À medida que estudamos os eventos do tempo do fim em relação à marca da besta, um ponto crucial é a diferença no modo de atuação de Deus e do inimigo das almas.
As questões fundamentais no grande conflito entre Cristo e Satanás se concentram na lealdade, autoridade e adoração. As profecias que descrevem o poder da besta em Apocalipse 13, o chifre pequeno em Daniel 7 e o “homem da iniquidade” em 2 Tessalonicenses 2 falam de um poder que usurpa a autoridade de Deus, ordena lealdade e introduz um falso sistema de adoração. E faz isso através do uso da força, coerção e, às vezes, subornos e recompensas – tudo para obrigar a adoração.
Em contrapartida, o amor é a força motivadora do reino de Deus. Em vez de adorar a besta, o povo de Deus encontra sua alegria em adorar o Senhor. É comprometido com Ele porque sabe que Ele é fiel. Só uma coisa nos impedirá de receber a marca da besta no tempo do fim: um amor tão profundo por Jesus que nada possa abalar nossa confiança Nele. Nesta lição, vamos explorar mais esses temas.
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Em Apocalipse 14:7, Deus chama todos a adorá-Lo. Essa é a mensagem do primeiro anjo. Deus adverte as pessoas também sobre “Babilônia” espiritual (Ap 14:8), um falso sistema religioso com raízes na antiga Babilônia. Essa é a mensagem do segundo anjo.
O terceiro anjo adverte contra a adoração à besta (Ap 14:9, 10). O anjo declara com voz forte: “Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na testa ou na mão, também esse beberá do vinho do furor de Deus”.
1. Leia Apocalipse 14:12. Quais são as duas características do povo de Deus nos últimos dias? Por que elas são importantes?
A palavra grega para “perseverança” é hupomone, melhor traduzida como “perseverança inabalável”. No tempo do fim, Deus terá um povo leal a Ele diante da oposição e perseguição feroz. Por meio de Sua graça, demonstrará firme perseverança, vivendo de modo obediente, centrado em Deus, cheio da graça.
A adoração ao Criador (Ap 14:7) está em oposição direta à adoração à besta (Ap 14:9) e é expressa por um povo que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé em Jesus (Ap 14:12). O conflito final sobre lealdade a Cristo ou lealdade à besta gira em torno da adoração, e no centro do conflito entre o bem e o mal está o sábado.
2. Leia Romanos 8:1-4; Efésios 2:8-10 e Colossenses 1:29. O que essas passagens nos ensinam sobre o resultado de viver pela fé?
Vivendo pela fé, recebemos a graça divina, e nossa vida é transformada. Os seguidores comprometidos com o Salvador não só terão fé “em” Jesus, como terão a fé “de” Jesus. A qualidade da fé de Jesus para o tempo do fim será deles, e eles permanecerão fiéis, mesmo até a morte, assim como Jesus foi fiel.
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3. Leia Mateus 27:45-50. O que Cristo passou na cruz? O que Jesus quis dizer ao perguntar a Deus por que Ele O havia desamparado, e como essa cena nos ajuda a entender o que significa ter “a fé de Jesus”? (Ap 14:12, ARC)
Pendurado na cruz, envolto na escuridão, carregando a culpa, a vergonha e a condenação dos pecados do mundo, desconectado do amor do Pai, Jesus dependia do relacionamento que havia tido com o Pai em Sua vida. Ou seja, por meio de uma vida de completa dependência do Pai, mesmo nos momentos bons, Jesus tinha sido preparado para os piores momentos, até mesmo a cruz. O Salvador confiou, mesmo quando tudo ao redor clamava para que Ele duvidasse. Quando parecia que Deus O havia abandonado, Jesus não desistiu.
“Em meio da terrível escuridão, aparentemente abandonado por Deus, Cristo sofrera as piores consequências da miséria humana. Durante aquelas horas pavorosas, apoiara-Se às provas que anteriormente haviam sido dadas a Ele quanto à aceitação de Seu Pai. [...] Pela fé saiu Cristo vitorioso” (Ellen G. White, Cristo Triunfante [MM 2002], p. 304).
A fé de Jesus é tão profunda, confiante e comprometida que os demônios do cosmos e as provações da Terra não podem abalá-la. É uma fé que confia quando não pode ver, acredita quando não consegue entender, agarra com firmeza quando há pouco em que se agarrar. Essa “fé de Jesus” é uma dádiva que recebemos pela fé. Ela nos sustentará na crise que está à frente. É “a fé de Jesus” habitando em nosso coração que nos permite adorar a Cristo como supremo e perseverar firmemente quando a marca da besta for imposta.
A fé, contudo, não surge do nada. Os fiéis aprendem a viver pela fé dia após dia. Em tempos bons, em tempos ruins, quando sentimos Deus próximo, quando Ele parece distante, não importa. “O justo viverá pela fé” (Gl 3:11; Hc 2:4). O momento de se preparar é agora. Cada provação suportada com fé produz frutos preciosos.
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A profecia referente à marca da besta é sobre intolerância religiosa, boicote econômico, perseguição e decreto de morte. Surpreendentemente, é também uma mensagem de encorajamento. Mesmo no pior momento, Deus sustentará Seu povo, “os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). E, entre esses mandamentos, é claro, está o quarto, o sábado do sétimo dia.
João fala do pior momento, do clímax da guerra de Satanás contra Deus (Ap 13). A primeira estratégia satânica nessa campanha é o engano. Apocalipse 13 fala sobre um tempo no futuro em que o diabo trabalhará por meio de um poder político-religioso terrestre chamado besta e recorrerá à força.
A perseguição religiosa não é novidade. Existe desde que Caim matou Abel por adorar a Deus da forma como Ele instruiu que fizessem (ver Gn 4:1-8). Jesus disse que a perseguição aconteceria até mesmo aos crentes no primeiro século e ao longo dos séculos: “Chegará a hora”, Ele avisou, “em que todo aquele que os matar pensará que, com isso, está prestando culto a Deus” (Jo 16:2; veja também Mt 10:22; 1Pe 4:12).
A marca da besta será o último elo dessa cadeia ímpia. Como as perseguições no passado, ela foi projetada para forçar todos a se conformarem com determinado conjunto de crenças e com um sistema aprovado de adoração.
4. O que o povo de Deus enfrentará no momento decisivo? Ap 13:15-17
A perseguição começará com sanções econômicas: “Para que ninguém possa comprar ou vender” a menos que tenha “a marca”. Quando isso acontecer, a maioria se renderá. Qualquer um que não se submeter será posto sob um decreto de morte.
Por meio de concessões quanto aos ensinos bíblicos, o diabo está preparando cristãos professos para receber a marca da besta quando o teste final vier sobre nós. O amor de Deus por nós nos fortalecerá e nos preservará durante os tempos difíceis.
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5. De onde vem a besta, e quem dá a ela autoridade? Ap 13:1, 2
A primeira besta de Apocalipse 13 recebe o poder, o trono e grande autoridade do dragão. Apocalipse 12:9 e Apocalipse 20:2 identificam o dragão como Satanás, que é um inimigo astuto e trabalha através de poderes terrestres. Apocalipse 12:3-5 diz que esse “dragão”, o diabo, tentou destruir “o Filho” assim que nasceu. Esse “Filho Homem” foi mais tarde “arrebatado para junto de Deus e do Seu trono”. A criança é Cristo. Desejando destruir Cristo, Satanás usou Herodes e Roma imperial. Um governador romano, Pilatos, condenou Jesus à morte, um carrasco romano O pregou na cruz, um soldado romano O perfurou com uma lança e soldados romanos vigiaram Seu túmulo. De acordo com Apocalipse 13:2, o dragão, Satanás, atuando por meio de Roma pagã, daria o trono de seu governo a esse poder da besta emergente.
“Embora, em primeiro plano, o dragão represente Satanás, em sentido secundário, ele representa o Império Romano [...]. O poder que sucedeu o Império Romano e recebeu do dragão ‘o seu poder, o seu trono e grande autoridade’ é Roma papal” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 904). “Das ruínas da Roma política, levantou-se o grande império moral na forma gigante da igreja católica” (A. C. Flick, The Rise of the Medieval Church [1900], p. 150, citado no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 904).
6. Leia Apocalipse 13:3 e 14:4. Que contraste você vê nesses versos?
Em contraste com “toda a Terra”, que segue a besta, Deus terá fiéis que “seguem o Cordeiro”. Como sempre, será de um lado ou de outro, por Jesus ou contra Jesus. Assim como no presente, não haverá meio-termo, nem posição neutra. Não se comprometer com Jesus é, conscientemente ou não, comprometer-se com o outro lado.
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7. Quais são as marcas distintivas do poder da besta? Ap 13:4, 5
A besta do Apocalipse é um poder religioso apóstata que sai de Roma pagã e cresce até se tornar um sistema mundial de adoração. É um poder blasfemo (Ap 13:5). No NT, a blasfêmia é comparada a assumir os privilégios e prerrogativas de Deus.
8. Quais são os dois aspectos da blasfêmia? Lc 5:18-26; Jo 10:33
Jesus foi acusado de blasfêmia pelos líderes. Nesse caso, as acusações eram injustas, visto que Ele tinha todos os poderes e prerrogativas divinas, incluindo o direito de perdoar pecados, pois Jesus é Deus. Ele afirmou de maneira poderosa: “Há tanto tempo estou com vocês, Filipe, e você ainda não Me conhece? Quem vê a Mim vê o Pai. Como é que você diz: Mostre- nos o Pai?” (Jo 14:9).
Entretanto, 1 Timóteo 2:5 ensina que há um mediador entre Deus e o homem, o Homem Jesus Cristo. Em contrapartida, a Igreja Romana ensina que o padre é o mediador entre Deus e os pecadores. Porém, visto que o próprio padre é pecaminoso, não pode ser nosso mediador, pois também precisa de um mediador. A blasfêmia também é definida como a reivindicação de um homem de ser Deus ou de estar no lugar Dele. Veja estas duas declarações de fontes oficiais da Igreja Romana:
“O papa é tão honrado e tão exaltado que não é um mero homem, mas é como se fosse Deus na Terra” (Lucius Ferraris, “Papa”, artigo 2 em Prompta Bibliotheca [1763], v. 6, p. 25-29).
O Papa Leão XIII gabou-se: “Nós [os papas] assumimos na Terra o lugar do Deus Todo-Poderoso” (The Great Encyclical Letters of Pope Leo XIII [Nova York: Benziger, 1903], p. 193).
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“Desde a origem do grande conflito no Céu, o propósito de Satanás tem consistido em destruir a lei de Deus. Para cumprir esse objetivo, ele se rebelou contra o Criador e, embora tenha sido expulso do Céu, continuou a mesma luta na Terra. Sua constante meta tem sido enganar os seres humanos para induzi-los a transgredir a lei de Deus. Se isso é feito rejeitando toda a lei ou apenas um de seus preceitos, não importa: no fim, o resultado será o mesmo. [...] Em seu empenho para desacreditar os preceitos divinos, Satanás perverteu as doutrinas da Bíblia, e assim se incorporaram erros na fé nutrida por milhares dos que professam crer nas Escrituras Sagradas. O último grande conflito entre a verdade e o erro será nada mais que a batalha final da prolongada controvérsia relativa à lei de Deus. Estamos agora entrando nessa batalha – uma luta entre as leis dos homens e os preceitos de Jeová, entre a religião da Bíblia e a religião das fábulas e da tradição” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 485).
Adoração e criação estão ligadas. O conflito e as questões que envolvem a marca da besta giram em torno da adoração a Deus. É Ele digno de ser adorado?
O conceito de Cristo como Criador está no centro da observância do sábado. Jesus enfatizou a importância do dia do qual Se autodenominou “Senhor” (Mt 12:8; Mc 2:28; Lc 6:5). O sábado é um memorial eterno de nossa identidade. Ele nos lembra de que somos humanos, nos confere valor, reforça a ideia de que somos criados, e que o Criador é digno de adoração. Por isso, o diabo odeia o sábado, pois é o elo dourado que nos une ao Criador. Por isso, ele terá papel tão relevante na crise final.
Perguntas para consideração
- Quais são os princípios básicos por trás da reivindicação de autoridade da besta? Como essas atitudes podem se alojar em nosso coração de forma imperceptível?
- Seria Satanás apenas uma superstição primitiva? Qual seria a sua resposta a alguém que insiste em negar a existência do inimigo?
Respostas e atividades da semana: 1. Guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. A perseverança nos capacita a enfrentar as provações, e a lealdade determinará de que lado estaremos no fim. 2. Vivendo pela fé, recebemos Sua graça e somos transformados em filhos obedientes. Pela fé temos a salvação em Cristo e a santificação do Espírito, que nos levam a praticar obras que agradam a Deus. 3. Jesus sentiu a separação que o pecado causa entre Deus e o ser humano. Por isso, Ele Se sentiu desamparado, porém o estreito relacionamento que teve com o Pai durante Sua vida Lhe deu fé para ser obediente até a morte. 4. Sanções econômicas e decreto de morte. 5. Ela emerge do mar e recebe autoridade do dragão. 6. Os que seguem a besta e os que seguem o Cordeiro. 7. Arrogância e blasfêmia. 8. Colocar-se no lugar de Deus e perdoar pecados que só Deus pode perdoar.
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PARTE I – VISÃO GERAL
O Apocalipse é um livro de contrastes. A lição desta semana discute o selo de Deus e a marca da besta. Ao longo dos séculos, o sábado tem sido um sinal especial de fidelidade a Deus, que tem revelado que Deus é digno de adoração como Criador do Universo. A marca da besta também gira em torno da adoração. Satanás introduziu uma contrafação do sábado, o primeiro dia da semana, como símbolo de sua autoridade. O conflito final entre Cristo e Satanás se concentra em quem é digno de governar o Universo. Jesus é o Doador da vida. Por isso, Ele é digno de ser adorado. Satanás entende essa verdade como uma das questões dominantes no grande conflito entre o bem e o mal. Por essa razão, ele ataca o sábado, o símbolo da autoridade criativa de Deus.
Devido à importância do sábado no conflito final, a lei de Deus é preeminente no último conflito. Na lição desta semana, exploraremos as questões da última guerra da Terra. Em Apocalipse 14:12, está escrito: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”. O remanescente de Cristo no tempo do fim é cheio do dom da justiça de Jesus mediante a fé, a qual capacita Seus eleitos a guardar os mandamentos de Deus.
A lição desta semana também nos ajuda a identificar plenamente o poder da besta que surge do mar em Apocalipse 13. Descobriremos que esse poder, que usurpa a autoridade de Deus, obtém sua autoridade do dragão, ou Satanás. Esse poder da besta surge das ruínas do Império Romano e reivindica para si as prerrogativas de Deus.
PARTE II – COMENTÁRIO
Visão geral: Aqueles que prestam atenção às mensagens dos três anjos se afastam de Babilônia e de seus falsos ensinos. Consequentemente, eles são apreciados por duas coisas: eles são obedientes e têm a fé de Jesus (Ap 14:12). Eles estão esperando pacientemente a volta de Cristo, que é outra maneira de dizer que eles são firmes e inabaláveis em sua confiança em Deus e na obediência à Sua lei. Eles não serão abalados. Há uma declaração esclarecedora sobre Apocalipse 14:12 no comentário bíblico expositivo de John Gill: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, e não as invenções dos homens e as tradições do anticristo, mas os mandamentos do evangelho, da forma que eles foram inicialmente entregues, sem qualquer adulteração e corrupção, e aqueles que os guardaram porque esses mandamentos foram ordenados por Deus, por um princípio de amor a Ele e visando a Sua glória: Estes se distinguem dos adoradores da besta e foram preservados durante a apostasia; esses são as testemunhas [...] e o remanescente da semente da mulher, com quem o dragão fez guerra por meio da besta” (comentários sobre Apocalipse 14:12, Gill’s Exposition of the Bible, disponível em: rb.gy/5ce8yj).
Salvo pela graça, o remanescente se distingue dos adoradores do poder da besta do mar por causa de seu amor por Jesus e sua obediência aos mandamentos de Deus. Eles têm a fé de Jesus, tanto a fé Nele quanto a qualidade da fé de Jesus que os capacita a se tornarem vencedores. A fé deles resulta em obediência e os capacita a resistir quando a maioria das pessoas neste mundo se curva ao poder da besta que surge do mar. Ter a fé de Jesus significa ter Jesus habitando em nós. Na cruz, Jesus confiou no amor de Seu Pai quando não conseguia sentir o cuidado e a preocupação do Pai por Seu sofrimento como portador do pecado do mundo. A fé de Jesus, habitando em nosso coração, nos permite confiar Nele em todas as experiências da vida.
Identificando a besta que surge do mar
As pistas para identificar o poder da besta que surge do mar (Ap 13) são extremamente específicas. Na lição desta semana, discutiremos três importantes marcas identificadoras da besta que surge do mar. A primeira pista que encontramos diz respeito à origem do seu poder. “E o dragão deu à besta [que emergiu do mar] o seu poder, o seu trono e grande autoridade” (Ap 13:2). Quem é esse dragão que dá seu poder, trono e autoridade à besta do mar?
Lemos sobre o dragão em Apocalipse 12. O “dragão”, o diabo, “se deteve diante da mulher que estava para dar à luz, a fim de devorar o Filho dela quando [Ele] nascesse”. Posteriormente, o Filho foi “arrebatado para junto de Deus e do Seu trono”, uma referência inconfundível a Cristo (Ap 12:3-5). O dragão é identificado claramente nesses versículos. Em linguagem direta, a Palavra de Deus nos diz que o dragão é o diabo ou Satanás (Ap 12:8, 9). Ninguém menos que o arqui-inimigo de Deus e do homem está por trás do poder da besta que surge do mar. Entretanto, o diabo trabalha por meio de agentes humanos. Assim como Deus trabalha por meio de Sua igreja, o diabo trabalha por meio de uma gigantesca instituição religiosa caída que rejeitou a verdade de Deus e deu as costas à Sua lei. Embora o dragão seja essencialmente Satanás, como acabamos de aprender, Satanás estava tão alinhado com Roma pagã que o dragão, em um sentido secundário, também é um símbolo do Império Romano pagão (compare com Dn 7:7). Satanás usou a Roma pagã em sua tentativa de destruir Jesus logo após Seu nascimento (Mt 2:1-20). Depois, Satanás usou a Roma pagã para crucificar Cristo:
Um governador ROMANO, Pilatos, condenou Cristo à morte: Mateus 27:2, 17-26.
Um carrasco ROMANO O pregou na dolorosa cruz: Mateus 27:27, 35.
Um soldado ROMANO perfurou Seu lado com uma lança: João 19:34.
Um selo ROMANO foi fixado em Seu túmulo: Mateus 27:66.
Um esquadrão ROMANO de soldados guardava Seu túmulo: Mateus 27:62-65.
Ainda posteriormente, o dragão, por intermédio de Roma pagã, deu à besta que surgiu do mar sua sede ou trono. Essa entrega aconteceu quando o imperador romano Constantino decidiu transferir a capital de Roma para a cidade que veio a ser chamada de Constantinopla, na atual Turquia (o nome da cidade antes tinha sido Bizâncio, de 657 a.C a 324 d.C.; desde 1453, a cidade se chama Istambul), deixando um vácuo de poder no antigo trono ou sede dos Césares, a cidade imperial de Roma.
“Ao se retirar para o Oriente, ele [Constantino] deixou o campo aberto para os bispos de Roma. O papado é apenas ‘o fantasma’ do falecido Império Romano Ocidental, sentado coroado sobre a ‘sepultura deste’” (Arthur P. Stanley, Lectures on the History of the Eastern Church [Nova York: Charles Scribner’s Sons, 1862], p. 305). Portanto, o poder da besta que surge do mar, em Apocalipse 13, é o sistema de religião papal. Devemos lembrar aqui que estamos falando de um sistema, não de membros individuais desse sistema. O poder da besta que emerge do mar não é uma pessoa, é uma falsa organização religiosa.
A segunda pista que o capítulo 13 do Apocalipse nos dá sobre a identidade da besta que surge do mar é muito semelhante à primeira. O poder que surge de Roma é um poder que exige adoração. É um poder religioso. Apocalipse 13:3, 4 declara que “toda a terra se maravilhou, seguindo a besta; [...] e adoraram a besta”. A organização descrita aqui também é um poder religioso que se torna um sistema universal de adoração.
Essa observação nos leva à terceira pista que Apocalipse 13 dá para identificar a besta que surge do mar: ela profere blasfêmias (Ap 13:5, 6). De acordo com a Bíblia, o que é blasfêmia? Houve duas ocasiões em que o Senhor Jesus foi injustamente acusado de blasfêmia, o que nos dá assim dois exemplos bíblicos do que se entende por blasfêmia: (1) Alguém que finge ou afirma ser Deus, ou reivindica os privilégios e prerrogativas de Deus; e (2) algum homem que reivindica o poder de perdoar pecados. No caso de Jesus, as acusações foram injustas porque Ele realmente era e é Deus e possui todos os poderes e prerrogativas de Deus – incluindo o direito de perdoar nossos pecados (veja Jo 10:33, Lc 5:21).
A Igreja Romana tem duas doutrinas distintas que a Bíblia chama de blasfêmia. Uma delas é a sua alegação de ter o poder de perdoar pecados. A outra é delegar ao papa a obra de Deus na Terra.
Jesus é nosso verdadeiro Sacerdote, e somente Ele pode perdoar nossos pecados. É verdade que não somos justos o suficiente para comparecer diante de Deus. Precisamos de um Mediador. A maravilhosa boa-nova é que temos um Mediador, Jesus Cristo. As Escrituras ensinam que há apenas “um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade” (1Tm 2:5).
Quanto à maneira pela qual a Igreja Romana cumpre a segunda definição bíblica de blasfêmia, vejamos uma declaração explícita de uma fonte católica oficial sobre o status do papa: “O papa é de tão grande dignidade e tão exaltado que não é um mero homem, mas como se fosse Deus, e o vigário de Deus. [...] Por isso, o papa é coroado com uma tríplice coroa, como o Rei do Céu, da Terra e das regiões inferiores. [...] O papa é como se fosse Deus na Terra, [...] supremo Rei dos reis [...] a quem foram confiadas pelo Deus Onipotente orientações [...] do reino celestial” (Lucius Ferraris, “Papa”, artigo 2 em Prompta Bibliotheca [Veneza, Itália: Gaspar Storti, 1772], v. 6, p. 26-29, em latim. Reimpresso [Roma: Press of the Propaganda, 1899]).
O livro do Apocalipse exalta Jesus, identifica o povo de Deus nos últimos dias e revela as marcas identificadoras da besta para que possamos estar preparados para o conflito vindouro.
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
Reflita: Às vezes, alguns podem pensar que a condenação de Deus a uma organização religiosa que fez muito bem no mundo, com suas escolas, hospitais e serviços humanitários, parece um pouco dura e injusta. A questão mais importante não é se uma organização religiosa fez algum bem. As perguntas fundamentais são: Essa organização é fiel a Jesus e aos ensinamentos das Escrituras? O que está por trás de sua influência mundial? Ela está levando o mundo à união entre a igreja e o Estado, que a profecia prevê? O livro do Apocalipse revela que, sob os auspícios de Roma, nossa liberdade religiosa estará restrita, será aprovado um boicote econômico e, finalmente, o povo de Deus sofrerá opressão, prisão e morte.
Peça aos alunos que leiam em voz alta e discutam os três pontos vitais do nosso estudo desta semana:
- Esteja alerta ao que está acontecendo em nosso mundo. As profecias do Apocalipse predizem que surgirá uma união político-religiosa. Jesus instruiu Seus discípulos, pouco antes de ser crucificado: “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor de vocês” (Mt 24:42). O que Jesus quer dizer quando nos diz para “vigiarmos”? Como podemos fazer isso?
- Esteja preparado. A hora de se preparar para a crise final da Terra é agora. Uma crise geralmente não desenvolve o caráter, ela o revela. Agora é a hora de nos fortalecermos “no Senhor e no Seu forte poder” (Ef 6:10, NVI). Pense em alguma crise que você enfrentou. O que ela lhe revelou sobre você mesmo? Quais áreas você precisa fortalecer em sua caminhada com Deus como resultado dessa revelação de caráter? Como nos preparamos para a vinda de Cristo?
- Seja ativo. Jesus disse: “Vocês [...] serão minhas testemunhas” (At 1:8). Se houve um tempo para sermos ativos em compartilhar com as pessoas o amor de Deus, Sua Palavra e Sua mensagem para o tempo do fim, esse tempo é hoje. Na próxima semana, de que maneira você pode compartilhar a mensagem de Cristo sobre o tempo do fim com as pessoas ao seu redor?
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Preso no alcoolismo
Gabriel
Portugal | 3 de junho
Gabriel gostava de beber. Ele bebia cada vez mais, e sua esposa, Luísa, estava preocupada, pois ele estava se tornando um alcoólatra. Ela orava para ele parar de beber. Queria protegê-lo de si mesmo e proteger seu filho, Jorge.
Então, uma série de eventos incomuns aconteceu em suas vidas na ilha portuguesa da Madeira. A ilha está localizada a uma hora e meia de avião ao sul de Portugal e a oeste da costa africana.
Jorge tinha quatro anos e precisava ir para a pré-escola. Mas depois de alguns dias na escola pública, ele não queria mais ir.
“Buáááá!”, Jorge chorou quando foi deixado.
Luísa não sabia o que fazer. Gabriel não sabia o que fazer. Ele bebeu. Alguns dias depois, a família de três viajou para Funchal, a maior cidade da ilha, para realizar algumas tarefas. Enquanto a família resolvia seus negócios, Luísa notou uma escola atraente cercada por uma cerca com um portão de metal. “Olhe”, ela disse a Gabriel. “Vamos ver se eles aceitam o Jorge.”
Os três caminharam pelo portão aberto. No momento em que Jorge pisou no terreno da escola, ele exclamou: “Eu gosto desta escola!” Então, ele viu outras crianças brincando no parquinho. “Eu não quero ir para a outra escola”, disse ele.
Ele olhou para a mãe e o pai com grande determinação em seu rostinho. Batendo os pés no chão, ele gritou: “Eu não quero ir para a outra escola!” Foi assim que Jorge foi matriculado na Escola Adventista. Ele amou o lugar desde o primeiro dia e nunca chorou pedindo para ir para casa. Luísa ficou aliviada. Gabriel ficou aliviado. Ele bebeu.
Luísa continuou orando para que Gabriel parasse de beber.
Algum tempo se passou, e uma professora convidou Luísa para participar de uma reunião de oração de quarta-feira no segundo piso da escola. Luísa foi com Jorge e adorou! Ela sentiu como se estivesse experimentando o Céu na Terra. Ela e Jorge voltaram na quarta-feira seguinte e na próxima.
Então, Gabriel começou a ir com eles para as reuniões de oração. Enquanto ele ia, um desejo de parar de beber o preenchia. Ele queria paz. Ele ansiava por abandonar seu passado, mas se sentia preso.
Um dia, membros da igreja convidaram Gabriel e sua família para um piquenique. Pela primeira vez em sua vida, Gabriel comeu uma refeição saudável sem álcool. Ele nunca tinha comido tal refeição antes. Ele gostou da comida e sentiu que essa poderia ser uma boa maneira de viver. Gabriel e Luísa se juntaram a um pequeno grupo de estudos bíblicos. Para surpresa de Gabriel, ao estudar a Bíblia, ele perdeu sua sede pelo álcool. Ele estava cercado de pessoas que não bebiam. Era tão diferente de estar no trabalho, onde ele estava cercado por pessoas que bebiam. Seu coração foi tocado quando ele leu na Bíblia: “Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo, que está em vocês e que vocês receberam de Deus, e que vocês não pertencem a vocês mesmos?” (1 Coríntios 6:19, NAA). Ao passar mais tempo com pessoas que não bebiam, ele perdeu todo o desejo de beber.
Luísa estava muito feliz porque ele tinha parado de beber. Deus tinha respondido às suas orações.
Gabriel e Luísa entregaram o coração a Jesus e foram batizados. Quando Jorge tinha doze anos, ele também entregou seu coração a Jesus e foi batizado. Hoje, Gabriel é um ancião na igreja, e Luísa é uma diaconisa que ajuda no departamento das crianças.
Até hoje, Gabriel e Luísa não entendem por que Jorge chorou na escola pública e ficou feliz na Escola Adventista. Mas uma coisa é clara, porque Jorge foi para a Escola Adventista, a vida da família mudou completamente.
“Eu gostaria de ter conhecido a igreja antes”, diz Gabriel. “Ela provou ser uma grande bênção para minha família e para mim.”
A educação é uma forma importante pela qual a Igreja Adventista do Sétimo Dia compartilha as boas-novas da breve volta de Jesus em Portugal. Parte das ofertas do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a expandir a educação adventista abrindo uma escola de ensino fundamental em Setúbal, Portugal. Obrigado por planejar uma oferta generosa.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
- Mostre a localização da Ilha da Madeira em Portugal, no mapa.
- Leia na próxima semana sobre como a educação adventista mudou a vida de outro membro da família de Gabriel e Luísa: a avó.
- Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
- Baixe as publicações sobre a missão e fatos rápidos da Divisão Intereuropeia: bit.ly/eud-2023.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2023
Tema geral: As três mensagens do Apocalipse
Lição 11 – 3 a 10 de junho
O selo de Deus e a marca da besta: parte 1
Autor: Moisés Mattos
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Introdução
As questões fundamentais no grande conflito entre Cristo e Satanás se concentram em três pilares: lealdade, autoridade e adoração. Vamos estudar estas questões introduzindo o que podemos denominar “controvérsia entre o selo de Deus e marca da besta”.
I – Lealdade
A terceira mensagem angélica adverte que quem adora a besta beberá do vinho da fúria de Deus. “Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na testa ou na mão, também esse beberá do vinho do furor de Deus [...]” (Ap 14:9, 10).
Como essa marca será implantada no ser humano? Popularmente ouvimos pessoas falando e escrevendo sobre diferentes ideias a respeito disso. Elas vão desde chips, documentos e até vacinas que supostamente poderiam marcar as pessoas. No entanto, é preciso dizer que a marca envolve uma questão de lealdade a Deus e obediência aos Seus mandamentos. O texto bíblico diz: “Aqui está a perseverança dos santos que obedecem aos mandamentos de Deus e permanecem fiéis a Jesus” (Ap 14:12, NVI).
Ele revela que, no tempo do fim, Deus tem um povo leal a Ele diante da oposição e perseguição feroz. Por meio de Sua graça, esse povo demonstrará firme perseverança, vivendo de modo obediente, centrado em Deus, cheio da graça.
Em outras palavras, o povo de Deus é marcado por sua lealdade a Ele.
II – Autoridade
De posse da autoridade que lhe foi concedida, a besta (interpretada como sendo Roma em suas fases imperial e religiosa) fala blasfêmias, isto é, coloca-se no lugar de Deus, querendo ser igual a Ele. Uma das prerrogativas divinas usurpada pela besta do mar foi justamente o poder para perdoar pecados. Quando uma instituição religiosa pretende ter esse poder, ela está blasfemando por se colocar no lugar de Deus.
Soma-se a isso a perseguição empreendida pelas bestas de Apocalipse 13 aos filhos de Deus (intolerância religiosa). O império apóstata chega ao ponto de se utilizar de embargos econômicos para seus intentos. Em Apocalipse 13:17, lemos que chegará um tempo em que as pessoas não poderão comprar nem vender se não tiverem a marca da besta. Essas atitudes (perseguição, blasfêmias, embargos, etc.) podem ser vistas como a usurpação da autoridade que pertence somente a Deus.
Há aqui um jogo de poder entre Deus e o diabo, e nós estamos no meio de tudo isso. A cada dia, temos que decidir o que fazer e de que lado estaremos.
III – Adoração
No último livro da Bíblia, percebemos que o cerne da questão na luta entre o bem e o mal tem a ver com quem adoramos (a besta ou Cristo). No entanto, a questão vai além. Ela atinge a questão do “tempo em que adoramos” (o dia que relembra a autoridade do Deus Criador ou o dia inventado pelos homens; Ap 14:7) e a questão da “maneira pela qual adoramos”. O Apocalipse deixa claro que o povo marcado pelo selo de Deus, em contraste com os que recebem a marca da besta, guarda os mandamentos de Deus e mantém firme a fé em Jesus. Adoramos a Deus obedecendo os Seus mandamentos.
Conclusão
Os que se sairão vencedores nesse grande conflito entre o bem e o mal têm como características “guardar os mandamentos” e “ter a fé de Jesus”. O que é ter a fé de Jesus? O texto grego pode indicar tanto “fé em Jesus” quanto “fé de Jesus”. A aplicação disso é que o povo de Deus, além de manter um vívido relacionamento de fé e confiança em Cristo, mantém preservado o conjunto de ensinos de Jesus. Em outras palavras, temos um compromisso com as verdades vindas de Cristo e as vivemos pela fé que mantemos no Senhor. Hoje as pessoas defendem o seguinte conceito: Jesus sim, doutrinas não. Todavia, não há uma separação entre esses dois temas. Os que são de Jesus andam como Ele andou e praticam o que Ele ensinou. A grande interrogação, porém, é: Como povo, estamos prontos para cumprir esse compromisso? Por vezes, fico pensando no texto abaixo e me pergunto: Estou pronto para viver e proclamar essas verdades no tempo do fim? Vamos refletir sobre o seguinte texto:
“Tem-me sido mostrado que muitos dos que professam a verdade presente não sabem o que creem. Não compreendem as provas de sua fé. Não apreciam devidamente a obra para este tempo. Pessoas que agora pregam a outras, ao examinarem, quando chegar o tempo de angústia, a posição em que se encontram, verificarão que há muitas coisas para as quais não podem dar uma razão satisfatória. Até serem assim provadas, desconheciam sua grande ignorância. E há na igreja muitos que acham que compreendem aquilo em que creem, mas que, até surgir uma discussão, ignoram sua fraqueza. Quando forem separados daqueles que têm a mesma fé e forçados a estar sozinhos e expor por si mesmos sua crença, ficarão surpreendidos de ver como são confusas suas ideias do que têm aceitado como verdade. É certo que tem havido entre nós um afastamento do Deus vivo e um voltar-se para os homens, pondo a sabedoria humana em lugar da divina” (Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 5, p. 600, 601).
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Moisés Mattos é mestre em Teologia e pós-graduado em gestão empresarial. Serve à Igreja Adventista há mais de 30 anos em diferentes funções. Atualmente exerce sua atividade como pastor na Igreja Central de São Carlos, SP, e produz os comentários da Lição da Escola Sabatina para o canal Classe de Professores, no YouTube. Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, é pai de Thamires e Lucas.