 36; 16:11, 41; 17:5, 10). Esse termo é utilizado fora do Pentateuco apenas em Josué 9:18.
Quando o povo reclamou, Moisés clamou ao Senhor, o que agora é mencionado pela terceira vez em Êxodo (Êx 8:12; 14:15; 15:25). O Senhor ordenou que Moisés jogasse um pedaço de madeira na água amarga. Assim, a água foi curada quando Moisés seguiu as instruções de Deus. No contexto da cura da água, o Senhor prometeu que Ele não traria sobre eles “nenhuma enfermidade [hebraico: mackalah]” que Ele “enviou sobre os egípcios”, se eles O ouvissem cuidadosamente e O obedecessem. Para garantir Sua promessa, Ele usou uma fórmula divina: “Eu Sou o Senhor, Aquele que cura vocês” (Êx 15:26). O Senhor Se refere às várias doenças em conexão com as dez pragas (veja também a promessa de Deus em Êx 23:25). Nenhuma praga desse tipo cairá sobre os que são fiéis.
No deserto, a água é essencial para a vida. Sem ela, não é possível sobreviver; é fonte da vida e sustentação dela. A água é vida, e sem ela só se sobrevive por alguns dias. Não é de admirar que tenhamos várias histórias e milagres importantes relacionados à água em Êxodo e Números. Depois, Israel acampou em Elim, onde havia bastante água e sombra das palmeiras.
Codornizes, a dádiva do maná e o sábado
O Senhor respondeu misericordiosamente à reclamação das pessoas que se queixavam de não ter carne e outros alimentos que tinham desfrutado no Egito. Sua fala é cheia de exageros e amarga ironia. Os israelitas se lembraram de seus pratos cheios enquanto trabalhavam como escravos para o Faraó. Em resposta, no entanto, o Senhor prometeu que lhes daria pão do céu e também codornizes. Ele disse que, à noite, eles teriam codornizes e, pela manhã, pão do céu. Aconteceu exatamente como previsto (Êx 16:13). Na manhã seguinte, veio a surpresa: eles nunca tinham visto maná antes e, por isso, perguntaram: “O que é isso?” (Êx 16:15). Essa pergunta, na verdade, define o próprio significado da palavra “maná”.
Com a dádiva do maná, Deus ensinou os israelitas a observar e viver o sábado. Jesus chamou o maná de “pão do céu” (Jo 6:31), que é uma referência a Êxodo 16:4. Assim, o maná foi o pão que o Senhor deu ao Seu povo para comer no deserto (Êx 16:15). Durante 40 anos, o maná foi fornecido aos israelitas (Êx 16:35), e sua provisão cessou apenas quando eles celebraram a primeira Páscoa na terra prometida (Js 5:10-12).
A cada semana, durante os 40 anos de permanência dos israelitas no deserto, quatro milagres ocorreram. Esses milagres ensinaram aos israelitas a santidade do sábado: (1) o maná caía do céu todos os dias, exceto no sábado; (2) se alguém coletasse maná para mais de um dia durante a semana de trabalho, no dia seguinte ele estaria estragado ; (3) o maná caía em porção dobrada toda sexta-feira, o dia da preparação para o sábado; e (4) o maná coletado nas sextas-feiras não estragava, mas permanecia fresco para consumo no sábado. Assim, o Senhor supria todos os dias as necessidades de Israel. Seis dias por semana eles precisavam sair e coletar maná, um lembrete de que todos os dias eles eram completamente dependentes de Deus.
Outro milagre com o pão do céu foi a ordem do Senhor a Moisés para pegar um gômer de maná, cerca de 3,64 litros, colocá-lo em uma jarra e, em seguida, colocá-lo na frente da arca do testemunho (Êx 16:34, ARA). Posteriormente, um gômer de maná foi colocado na arca da aliança (Hb 9:4) como um lembrete para as gerações futuras. Esse maná não estragou, embora o maior período em que o maná diário permanecia preservado fosse de apenas dois dias, de sexta-feira para o sábado.
O substantivo “sábado” (do hebraico shabbat) é destacado várias vezes no Livro de Êxodo e é mencionado pela primeira vez na Bíblia em Êxodo 16:23, no qual é descrito como um “descanso sabático” (hebraico: shabbaton) e um “santo sábado ao Senhor”. Esse versículo é o primeiro comando explícito sobre a observância do sábado e contém três imperativos: “assar”, “cozinhar” e “separar”!
O sábado deve ser celebrado. É interessante que o versículo 25 acrescenta o quarto imperativo: “Coma”! Precisamos comer o maná hoje. Comer está intimamente ligado à observância do sábado. O termo temporal “hoje” é usado três vezes nesse texto em conexão com o sábado, enfatizando assim o milagre de comer maná no sábado porque Deus o providenciou. No versículo 25, é declarado que esse dia é um “sábado dedicado ao Senhor”, e o versículo 26 explica que o sábado é o sétimo dia da semana. O versículo 30 conecta o sábado ao descanso: “Assim, o povo descansou [hebraico: shabat] no sétimo dia”. A tríade de palavras-chave nessa passagem de Êxodo 16:23 a 30, a saber, “sábado”, “hoje” e “descanso” se conecta com Hebreus 4:7 a 10, em que Paulo também elabora as ideias de “sábado”, “hoje” e “descanso”. A palavra “sábado” aparece no livro de Êxodo também nas seguintes passagens: 16:25, 26, 29; 20:8, 10, 11; 31:14, 15 (duas vezes), 16; e 35:2, 3.
No ápice da história do maná, quando algumas pessoas saíram no sábado para coletar maná, Deus fez uma pergunta muito direta:
“Até quando vocês se recusarão a guardar os Meus mandamentos e as Minhas leis?” (Êx 16:28). O Senhor usa a palavra “recusar” para descrever a ação intencional deles. Eles precisavam entender que o sábado era uma dádiva, reforçada pelo fato de que o Senhor providenciava alimento para eles. Assim, não precisavam recolher maná por conta própria nesse dia.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
1. Jesus declarou ser o Pão da Vida (Jo 6:35, 48). Como podemos cultivar um relacionamento tão próximo com Jesus Cristo para que Ele Se torne nosso “pão e água” diários?
2. Quando e como devemos ajudar aqueles que se queixam das dificuldades da vida, e em que situações não devemos prestar atenção à murmuração?
3. Deus estava presente na coluna de nuvem e na coluna de fogo, mas os israelitas desprezaram a Sua presença na nuvem. Da mesma forma, podemos ter uma obra extraordinária de Deus acontecendo entre nós e não a valorizarmos. Como manter nosso senso de admiração pela santidade das coisas que envolvem Deus e Sua obra?
4. A visita de Jetro é uma narrativa exemplar sobre liderança piedosa. Moisés estava aprendendo e desenvolvendo suas habilidades de liderança. Ele era um líder centrado em Deus, que reconhecia a orientação divina em sua vida e na vida de Israel. Além disso, Moisés era um ex-
celente ouvinte, repleto de gratidão e louvor a Deus. Embora fosse um visionário, ele precisava aprender a delegar responsabilidades. Ele era ensinável, mesmo sendo um líder forte. O que havia em Moisés que o tornava receptivo a novas ideias e oportunidades de melhoria, sem levar críticas construtivas para o lado pessoal nem se sentir ameaçado por sugestões de crescimento?
5. O apóstolo Paulo, ao mencionar o milagre da água que jorrou da rocha em Refidim, afirma que Jesus era a Rocha (1Co 10:4). Nessa narrativa, o povo murmurou e colocou o Senhor à prova (Êx 17:2). Em Malaquias 3:10, somos convidados a testar a Deus. Qual é a diferença entre um teste positivo e um negativo em relação a Deus? De que maneira podemos testar a Deus de forma inadequada?
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"Somos Gratos"
Zimbábue | Siyabonga
Siyabonga significa "somos gratos" na língua nativa de Siyabonga, Siswati. Siyabonga tem muito a agradecer — especialmente pelo fato de sua mãe tê-lo convocado para uma conversa às 8 horas de uma noite.
A mãe tinha acabado de voltar do trabalho como gerente em uma empresa financeira em Essuatíni (um país também conhecido como Suazilândia), no sul da África.
"Venha para o meu quarto", disse a mãe. "Quero falar com você sobre uma coisa."
Siyabonga se perguntou o que ela queria e foi para o quarto dela. "Encontrei um lugar e acho que é o lugar certo para você", disse a mãe. Então Siyabonga entendeu o que a mãe queria falar. Ele estava procurando um lugar para estudar.
A mãe disse que pediu conselhos a um amigo no trabalho sobre uma universidade. O amigo recomendou a Universidade Solusi, no Zimbábue, a cerca de 800 quilômetros de distância.
Siyabonga estava disposto a ir. Ele disse à mãe: "Vamos tentar e ver no que dá".
Em seu primeiro fim de semana em Solusi, ele ficou surpreso ao ver que as pessoas iam à igreja no sábado. "Por que você vai à igreja no sábado?", ele perguntou.
"É assim que os adventistas fazem as coisas", disse um aluno.
"Os adventistas vão à igreja aos sábados", disse outro. "Eles não vão aos domingos."
Siyabonga não estava acostumado a ir à igreja em nenhum dia da semana. Mas ele foi.
Com o passar dos dias, ele teve outra surpresa. A oração parecia permear o campus. Os professores oravam antes das aulas. Os alunos se reuniam todos os dias da semana para cultos cheios de oração. Ele viu que os alunos também oravam antes das refeições no grande refeitório da universidade, que foi ampliado com a ajuda de uma oferta do trimestre de 2015. As pessoas pareciam orar antes de fazer tudo.
Não era assim que as coisas eram feitas onde Siyabonga morava. Ele nunca havia vivenciado algo assim antes. Mas ele gostou. Ele se sentiu motivado. Ele se sentiu fortalecido. Ele se sentiu mais próximo de Deus.
Então Siyabonga começou a se sentir mal com as coisas ruins que havia feito em sua vida. Ele se sentiu culpado. Ele sentiu tristeza. Ele se humilhou diante de Deus e pediu perdão.
Siyabonga havia pensado em se batizar antes de ir para Solusi, mas adiou o assunto, preocupado que pudesse estar tomando uma decisão errada. Ao se arrepender de seus pecados e colocar sua fé em Jesus, ele desejou entregar seu coração a Jesus no batismo.
Ele ligou para a mãe para contar a ela sobre seu desejo. Ela ficou encantada. "Vá em frente!", disse ela. "É a decisão certa." O pai disse a mesma coisa. Seus pais não se importaram que ele adorasse em um dia diferente. "Estamos adorando o mesmo Deus", disse o pai.
A água estava fria quando Siyabonga entrou no tanque batismal da igreja da Universidade Solusi. Mas ele se esqueceu do frio quando o pastor o mergulhou na água. Ele sentiu que Deus o havia perdoado e que ele era uma nova pessoa. Fazia apenas dois meses que ele havia chegado à universidade.
Hoje, Siyabonga está estudando inglês e comunicação. Ele espera trabalhar em marketing ou jornalismo algum dia. Ele adora orar e ler a Bíblia.
Siyabonga significa "somos gratos" em sua língua nativa de Siswati, e ele realmente é grato. Ele é grato por sua mãe o ter aconselhado a estudar na Universidade Solusi.
"Ir à igreja frequentemente me transformou", disse ele. "Isso me aproximou de Deus. Solusi é um bom lugar para se aproximar de Deus."
Parte de uma oferta trimestral de 2015 ajudou a expandir o refeitório da Universidade Solusi, permitindo que ele atendesse melhor a alunos como Siyabonga. Assim como a bênção dessa oferta ainda é sentida na universidade hoje, sua contribuição para os projetos deste trimestre também pode ter um impacto duradouro no Zimbábue e em outros lugares com a bênção de Deus. Obrigado por planejar uma oferta generosa para o dia 27 de setembro.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
• Mostre Essuatíni e o Zimbábue no mapa. Em seguida, mostre Bulawayo, a cidade mais próxima da Universidade Solusi.
• Assista a um curto vídeo no YouTube de Siyabonga em: bit.ly/Siyabonga-SID.
• Baixe as fotos para esta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.
• Compartilhe as postagens do Informativo Mundial das Missões e os fatos rápidos da Divisão Africana do Sul e do Oceano Índico: bit.ly/sid-2025.
Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º trimestre de 2025
Tema geral: “O livro de Êxodo”
Lição 7 – 9 a 15 de agosto
O pão e a água da vida
Autor: Felipe Alves Masotti
Editor: Fernando Dias de Souza
Revisora: Esther Fernandes
Nosso estudo desta semana é sobre Êxodo 15 a 18. Esses capítulos descrevem quatro eventos que antecederam a chegada de Israel ao monte Sinai. Cada um deles carrega uma verdade espiritual preparatória para a presença poderosa de Deus entre o povo. O evento das águas amargas de Mara (Êx 15:22-27) representa um paradigma da forma como Deus cuidaria das necessidades físicas do povo, desde que confiasse Nele. O episódio das codornizes e do maná (Êx 16) atesta o poder mantenedor divino, manifestado de maneira constante durante a jornada no deserto. A história da água fluindo da rocha, mediante a ação de Moisés, ensina sobre a importância da resiliência e da fidelidade ao Senhor. Por fim, a luta contra os amalequitas demonstra como o poder de Deus fortaleceria Seu povo no processo de entrada na Terra Prometida. Êxodo 18 ilustra a realidade relacional e colaborativa da atuação divina na história, exercida por meio do uso livre das habilidades humanas confiadas por Ele.
Águas amargas, codornizes e maná
Assim como Deus colocara os hebreus diante do exército egípcio às margens do Mar Vermelho, Ele os levou à exaustão no deserto. Essa realidade é confirmada pela afirmação: “Ali os provou” (Êx 15:25). Nenhuma informação é fornecida sobre o motivo do uso de um pedaço de madeira para tornar a água potável, mas o relato inspira fé e confiança.
O Senhor também lhes deu “estatutos e uma ordenança” (Êx 15:25). Os termos hebraicos ??q e mišp?? indicam, em conjunto, algum tipo de organização legal inicial. Não há informações específicas sobre o conteúdo desses primeiros mandamentos, mas funcionavam como legislação introdutória, destinada a proteger o povo dos flagelos que caíram sobre o Egito (Êx 15:26). Êxodo 15:27 encerra o episódio, apontando para um novo local: um oásis no deserto, sinalizando que a provação era transitória.
Êxodo 16 descreve o estágio seguinte da pedagogia divina em direção ao Sinai. O capítulo narra a revoada de codornizes sobre o acampamento israelita e a instituição da entrega diária do maná. Êxodo 16:3 explica a razão do novo murmúrio: não era mais a sede, mas o paladar que os fazia lembrar o Egito. A queixa era específica: “Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão à vontade!” A menção ao pão e à carne guia a resposta de Deus: Ele lhes fornece codornizes e maná.
A providência do maná é precedida por uma nova prova (Êx 16:4). Isso é confirmado em Deuteronômio: “Lembrem-se de todo o caminho pelo qual o Senhor, seu Deus, os guiou no deserto durante estes quarenta anos, para humilhar vocês, para pôr vocês à prova, para saber o que estava no coração de vocês, se guardariam ou não os seus mandamentos. [...] Para que vocês compreendessem que o ser humano não viverá só de pão, mas de tudo o que procede da boca do Senhor” (Dt 8:2, 3). O teste estava na capacidade de o povo reconhecer que a confiança verdadeira deve ser depositada na palavra de Deus, mesmo diante de dificuldades.
A entrega das codornizes ocorre “ao entardecer” (Êx 16:12, NVT). A expressão hebraica bên ha‘arbayim já havia sido utilizada para indicar o horário do sacrifício pascal, evocando a lembrança da libertação inicial. Mais uma vez, o cuidado de Deus marca o início de uma nova etapa. O maná, entregue pela manhã, reforça a ideia do cuidado diário e contínuo de Deus. Esse cuidado é também vinculado ao sábado (Êx 16:24-28), sugerindo que os estatutos dados em Mara talvez já incluíssem esse mandamento, antecipando elementos fundamentais da revelação que ocorreria no Sinai. Por fim, há o registro de um novo ato de memorialização: a preservação do maná, novamente com menção ao santuário, ainda não construído, indicando o destino sacerdotal da nação (Êx 16:33-36).
Água da rocha, os amalequitas e Jetro
Êxodo 17:1 a 7 narra o evento em Massá e Meribá, nomes que significam, respectivamente, “provocação” e “reclamação”. O povo discute com Moisés sobre a falta de água. O verbo usado aqui é rîb, que tem conotação jurídica, diferente do verbo lûn (murmurar), usado anteriormente. Assim, o episódio representa uma espécie de acusação formal contra Moisés. A gravidade do conflito é evidenciada pelo medo que Moisés sente de ser apedrejado (Êx 17:4). A resposta divina é reveladora: “Estarei ali diante de você sobre a rocha em Horebe” (Êx 17:6). É o Senhor, não Moisés ou o cajado, quem proverá a água, demonstrando Seu cuidado e presença. A provocação, embora séria, não resultou em punição imediata, possivelmente porque o povo ainda não havia tido a experiência do Sinai. No futuro, tal rebeldia seria tratada de forma diferente.
O primeiro confronto militar de Israel foi a batalha contra os amalequitas (Êx 17:8-16), no qual os amalequitas emboscaram o povo (Dt 25:17-19). A batalha, portanto, foi defensiva. Mais uma vez, o cajado de Deus é o símbolo do favor divino (Êx 17:9). A vitória, porém, depende da intercessão contínua de Moisés, cujos braços cansados simbolizam a fraqueza humana sustentada por ajuda mútua (Arão e Hur). Por isso, o altar construído após a vitória recebe o nome Adonai-nissi, “O Senhor é minha bandeira”.
Por fim, Êxodo 18 retrata o impacto de um testemunho fiel aliado a um trabalho bem executado. Jetro, sogro de Moisés, chega com Zípora e os filhos de Moisés, que haviam sido enviados de volta à Midiã (Êx 18:2), resolvendo uma aparente contradição com Êxodo 4:20 a 26. O reencontro se transforma em um jantar familiar com os anciãos de Israel (Êx 18:11-12), possivelmente com significado pactual. A segunda parte do capítulo (Êx 18:13-27) registra a organização do sistema judiciário de Israel, baseado em sua estrutura tribal. A ênfase de Jetro na idoneidade dos líderes (Êx 18:20, 21) mostra que a administração da justiça deveria se submeter à direção divina e aos princípios que seriam plenamente revelados no Sinai.
Referências:
Richard M. Davidson, A Song for the Sanctuary: Experiencing God’s Presence in Shadow and Reality (Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 2022).
Jacques B. Doukhan, Richard M. Davidson, Genesis and Exodus. Seventh-day Adventist International Biblical Commentary, v. 1 (Nampa, ID: Pacific Press, 2025).
Michael G. Hasel, “Êxodo”, em Ángel Manoel Rodríguez (editor-geral), Comentário Bíblico Andrews (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2024), v. 1.
Nahum M. Sarna, Exodus: The Traditional Hebrew Text with the New Jewish Publication Society Translation (Philadelphia, PA: Jewish Publication Society, 1991).
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2022).
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Felipe Alves Masotti é pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Formou-se em Teologia no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) em 2008, atuando posteriormente como capelão do Colégio Curitibano Adventista Bom Retiro e pastor de jovens na Igreja Adventista do Sétimo Dia Central de Curitiba. É mestre em Interpretação Bíblica pelo Unasp e doutor em Teologia do Antigo Testamento pela Universidade Andrews. Desde 2020, é professor de Antigo Testamento no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT), no campus da Faculdade Adventista do Paraná (FAP). Felipe é autor, coeditor e coautor de várias obras, incluindo Daniel: Interpretação, História e Teologia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2024), But the Wise Shall Understand (Tübingen: Mohr Siebeck, 2025) e Exploring the Composition of the Pentateuch (University Park, PA: Eisenbrauns, 2020). É casado com Camila Masotti, também professora na FAP, e pai de Miguel e Helena.