Quando escrevemos algo, temos um propósito; algumas vezes, um propósito significativo. Abraham Lincoln, por exemplo, escreveu seu famoso Discurso de Gettysburg em 1863, após a terrível devastação na batalha da Guerra Civil Americana, que deixou cerca de 7 mil soldados mortos. Nesse discurso, inspirado nos pais fundadores, Lincoln expressou sua crença de que a guerra civil era o teste final para determinar se a nação criada em 1776 subsistiria ou desapareceria da face da Terra.
Paulo tinha um propósito profundo, que motivou sua carta. Os efésios estavam sendo tentados a desanimar, em parte por causa do aprisionamento do apóstolo (Ef 3:13; 6:20) e , em parte , devido às contínuas perseguições e tentações. Paulo relembra a eles o que aconteceu quando se converteram, aceitaram Cristo como seu Salvador e passaram a fazer parte da igreja de Deus. Eles se tornaram o corpo de Cristo (Ef 1:19-23; 4:1-16), os materiais de construção de um templo (Ef 2:19-22), a noiva do Senhor (Ef 5:21-33) e um exército bem equipado (Ef 6:10-20). Desempenhavam um papel estratégico no cumprimento do grande plano divino, de unir todas as coisas em Cristo (Ef 1:9, 10). Paulo escreveu para despertar os crentes em Éfeso quanto à sua identidade integral e aos seus privilégios como seguidores de Cristo.
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1. O que Paulo fez em sua primeira visita a Éfeso, no final da segunda viagem missionária? At 18:18-21
Éfeso era uma das maiores cidades do Império Romano, com uma população de cerca de 250 mil habitantes. Era a capital de uma das províncias mais ricas do império, a província da Ásia, que abrangia grande parte do que conhecemos hoje como Ásia Menor. Na época de Paulo, a província desfrutava de crescimento e prosperidade. Como cidade portuária, Éfeso também estava no trajeto de importantes rotas terrestres. Embora o povo adorasse muitas divindades na cidade, Ártemis (chamada Diana, na mitologia romana; ver At 19:24, 35), considerada a deusa protetora da cidade, era suprema. Sua adoração era o foco de cerimônias cívicas, jogos atléticos e celebrações anuais.
Paulo retornou a Éfeso em sua terceira viagem missionária e permaneceu ali “por três anos” (At 19:1-12; 20:31). O apóstolo dedicou um tempo significativo a Éfeso com a intenção de fundar firmemente o cristianismo naquele lugar.
2. Qual acontecimento estranho fez com que predominasse a reverência pelo “Senhor Jesus” em Éfeso? At 19:13-20
Lucas compartilhou a estranha história de sete exorcistas judeus ambulantes. Misturar os nomes de Jesus e Paulo em seus encantamentos provou ser um equívoco. Com a notícia do episódio, “veio temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido”. O evento teve impacto sobre os crentes, os quais queimaram publicamente seus caros manuais de artes mágicas, que valiam “cinquenta mil denários” (At 19:17, 19). Com os moradores da cidade, os crentes aprenderam que a adoração a Jesus não deve ser misturada com adoração a outras coisas ou a outras pessoas.
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O testemunho de Paulo na grande e sofisticada Éfeso foi tão eficaz que impactou um importante motor econômico da cidade, o turismo focado no grande templo de Diana. O templo era uma magnífica estrutura composta parcialmente de 127 pilares, cada um com 20 metros de altura, feitos de mármore de Paros, um mármore branco puro muito valorizado para esculturas. Trinta e seis desses pilares foram esculpidos e revestidos de ouro, conferindo ao templo sua reputação como uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Com receio de que a retórica anti-idolátrica de Paulo estivesse tirando o apoio financeiro do templo (At 19:27), Demétrio, o ourives, levou seus companheiros artesãos a um frenesi. Uma multidão agitada se deslocou rapidamente do mercado para o anfiteatro, onde cabiam cerca de 25 mil pessoas. Ali, durante duas horas, clamaram: “Grande é a Diana dos efésios!” (At 19:34). Depois que a multidão foi dispersada pelo escrivão da cidade, Paulo se reuniu com os crentes e deixou Éfeso.
4. No fim da terceira viagem missionária, Paulo se encontrou com os anciãos de Éfeso. O que preocupava o apóstolo? At 20:17-38
Uma possível cronologia do relacionamento de Paulo com Éfeso pode ser descrita na ordem a seguir (todas as datas são depois de Cristo):
Ano 52: A primeira e breve visita de Paulo a Éfeso (At 18:18-21).
Anos 53-56: O ministério de três anos de Paulo em Éfeso (At 19:1–20:1); ele escreveu 1 Coríntios próximo ao fim de sua estada ali (1Co 16:5-9).
Ano 57: Enquanto esteve em Mileto, Paulo se reuniu com os anciãos de Éfeso (At 20:17-38).
Ano 62: Paulo escreveu a Carta aos Efésios, provavelmente da prisão em Roma.
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Paulo escreveu a Carta aos Efésios para ser lida em voz alta nas igrejas que funcionavam nos lares dos crentes na região de Éfeso. Nos anos transcorridos desde a sua partida, o movimento cristão em Éfeso cresceu, e o número de igrejas se multiplicou. Para aqueles primeiros crentes, teria sido um evento importante ter entre eles Tíquico, representante do fundador Paulo, compartilhando uma carta dele. Como sugerido pela epístola, é provável que o grupo reunido incluísse membros da família anfitriã – pai, mãe, filhos e escravos (Ef 5:21–6:9). Naquela época, uma família também incluía outros – “patrocinados” (pessoas livres que dependiam do dono da casa para apoio e proteção) e até fregueses. Portanto, pode ser que esses também estivessem presentes, bem como membros de outras famílias.
5. Leia toda a Carta aos Efésios em voz alta (levará cerca de 15 minutos). Use o esboço abaixo. Que temas ecoam na carta?
I. Saudação introdutória (Ef 1:1, 2).
II. Benção introdutória (Ef 1:3-14).
III. Oração para que os crentes recebam a sabedoria centrada em Cristo (Ef 1:15-23).
IV. Uma vez espiritualmente morto; agora exaltado com Cristo (Ef 2:1-10).
V. Criação da igreja por Cristo a partir de judeus e gentios (Ef 2:11-22).
VI. Paulo como pregador de Cristo aos gentios (Ef 3:1-13).
VII. Oração para que os crentes experimentem o amor de Cristo (Ef 3:14-21).
VIII. Apegue-se . unidade da igreja inspirada no Espírito (Ef 4:1-16).
IX. Viva a nova vida que alimenta a unidade (Ef 4:17-32).
X. Ande em amor, luz e sabedoria (Ef 5:1-20).
XI. Pratique a vida nos moldes de Cristo na família cristã (Ef 5:21–6:9).
XII. Permaneçam juntos: a igreja como o exército de Deus (Ef 6:10-20).
XIII. Saudação de encerramento (Ef 6:21-24).
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6. Como Paulo começa e termina a Carta aos Éfesios? O que aprendemos sobre seus anseios em relação a eles? Ef 1:1, 2; 6:21-24
No início da carta, Paulo se identificou como o autor (Ef 1:1). Perto da metade da carta, ele novamente se identificou pelo nome, rotulando- se como “prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vocês, os gentios”, o que introduz uma reflexão pessoal sobre sua obra como apóstolo (Ef 3:1-13). Perto do fim da carta, ele voltou a se referir à sua prisão e concluiu com palavras pessoais (Ef 6:20-22). Embora alguns estudiosos neguem que a carta tenha sido escrita por Paulo, a epístola reivindica Paulo como seu autor. A maioria dos cristãos aceita Paulo como o autor, e com razão.
7. Como Paulo demonstrou preocupação com o efeito que seu aprisionamento teria sobre os crentes em Éfeso? Ef 3:13
Efésios parece compartilhar o mesmo tempo e circunstâncias gerais de outras cartas que Paulo escreveu da prisão, como Colossenses (Cl 4:7, 8) e Filemom. Além disso, parece ter passado um bom tempo desde o ministério de Paulo em Éfeso (Ef 1:15; 3:1, 2). Ele deve ter escrito Efésios da prisão, em Roma, por volta de 62 d.C.
Na carta, Paulo dá poucos detalhes sobre a situação de seu público em Éfeso. A extensão de sua atenção é ampla. Seu discurso abrange um grande espaço de tempo, começando com as decisões divinas tomadas “antes da fundação do mundo” (Ef 1:4), e reflete amplamente sobre grandes temas da salvação oferecida em Cristo. Com isso, a carta exibe um estilo literário nobre, com frases longas, expressões repetitivas e metáforas desenvolvidas. Paulo usou esse estilo em outro lugar (por exemplo, Rm 8:31-39), contudo isso foi concentrado em Efésios, que apresenta uma grande quantidade de linguagem de louvor, oração e adoração (Ef 1:3-14; 1:15-23; 3:14-21) e apresenta passagens cuidadosamente trabalhadas e altamente retóricas (por exemplo, Ef 4:1-16; 5:21-33; 6:10-20).
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8. Como Paulo anunciou o tema de sua carta? Ef 1:9, 10
Como a Carta aos Efésios pode ser resumida? Ela traz uma visão do plano divino centrado em Cristo para a plenitude dos tempos e o papel da igreja nesse projeto. Deus agiu em Cristo para iniciar Seu plano de “fazer convergir Nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do Céu como as da Terra” (Ef 1:10), e Ele o fez criando a igreja como uma entidade composta por uma nova humanidade de judeus e gentios (Ef 2:14). Os crentes foram chamados a seguir esse plano, sinalizando aos poderes malignos que o propósito divino estava em andamento (Ef 3:10).
Como Efésios 1:9, 10 proclama, a unidade que Deus tem em mente está centrada em Cristo. Portanto, não é surpresa constatar que Efésios é uma carta impregnada de Cristo, a qual louva as ações divinas em Cristo e celebra o acesso dos crentes aos recursos espirituais oferecidos Nele. Paulo emprega a frase “em Cristo” e frases semelhantes mais de trinta vezes e exalta a Jesus. Ao ler a carta, observe essas expressões e fique atento às muitas maneiras usadas pelo apóstolo para destacar Jesus.
Paulo buscou reacender o compromisso espiritual dos crentes em Éfeso, recordando-lhes que eles faziam parte da igreja, a qual está no centro do plano divino de unificar todas as coisas em Cristo. Quando usa a palavra “igreja” (do grego ekkl?sia), refere-se à igreja em geral, em vez de se referir a uma congregação local.
Uma das principais estratégias que usou foi falar sobre a igreja e fez isso por meio de metáforas vívidas, quatro das quais desenvolveu em detalhes:
1. A igreja como corpo (Ef 1:22, 23; 2:16; 3:6; 4:1-16, 25; 5:23, 29, 30); 2. A igreja como edifício/templo (Ef 2:19-22); 3. A igreja como noiva (Ef 5:22-27); 4. A igreja como exército (Ef 6:10-20). Cada uma dessas imagens, à sua maneira, revela qual é o propósito e a intenção de Deus para Sua igreja.
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A história dos exorcistas que usaram indevidamente os nomes de Jesus e Paulo (At 19:13-20) explica por que o apóstolo usou tanta linguagem sobre poder em Efésios. Alguns crentes, sob a convicção da soberania de Jesus, jogaram no fogo seus manuais de magia. Graças à descoberta de cerca de 250 papiros que falavam de magia, bem como outros achados, temos ilustrações de rituais, feitiços, fórmulas, maldições, etc., semelhantes àquelas apresentadas nesses manuais. Os volumes aconselhavam os adeptos a conduzir rituais para persuadir deuses e poderes a fazer o que eles pedissem.
Esses volumes valiam 50 mil moedas de prata, ou 50 mil dias de salário. Se calcularmos R$ 55,00 para cada dia de salário, isso equivaleria a R$ 2.750.000! Isso demonstra a importância desses volumes para os efésios. “Foi preciso a intervenção de Deus para que eles fossem convencidos de que deveriam se arrepender da utilização de amuletos, encantos, invocações e meios tradicionais de obter poder espiritual” (Clinton E. Arnold, Efhesians, [Grand Rapids, MI: Zondervan, 2010], p. 34).
Os efésios precisavam de instruções sobre “como lidar com a influência e os ataques dos sinistros poderes cósmicos” (Clinton E. Arnold, Power and Magic: The Concept of Power in Ephesians, p. 165). A resposta de Paulo é a carta que aponta para o Cristo exaltado acima dos poderes e enfatiza a superioridade do poder que Deus oferece (Ef 1:20-23; 2:15-19; 3:14-21; 6:10-20).
Perguntas para consideração
- Que poderes ou autoridades estão ativos no mundo e em sua vida? Esses poderes se manifestam, tentando os crentes a honrá-los em vez de adorarem o Cristo exaltado?
- Deus planejou unir, na “plenitude dos tempos”, todas as coisas em Cristo. Paulo expressou esperança para o futuro (Ef 1:18; 2:12; 4:4). Por que ele tinha esperança?
- Como Paulo apontou para a grande e futura esperança do retorno de Cristo? (Ef 1:13, 14; 1:21; 2:7; 4:30; 5:5). O que essa esperança significa para nós agora?
Respostas e atividades da semana: 1. Pregou aos judeus. 2. Exorcistas judeus usaram os nomes de Jesus e Paulo em seus encantamentos e foram atacados pelo espírito maligno. A notícia se espalhou, e muitos temeram. O nome de Jesus foi engrandecido. 3. O testemunho de Paulo foi tão eficaz que impactou um importante motor econômico da cidade. Diante do tumulto, Paulo partiu de Éfeso. 4. A ameaça de lobos vorazes que se levantariam e falariam coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás de si. 5. A missão da igreja, herança, conduta cristã, testemunho, perseverança, fé e esperança. 6. Ele começa se identificando e dando saudações e finaliza a carta desejando paz, amor, fé e graça. Paulo se preocupava com o ânimo espiritual deles. 7. Pediu que não desanimassem por causa das tribulações dele. 8. Expôs uma visão do plano divino centrado em Cristo para a plenitude dos tempos e o papel da igreja nele.
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TEXTO-CHAVE: Efésios 1:9, 10
FOCO DO ESTUDO: At 18:18-21; At 19:13–20:1; At 20:17-38; Ef 1:1, 2; Ef 6:21-24; Ef 3:13; Ef 1:9, 10
VISÃO GERAL
Introdução: A primeira lição deste trimestre esboça o pano de fundo para o estudo de toda a Epístola aos Efésios e se concentra em vários temas importantes. Primeiro, aprendemos sobre o propósito de Paulo ao escrever a epístola: ajudar os efésios a se lembrarem de sua identidade e de seu papel no reino de Deus e em Seus planos. Em segundo lugar, passamos a conhecer melhor os efésios. Praticamente visitamos a cidade de Éfeso e caminhamos por suas ruas, ouvindo as pessoas da cidade falarem de seu interesse pela magia e pelo outro mundo. Observamos centenas de navios ancorados em seu porto e conhecemos o impressionante templo de Ártemis, enquanto pessoas de todas as classes e idades corr iam para se juntar ao tumulto no anfiteatro. Terceiro, estudamos a estrutura literária da epístola e, assim, formamos uma visão panorâmica do fluxo de pensamentos do apóstolo e seus principais assuntos. Quarto, descobrimos o tríplice tema de Paulo que permeia toda a epístola: Jesus Cristo, Seu amor por Sua igreja e Sua obra por meio da igreja para a salvação da humanidade.
Em nosso estudo desta semana, vamos relembrar o título geral da lição, procurando entender como seguir a Jesus em tempos difíceis. De fato, a Carta de Paulo aos Efésios é a melhor e mais sistemática teologia da igreja. No entanto, essa qualidade não significa que Efésios seja uma construção teológica fria, teórica, desconectada e abstrata. Em vez disso, a epístola descreve a igreja em um relacionamento real, vivo e amoroso com seu Criador e Salvador, o Senhor Jesus Cristo, tendo o cristão resultante dessa relação vivendo em um mundo real e cumprindo a grande missão da igreja.
Temas da lição: A lição desta semana oferece conhecimento sobre três assuntos principais:
-
O autor da Epístola aos Efésios;
-
O povo de Éfeso, os destinatários da epístola;
-
O tema principal da mensagem de Paulo à igreja em Éfeso.
COMENTÁRIO
Éfeso e os efésios no livro de Atos
Podemos entender a Epístola de Paulo aos Efésios com muito mais facilidade se examinarmos o contexto do livro de Atos. Vários aspectos narrativos de Atos dos Apóstolos são especialmente relevantes para o nascimento da igreja de Éfeso:
- Acompanhado por Áquila e Priscila (At 18:18), Paulo parece ter sido o primeiro a pregar brevemente o evangelho de Jesus Cristo em Éfeso, onde contatou primeiramente os judeus (At 18:19). Ao contrário dos judeus em Corinto, que rejeitaram e perseguiram Paulo (At 18:6, 12, 13), os judeus em Éfeso inicialmente pareciam mais abertos ao evangelho (At 18:20). Foi só mais tarde que alguns judeus em Éfeso se tornaram obstinados e rejeitaram a mensagem de Paulo (At 19:8, 9). No entanto, esses judeus não apelaram às autoridades para expulsar Paulo da cidade.
- Após a primeira partida de Paulo de Éfeso, Priscila e Áquila continuaram a obra do evangelho ali, sendo acompanhados depois por Apolo de Alexandria (At 18:24-26). Seu trabalho resultou em uma comunidade embrionária de cristãos (At 19:1).
- Apolo, Priscila e Áquila pareciam ser bem versados no ensino cristão. No entanto, os efésios receberam instruções por um período limitado antes de Apolo partir para Corinto. Possivelmente por essa razão, os discípulos de Éfeso tinham uma compreensão limitada do evangelho e do que era o cristianismo. Os discípulos ali nem sabiam sobre o Espírito Santo (At 19:2, 3). Por isso, quando Paulo retornou a Éfeso, decidiu passar mais tempo lá e dar o fundamento teológico sólido necessário para a igreja tanto na cidade quanto em toda a região da Ásia Menor (At 19:10).
- É importante notar que uma das maneiras mais evidentes de Paulo provar a veracidade e qualidade do cristianismo foi perguntar aos membros da igreja se eles haviam recebido o Espírito Santo (At 19:2) e se eles entendiam corretamente quem Jesus era, quem era Deus e como as pessoas são salvas por meio do batismo no nome de Jesus Cristo (At 19:2-5). Por essa razão, quando Paulo escreveu aos efésios muitos anos depois, voltou a esses assuntos cruciais e insistiu neles (veja, por exemplo, Efésios 4). Esses temas foram determinantes para a identidade e a vida cristã, tanto em nível individual quanto dos grupos (família e igreja). Não há igreja cristã sem Jesus Cristo, o Espírito Santo e o Pai.
- Quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos em Éfeso, eles se tornaram a igreja de Jesus Cristo, guiados pelo Espírito Santo em sua missão. O Espírito Santo imediatamente os qualificou para o ministério e para a missão, concedendo-lhes o dom de línguas e outros dons espirituais. Dessa forma, quando Paulo escreveu a Epístola aos Efésios, insistiu na importância dos dons espirituais para a vida e a missão da igreja.
Queima de livros
Intelectuais contemporâneos, como Rebecca Knuth, ex-presidente do programa de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Universidade do Havaí, em seu livro Burning Books and Leveling Libraries: Extremist Violence and Cultural Destruction [Queimando Livros e Derrubando Bibliotecas: Violência extremista e destruição cultural] (Westport, CT: Praeger, 2006], concluem que a queima de livros constitui a destruição do patrimônio cultural humano. Em seu livro Burning the Books: A History of the Deliberate Destruction of Knowledge [Queimando os Livros: Uma história da destruição deliberada do conhecimento] (Cambridge, MA: The Belknap Press/Harvard University Press, 2020], Richard Ovenden, diretor das Bibliotecas Bodleianas da Universidade de Oxford, argumenta que a humanidade deve rejeitar a queima de livros e preservar o conhecimento e a cultura humana.
A queima de livros, principalmente judaicos, pelos nazistas em 1933, ou a destruição de livros de tendência capitalista ocidental pelos Guardas Vermelhos de Mao Tsé-Tung, em 1966, são usadas como exemplos clássicos de queima de livros com o propósito político de controlar o acesso da população à informação e impor uma nova cultura, ideologia, interpretação histórica e visão de mundo. A história dos insurgentes que queimaram milhares de manuscritos africanos antigos em Timbuktu, em 2013, é usada como exemplo de indiscriminada queima de livros por motivos religiosos extremistas. Durante esse tempo, alguns pastores cristãos de diferentes denominações foram condenados como fanáticos ou intolerantes quando realizavam cerimônias de queima de livros, apelando para que os livros de bruxaria fossem destruídos.
Como podemos entender a queima de livros descrita em Atos 19:19? Vários pontos devem ser observados:
1. Essa queima de livros foi um ato voluntário daqueles que se converteram do paganismo e da magia ao cristianismo. Eles não destruíram as bibliotecas e as propriedades de outras pessoas, mas queimaram seus próprios livros de feitiçaria, livros que eles haviam usado na prática de suas religiões pagãs. Por esse ato voluntário, eles proclamaram publicamente que, uma vez que receberam o chamado de Jesus Cristo para se unirem ao Seu reino, eles estavam se afastando de seu passado pecaminoso. Eles não queriam ter mais nada a ver com Satanás e suas atividades demoníacas.
Duzentos e cinquenta anos depois, o imperador Diocleciano ordenou que todos os cristãos trouxessem seus livros sagrados para ser queimados se quisessem evitar que eles mesmos fossem queimados. Alguns cristãos obedeceram e entregaram suas Escrituras às autoridades romanas para ser queimadas; esses cristãos eram chamados de traditores, ou “aqueles que entregavam” seus livros. Outros cristãos, no entanto, preferiram ser queimados a trair ou renunciar a Palavra de Deus. Assim, enquanto a queima de livros em Atos 19 foi uma proclamação voluntária e alegre de libertação das armadilhas do pecado e de Satanás, a queima de livros de Diocleciano foi uma perseguição política e ideológica violenta e opressiva ao cristianismo, com o propósito de aniquilar o povo de Deus e impor a religião pagã.
2. Deus chama Seu povo para recusar e rejeitar categoricamente qualquer vestígio de idolatria e feitiçaria em suas casas e propriedades (veja Gn 35:2-4).
3. Entretanto, embora Israel entrasse em outros países e destruísse os ídolos e queimasse a parafernália de feitiçaria, esse não era seu objetivo principal. A missão de Israel era proclamar que a idolatria é destrutiva e leva à morte (Sl 135:15-18; Is 44:9-20; Is 45:20; Jr 2:11-13; Jr 16:19, 20; Jn 2:8; Gl 5:19-21; Ap 9:20, 21), bem como viver sem idolatria e feitiçaria, como exemplo de uma nação livre do poder de Satanás e da morte.
4. Isso não significa que Deus tira a alegria da arte e da escrita. Pelo contrário, Deus desfruta da criatividade e cultura humanas expressas nos livros. Entretanto, esses livros e essa arte devem expressar a experiência de uma vida humana liberta do pecado e de Satanás. Caso contrário, estamos de volta ao poder controlador do inimigo.
APLICAÇÃO À VIDA
- Salvação, missão e educação. O livro de Atos associa a origem da igreja em Éfeso à educação, que é descrita como “argumentação” e “persuasão”. A princípio, Paulo argumentou com os judeus, falou-lhes e os persuadiu em suas sinagogas, que não eram apenas locais de culto, mas também espaços públicos de ensino (At 18:19, At 19:8). Posteriormente, o apóstolo se mudou para uma escola local, a escola de Tirano, e continuou a “arrazoar”, ou “ensinar”, tanto aos judeus quanto aos gregos o caminho da salvação (At 19:9, 10). Ajude seus alunos a pensar sobre como eles podem contribuir, como classe, para transformar sua igreja em uma escola cristã para a comunidade. Como eles podem fazer de sua igreja local uma arena pública onde possam argumentar com a comunidade a respeito do evangelho?
- A Epístola de Paulo aos Efésios apresenta um maravilhoso equilíbrio entre razão, emoções, sentimentos, reflexões teológicas e vida prática. Desafie seus alunos a identificar duas maneiras pelas quais eles podem contribuir para transformar sua igreja em um ministério que aborde esses aspectos da vida em sua comunidade.
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Décimo Terceiro Sábado: Campo missionário em casa
Victor e Eunice
Portugal | 24 de junho
Victor e Eunice ansiavam servir ao Senhor como missionários adventistas em um país distante como Angola ou Moçambique. Mas uma revolução em 1974 em sua terra natal, Portugal, pareceu acabar com seus sonhos. No entanto, as coisas não eram como eles pensavam. Quando os militares portugueses expulsaram o governo autoritário, as leis mudaram. Pela primeira vez, a Igreja Adventista pôde abrir escolas em Portugal. A revolução abriu um novo campo de missão em casa.
Nos meses após a revolução, a congregação da igreja de Victor e Eunice foi atraída pelos conselhos de Ellen White sobre educação. Eles leram: “Em todas as nossas igrejas deve haver escolas, e nessas escolas professores que sejam missionários. É essencial que professores sejam preparados para bem desempenharem sua parte na importante obra de educar os filhos dos observadores do sábado, não somente nas ciências, mas também nas Escrituras. Essas escolas, estabelecidas em várias localidades e conduzidas por homens e mulheres tementes a Deus, conforme exigir o caso, devem fundamentar-se nos mesmos princípios em que se baseavam as escolas dos profetas” (Orientação da Criança, p. 215). A congregação decidiu abrir uma escola-igreja.
Eunice, uma professora de escola pública e adventista de quarta geração, aceitou um convite para ensinar na escola nos arredores da cidade do Porto. Sua decisão foi um grande salto de fé. A Igreja Adventista nunca tinha dirigido uma escola em Portugal, e tudo teve que começar do zero. “Foi como ir para Angola ou outro campo missionário”, disse Eunice. “Não tínhamos tradição a seguir. Era tudo novo.”
Os membros da igreja compraram o terreno para a escola, e as aulas começaram em 1975. Uma pequena sala recebeu os primeiros alunos – um grupo de crianças da igreja local.
As matrículas cresciam à medida que a escola ganhava um nome. Pais adventistas de outras igrejas começaram a enviar seus filhos para a escola. Famílias influentes não adventistas também matricularam seus filhos, incluindo o dono de uma farmácia local e o prefeito da cidade. Eunice lecionou na escola até se aposentar. Victor, que trabalhou por 21 anos construindo motores elétricos, voltou para a escola e tornou-se professor. Tanto ele quanto Eunice serviram como diretores da escola em momentos diferentes.
Ao longo dos anos, a primeira Escola Adventista de Portugal formou muitas crianças com mentalidade missionária, incluindo um presidente de união e pelo menos catorze pastores e quatro colportores. Victor e Eunice se alegraram ao ver crianças entregarem seus corações a Jesus por meio do batismo.
Uma de suas lembranças favoritas é de um estudante mais velho, um jovem de cerca de 18 anos, que veio para a escola de um lar não adventista. Ele fez amizade com uma jovem adventista que trabalhava como voluntária na escola. Eles começaram a namorar e mais tarde se casaram. Hoje, Victor e Eunice são membros fiéis da igreja e têm duas filhas adultas, uma médica e a outra líder de desbravadores.
Victor se lembra de uma época em que a cidade queria homenageá-lo por sua contribuição para a educação. Os líderes da cidade propuseram nomear uma rua em sua homenagem. “Não, não”, Victor disse a eles. “Eu não preciso disso. Não preciso ser reconhecido. Eu preferiria que vocês nomeassem uma rua em homenagem à escola.”
É por isso que uma das ruas da cidade leva o nome da Escola Adventista. Victor e Eunice estão agora na casa 70 anos. Olhando para trás, eles expressam alegria por terem respondido ao chamado para serem missionários em casa.
“Naquela época, estávamos pensando em ir para Angola ou Moçambique como missionários”, diz Victor. “Mas por causa da revolução, não pudemos ir. Então, percebemos que o campo missionário estava aqui. A escola e o ensino sempre foram uma missão para mim.”
Eunice se lembra de uma conversa que Jesus teve com Seus 12 discípulos depois que muitas outras pessoas decidiram não segui-Lo mais. Jesus perguntou aos doze: “Será que vocês também querem se retirar? Simão Pedro respondeu: — Senhor, para quem iremos? O senhor tem as palavras da vida eterna” (João 6:67, 68, NAA). Eunice concorda com Pedro. “Se não for o Senhor, quem eu vou seguir?”, diz ela. “Se havia uma Escola Adventista, então esse era o lugar aonde eu tinha que ir.”
A educação é a melhor maneira pela qual a Igreja Adventista do Sétimo Dia compartilha as boas-novas sobre a breve volta de Jesus em Portugal. Parte das ofertas do décimo terceiro sábado de hoje ajudará a expandir a educação adventista abrindo uma escola de ensino fundamental em Setúbal, Portugal. Ao todo, as ofertas do décimo terceiro sábado ajudarão cinco projetos em quatro países. Obrigado por sua oferta generosa.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
- Lembre a todos que suas ofertas missionárias são dádivas para espalhar a Palavra de Deus ao redor do mundo e que um quarto de nossa oferta do décimo terceiro sábado ajudará diretamente cinco projetos em quatro países da Divisão Intereuropeia. Os projetos estão listados na página 3 e na contracapa.
- Antes ou depois da história, use um mapa para mostrar os quatros países na Divisão Intereuropeia – Portugal, França, Suíça e Romênia – que receberão a oferta do décimo terceiro sábado. Você pode baixar um mapa da missão com os projetos do Facebook no bit.ly/fb-mq.
- Saiba que o nome completo das pessoas na história são Victor e Eunice Alves e que a escola é o Colégio Adventista de Oliveira do Dour, também conhecido pela sigla CAOD.
- Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
- Baixe as publicações sobre a missão e fatos rápidos da Divisão Intereuropeia: bit.ly/eud-2023.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2023
Tema geral: Efésios
Lição 1 – 24 de junho a 1º de julho
Paulo e os efésios
Autor: Matheus Cardoso
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Ao longo de quase dois mil anos, a Carta de Paulo aos Efésios tem sido um dos livros da Bíblia mais amados e estudados pelos cristãos. Ela tem inspirado reformadores, tocado o coração de autores de hinos, desafiado a mente de estudiosos e transformado a vida de milhões de pessoas.
A Carta aos Efésios é pequena em tamanho (costuma ocupar cinco ou seis páginas de uma Bíblia), mas é gigantesca em conteúdo e poder. Autores cristãos descrevem esse livro usando palavras que dificilmente poderiam ser mais expressivas:
- “A coroa dos escritos de Paulo” (J. Armitage Robinson).
- “A rainha das epístolas” (William Barclay).
- “A pedra de cobertura da estrutura maciça dos ensinamentos de Paulo” (F. F. Bruce).
- “A coroa dos ensinos de Paulo” (Charles Dodd).
- “O maior e o mais amadurecido de todos os escritos de Paulo” (John Mackay).
- “O verdadeiro núcleo e a essência do Novo Testamento” (Martinho Lutero).
- “Nenhuma parte do Novo Testamento possui maior relevância para os dias atuais do que a Carta aos Efésios” (Ralph Martin).
- “Entre os escritos de Paulo, somente Romanos pode se igualar a Efésios como candidato ao livro que exerceu a maior influência sobre o pensamento e a espiritualidade dos cristãos” (Raymond Brown).
- “Se a Carta aos Romanos é a expressão mais pura do evangelho, a Carta aos Efésios é a expressão mais sublime e majestosa dele” (Martyn Lloyd-Jones).
- “Uma das composições mais divinas da raça humana” (Samuel Coleridge).
- “Um dos livros que exerceram maior influência sobre a igreja cristã” (Harold Hoehner).
- “Um dos livros mais importantes já escritos” (Peter O’Brien).
O que há de tão especial em Efésios? Claro que só teremos uma resposta mais completa depois de estudarmos essa carta extraordinária ao longo deste trimestre, mas podemos ter um vislumbre ao compreendermos por que esse livro foi escrito e quais são seus temas centrais.
Data e contexto histórico
Paulo escreveu a Carta aos Efésios no fim de sua vida, por volta de 62 d.C., enquanto estava preso em Roma (veja Ef 3:1; 4:1; 6:20). Ele seria martirizado nessa cidade dois ou três anos depois. Na mesma prisão, ele escreveu Filipenses, Colossenses e Filemom. Portanto, Efésios foi um dos últimos escritos do apóstolo e resume vários dos temas importantes que ele apresentou em outras cartas.
Propósito e tema central
Os primeiros leitores de Paulo, que moravam em Éfeso e região, já eram cristãos, mas com o aprisionamento do apóstolo e vivendo no meio de uma cultura pagã, provavelmente estavam sendo tentados a desanimar da fé. Paulo buscou reacender a devoção deles a Cristo e lembrar-lhes da identidade que tinham – como indivíduos e como igreja – dentro do grandioso plano de Deus de “reunir sob a autoridade de Cristo tudo que existe nos céus e na terra” (Ef 1:10, NVT).
A Lição da Escola Sabatina de quinta-feira resume a mensagem central da Carta aos Efésios. Nesse livro, Paulo explicou que Cristo é o verdadeiro Soberano de toda a criação, e Ele está restaurando a harmonia do Universo, que foi desintegrada pelo pecado. Os estudiosos cristãos costumam chamar esse conceito de reconciliação cósmica em Cristo, isto é a reconciliação de todo o Universo que está sendo executada pelo Filho de Deus. Esse plano começou a ser concretizado por meio da vida, morte e ressurreição de Cristo, que é o fundamento de tudo o que Deus faria depois disso. Na consumação dos tempos, com o fim do pecado e dos pecadores, Deus reunirá e unificará sob o senhorio de Cristo tudo o que existe no céu e na Terra.
A Carta aos Efésios está claramente dividida em duas grandes partes:
- Seção doutrinária: o que Deus fez e está fazendo por meio de Cristo (capítulos 1 a 3).
- Seção prática: como o povo de Deus deve viver à luz dessa realidade (capítulos 4 a 6).
Esboço
A Bíblia de Estudo Thomas Nelson apresenta um ótimo esboço da Carta aos Efésios, destacando o tema central do livro, que é a reconciliação cósmica em Cristo (Bíblia de Estudo Thomas Nelson [Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2023], p. 2274, 2275):
I. Abertura da carta (1:1, 2)
II. O chamado da igreja no contexto da reconciliação cósmica em Cristo (1:3–3:21)
- Louvor pelas bênçãos espirituais em Cristo (1:3-14)
- Ação de graças e oração (1:15-23)
- A nova vida em Cristo (2:1-10)
- Judeus e gentios reconciliados por meio de Cristo (2:11-22)
- O plano maravilhoso de Deus para os gentios (3:1-13)
- Uma oração pelos efésios (3:14-21)
III. A conduta da igreja no contexto da reconciliação cósmica em Cristo (4:1–6:20)
- Unidade e maturidade no corpo de Cristo (4:1-16)
- Instruções para o viver cristão (4:17–5:20)
- Instruções para os lares cristãos (5:21–6:9)
- A armadura de Deus (6:10-20)
- Saudações finais (6:21-24)
Lendo e ouvindo a Carta aos Efésios
A Lição da Escola Sabatina de terça-feira sugere ler toda a Carta aos Efésios no início deste trimestre, antes de estudarmos a epístola verso a verso. As duas coisas são essenciais: o estudo atento e profundo do texto bíblico, mas também a leitura mais rápida, que nos dá uma visão panorâmica de suas principais ênfases.
Assim como a Lição da Escola Sabatina, os comentários que você está lendo geralmente citam a Bíblia usando a Nova Almeida Atualizada, uma versão que busca traduzir os textos originais com bastante fidelidade, evitando, contudo, palavras obscuras ou que já caíram em desuso. Uma versão como essa é ideal para os momentos de exame mais aprofundado da Bíblia, como pregações, estudos pessoais e estudo da Lição da Escola Sabatina.
No entanto, para esta primeira leitura de Efésios, indicamos o uso de uma tradução mais contemporânea da Bíblia. Neste momento, o objetivo é simplesmente motivar o estudo posterior e ter contato com as principais ideias do texto bíblico, sem se preocupar em compreender todos os detalhes. Sugerimos que você leia, sozinho ou com outra pessoa, toda a Carta aos Efésios usando a Nova Versão Internacional ou a Nova Versão Transformadora. Se você não as possui em formato físico, poderá ler no site www.bible.com/pt/bible/.
Carta transformadora
Por meio da Lição da Escola Sabatina deste trimestre, os adventistas do sétimo dia de todo o mundo terão o privilégio de passar 14 semanas estudando um dos livros mais impactantes da Palavra de Deus.
O autor Mark Roberts escreveu: “A história de Efésios é verdadeiramente a história de Deus, um drama no qual Ele é o Protagonista e todo o Universo é o Seu palco. Deus é também o Autor principal dessa história, embora ela chegue até nós em palavras humanas. Essa história começa antes da criação e tem o desfecho na eternidade futura. A história de Deus alcança vidas individuais, sem dúvida, mas envolve muito mais do que a transformação pessoal.
“De acordo com Efésios, Deus está reunindo um povo para Si mesmo e para os Seus propósitos. Ele está construindo a igreja como o corpo de Cristo e o templo de Seu Espírito. E, por meio dessa igreja, isto é, por intermédio de nós como comunidade, Deus está agindo, fazendo muito mais do que poderíamos sequer imaginar, de maneira que todo o cosmos possa ver a glória de Seu plano cheio de graça. Segundo esse plano, Deus está unindo, em Cristo, todas as coisas no céu e na Terra, restaurando e renovando toda a criação. [...]
“A história de Deus apresentada em Efésios transformará a sua vida se você permitir. Ela irá surpreendê-lo, encorajá-lo, desafiá-lo, confortá-lo, instruí-lo, admoestá-lo e inspirá-lo. Ela abrirá os seus olhos para enxergar Deus, sua própria vida, a igreja e, de fato, todo o Universo de uma nova maneira” (Mark D. Roberts, Ephesians, Story of God Bible Commentary [Grand Rapids, MI: Zondervan, 2016], p. 1, grifo no original).
Bibliografia
Abaixo estão várias das obras mais importantes publicadas a respeito da Carta aos Efésios, incluindo tanto materiais acadêmicos quanto populares. Esta lista contém também os principais livros escritos por autores adventistas. Esta bibliografia, naturalmente, não significa que concordemos com todo o conteúdo das obras, mas serve como embasamento destes comentários da Lição da Escola Sabatina (que raramente vão apresentar citações não bíblicas) e como fonte de pesquisa adicional para os leitores.
Bíblias de estudo
Bíblia de Estudo Andrews. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2015.
Bíblia de Estudo de Genebra. 2ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
Bíblia de Estudo NAA. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2018.
Bíblia de Estudo NVT. São Paulo: Mundo Cristão, 2018.
Bíblia de Estudo Thomas Nelson. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2023.
CSB Baker Illustrated Study Bible. Grand Rapids, MI: Baker, 2018.
HarperCollins Study Bible. Nova York: HarperCollins, 2017.
Life Application Study Bible. 3ª ed. Carol Stream, IL: Tyndale House Publishers, 2019.
NIV Study Bible. Ed. rev. Grand Rapids, MI: Zondervan, 2020.
The Catholic Study Bible. 3ª ed. Nova York: Oxford University Press, 2016.
The Jewish Annotated New Testament. Nova York: Oxford University Press, 2011.
The New Oxford Annotated Bible. 5ª ed. Nova York: Oxford University Press, 2018.
Comentários e estudos
Arnold, Clinton E. Ephesians. Zondervan Exegetical Commentary on the New Testament. Grand Rapids, MI: Zondervan, 2010.
Baugh, Steven M. Ephesians. Evangelical Exegetical Commentary. Bellingham, WA: Lexham Press, 2015.
Bock, Darrell L. Ephesians: An Introduction and Commentary. Tyndale New Testament Commentaries. Downers Grove, IL: IVP Academic, 2019.
Coekin, Richard. Ephesians For You. God’s Word For You. Epsom: The Good Book Company, 2015.
Cohick, Lynn H. The Letter to the Ephesians. New International Commentary on the New Testament. Grand Rapids, MI: Eerdmans, 2020.
Foulkes, Francis. Efésios: Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo: Vida Nova, 1983.
Fowler, John. “Efésios, o Evangelho dos Relacionamentos.” Lição da Escola Sabatina, 4º trimestre de 2005.
Fowler, John. Ephesians: Chosen in Christ. Hagerstown, MD: Review and Herald, 2005.
Hoehner, Harold W. “Ephesians.” Em Cornerstone Biblical Commentary. Carol Stream, IL: Tyndale House Publishers, 2008.
Hoehner, Harold W. Efésios: Comentário Exegético. São Paulo: Vida Nova, 2023.
Knight, George R. Exploring Galatians and Ephesians: A Devotional Commentary. Hagerstown, MD: Review and Herald, 2005.
Lincoln, A. T. Ephesians. Word Biblical Commentary, v. 42. Dallas, TX: Word, 1990.
Lopes, Hernandes Dias. Efésios: Igreja, a Noiva Gloriosa de Cristo. Comentários Bíblicos Hagnos. São Paulo: Hagnos, 2010.
Martin, Ralph P. Ephesians, Colossians, and Philemon. Interpretation: A Bible Commentary for Teaching and Preaching. Louisville, KY: Westminster John Knox Press, 1992.
McVay, John K. Ephesians. Nampa, ID: Pacific Press, 2022.
McVay, John K. The Epistle to the Ephesians. Seventh-day Adventist International Bible Commentary. Nampa, ID: Pacific Press, a ser publicado.
Nichol, Francis D. (ed.). Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Atos a Efésios. Série Logos, v. 6. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014.
Porte Jr., Wilson. Unidos Pela Cruz: A Mensagem de Efésios Para a Igreja de Hoje. São Paulo: Vida Nova, 2017.
Roberts, Mark D. Ephesians. Story of God Bible Commentary. Grand Rapids, MI: Zondervan, 2016.
Sabuin, Richard. “Ephesians.” Em Andrews Bible Commentary, v. 2: New Testament. Ed. Ángel Manuel Rodríguez, Daniel Kwame Bediako, Carl P. Cosaert e Gerald A. Klingbeil. Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2022. p. 1707-1724.
Snodgrass, Klyne. Ephesians. NIV Application Commentary. Grand Rapids, MI: Zondervan, 1996.
Stott, John. Lendo Efésios com John Stott. Viçosa, MG: Ultimato, 2019.
Thielman, Frank S. Ephesians. Baker Exegetical Commentary on the New Testament. Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2010.
Turner, Max. “Efésios.” Em Comentário Bíblico Vida Nova. Ed. D. A. Carson, R. T. France, J. A. Motyer e G. J. Wenham. São Paulo: Vida Nova, 2009. p. 1836-1870.
Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Matheus Cardoso é graduado em Teologia pelo Unasp-EC. Serviu à Casa Publicadora Brasileira como editor durante alguns anos e hoje atua como tradutor profissional para a Casa Publicadora Brasileira e outras instituições.