Lição 4
21 a 27 de janeiro
Ofertas para Jesus
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 2Cr 6
Verso para memorizar: “Que darei ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo? Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o Seu povo” (Sl 116:12-14).
Leituras da semana: 2Co 9:6, 7; Dt 16:17; Sl 116:12-18; 1Cr 16:29; Mc 12:41-44; 14:3-9

Além do dízimo, temos as ofertas, que são tiradas dos 90 por cento que ficam conosco depois que o dízimo é devolvido a Deus. Aqui começa a generosidade. Diferentes tipos de ofertas eram oferecidas pelo povo de Deus, como ofertas pelo pecado, dadas em resposta à graça divina, ofertas de gratidão, apresentadas em reconhecimento pela proteção de Deus e pelas bênçãos da saúde, prosperidade e sustento. Havia também ofertas aos pobres e ofertas para construir e manter a casa de adoração.

Quando consideramos a magnitude das dádivas de Deus para nós, começamos a ver nossa doação como mais do que apenas pavimentar o estacionamento ou comprar vestes para o coral. Levamos nossas dádivas à casa de Deus em resposta ao que Deus fez por nós, especialmente o sacrifício de Jesus. “Nós amamos porque Ele nos amou primeiro” (1Jo 4:19). A igreja local e as sedes administrativas em todos os seus níveis usam nossas dádivas para promover a causa de Deus. Nesta semana, revisaremos o que a Bíblia diz sobre as ofertas como parte de nossa administração dos negócios de Deus na Terra.

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Domingo, 22 de janeiro
Ano Bíblico: 2Cr 7
Motivação para doar

Amamos a Deus porque Ele nos amou primeiro. Nossa doação é a resposta ao Seu maravilhoso presente para nós, Jesus. “O Senhor não precisa de nossas ofertas. Não O podemos enriquecer com nossas doações. O salmista diz: ‘Tudo vem de Ti, e das Tuas mãos To damos’ (1Cr 29:14). No entanto, Deus nos permite demonstrar nossa apreciação de Suas misericórdias pelos esforços abnegados para passá-las a outros. Essa é a única maneira pela qual nos é possível manifestar nossa gratidão e amor a Deus. Ele não providenciou outro meio” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 14).

Quando entregamos “nosso” dinheiro a Jesus, isso fortalece nosso amor por Ele e pelos outros. Portanto, o dinheiro pode ser um poder para o bem. Jesus passou mais tempo falando sobre dinheiro e riqueza do que sobre qualquer outro assunto. Um verso em cada seis em Mateus, Marcos e Lucas é sobre dinheiro. A boa notícia do evangelho é que Deus pode nos livrar do amor ao dinheiro e do mau uso dele.

1. Leia Mateus 6:31-34 e Deuteronômio 28:1-14. O que Deus promete fazer por nós se Lhe obedecermos? É egoísmo de nossa parte reivindicar Suas promessas?

Nossas ofertas são evidência de nossa disposição de fazer sacrifícios pessoais para Deus. Ofertar pode ser uma experiência profundamente espiritual, uma expressão do fato de que nossa vida está totalmente entregue ao nosso Senhor. Para nós, como diz uma expressão do inglês, ofertar é “aplicar nosso dinheiro de acordo com as nossas palavras”. Você pode dizer que ama a Deus, mas ofertas generosas ajudam a revelar (e até a fortalecer) esse amor.

Nossas ofertas vêm de um coração que confia em um Deus pessoal que constantemente supre suas necessidades da melhor maneira. Nossas dádivas repousam na convicção de que encontramos a certeza da salvação em Cristo. Não são uma forma de apaziguar a Deus ou obter Sua aceitação, mas fluem de um coração que aceitou a Cristo pela fé como o único e suficiente meio de graça e redenção.

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Leia 2 Coríntios 9:6, 7. O que o Senhor nos diz? O que significa ofertar “segundo tiver proposto no coração”? Como aprender a doar com alegria?


Segunda-feira, 23 de janeiro
Ano Bíblico: 2Cr 8
Qual é a proporção das ofertas?

2. Leia Deuteronômio 16:17. Qual critério Deus dá como base para o valor das nossas ofertas?

Nossas ofertas são um reconhecimento e expressão de nossa gratidão a Deus por Suas abundantes dádivas de vida, redenção, sustento e bênçãos constantes. Assim, como observamos na passagem acima, o total de nossas ofertas deve ser proporcional às bênçãos recebidas. “Àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido” (Lc 12:48).

3. Leia o Salmo 116:12-14. Como devemos responder à pergunta feita no verso 12? Como o dinheiro se encaixa na resposta?

Como poderíamos retribuir a Deus todas as Suas bênçãos? Nunca poderíamos retribuir. Parece que o melhor que podemos fazer é ser generosos com a causa de Deus e ajudar nossos semelhantes. Quando Jesus enviou Seus discípulos a uma viagem missionária, disse-lhes: “Vocês receberam de graça; portanto, deem de graça” (Mt 10:8). Nossas ofertas contribuem para o desenvolvimento de um caráter cristão. Somos transformados, deixamos de ser dominados pelo egoísmo e passamos a ser movidos pelo amor. Como Cristo, devemos nos preocupar com os outros e com a causa de Deus.

Lembremos sempre de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Em contraste, tão certo como o dia segue a noite, quanto mais acumularmos para nós mesmos, mais egoístas nos tornaremos e mais miseráveis nos sentiremos.

Levar ofertas ao Senhor é um dever cristão com implicações espirituais e morais. Negligenciar isso é causar danos espirituais a nós mesmos, talvez mais do que possamos perceber. Cabe a cada um determinar a proporção das suas entradas que dará como oferta regular.

O que suas ofertas e sua atitude em relação à doação dizem sobre seu relacionamento com Deus?

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Terça-feira, 24 de janeiro
Ano Bíblico: 2Cr 9
Ofertas e adoração

A Bíblia não estabelece um programa para o culto de adoração. Mas parece que pelo menos quatro coisas estão presentes nos cultos de adoração. No NT, a lista inclui estudo/pregação, oração, música e dízimos e ofertas.

Três vezes por ano os homens (e famílias) de Israel deviam comparecer perante o Senhor em Jerusalém. “Não devem se apresentar de mãos vazias diante do Senhor” (Dt 16:16). Em outras palavras, parte da experiência de adoração era a devolução do dízimo e a entrega das ofertas. Era na Páscoa, no Pentecostes e na Festa dos Tabernáculos que os filhos de Deus traziam seus dízimos e ofertas. É difícil imaginar alguém chegando a essas festas de mãos vazias.

Para o antigo Israel, entregar seus dízimos e ofertas era uma parte central de sua experiência de adoração. O culto verdadeiro não é apenas expressar em palavras, cânticos e orações a gratidão a Deus, mas também demonstrar essa gratidão ao levar as ofertas à casa do Senhor. Os israelitas as levavam ao templo; nós as levamos à igreja aos sábados em um ato de adoração.

4. Leia 1 Crônicas 16:29; Salmo 96:8, 9; e 116:16-18. Como aplicamos os princípios expressos nesses textos bíblicos à nossa própria experiência de adoração?

Como filhos de Deus, encarregados da responsabilidade de administrar Seus negócios na Terra, é um privilégio, uma oportunidade e uma responsabilidade levar nossas ofertas. Se o Senhor nos deu filhos para criar para Ele, devemos compartilhar com eles a alegria de levar dízimos e ofertas para a Escola Sabatina e aos cultos da igreja. Em alguns lugares, pessoas devolvem o dízimo por meio de plataformas online ou outros meios. Seja como for, os dízimos e as ofertas fazem parte de nossa experiência de adoração a Deus.

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Como tem sido sua experiência em relação ao papel da devolução dos dízimos e ofertas como parte da adoração? Como essa prática impacta seu relacionamento com Deus e seu testemunho aos outros?


Quarta-feira, 25 de janeiro
Ano Bíblico: 2Cr 10
Deus observa nossas ofertas

5. Leia Marcos 12:41-44. Que mensagem essa história ensina a ricos e pobres? Que lição ela ensina e como aplicá-la à nossa adoração?

Jesus e Seus discípulos estavam no pátio do templo, onde havia os cofres do tesouro, e Ele observava aqueles que levavam suas ofertas. Estava perto o suficiente para ver que uma viúva havia doado duas moedas de cobre. Ela deu tudo o que tinha. “Jesus, porém, entendeu o motivo dela. Ela acreditava que o serviço do templo era indicado por Deus e estava ansiosa para fazer tudo que lhe fosse possível para a manutenção dele. Fez o que pôde; sua atitude serviria como um monumento em memória dela ao longo dos tempos, e seria motivo de alegria na eternidade. Seu coração acompanhou sua oferta. O valor foi avaliado não pela importância da moeda, mas pelo amor a Deus e o interesse para com Sua obra, que serviram de motivação” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 120).

Outro ponto muito significativo é que essa foi a única oferta que Jesus elogiou – uma dádiva para uma igreja que estava prestes a rejeitá-Lo, uma igreja que se desviou muito de seu chamado e de sua missão.

6. Leia Atos 10:1-4. Por que um centurião romano recebeu a visita de um anjo celestial? Que ações dele foram notadas no Céu?

Aparentemente, não apenas nossas orações são ouvidas no Céu, mas o motivo das dádivas também é observado. A passagem bíblica observa que Cornélio era um doador generoso. “Onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6:21). O coração de Cornélio seguia suas dádivas. Ele estava pronto para aprender mais sobre Jesus. A oração e a caridade estão intimamente ligadas e demonstram nosso amor a Deus e ao próximo – os dois grandes princípios da lei divina: “‘Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, com todas as suas forças e todo o seu entendimento.’ E: ‘Ame o seu próximo como você ama a si mesmo’” (Lc 10:27). O primeiro é revelado na oração, o segundo, na caridade.

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Quinta-feira, 26 de janeiro
Ano Bíblico: 2Cr 11
Projetos especiais: oferta do pote grande

Pesquisas mostram que apenas cerca de 9% dos recursos financeiros das pessoas são líquidos e podem ser doados como oferta a qualquer momento. Dinheiro, conta corrente, poupança, fundos de investimentos, CDB e outros tipos de investimentos são considerados ativos líquidos, pelo menos para os que possuem recursos assim. A maior parte dos ativos, cerca de 91%, estão “investidos” em imóveis, como casas, fazendas com criação de gado ou outros bens não líquidos (ativos fixos, que não podem ser facilmente convertidos em dinheiro).

As diferenças nas porcentagens de ativos líquidos e não líquidos podem ser ilustradas colocando 100 moedas pequenas de 5 ou 10 centavos em dois potes de vidro diferentes, com 1 moeda representando cada ponto percentual. Assim, você teria 9 moedas em um pequeno pote representando os 9% de ativos líquidos e 91 moedas em um pote grande representando os 91% dos ativos não líquidos.

A maioria das pessoas doa do pote pequeno – seus ativos líquidos. Isso é o que eles têm em sua conta corrente ou carteira. Mas quando alguém realmente se empolga com alguma coisa, doa do pote grande. A Bíblia conta muitas dessas histórias.

7. Leia Marcos 14:3-9 e João 12:2-8. Quais eram os personagens principais no banquete na casa de Simão? Qual foi o valor do presente de Maria? Por que ela ungiu Jesus naquele momento?

A dádiva de Maria valia 300 denários, o salário de um ano inteiro. Provavelmente tenha sido uma oferta do “pote grande”. Após esse incidente, Judas traiu Jesus por pouco mais de um terço dessa quantia, uma oferta do “pote pequeno”, 30 moedas de prata (Mt 26:15). Precisamos amar para doar do pote grande – nossos investimentos. Mas pessoas gananciosas, como Judas, “vendem a alma” por quase nada.

A obra e as atividades de Barnabé são mencionadas 28 vezes no NT. Ele foi companheiro de Paulo e um grande missionário. A base de tudo está na primeira passagem em que ele é mencionado. Em Atos 4:36, 37, lemos sobre sua oferta, uma oferta do “pote grande”. Que exemplo poderoso das palavras de Cristo: “Onde estiver o seu tesouro, aí estará também o seu coração” (Mt 6:21).

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Por que a doação de sacrifício é importante para quem doa e para quem recebe?


Sexta-feira, 27 de janeiro
Ano Bíblico: 2Cr 1
Estudo adicional

O livro celestial registra a fidelidade da família de Deus. “Foi-me mostrado que o anjo relator faz um registro fiel de toda oferta feita a Deus e depositada no tesouro, bem como dos resultados finais dos recursos assim doados. Os olhos do Senhor tomam conhecimento de toda mínima quantia consagrada à Sua causa, e da boa vontade ou relutância do doador. O motivo pelo qual se doa também é registrado. Pessoas generosas e consagradas, que devolvem a Deus o que Lhe pertence, como Ele requer, serão recompensadas segundo suas obras. Ainda que os recursos assim consagrados sejam mal aplicados, de modo que não venham a preencher os fins que o ofertante tinha em vista – a glória de Deus e a salvação das pessoas – aqueles que fizeram o sacrifício em sinceridade de coração, com a única finalidade de glorificar a Deus, não perderão sua recompensa” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 421).

“Deus deseja que oremos e planejemos para o avanço de Sua obra. Mas, como Cornélio, devemos unir a oração à doação. Nossas orações e atos de caridade devem subir perante Deus como um memorial. A fé sem obras é morta; e sem uma fé viva é impossível agradar a Deus. Enquanto oramos, devemos doar tudo o que podemos, tanto do nosso trabalho quanto dos meios, para que nossas orações sejam respondidas. Se pusermos em prática nossa fé, Deus não Se esquecerá de nós. Ele observa cada ato de amor e abnegação. Ele nos dará oportunidades de mostrar nossa fé por meio de nossas obras” (Ellen G. White, Atlantic Union Gleaner, 17 de junho de 1903).

Perguntas para consideração

  1. A oração e a doação andam juntas? Como saber a quem doar e quando doar?

  2. Uma revista falou sobre jovens de Wall Street que ganhavam muito dinheiro, mas eram miseráveis, vazios, angustiados e preocupados. Um deles disse: “O que importa depois que eu morrer se eu ganhei 1% em minha carteira de ações?” Doar com sacrifício pode ser espiritualmente benéfico, pois ajuda a nos libertar da “fascinação das riquezas” (Mt 13:22)?
  3. Devemos nos preocupar se os recursos serão “mal aplicados”? Por que os doadores devem considerar o que Ellen G. White falou sobre isso?

Respostas e atividades da semana: 1. Ele promete suprir todas as nossas necessidades. Podemos reivindicar Suas promessas. 2. Cada um oferecerá na proporção em que possa dar, segundo a bênção que o Senhor lhe houver concedido. 3. Devemos ser gratos e cumprir nossos votos de fidelidade. 4. Devemos dar a Deus a glória devida ao Seu nome, adorá-Lo com dízimos e ofertas, e reconhecê-Lo como Sustentador e Dono de tudo. 5. Aquela viúva não deu do que lhe sobrava, mas deu todo o seu sustento. Ela era motivada pelo amor a Deus e o interesse para com Sua obra. Essa deve ser também nossa motivação ao levar nossas ofertas à casa de Deus. 6. Ele temia a Deus e se impor- s, Maria, Marta, Lázaro, Simão e Judas. O valor foi o salário de um ano inteiro. Porque seu coração transbordava de gratidão pelo Mestre.

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Resumo da Lição 4
Ofertas para Jesus

PARTE I – VISÃO GERAL

O que podemos dar a Cristo por tudo o que Ele fez por nós? (Sl 116:12-14). A aliança divina de salvação requer a entrega completa do nosso corpo, mente, talentos e bens (Dt 8:18). Essa aliança só se mantém numa relação de amor total, de todo coração, de toda alma e com todas as forças (Dt 6:5).

No serviço de adoração a Deus, as ofertas revelam a qualidade do nosso compromisso e quem somos como adoradores. Como um exercício de fé, elas expressam gratidão e fortalecem nosso amor pelo Senhor e por Sua causa.

De acordo com as Escrituras, as ofertas devem ser dadas conforme a bênção recebida, e não meramente com base num percentual aleatório, desconectado da prosperidade do doador (Dt 16:17; Lc 12:48). Além disso, desde o Antigo Testamento, embora as ofertas fossem voluntárias, elas também eram indispensáveis nas grandes festas de adoração, nas quais não era permitido que o adorador comparecesse perante o Senhor de mãos vazias (Dt 16:16).

Nesse sentido, a adoração e as ofertas são voluntárias. Contudo, a primeira é somente aceita se for acompanhada da segunda. A adoração e as ofertas são voluntárias porque elas devem ser dadas livremente. No entanto, elas são obrigatórias no sentido de que são uma parte indispensável do nosso serviço ao Senhor.

No exemplo da viúva pobre (Mc 12:41-44), o Verbo que Se fez carne tomou tempo para sentar-Se e olhar os ofertantes que a precediam, analisando os motivos e o montante depositado em Sua casa para o avanço de Sua Obra (At 4:36, 37; Mc 14:3-9). Por meio de um anjo enviado do Céu a Cornélio (At 10:4), Deus também revelou que Ele observa e aprova o ofertante sincero.

PARTE II – COMENTÁRIO

Como a oração, as ofertas são compromissos de fé (At 10:4). No Antigo Testamento, havia ofertas de adoração obrigatórias, como as ofertas expiatórias e o imposto do templo (Lv 1–5; Êx 30:13, 14). Havia também ofertas voluntárias, cujo valor e tipo não foram prescritos (Êx 25:1-5). Entretanto, as Escrituras mostram que as ofertas prescritas e as obrigatórias, bem como as ofertas voluntárias, eram essenciais na adoração. No entanto, embora espontânea, a oferta, como qualquer ato espiritual, pode ser maculada por desejos egoístas ocultos. Para agradar a Deus, a oferta deve ser generosa. A disposição do doador também deve ser complementada pela alegria de doar, que é fruto do Espírito Santo (2Co 9:6, 7; Gl 5:22).

O significado de voluntário

No sentido geral, a Bíblia usa o termo “voluntário” para ofertas entregues de modo espontâneo (Êx 25:1, 2; 2Co 8:3). Em termos de adoração, “espontâneo” ou “voluntário” não significam, necessariamente, optativo. Antes do pecado, o dever e a obediência eram cumpridos com espírito de alegria e amor voluntário. O pecado rompeu essa unidade entre o dever e o espírito voluntário. Mas, no Espírito Santo, a obrigação e a voluntariedade são restauradas e vivem em perfeita harmonia novamente.

Fazer algo de modo voluntário significa realizar esse ato por motivação própria, sem ser pressionado ou constrangido por outra pessoa a fazê-lo. Em geral, a Bíblia relata que, nos cultos, as ofertas voluntárias, proporcionais às bênçãos ou prosperidade recebidas, eram indispensáveis para a adoração. Assim, devido à sua natureza essencial, as ofertas voluntárias não eram optativas, salvo se a pessoa decidisse não servir ao Senhor.

Uma oferta voluntária, no entanto, não é necessariamente agradável a Deus. É possível que mesmo as ofertas voluntárias sejam entregues por motivos errados. As pessoas podem desenvolver dons, dar tudo aos pobres e até dar seus corpos “voluntariamente” para serem queimados, mas não ter amor (1Co 13:1-3).

Por outro lado, a palavra “optativo” geralmente significa algo eletivo, que você é livre para fazer ou não. No contexto da adoração, os votos eram um exemplo de atos optativos. Mas as ofertas faziam parte da expiação, perdão, gratidão e dos aspectos dedicatórios da adoração. Portanto, embora espontâneas, as ofertas não podem ser optativas na adoração. Ofertas “voluntárias” referem-se a ofertas que se originam de um coração cheio de amor e alegria em obedecer ao Senhor e em dar-Lhe o máximo e o melhor do que se possui.

Doação voluntária versus essencial

Embora essencial, o ato de dar ofertas também é voluntário. No entanto, parar de doar pode ter sérias consequências espirituais. Portanto, a palavra “oferta” era usada para os deveres inegociáveis da vida espiritual no antigo Israel. Aqui estão alguns exemplos de tais deveres:

1. Servir ao Messias é um ato voluntário. O termo hebraico nedabah, “voluntariamente” (Sl 110:3), traduzido na Bíblia também como “livremente” (Dt 23:23), é usado para se referir aos que comparecem para prestar homenagem ao Messias. Essa mesma palavra é utilizada para oferta voluntária (Nm 29:39), ou simplesmente para oferta.

No Salmo 110:3, o povo ofertou-se voluntariamente ao Messias. Tudo o que for feito para Deus, deve ser com espírito voluntário. Como mencionado, “voluntário” significa “espontâneo”, não forçado. Mesmo o que é essencial ao serviço do Messias deve ser feito no espírito de uma oferta voluntária.

2. Ofertas das festas – A palavra nedabah também é aplicada à própria oferta, mesmo quando ela é obrigatória: “Celebrem a Festa das Semanas ao Senhor, seu Deus, com ofertas voluntárias [nedabah = ‘voluntário’, ‘ofertas voluntárias’] trazidas por vocês, segundo o Senhor, seu Deus, os tiver abençoado” (Dt 16:10). No entanto, embora voluntárias, era proibido comparecer a essa festa de mãos vazias. Além disso, as ofertas deveriam ser proporcionais, conforme a bênção. Nesse sentido, quando a Bíblia usa o termo “voluntário”, não quer dizer, necessariamente, optativo, salvo se a pessoa escolher não servir a Deus.

3. Ofertas cultuais de gratidão e expiatórias – As ofertas voluntárias eram indispensáveis no culto a Deus e no serviço do santuário, como se percebe na leitura de Levítico 1–7. Nesses capítulos, as ofertas para expiação e perdão eram voluntárias, como o holocausto e a oferta de manjares, entre outras ofertas. Não se podia, por exemplo, obter perdão sem ofertas. Portanto, elas eram essenciais. Nesses exemplos, as ações voluntárias também são apresentadas como essenciais.

4. O dízimo como oferta – O dízimo é obrigatório (Ml 3:8), mas também devia ser entregue com um espírito voluntário. “Os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao Senhor em oferta” (hebraico terumah; Nm 18:24; ver também Nm 18:19, 26, 28). Não entregar as ofertas e os dízimos é roubar ao Senhor (Ml 3:8). Deixar de ofertar não é uma opção para um coração convertido. “Especificou os dízimos e ofertas como sendo a medida de nossa obrigação” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 57).

5. Imposto do templo – O imposto obrigatório do templo também é chamado oferta (terumah; Êx 30:13, 14).

As ofertas fixas ou voluntárias são indicadas na Bíblia pelo uso de certos termos: “trazei” o dízimo (Ml 3:10), “dará” o imposto do templo (Êx 30:12-15) e “me tragam” uma oferta (Êx 25:2). Essas expressões deixam claro que tais instruções de Deus devem ser obedecidas. Portanto, em todos os momentos da história do povo de Israel, as ofertas ao Senhor eram um dever a ser cumprido com espírito voluntário.

Voluntários e com o coração movido

Nas ofertas para o tabernáculo (Êx 25:1, 2) estão princípios para todas as ofertas, voluntárias ou obrigatórias, que deviam ser dadas com o coração: “Diga aos filhos de Israel que Me tragam uma oferta [terumah]. De todo homem cujo coração o mover para isso, dele vocês receberão a Minha oferta [terumah]”.

1. Esses versos apresentam a declaração de um comando divino e a necessidade de um coração disposto. Se a ordem fosse obedecida sem um coração disposto, a oferta não seria aceitável (2Co 9:6, 7). Além disso, se o doador tivesse um coração disposto, mas sua disposição não fosse por amor e com alegria, nada seria ganho (1Co 13:1-3; 2Co 9:7).

2. Deus nos instrui a guardar Seus mandamentos (Dt 30:19). Ao mesmo tempo, Ele nos dá liberdade de escolha: “Escolham, pois, a vida, para que vivam, vocês e os seus descendentes”, porque toda obediência se baseia na alegria e bondade do coração (Dt 28:47).

3. O apelo de Davi para a construção do templo de Salomão ilustra bem a importância da motivação interna: “Quem, pois, está disposto hoje a ofertar com generosidade para o Senhor?” (1Cr 29:5). Como resultado, “o povo se alegrou com tudo o que se fez voluntariamente, porque de coração íntegro fizeram ofertas voluntárias ao Senhor” (1Cr 29:9, grifo nosso). Aqui estão os mesmos princípios apontados por Paulo: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama quem dá com alegria” (2Co 9:7, grifo nosso).

Na experiência da viúva pobre (Mc 12:41-44), do centurião (At 10:4) e de Barnabé (At 4:36, 37) temos exemplos de pessoas que deram generosamente e na proporção das bênçãos recebidas, com um coração perfeito e alegre e um espírito voluntário. O coração desses personagens bíblicos foi movido pelo Espírito Santo para realizar atos de generosidade.

PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA

1. Peça a um aluno que leia Jeremias 17:9. O profeta nos adverte dizendo que o coração humano é enganoso. Faça aos alunos as seguintes perguntas:

a. Alguém pode dar “voluntariamente”, mas ser movido apenas pelo costume social ou pelo medo da condenação? Explique.

b. É possível usar a expressão “oferta voluntária” para se esquivar de doar, ou para justificar doações de pequenas quantias, apenas para aliviar a consciência? Discuta com a classe.

2. Selecione voluntários para ler os textos a seguir. Convide a classe a refletir sobre o significado deles. Faça as perguntas que se seguem.

“Deus deseja de todos os seres criados por Ele o serviço de amor, que brote de um reconhecimento de Seu caráter. Ele não tem prazer na obediência forçada e concede a todos livre-arbítrio, para que Lhe possam prestar serviço voluntário” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2021], p. 10).

“Não admite nenhum rival na alma nem aceita serviço parcial, mas deseja unicamente o serviço voluntário, a espontânea entrega do coração tocado pelo amor” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 391).

a. O que a segunda citação quis dizer com “serviço voluntário” e “coração tocado pelo amor”? Por que Deus quer o nosso serviço apenas dessa maneira? Como podemos aplicar esse princípio às ofertas?

b. Como o amor nos capacita a guardar os mandamentos (Ec 12:13) de uma forma que seja aceitável ao Senhor, sem anular a nossa liberdade? Como o mesmo princípio se aplica à devolução voluntária de dízimos e ofertas?

A oração é a “oferenda dos meus lábios” (Sl 119:108); no entanto, ela nunca deve deixar de ser proferida.

Qual é a importância de sempre orar e dar ofertas como atos de adoração? (At 10:4).

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Acidente de Avião em Chamas

Pius

República Democrática do Congo | 21 de janeiro

Um adventista do sétimo dia escapou milagrosamente de um acidente de avião em chamas enquanto procurava visitar uma igreja que havia plantado em uma região remota da República Democrática do Congo.

Pius, um congolês e evangelista leigo de 53 anos, e o piloto saltaram de um avião An-2 biplano monomotor momentos antes de o avião atingir o chão.

As outras cinco pessoas no voo morreram.

“Ele sobreviveu apenas com seu celular”, disse sua esposa, Nicole.

Ela recebeu confirmação sobre a condição de seu marido por meio de fotos enviadas por um amigo logo após o acidente. Pius tinha um ferimento na cabeça e na perna, mas nenhum osso quebrado.

As fotos que ela recebeu no celular mostraram seu marido com um ar espantado e vestindo uma camisa ensanguentada, com um celular na mão.

Nicole ficou impossibilitada de falar com seu marido por três dias, mas suas primeiras palavras ao telefone foram cheias de louvor a Deus.

“Eu jamais deixarei este Deus”, ele disse a ela. “Ele é maravilhoso.”

Últimos Momentos do Voo

A causa do acidente não estava clara. O avião soviético, operado por uma companhia aérea local, aparentemente apresentou problemas no motor logo após decolar da cidade de Kamako em um voo de 150 quilômetros com destino a Tshikapa, localizada perto da fronteira com a Angola.

O piloto procurou um lugar para aterrizar, mas o problema do motor piorou. Enquanto o avião perdia altitude, a fumaça encheu a cabine, e Pius viu o piloto sair da cabine.

Naquele momento, ele sentiu uma voz dizendo: “Siga o piloto”. Ele viu o piloto abrir uma saída e pular. Ele também pulou. Momentos mais tarde, o avião bateu em um arbusto e explodiu em chamas. O avião caiu cerca de 3 quilômetros do aeroporto.

Após o acidente, líderes adventistas locais ofereceram condolências aos familiares daqueles que haviam morrido. Entre os passageiros estavam empresários e uma mãe angolana.

Sem Voos aos Sábados

Pius, um evangelista leigo que também trabalha como vendedor de diamantes, embarcou no avião na esperança de visitar o plantio de uma igreja de 15 pessoas que ele havia aberto após reuniões evangelísticas. Mas quando tentou reservar um voo direto para a cidade da igreja, ele soube que o avião só partiria no sábado.

Ele explicou para o representante da companhia aérea que não viajaria no sábado.

“Eu não posso porque eu adoro no sábado”, disse ele.

“Mas o voo só acontece aos sábados”, o representante respondeu.

Pius resolveu encontrar outra maneira para chegar ao seu destino naquele mesmo dia. Em vez disso, após pesquisar, ele comprou uma passagem para o condenado voo. Ele ligou para sua esposa do aeroporto para anunciar sua mudança de planos. Ele esperava encontrar outra maneira de chegar à igreja da cidade.

Naquela tarde, Nicole aguardava que seu marido ligasse para dizer que havia chegado ao aeroporto alternativo em segurança, mas ele não ligou.

Finalmente, um primo ligou e perguntou: “Como está seu marido?”

Nicole disse que eles não haviam conversado desde a manhã e perguntou se o primo havia ouvido sobre ele. O primo desligou o telefone sem responder. Nicole ligou imediatamente de volta e exigiu saber o que estava acontecendo.

“Continue orando e servindo a Deus,” o primo disse. “O avião em que seu marido estava caiu e todo mundo morreu, com exceção de seu marido e do piloto.”

Nicole foi para o quarto e se ajoelhou em oração. Pouco tempo depois, um amigo ligou dizendo que havia enviado fotos do marido e do acidente do avião pela internet. Nicole se apressou para uma cafeteria com internet para ter acesso ao Wi-Fi e ver as fotos.

Ela ficou aliviada ao ver que Pius estava vivo apesar dos ferimentos.

Nicole tem muitas dúvidas sobre o que aconteceu naquele dia. Ela não entende por que seu esposo e o piloto sobreviveram, mas os outros morreram. Ela não sabe se a decisão de seu marido em guardar o sábado teve um papel importante na história. Mas ela acredita que ele foi livrado conforme prometido em Salmos 91:14, onde o Senhor diz: “Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei” (NAA).

“Seja fiel a Deus porque Ele pode nos proteger em todos os momentos”, disse ela.

Obrigado por suas ofertas missionárias da Escola Sabatina que ajudam a plantar igrejas na República Democrática do Congo e em todo o mundo.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2023

Tema geral: Administradores fiéis: à espera do Mestre

Lição 4 – 21 a 28 de janeiro

Ofertas para Jesus

 

Autor: Wellington Almeida

Editor: André Oliveira Santos

Revisora: Rosemara Santos

O termo “oferta” é citado na Bíblia em muitas ocorrências em textos do Antigo Testamento e em algumas citações no Novo Testamento. O Dicionário Bíblico Adventista cita pelo menos nove tipos de ofertas e é possível, usando uma boa concordância, encontrar as diversas aplicações do termo. Para um estudo mais exaustivo, recomendamos o livro bíblico de Levítico (capítulos 1 a 17) e o livro Patriarcas e Profetas, de Ellen G. White, capítulos 30 e 31. É possível extrair do texto de Romanos 12:1, 2 uma ligação conceitual entre oferecer ofertas/sacrifícios. E, nesse caso, a expressão mais profunda da oferta não seria a entrega de qualquer valor, mas de uma vida. A sua.

“Os sinais indicam que o clímax da História, a segunda vinda de Cristo,

está às portas. Oramos para que estas lições aprofundem sua fé e confiança

em Deus e o encorajem a ser um administrador fiel para Ele” (G. Edward Reid).

 

  1. Verso para Memorizar

Que darei ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo? Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o Seu povo” (Sl 116:12-14, grifo acrescentado).

A pergunta do salmista parece ser retórica, mas precisa ser respondida pelo menos na minha sincera relação de intimidade com Deus: “o que estou dando representa de alguma maneira a expressão plena da minha gratidão pelo que também recebi como oferta?” Por outro lado, seria interessante o aspecto do testemunho na proposta desta reflexão: “O que dou, demonstra, para quem me observa, que sou grato pelo que tenho recebido? É visível minha gratidão?”

 

  1. Esboço para esta semana

As três primeiras lições (domingo a terça) apresentam importantes ensinos para discussão na unidade de ação: (1) a motivação para dar ofertas; (2) a proporção da oferta e (3) a atitude ao ofertar – adoração. As duas últimas lições (quarta e quinta), apresentam duas perspectivas de ofertas e considero muito importante essas abordagens: as ofertas dos “potes” (seja pequeno ou grande)

Tente apresentar a lição seguindo esta proposta de abordagem:

  1. Ofertas para Jesus

1.1. O motivo

1.2. A proporção

1.3. A adoração

  1. Exemplos de ofertas

2.1. A oferta do “pote pequeno”

2.2. A oferta do “pote grande”

 

  1. Abordagem sugestiva

Lembre-se: em casa você estuda, na unidade você compartilha. Vá direto ao ponto. Enfatize os destaques.

3.1. Motivação para doar. O texto no Verso para Memorizar sugere a percepção de benefícios recebidos: “Que darei ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo?Você poderia listar alguns desses benefícios? Você de fato os percebe? Quando lemos, por exemplo, João 3:16, que imagem vem em sua mente ao citar o texto? Qual é o maior benefício e, seguramente, a maior oferta de Deus para a humanidade? Qual foi a única motivação para que Deus ofertasse Seu Filho?

“Porque Deus amou”, Ele deu. Dar é uma manifestação de amor. 

“O espírito de liberalidade é o espírito do Céu. O abnegado amor de Cristo é revelado na cruz. Para que o homem pudesse ser salvo, Ele deu tudo quanto possuía, e em seguida Se deu a Si mesmo. A cruz de Cristo apela para a beneficência de todo seguidor do bendito Salvador. O princípio ali ilustrado é dar, dar. Isto levado a efeito em real beneficência e boas obras, é o verdadeiro fruto da vida cristã” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 14, edição digital).

O texto aponta para uma entrega plena, completa, efetuada na cruz. Ellen G. White pergunta: “Quando estiverem perante a cruz, e virem o Príncipe do Céu morrendo por vocês, podem fechar o coração, dizendo: ‘Não, não tenho nada para dar’?” (Conselhos Sobre Mordomia, p. 16, edição digital).

Deus não deu “dez por cento” de oferta. Ele deu “tudo”. Deu o seu “Filho unigênito”. E se olho para o texto de Romanos 12:1, 2, percebo que há uma expectativa de oferta grandiosa para Deus: o da minha vida. Assim, Deus deu o “Seu tudo” para que eu pudesse dar o “meu tudo”. Ele pede: “Dá-Me filho Meu o teu coração” (Pv 23:26). Quem dá o coração, dá tudo!

A pergunta 1 na lição de domingo nos leva a refletir sobre outro aspecto da adoração que envolve minha “abstinência da vontade própria”. Isto é, minha obediência voluntária em submissão à vontade do Senhor. Obedecer também é um ato de ofertar. Nessa perspectiva, a bênção deixa de ser um “negócio entre cavalheiros” para ser uma resposta de amor entre a criatura e o Criador.

Outro ponto a considerar tem a ver com aquilo que seria um fator “desmotivador” para ofertar: “O Senhor não precisa de nossas ofertas” (1Cr 29:14). Então, vem outra questão: Se Ele não precisa, por que Ele pede?” Ele pede para que nosso amor esteja Nele, e não no que Ele nos dá. O autor da lição declara que, “quando entregamos ‘nosso’ dinheiro a Jesus, isso fortalece nosso amor por Ele e pelos outros.” Por Ele, porque entregamos. Pelos outros, porque “repartimos”. Então, podemos responder à pergunta dois da lição:

3.2. Qual é a proporção das ofertas? O texto de Deuteronômio 16:17 afirma que devemos ofertar “na proporção em que [possamos] dar”. Essa é a “medida”. E mais: “segundo a bênção que o Senhor, seu Deus, lhe houver concedido”. Essa é a referência para a “proporção”. Assim, minha oferta é “medida pela bênção recebida”. Não há fixada nenhuma porcentagem específica que não seja a prosperidade de cada um. Poderia ser justo exemplificar que se alguém cresce em vinte por cento nos seus negócios, deveria crescer em ofertas na mesma proporção. “Proporção” seria uma medida financeira, matemática até. Mas a bênção é uma medida do coração. Não é o “quanto” dou, mas o “como” dou.

Então, temos outra questão: “O que é uma bênção?” Não é dinheiro. Não é negócio. É dádiva. A palavra hebraica no texto de Deuteronômio é “berakah” – um dom, presente. Responda então: o que seria uma bênção no deserto? O que seria uma bênção em um investimento no agronegócio? O que seria uma bênção pra você se investisse em imóveis? Agora responda: o que seria tudo isso sem o “ar” que lhe mantém vivo? Sem o sol que lhe mantém aquecido? Sem as nuvens que lhe mantém sob a sombra? Uma visita ao livro de Jó no final da sua história (capítulos 38 a 41), ou mesmo uma revisão no texto do Salmo 139, nos colocarão na correta perspectiva da dimensão de nossa oferta: sempre será menor que aquilo que Deus nos dá. Suas bênçãos serão sempre maiores que nossas ofertas. Nossa generosidade, na melhor das possibilidades, ajuda ao próximo, não a Deus. Ofertar é o exercício da minha generosidade para com o próximo e a cura para meu egoísmo. Quando oferto, expresso amor, expresso cura.

3.3. Ofertas e adoração. O Salmo 96:8 declara que a oferta precede minha intenção de ir ao templo. Ela faz parte da minha adoração. Não devemos nos apresentar “de mãos vazias”(Dt 16:16) perante o Senhor, mas de “mãos cheias”. Dizimar e ofertar fazem parte de nossa experiência de adoração.

3.4. Deus observa nossas ofertas. A leitura da narrativa sobre “a oferta da viúva pobre” contrasta qualquer paradigma associado ao valor financeiro de uma oferta e quebra esse falso conceito. Há um Deus que observa os motivos e parece ser esse o ensino na história. De maneira que qualquer pequeno valor pode ter um grande e nobre motivo, tanto quanto pode acontecer de um grande valor estar desprovido da verdadeira adoração. O que você estaria disposto a dar se “Jesus estivesse olhando, assentado, diante do gazofilácio”?

Em tempo: Ele está no Seu trono e do “alto” vê tudo aqui “embaixo” e tudo “aqui dentro”. Não posso me conter. Preciso reler esta narrativa de Ellen White no livro O Desejado de Todas as Nações: “Num momento, Sua fisionomia Se iluminou ao ver uma pobre viúva aproximar-se hesitante, como receosa de ser observada. Enquanto os ricos e altivos se apressavam para depor suas dádivas, ela se retraía, como se mal ousasse adiantar-se. Todavia, anelava fazer qualquer coisa, por pequenina que fosse, pela causa que amava. Contemplou a dádiva que tinha na mão. Era demasiado pequena em comparação com as ofertas dos que a rodeavam; ali estava, no entanto, tudo quanto possuía. Espreitando o ensejo, deitou apressadamente suas duas moedinhas, e virou-se para se afastar, ligeira. Ao fazê-lo, porém, encontrou o olhar de Jesus, cravado nela” (p. 614, 615, edição digital).

Este é o ponto: o que Jesus vê quando “crava Seus olhos” no ofertante? O que Ele vê quando você deposita suas ofertas? O texto de Marcos 12:44 diz o que Ele viu naquela cena: “da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento”. Essa é a medida da bênção que ela recebera e que desejava compartilhar. Não era, nunca foi, e nunca será uma conta financeira.

“O coração acompanhou-lhe a dádiva; seu valor foi estimado, não pela importância da moeda, mas pelo amor para com Deus e o interesse para com Sua obra, que a motivaram” (O Desejado de Todas as Nações, p. 615).

Ainda tem mais uma história...

3.5. Projetos especiais: oferta do pote grande. Esse ponto é um diferencial na lição. Sugiro que a releia e compreenda bem sobre os “ativos líquidos (“pote pequeno”, hoje representando 9% dos recursos financeiros) e não líquidos” (“pote grande”, equivalente a 91% de valores já investidos – ativos fixos que não podem ser facilmente convertidos em dinheiro). Hoje, segundo o autor da lição, a maioria das pessoas doa do pote pequeno. A história de Maria Madalena ilustra uma entrega de valor investido no “pote grande”, ou, se preferir, a “oferta do vaso de alabastro” (Mc 14:3-9).

Cabe aqui outra reflexão sobre nossas ofertas. Enquanto Maria doa o equivalente a 300 denários (salário de um ano inteiro – algo em torno de um pouco mais de quinze mil reais), Judas estava disposto a ofertar por 30 moedas (dez por cento do “pote grande” de Maria), a vida do seu Senhor. Dois amores antagônicos que promovem uma oferta. Um, de profunda gratidão e amor a Jesus. Outro, de profundo amor egoísta, desprovido do reconhecimento da graça oferecida.

Considere concluir a lição deste dia pensando nestas palavras de Ellen White: “Como o vaso de alabastro foi quebrado, e encheu toda a casa com sua fragrância, assim Cristo havia de morrer e Seu corpo ser quebrantado; mas Ele Se ergueria da tumba, e o perfume de Sua vida havia de encher a Terra. ‘Cristo nos amou, e Se entregou a Si mesmo por nós, em oferta de sacrifício a Deus, em cheiro suave’ (Ef 5:2). [...] Enquanto o tempo durasse, aquele partido vaso de alabastro contaria a história do abundante amor de Deus a uma raça caída” (O Desejado de Todas as Nações, p. 563, ed. digital).

 

Conclusão:

A Bíblia não condena ninguém por ser rico, uma vez que haja adquirido suas riquezas honestamente. Não o dinheiro, mas o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. É Deus que dá aos homens poder para adquirir fortuna; e nas mãos daquele que agir como mordomo de Deus, empregando seus meios altruistamente, a fortuna é uma bênção – tanto para seu possuidor como para o mundo” (A Ciência do Bom Viver, p. 212).

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Francisco WeIlington de Oliveira Almeida é pastor, casado com a professora Rosalba Canté Almeida, pai de Ilos McRoswell Canté Almeida (in memorian). Graduou-se em Administração de Empresas (ISES, 1991), bacharel em Teologia (IAENE, 2002), pós-graduado em Missão no Século 21 (IAENE, 2013) e Família (2012) e mestre em Teologia Pastoral (IAENE, 2014). Iniciou o ministério como distrital em Paragominas (2003/2004), Tucuruí (2005-2008), foi MIPES e Secretário Executivo na Associação Sul do Pará (2009-2013), Secretário Executivo na Associação Maranhense (2014-2016), Secretário Executivo, Lar e Família e Mordomia Cristã na Associação Norte do Pará (2016-2022). Foi nomeado Presidente desse campo (ANPa) em novembro de 2022.