Podemos encarar o futuro com esperança. Ainda que enfrentemos de- safios, sofrimento, dificuldades e tristezas, se tivermos esperança de dias melhores, viveremos com propósito e alegria. Franklin D. Roosevelt foi presidente dos Estados Unidos de 1933 a 1945, um dos períodos mais difíceis da história desse país. Paralisado pela poliomielite e incapaz de caminhar sem ajuda, escreveu: “Sempre nos apegamos à esperança, à crença, à convicção de que há uma vida melhor, um mundo melhor além do horizonte”. Albert Einstein, um dos homens mais brilhantes do mundo, escreveu: “Aprenda com o ontem, viva para o hoje, tenha esperança no amanhã”. Alfred Lord Tennyson, poeta inglês durante o reinado da rainha Vitória, escreveu: “A esperança irá sorrir no limiar do ano vindouro, sussurrando: ‘Esse ano será mais feliz’”.
Na última lição deste trimestre, veremos o amor inabalável de Cristo em meio ao momento mais emocionante da história e Sua vitória no grande conflito entre o bem e o mal. O Apocalipse nos dá esperança hoje, amanhã e para sempre.
*Esta lição se baseia nos capítulos 39 a 42 do livro O Grande Conflito
Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!
1. Que eventos ocorrerão pouco antes da volta de Cristo? Ap 22:11, 12; Dn 12:1, 2; Jr 30:5-7
O fim do tempo da graça para o ser humano será seguido por um tempo de angústia “como nunca houve desde que existem nações até aquele tempo”. Apocalipse 16 descreve as sete últimas pragas que serão derramadas sobre o mundo ímpio. Mas, assim como aconteceu no caso das pragas que caíram no Egito, os fiéis serão protegidos delas. Temos uma promessa: “Naquele tempo, o povo de Deus será salvo, todo aquele que for achado inscrito no livro” (Dn 12:1). Isso deve ser uma referência ao “livro da vida” (Fp 4:3; Ap 13:8; 20:12, 15; 22:19). Se permanecermos fiéis a Jesus, nossos nomes não serão apagados do livro da vida (Ap 3:5).
Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!
2. Leia 1 João 3:1-3; João 8:29 e 14:30. Qual é a única preparação eficaz para o tempo de angústia que se aproxima?
Os fiéis têm um relacionamento tão profundo com Jesus que nada pode abalar. O desejo deles é agradar o Senhor de modo que, por meio do Espírito Santo, eles tenham a pureza divina. Não havia nada no coração de Cristo que correspondesse aos enganos de Satanás. Podemos refletir esse aspecto de Seu caráter também.
3. Leia os Salmos 27:5; 91:1-11; Apocalipse 3:10-12. Que promessas tranquilizadoras Deus nos dá para o tempo de angústia?
Há algumas pessoas que têm compreendido de forma errada a ideia de passar pelo tempo de angústia sem um mediador. Jesus cessará Sua mediação no santuário do Céu quando todos tomarem a decisão final a favor ou contra Ele. Mas isso não significa que estaremos sozinhos durante esse tempo, confiando em nossa própria força. Jesus nos assegurou de que estará conosco sempre (Mt 28:20). Durante o tempo de angústia, nossa fé se fortalecerá, e nosso anseio pela eternidade aumentará, de modo que nosso único desejo será viver com Jesus para sempre.
4. Leia João 14:1-3; Tito 2:11-14. À luz dos desafios do futuro e do tempo de angústia, por que esses versos são tão encorajadores?
Jesus disse: “Que o coração de vocês não fique angustiado”. Essas palavras garantem que Ele nunca nos deixará e voltará para nos levar para casa. Este mundo não é nosso lar. Um dia melhor chegará. Uma vez a cada 25 versos, o NT fala da volta do Senhor. Quando os dias forem escuros e as leis opressivas da união da Igreja com Estado ameaçarem a vida, a promessa da segunda vinda de Cristo encherá nosso coração com a “bendita esperança” que tem inspirado o povo fiel de Deus em todas as gerações.
5. Leia Apocalipse 6:15-17; Isaías 25:8, 9. Compare as atitudes dos salvos e dos perdidos reveladas nesses versos. O que explica a diferença entre essas duas atitudes?
Os ímpios percebem as horríveis consequências do pecado, enquanto os justos aceitam as maravilhosas provisões da graça. A rebelião contra Deus leva ao medo, à culpa, à condenação e, finalmente, à perdição eterna. Nossa resposta à Sua graça salvadora leva ao perdão, à paz e à alegria eternas em Seu glorioso retorno.
6. Leia Apocalipse 15:3, 4; 19:7. Como os redimidos responderão à gloriosa salvação provida por meio de Cristo?
“A cruz de Cristo será a ciência e o cântico dos remidos por toda a eternidade. No Cristo glorificado, eles contemplarão o Cristo crucificado. [...] O fato de o Criador de todos os mundos, o Árbitro de todos os destinos, ter deixado Sua glória e se humilhado por amor ao ser humano despertará eternamente a admiração e a adoração do Universo” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 539).
Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!
Apocalipse 19 termina com uma descrição dramática da volta de Jesus e da destruição dos ímpios. Mas a história não acaba aí. Apocalipse 20 nos introduz a um período que durará mil anos, conhecido como o “milênio”.
7. O que acontecerá a Satanás quando Jesus voltar? Ap 20:1-3
As imagens de Apocalipse 20:1-3 são simbólicas. Satanás não ficará amarrado literalmente com uma corrente e trancado em um abismo. Por mil anos, ele estará confinado à Terra desolada e despovoada, limitado pelas circunstâncias que ele mesmo criou. Em 2 Pedro 2:4, lemos que Satanás e seus anjos estão destinados à punição por “correntes de escuridão”. Satanás será confinado à Terra por uma cadeia de circunstâncias, sem ter ninguém para tentar. Por mil anos, ele verá a devastação, destruição e o desastre que sua rebelião criou.
A palavra abismo é o termo usado na Septuaginta (tradução grega do AT) para descrever a Terra na criação (Gn 1:2). A Bíblia descreve a Terra desolada, não uma caverna ou abismo em algum lugar do Universo. O pecado e a destruição trazidos por Satanás, juntamente com o caos que precederá a volta de Cristo, tornará a Terra uma massa escura e desorganizada, como era sua condição no início da criação.
8. Leia Jeremias 4:23-26; 25:33; Isaías 24:1, 3, 5. Como os profetas bíblicos descrevem essa cena?
Os profetas enfatizam a destruição que ocorrerá na segunda vinda de Cristo, e que ninguém será deixado vivo na Terra no período de mil anos. Satanás e seus anjos serão deixados para contemplar os estragos causados por sua rebelião. O Universo inteiro reconhecerá novamente que o salário do pecado é a morte. Deus lida com o problema do pecado de um modo que ele nunca mais se levantará (Na 1:9). Deus faz isso de três formas principais: primeiro, Ele revela Seu amor ilimitado, Seu desejo e esforços incansáveis para salvar a humanidade. Segundo, revela Sua justiça, equidade e retidão. Terceiro, permite que o Universo veja os resultados do pecado e da rebelião.
Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!
Durante o milênio, os justos terão a oportunidade de observar em primeira mão a justiça e o amor de Deus na maneira de lidar com o pecado. Quem não tem perguntas que gostaria de fazer a Deus? Se um ente querido ou amigo não estiver lá, os salvos terão a oportunidade de entender plenamente as decisões divinas. Os redimidos compreenderão as poderosas tentativas divinas de salvar a todos. Perceberão novamente que os perdidos ficaram fora do Céu porque rejeitaram a Cristo. Só então, depois dos mil anos, Deus trará o juízo final – a segunda morte, a destruição eterna – sobre os perdidos.
10. Leia Apocalipse 20:7-9. Como os mil anos terminarão? Qual será o destino de Satanás e de seus seguidores?
Por mil anos, Satanás não terá ninguém para enganar. Ele e seus anjos estarão sozinhos para refletir sobre as consequências do pecado. No fim do milênio, os ímpios serão ressuscitados para enfrentar o juízo e receber sua recompensa final (Ap 20:5).
Satanás, então, terá um vasto exército de seguidores. Embora tenha sofrido derrota após derrota no grande conflito, ele se sentirá encorajado ao ver a enorme multidão de perdidos. Ainda não disposto a acabar com sua rebelião, sairá para enganar as “nações”. Satanás os inspirará a fazer um último grande esforço para derrubar Deus e estabelecer seu próprio reino. O termo “Gogue e Magogue” é usado para simbolizar Satanás e os perdidos de todas as eras. Ele e seus seguidores cercarão “o acampamento dos santos e a cidade amada” (Ap 20:9).
Os santos viverão e reinarão com Cristo na Nova Jerusalém durante o milênio. Então, no fim dos mil anos, a cidade descerá até a Terra, junto com Deus, Jesus, os anjos e todos os redimidos. Todos estarão presentes para a batalha final do grande conflito. O pecado estará prestes a ser erradicado de uma vez por todas!
Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!
11. Por que os ímpios serão ressuscitados? 2Co 5:10; Rm 14:10, 11; Ap 20:11-15
Para solucionar definitivamente o problema do pecado, todos devem ser convencidos de que Deus é justo. Finalmente, todo joelho se dobrará e reconhecerá a justiça divina no grande conflito. Até mesmo Satanás e seus anjos reconhecerão que nunca houve justificativa para a rebelião. Observe esta descrição de Ellen G. White: “Logo que os livros de registro são abertos e o olhar de Jesus incide sobre os ímpios, eles se recordam de todo pecado cometido. Veem exatamente onde seus pés se desviaram do caminho da pureza e da santidade, precisamente até onde o orgulho e a rebelião os levaram na violação da lei de Deus. As sedutoras tentações que estimularam cedendo ao pecado, as bênçãos pervertidas, os mensageiros de Deus desprezados, as advertências rejeitadas, as ondas de misericórdia rebatidas pelo coração obstinado, impenitente – tudo aparece como que escrito com letras de fogo. [...]
“Todo o mundo ímpio está em julgamento perante o tribunal de Deus, acusado de alta traição contra o governo do Céu. Não há ninguém para pleitear sua causa. Estão sem desculpa, e a sentença de morte eterna é pronunciada contra eles” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 551, 553).
12. O que a Bíblia revela sobre a destruição do pecado e dos pecadores e a recompensa dos justos? Ap 20:9; Sl 37:20; Ml 4:1, 2
Satanás e seus anjos serão destruídos no lago de fogo. O pecado e os pecadores serão eliminados. Eles serão consumidos, destruídos e não atormentados eternamente (Ap 20:9). O verso seguinte usa a expressão “para todo o sempre”. Em alguns contextos, a expressão “para sempre” não significa “de forma infinita”, mas “para sempre até que algo seja totalmente concluído” (Êx 21:6; 1Sm 1:22, 28; Jd 7; 2Pe 2:4-6). Para os perdidos, a destruição é eterna, não o ato de destruir. Deus não é um torturador eterno.
Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!
“Ali, mentes imortais contemplarão, com prazer que jamais acabará, as maravilhas do poder criador, os mistérios do amor que redime. Não haverá nenhum adversário cruel, enganador, para tentar nos fazer esquecer de Deus. Todas as habilidades se desenvolverão, e todas as capacidades serão ampliadas. A aquisição de conhecimento não cansará a mente nem esgotará as energias. Ali os mais grandiosos empreendimentos poderão ser levados avante, as mais elevadas aspirações poderão ser alcançadas, e realizadas as mais altas ambições [...]
“Com a visão desobstruída, olham para a glória da criação – sóis, estrelas e sistemas planetários, todos em sua ordem indicada, orbitando ao redor do trono da Divindade. Em todas as coisas, desde a menor até a maior, está escrito o nome do Criador, e em todas se manifestam as riquezas de Seu poder.
“O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única pulsação de harmonia e felicidade vibra por toda a vasta criação. Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeita alegria, declaram que Deus é amor” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 559, 560).
Perguntas para consideração
-
Por que Deus permitiu que o pecado existisse por tanto tempo? Ninguém sofre mais do que o tempo de sua existência. A vida é curta em comparação com os milhares de anos de pecado. Essa perspectiva nos ajuda a lidar com a questão do mal?
-
Como o milênio se encaixa no plano da salvação? Somente quando todos os redimidos estiverem convencidos da justiça, da equidade e do amor divinos, o juízo final será aplicado aos perdidos. O que esse período diz sobre o caráter de Deus?
Respostas e atividades da semana: 1. Um tempo de angústia sem precedentes. 2. Alimentar esperança na comunhão; agradar a Deus e se afastar do mal. 3. Jesus nos guardará. 4. Porque mostram que a volta de Jesus é certa. 5. Medo da parte dos ímpios e alegria da parte dos justos, os quais decidiram aceitar a salvação e aguardar a vinda do seu Salvador, enquanto os ímpios O rejeitaram. 6. Os salvos se alegrarão, louvarão a Cristo e O adorarão. 7. Ficará confinado à Terra desolada por mil anos. 8. Relatam uma destruição catastrófica; a Terra ficará novamente sem forma e vazia, como antes da criação. Ninguém será deixado vivo aqui. 9. Julgarão os que se perderam; terão oportunidade de tirar suas dúvidas quanto aos perdidos; viverão e reinarão com Cristo; poderão ver a forma justa como Deus sempre lidou com o pecado e com os pecadores. 10. No fim dos mil anos, Satanás será solto de sua prisão e reunirá seus seguidores para a última batalha. Serão lançados no lago de fogo e enxofre. 11. Porque todos terão de comparecer ao tribunal de Deus. 12. Os ímpios serão destruídos por completo e definitivamente; os justos viverão para sempre.
Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!
TEXTO-CHAVE: Apocalipse 21:3, 4
FOCO DO ESTUDO: Jr 30:5-7; Ap 3:10; Is 33:15, 16; Sl 91:1-11; Ap 1:7; Ap 19:11-16; Ap 20; Jr 25:33; Jr 4:23-28; Ap 21:1-4; Mt 8:11; Is 65:17, 22, 23; Ap 22:1-5, 11
ESBOÇO
Introdução: A lição desta semana encerra nosso estudo e destaca os acontecimentos finais na guerra cósmica entre Deus e Satanás. Entre os eventos notáveis que ocorrem no auge do grande conflito estão: (1) o tempo de angústia; (2) a segunda vinda de Jesus; (3) o juízo executivo no Céu durante o milênio, com um resumo dos eventos terrenos e celestiais daquela época; e (4) a restauração de todas as coisas para a eternidade. A Bíblia promete que o grande conflito terminará com a vitória de Deus. A Palavra de Deus nos convida a depositar nossa confiança Nele, a colaborar com Ele na redenção de tantas pessoas quanto possível e a compartilhar de Sua história passada (a cruz), presente (sal- vação individual e experiência coletiva, na igreja) e vitória futura (o desfecho cósmico).
Temas da lição: O estudo desta semana reuniu quatro temas que se relacionam:
-
O próprio Deus manterá e protegerá Seu povo durante as partes mais brutais da batalha final do grande conflito.
-
O grande conflito terminará com a vitória de Deus sobre o diabo, sobre o mal e o pecado, e sobre o sofrimento e a morte. Essa tríplice vitória é garantida porque já foi asse- gurada por Cristo por meio de Sua morte e ressurreição.
-
Compartilhamos da vitória de Deus quando a aceitamos pela fé e permitimos que o Espírito Santo opere em nós.
-
A vitória de Deus culminará na segunda vinda de Jesus, no juízo milenar e na res- tauração de todas as coisas.
COMENTÁRIO
O fechamento da porta da graça
O fechamento da porta da graça é um assunto que muitas vezes provoca medo em muitas pessoas. O tempo de graça termina para cada indivíduo em sua morte. Ou seja, a janela de oportunidade para que ele responda à graça de Deus será fechada quando ele morrer. A postura adotada diante da graça manifestada por Deus terá implicações eternas. O Senhor é justo e tratará o caso de cada indivíduo de acordo com a luz que recebeu; mas nossa resposta individual é decisivamente importante.
No entanto, os adventistas entendem pelas Escrituras que, além do fechamento da porta da graça na morte de alguém, haverá um momento na história do grande conflito em que Deus declarará que terminou o tempo em que as pessoas podem aceitar Sua graça perdoadora a fim de serem salvas. Essa ocasião marcará o limite irrevogável, após o qual nenhuma salvação será possível. O mundo então viverá sob o pronunciamento que o livro de Apocalipse registra: “Continue o injusto a praticar injustiça; continue o imundo na imundícia; continue o justo a praticar justiça; e continue o santo a santificar-se” (Ap 22:11, NVI). Verdadeiramente preocupados com sua salvação, muitos cristãos e adventistas fazem perguntas como: E se o momento do fechamento da porta da graça me pegar desprevenido ou desatento? E se eu não estiver completamente pronto naquele momento?
Precisamos deixar aqui pelo menos dois pontos bem esclarecidos.
Primeiro, o fechamento da porta da graça é real e acontecerá. Os enganos, intrigas e maldades do diabo não continuarão para sempre. O pecado, o sofrimento e a morte não nos dominarão eternamente. Eternizar o diabo, o mal e a morte significaria dizer que o Criador não é um Deus de amor e justiça. Mas porque Ele é, acabará com as fontes e forças do mal. O Senhor esperou pacientemente e deu todas as oportunidades aos seres humanos para testar Suas promessas, para conhecê-Lo e retornar a Ele e ao Seu reino de graça. Imagine o quanto Deus teria amado que toda a humanidade aceitasse Seu evangelho! Mas haverá um momento em que Ele deverá dizer: “Basta, está terminado”.
Um segundo ponto é que Deus não retirará Seu dom de graça mantenedora de Seu povo, mesmo que retire Sua misericórdia e graça perdoadora daqueles que permanecerem impenitentes no fechamento da porta da graça. Esse ponto é de extrema relevância: o fechamento da porta da graça não significa que o amor e a graça de Deus pela humanidade atingiram um limite ou se esgotou. O Senhor nunca deixa de ser o Deus de amor, justiça e graça descrito na Bíblia. É por essa razão que, após o fechamento da porta da graça, não haverá mais ninguém que sinceramente deseje receber a graça de Deus e que tenha respondido com fé à Sua misericórdia, a quem Ele diria: “Lamento, é tarde demais. Eu queria tê-lo salvado, mas o tempo de graça terminou”.
O fechamento da porta da graça de Deus será Sua confirmação de que cada indivíduo tomou sua decisão final sobre Sua graça e Seu reino. Em um momento futuro da história, o cenário histórico do mundo será tal que todos os habitantes da Terra tomarão essa decisão final e ficarão do lado de Deus ou de Satanás. No entanto, essa decisão não será tomada no impulso do momento. Em vez disso, em relação à eternidade, cada um decidirá com base em sua liberdade de escolha, tendo plena consciência das consequências. Assim como o norte de Israel e Judá quando rejeitaram a aliança de Deus e o Messias, alguns decidirão que não querem estar com o Deus da Bíblia. Outros concordarão com a mentira de Lúcifer de que eles são deuses e imortais, afinal, não apreciam a ideia de estar com Deus em Seu reino. O Senhor Se entristece com essas decisões inalteráveis; Ele apresentou todas as evidências e o amor necessários para salvá-los, mas respeitará sua escolha final. Outros, porém, decidem aceitar a graça de Deus porque O amam e querem ficar com Ele para sempre.
Além disso, é importante ressaltar que o fechamento da porta da graça não significa que, após esse momento, o povo fiel de Deus ficará desprovido de Sua presença, de Sua graça e da Sua justiça que os cobre. Cristo nos assegurou que Ele estará conosco “até o fim dos tempos” (Mt 28:20, NVI). A capacitação do Espírito Santo, que receberemos no alto clamor, não será removida de nós. Todo o povo de Deus, desde Adão e Abel até Abraão, Moisés, Davi, Isaías, Paulo e até o último cristão selado antes do fechamento da porta da graça, alcançará a salvação única e exclusivamente por meio da justiça e intermediação de Cristo, mediante a fé. Assim, a ideia de que alguns cristãos no fim dos tempos resistirão por seus próprios méritos e poder não é bíblica.
O novo céu e a nova Terra na Bíblia
Os cristãos geralmente falam e cantam sobre o Céu como o lugar de seu destino final e descanso eterno. No entanto, devemos manter a compreensão bíblica do Céu e evitar cair em visões pagãs ou filosóficas sobre o paraíso. De acordo com muitas cosmovisões, como as filosofias grega, hindu ou budista, o Céu é uma suposta esfera transcendente, atemporal e sem espaço que apenas uma mente ou alma humana desencarnada poderia alcançar. Na filosofia grega, a mente humana que atinge o Céu de alguma forma mantém sua identidade e consciência. De acordo com o hinduísmo, budismo e neoplatonismo, a consciência humana que alcança o Céu deve desaparecer dissolvendo-se na consciência universal.
Como resultado da influência da filosofia grega clássica no cristianismo tradicional, a maioria dos cristãos agora acredita na imortalidade da alma e em um Céu espiritual, em oposição a um Céu material. Esses cristãos não percebem que tais conceitos filosóficos criam contradições irreconciliáveis em sua teologia e em sua vida. Por um lado, ao pensar sobre a morte e o Céu, os cristãos tradicionais raciocinam em termos filosóficos gregos: na morte, a alma imortal vai para um reino transcendente, atemporal e sem espaço, chamado inferno ou Céu. Em outra perspectiva, esses mesmos cristãos acreditam no ensino bíblico extremamente claro da ressurreição do corpo. No entanto, eles não percebem que a imortalidade da alma e a ressurreição do corpo são simplesmente incompatíveis e geram inúmeras inconsistências.
Se nossa alma é imortal e está no Céu com Deus, por que ressuscitar o corpo? Sob tais circunstâncias, a ressurreição do corpo implicaria que a alma deixaria o reino espiritual do Céu e entraria novamente na esfera material, temporal e espacial. Mesmo assim, se apenas a alma for imortal, devemos nos perguntar: A ressurreição do corpo será permanente? O corpo agora também será eterno?
Os ensinamentos bíblicos sobre a natureza humana e a ressurreição eliminam todas essas inconsistências e problemas. Primeiramente, o ensino bíblico da natureza humana integral indica que os seres humanos não possuem uma alma imortal, mas são seres vivos complexos, indivisíveis e integrados. Em Seu retorno, Jesus ressuscitará todo o ser humano. Em segundo lugar, o ensino bíblico da natureza da humanidade rejeita o dualismo grego e seu conceito de que o Céu é uma esfera divina, transcendente, atemporal e imaterial.
De acordo com a Bíblia, na morte nosso ser não é dividido. Não vivemos como uma alma etérea ou uma alma que transita, totalmente consciente, para um estado de transcendência além do Universo criado. Quando morremos, todo o nosso ser morre. No entanto, quando Cristo voltar, Ele ressuscitará todo o nosso ser e nos acolherá em Seu reino real, histórico, temporal e espacial. Sim, na segunda vinda de Cristo viajaremos com Ele para o trono de Deus, para o santuário celestial, em algum lugar no centro do Universo. Mas essa viagem ocorrerá no Universo temporal e espacial, o que significa que viajaremos no espaço e no tempo. Jamais iremos além do Universo. Na verdade, nenhum ser criado jamais será transcendente porque somente Deus é transcendente ou está além do Universo criado. Querer alcançar o transcendente equivale a desejar ser Deus.
O juízo milenar no Céu também será um evento histórico que ocorrerá no espaço e no tempo, dentro do santuário celestial de Deus diante de Seu trono, que também está localizado em um lugar no centro do Universo. Depois do juízo, voltaremos à Terra. Após o juízo executivo de Deus contra o diabo e o resto dos rebeldes, Deus restaurará nosso planeta à sua beleza e perfeição originais. A nova Terra será o nosso lar. Lá viveremos como originalmente pretendíamos viver antes da queda: cheirando flores, cultivando um jardim, estudando uma folha, brincando com um leão, encontrando redimidos de todas as idades, bem como anjos e outros seres criados, e interagindo com eles. Um ponto ainda mais importante é que desfrutaremos o privilégio da comunhão face a face com Deus e iremos adorá-Lo pessoalmente. A Terra e o Universo serão reconciliados e serão trazidos de volta à harmonia e unidade que existiam antes da queda. Seremos capazes de viajar livremente por todo o Universo. A impossibilidade atual de viajarmos ao Céu não decorre de limitações temporais, espaciais, materiais ou de velocidade, mas é uma consequência do pecado. Quando o grande conflito finalmente terminar e o pecado for removido de uma vez por todas, a nova (renovada) Terra será integrada ao Céu, e então se cumprirá a mais preciosa das promessas da Bíblia: uma nova Terra e um novo Céu.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
-
Existem pessoas em sua congregação que têm medo de falar sobre os eventos finais? Você é uma delas? Como você as ajudaria a superar esse medo? De que maneira você e sua comunidade poderiam comunicar nossa mensagem bíblica como um anúncio de esperança, em contraste com a deturpada versão cinematográfica de Hollywood sobre um mundo pós-apocalíptico de terror? Ao mesmo tempo, como podemos abordar de maneira realista muitos dos aspectos mais sombrios do grande conflito, como a perseguição religiosa e o período de angústia?
-
As pessoas em sua cultura acreditam no retorno de uma divindade ou de um grande guru? O que essa crença nos diz sobre a esperança da humanidade pelo retorno de um salvador advindo do “além”? Como você compartilharia a esperança da segunda vinda de Jesus Cristo com tal público? Quais pontos você enfatizaria?
-
Alguns cristãos ou pessoas seculares acreditam que a segunda vinda de Cristo é meramente um símbolo de uma profunda transformação moral do indivíduo humano ou da sociedade. Como você explicaria a essas pessoas que a vinda de Cristo será um evento literal, visível e audível, no qual o próprio Jesus entrará pessoalmente em nossa história, tempo e espaço?
-
O que as pessoas de sua cultura pensam sobre o Céu? Em comparação com as Escrituras, o que há de problemático nos pontos de vista populares sobre o Céu? Como você compartilharia com sua comunidade a descrição bíblica do Céu? Quais aspectos das perspectivas bíblicas sobre o Céu teriam um apelo especial para as pessoas da sua cultura?
Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!
Escola de Milagres
Rússia | Ruvim
Para Ruvim, a Escola Cristã de Zaoksky é uma escola de milagres.
A escola adventista do sétimo dia de ensino fundamental e médio, que está localizada no campus da Universidade Adventista de Zaoksky, na Rússia, recebeu parte das ofertas de três anos atrás. Os fundos estão sendo usados para a construção de um novo prédio escolar, para que a escola possa sair das salas de aulas do apertado prédio universitário.
Mas para Ruvim, a escola é ma is que um milagre das ofertas trimestrais.
Muito antes de a oferta ter sido recolhido, ele e sua esposa, Alyona, foram visitar Zaoksky, cidade em que a escola está localizada. O jovem casal não tinha filhos, mas Alyona tinha amigas com filhos que estudavam na Escola Cristã de Zaoksky. Ela estava impressionada com a boa influência que a escola estava tendo na vida deles.
"Seria ótimo se tivéssemos filhos eeles pudessem estudar em Zaoksky", disse ela.
Ruvim concordou. Não havia escolas adventistas onde ele servia como pastor no sul da Rússia.
Um sonho foi plantado no coração deles. Mas o sonho parecia impossível, e eles o esqueceram.
Seis anos se passaram, e Ruvim recebeu uma ligação do diretor da Escola Cristã Zaoksky. A escola precisava de um capelão. Será que ele se mudaria com sua família para a escola?
Ruvim se lembrou imediatamente do sonho que parecia tão fora de alcance. Ele e Alyona tinham agora três filhos e se mudaram para Zaoksky justamente na época em que seu filho começaria o primeiro ano.
Para Ruvi m, foi um milagre. Seu filho poderia frequentar uma escola adventista.
Duas semanas depois do começo do ano escolar, Ruvim abriu um grupo no fim da tarde onde as crianças podiam estudar a Bíblia. A participação não era obrigatória, mas as crianças podiam receber nota extra por participar.
Seis dos 210 alunos da escola apareceram para o primeiro estudo bíblico de 45 minutos em uma quinta-feira à noite. Os garotos e as garotas se reuniram em um círculo em uma sala de aula.
Ruvim liderou o estudo de umas das doutrinas da Igreja Adventista. Ele fez várias perguntas, e as crianças abriram suas Bíblias para encontrar as respostas. Depois disso, Ruvim mandou um e-mail para eles com cópias da lição para eles preencherem em casa e enviarem de volta para ele verificar.
O grupo de estudo bíblico crescia à medida que outras crianças ouviam a respeito. Dentre as pessoas que aderiram estava um adolescente que era viciado em cigarro eletrônico. Os professores o avisaram que ele enfrenta ria uma expulsão se não parasse. Ele foi ao estudo bíblico por iniciativa própria.
Enquanto estudava, ele conseguiu parar de fumar e se tornou um dos jovens mais ativos e fervorosos do grupo.
No fim do semestre, cinco crianças do grupo entregaram seu coração a Jesus. Ruvim assistiu com alegria quatro garotas e um garoto serem batizados.
Para ele, esse era outro milagre da Escola Cristã de Zaoksky.
O grupo de estudo bíblico cresceu no semestre seguinte, com a adesão de mais sete crianças. Atualmente, oito crianças, de 13 a 16 anos, estão se preparando para o batismo.
Para Ruvim, esse é o milagre mais recente da escola. Não havia palavras para descrever sua alegria.
"Eu estou feliz que Deus me trouxe para Zaoksky para ser um instrumento vivo em Suas mãos", disse ele.
Obrigado por suas ofertas de três anos atrás, que ajudou na construção de um novo prédio para a Escola Cristã de Zaoksky, Rússia. Parte das ofertas deste trimestre ajudará a abrir um centro espiritual e social em Salekhard, no extremo norte da Rússia.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
- Mostre a Rússia no mapa. Então, mostre Zaoksky, 130 km ao sul de Moscou. Zaoksky é o local da Escola Cristã de Zaoksky, que recebeu parte da oferta do décimo terceiro sábado de 2021 para construir um novo prédio escolar. Mostre também Salekhard, no extremo norte da Rússia, que receberá parte das ofertas deste trimestre para abrir um centro espiritual e social.
- Zaoksky se pronuncia como: za-OK-ski.
- Baixe as fotos desta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.
- Compartilhe publicações missionárias e fatos rápidos sobre a Divisão Euro-Asiática: bit.ly/esd-2024
Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!
Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2024
Tema geral: O grande conflito
Lição 13 – 22 a 29 de junho
O triunfo do amor de Deus
Autor: Eleazar Domini
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Introdução
Os momentos que antecedem a segunda vinda de Jesus são descritos em Daniel 12:1 como “tempo de angústia, como nunca houve, desde que existem nações até aquele tempo. Mas, naquele tempo, o povo de Deus será salvo, todo aquele que for achado inscrito no livro.” Esse período é também conhecido como “a grande tribulação” ou “angústia de Jacó”. Os filhos de Deus, perseguidos pelos ímpios e, ao mesmo tempo, sem certeza de que todos os seus pecados tenham sido confessados, enfrentarão grande angústia mental. Entretanto, “nesse tempo, Se levantará Miguel, o grande Príncipe, o defensor dos filhos do povo de Deus” e os servos do Senhor serão salvos. Olhemos atentamente para esses acontecimentos finais.
I – Última geração: vivendo sem intercessor
Um questionamento comum, feito por alguns estudantes dos eventos finais que precedem a volta de Cristo é: Depois que a porta da graça se fechar e Jesus não estiver mais no lugar santíssimo intercedendo pelo ser humano, os salvos pecarão? Em um vídeo que fiz no canal “Fala sério, pastor”, tratando dessa questão, eu afirmei que essa não é a melhor pergunta a ser feita. Note bem: Somos pecadores porque pecamos ou pecamos porque somos pecadores? O salmista responde à questão ao afirmar: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. (Sl 51:5). Ou seja, já nascemos pecadores e precisamos de Cristo para obter a salvação. Pecamos porque já nascemos pecadores e não passamos a ser pecadores depois de um ato pecaminoso cometido.
O apóstolo Paulo afirma que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Imagine um bebê recém-nascido que, por complicações no parto, morreu pouco tempo depois do nascimento. Naturalmente, ele não cometeu ato pecaminoso algum. Agora imagine que Jesus não tivesse morrido na cruz para salvar o ser humano e levá-lo para o Céu. Se Cristo não tivesse morrido, aquele bebê teria a salvação? Qualquer estudante da Bíblia sabe que a resposta é: Não. A única forma de ter acesso à salvação é por meio do sacrifício de Cristo, não importa se a pessoa é bebê, criança, jovem, adulto ou idoso. Sendo assim, mesmo não tendo pecado por atos, o bebê já nasceu com algo que o impede de ter acesso ao Céu: a natureza pecaminosa, a qual, mesmo não sendo um ato pecaminoso, está presente em nós e é tão terrível que nos impede de ter salvação, a não ser pelos méritos de Cristo: “Devido ao pecado de Adão, sua posteridade nasceu com propensão inerente à desobediência” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 5, p. 1128).
Voltando à questão inicial referente a última geração, analisemos detalhadamente a questão, tendo em mente o contexto colocado acima. Por ocasião da “angústia de Jacó”, os salvos estarão passando por uma aflição que jamais foi vista desde que houve nações sobre a face da Terra. O professor Luiz Nunes fez uma analogia: Imagine que você está numa embarcação no meio do oceano e há uma enorme tempestade. O barco vira e você é arremessado ao mar. Você está lutando contra as ondas, já bebeu muita água e está tentando escapar da morte. Pergunta: Nesse exato momento, você teria um pensamento impuro, pensaria numa mulher desnuda, ou num ato libidinoso com alguém? Claro que não! Isso porque as circunstâncias que lhe cercam não permitem isso. Os salvos na última geração estarão enfrentando a “angústia de Jacó”. Será uma angústia tão severa que não pensarão em nada mais, não estarão praticando atos pecaminosos. Mas a pergunta é: Deixarão de ser pecadores? Não! Ainda serão pecadores necessitados da graça de Cristo. Por isso, a pergunta mais adequada não é: “Os salvos da última geração pecarão depois do fechamento da porta da graça?”, mas: “Os salvos da última geração continuarão sendo pecadores?” Lembre-se: Não são os atos pecaminosos que determinam se alguém é pecador ou não, pois já nascemos pecadores. A questão é a nossa condição. Por isso, todos, sem exceção, necessitam da graça e dos méritos de Jesus.
Falando sobre essa questão, Ellen G. White diz: “Os justos em sua angústia terão um profundo senso de sua falta de méritos e, com muitas lágrimas, reconhecerão sua completa indignidade. Como Jacó, pleitearão as promessas de Deus por meio de Cristo, feitas para pecadores tão dependentes, desamparados e arrependidos" (História da Redenção [CPB, 2021], p. 70). Ela ainda afirma: “Se quisermos ficar firmes através do TEMPO DE ANGÚSTIA, teremos de conhecer a Cristo e apropriar-nos do dom de Sua justiça, que Ele ATRIBUI (justiça imputada) ao pecador arrependido" (Mensagens Escolhidas [CPB, 2022], v. 1, p. 306).
Alguns podem questionar: Mas se Jesus não é mais intercessor no santuário, como os salvos continuariam sendo pecadores sem o ministério de Cristo no santíssimo? (Não disse que os salvos continuarão praticando atos pecaminosos. Lembre-se de que para ser pecador você não precisa fazer nada, apenas nascer neste planeta). No livro O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], à página 599, Ellen White escreve que, ao vir à Terra através da encarnação, “Jesus estava adquirindo o direito de Se tornar o advogado dos seres humanos na presença do Pai”. Isso significa que Cristo, antes da encarnação, era o prometido Messias, era o representante da humanidade apenas na promessa, ou no máximo mediando o conhecimento e aparecendo em ocasiões especiais (Gn 2:7, 21, 22; 16:7-13; Gn 32:22-32; Êx 20; Dt 34:5, 6; Js 5:13-15; Zc 3:1-4), mas em todos os episódios Ele ainda não era o Sumo Sacerdote e Advogado da humanidade em exercício. Isso seria realizado por Jesus no futuro. Surge a pergunta: Se Jesus ainda não era efetivamente Advogado da humanidade no Antigo Testamento, se não era ainda o Sumo Sacerdote em exercício, como, pois, Arão e os demais sumo sacerdotes compareciam na imediata presença visível de Deus, diante da Shekkinah, sem mediador? Não se esqueça de que quando Jesus encarnou, conforme lemos no livro O Desejado de Todas as Nações, Ele estava adquirindo o direito de Se tornar o Advogado dos seres humanos. A única resposta possível é: eles podiam comparecer diante da Shekkinah por confiar no futuro sacrifício de Cristo, prenunciado nos rituais do santuário terrestre. Assim, por uma fé PROSPECTIVA no Cordeiro de Deus que tira os pecados dele, Arão comparecia diante da presença de Deus em favor de si mesmo e da nação (Lv 16). Semelhantemente, os salvos da última geração comparecerão diante de Deus sem um mediador efetivo (pois Cristo terá concluído Seu trabalho sacerdotal), mas, por uma fé retrospectiva, eles apresentarão a Deus os méritos da expiação de Cristo, como está escrito no livro Patriarcas e Profetas [CPB, 2022}, à página 163, Ellen White diz: “Algo semelhante ocorrerá com aqueles que vivem nos últimos dias. Quando os perigos cercarem e o desespero tomar conta do coração, devem confiar unicamente nos méritos da obra expiatória.”
Não haverá dois tipos de salvos no Céu porque não há dois tipos de salvação. As exigências de Deus para a última geração são as mesmas para qualquer geração anterior. Não existirá no Céu pessoas salvas que viveram num período em que ainda podiam pecar e um outro grupo de pessoas salvas, mas que viveram na última geração e não podiam mais pecar. Todos que chegarem ali, seja da primeira, da segunda, da quinquagésima ou da última geração, serão pecadores arrependidos que somente puderam entrar no Céu porque se apropriaram dos méritos de Cristo e da justiça Dele.
II – Milênio
Haverá um dia que será o último dia de oportunidade para arrependimento. Como se fosse outro dia qualquer, as pessoas acordarão, sairão para suas atividades, estarão entretidas em suas labutas diárias e não saberão que, em algum momento, Jesus Cristo lançará o incensário de Suas mãos e encerrará Sua obra de mediação. Sem que ninguém saiba, toda oportunidade de salvação estará encerrada. Quem fez a escolha ao lado de Cristo, fez. Quem escolheu o lado do inimigo, também terá tomado sua decisão. Cristo então retorna à Terra para buscar Seus filhos. Aqueles que morreram, ressuscitarão e se unirão aos justos vivos. Os ímpios mortos permanecem mortos e aqueles que estiverem vivos por ocasião da segunda vinda de Jesus morrerão. Terá início o período que chamamos de milênio.
No período de mil anos que inicia na segunda vinda de Jesus, Satanás estará preso neste planeta que estará completamente destruído: “Olhei para a terra, e eis que ela estava sem forma e vazia; olhei para os céus, e eles não tinham luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam; e todas as colinas estremeciam. Olhei, e eis que não havia ninguém, e todas as aves dos céus haviam fugido. Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derrubadas em ruínas diante do Senhor, diante do furor da Sua ir” (Jr 4:23-26).
Como o trabalho do diabo é tentar as pessoas, e os justos estarão no Céu com Jesus, e os ímpios mortos na Terra, Satanás não terá a quem tentar. Estará preso pelas circunstâncias, como um pedreiro que precisa trabalhar, mas, com uma chuva muito forte, ele diz: “Hoje estou de pés e mãos atados”. É claro que ele não está literalmente preso, mas, as circunstâncias o aprisionam. Apocalipse 20:1-3 diz: “Então vi descer do céu um anjo que tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. 2Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos. 3Lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, PARA QUE NÃO MAIS ENGANASSE AS NAÇÕES até se completarem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.” Percebeu? O próprio texto se encarrega de explicar qual seria a prisão de Satanás: ele estará preso porque não poderá exercer sua atividade essencial de enganar as pessoas. Como mencionado anteriormente, com os ímpios mortos e os salvos no Céu, durante mil anos só restará ao diabo refletir em suas más obras.
III – Armagedom
Apocalipse 20:3 diz: “é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo .” Se entendemos que a prisão de Satanás é circunstancial e que tem a ver com a obra de enganar pessoas (que é o seu trabalho), logo, se ele estará solto, é porque haverá pessoas vivas novamente para serem enganadas. Apocalipse 20:5 diz, referindo-se aos ímpios: “Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição.” Ora, se eles não reviveram até que os mil anos acabaram, isso significa, obviamente, que após os mil anos, os ímpios ressuscitarão. Isso pode ser confirmado em Apocalipse 20:7 e 8, que diz: “Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. O número dessas é como a areia do mar.” Percebeu? A soltura de Satanás está diretamente associada à ressurreição dos ímpios. Deus ressuscita os ímpios para o acerto de contas final. Eles deverão comparecer diante do trono branco para serem julgados e sentenciados por Deus: “Vi um grande trono branco e aquele que está sentado nele. A terra e o céu fugiram da presença dele, e não se achou lugar para eles. 12Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, que estavam em pé diante do trono. Então foram abertos livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros. 13O mar entregou os mortos que nele estavam. A morte e o inferno entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras” (Ap 20:11-13). Mesmo assim, Satanás não perde a oportunidade de fazer o que sempre fez: enganar pessoas. Ele se adianta e convence os ímpios de que podem derrotar a Deus e tomar a cidade santa. Porém, o fim de Satanás e de todos os seus súditos será o mesmo: a morte eterna. “Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão 8e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. O número dessas é como a areia do mar. Marcharam, então, pela superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Porém, desceu fogo do céu e os consumiu” (Ap 20:7-9).
“O fogo que consome os ímpios purifica a Terra. Todo vestígio de maldição é removido. Não existirá nenhum inferno ardendo eternamente para fazer os resgatados se lembrarem das terríveis consequências do pecado” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB. 2021], p. 557). Enfim, o pecado foi destruído, bem como seu originador. O pecado não mais existirá. A Bíblia ensina que o pecado, Satanás e os ímpios serão completamente destruídos.
Conclusão
“O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única pulsação de harmonia e felicidade vibra por toda a vasta criação. Daquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeita alegria, declaram que Deus é amor” (O Grande Conflito, p. 560).
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Eleazar Domini é mestre em Teologia e apresentador do canal “Fala sério, pastor”, no YouTube. Serve à Igreja Adventista há mais de 14 anos e atuou em diferentes funções. Atualmente, exerce sua atividade como pastor nas igrejas de Danbury e Waterbury, Connecticut – EUA. É casado com Gisele Domini, farmacêutica, e é pai de Hannah e Isabella.