Lição 1
25 de setembro a 01 de outubro
Prefácio de Deuteronômio
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Naum
Verso para memorizar: “Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4:8).
Leituras da semana: Is 14:12-14; Ez 28:12-17; Gn 3:1-7; 12:1-3; At 7:20-36; Êx 19:4-8

O livro de Deuteronômio não surgiu num vácuo. Como tudo na vida, a obra surgiu num contexto que desempenha papel importante na compreensão do significado e do propósito do livro.

Muitos eventos anteriores explicam as circunstâncias, não somente do livro, mas do mundo e do ambiente que criou seu cenário. Assim como seria difícil entender a função do limpador de para-brisa sem a imagem de um carro, não seria fácil entender Deuteronômio, em especial à luz do tema da verdade presente, fora do contexto no qual a obra surgiu.

Alguém leu Guerra e Paz do russo Leo Tolstoy, com cerca de 1.500 páginas, em apenas três dias. Quando lhe perguntaram do que tratava o livro, o leitor respondeu: “É sobre a Rússia”.

Nosso nível de compreensão de Deuteronômio também seria superficial se buscássemos abranger os milhares de anos de história existente antes dele em apenas uma semana de estudo. Mas, ao focalizar os pontos altos, é possível ver o contexto necessário para melhor compreensão dessa obra, que tanto tem a ver com a “verdade presente”.



Domingo, 26 de setembro
Ano Bíblico: Habacuque
Amar para ser amado

Em 1 João 4:8 está escrito: “Deus é amor”. Por mais simples que sejam essas três palavras (quatro em grego), a ideia por trás delas é tão profunda, que mal podemos compreender suas implicações. Elas não dizem que Deus ama, nem que Deus revela amor, ou que o Senhor é uma manifestação do amor, mas que Ele é amor, como se o amor fosse a essência da identidade divina. Como seres humanos caídos, não somos capazes de entender totalmente o que a expressão “Deus é amor” significa.

Contudo, entendemos o suficiente para saber que é uma notícia muito boa. Se, em vez de “Deus é amor”, fosse “Deus é ódio”, “Deus é vingativo” ou “Deus é indiferente”, poderia ser algo preocupante.

A verdade de que “Deus é amor” nos ajuda a entender melhor a ideia de que o governo divino reflete esse amor em toda a Sua criação. O amor permeia o cosmos, talvez até mais do que a gravidade. Deus nos ama; e devemos retribuir esse amor (ver Dt 6:5; Mc 12:30).

O amor, porém, deve ser doado. Deus não pode forçá-lo. Portanto, quando criou seres inteligentes e racionais no Céu e na Terra com a capacidade de amar, sempre existiu o risco de que eles não Lhe correspondessem. Alguns não o fizeram e, como resultado, teve origem o que conhecemos como o grande conflito.

1. Por que os textos a seguir só têm sentido no contexto da liberdade e do risco que envolve o amor? Is 14:12-14; Ez 28:12-17; Ap 12:7

Ezequiel 28:15 mostra que, embora o anjo Lúcifer fosse um ser perfeito, criado pelo Deus perfeito, encontrou-se iniquidade nele. Criado com a capacidade de amar, ele tinha verdadeira liberdade moral e, apesar de tudo o que havia recebido (ele “se cobria de todas as pedras preciosas”), o anjo rebelde queria mais. Uma coisa levou a outra até que houve “guerra no Céu”.

Há lugares em que se pode comprar cães-robôs, que obedecem aos comandos, nunca sujam o tapete, nem roem os móveis. Porém, você teria um relacionamento significativo com esse “cachorro”? Como sua resposta ajuda a entender por que Deus criou seres que pudessem amá-Lo em resposta ao Seu amor?


Segunda-feira, 27 de setembro
Ano Bíblico: Sofonias
A queda e o dilúvio

Os estudantes costumam ouvir a história de uma maçã que caiu na cabeça de Isaac Newton, que assim descobriu a lei da gravidade. Se isso de fato aconteceu, não importa; a questão é que a grande percepção de Newton (ele não descobriu a gravidade; qualquer um que já tivesse caído sabia sobre esse fenômeno) foi entender que a mesma força que derrubou a maçã (gravidade) também mantém a lua em órbita ao redor da Terra, a Terra em órbita ao redor do Sol e assim por diante.

Isso foi importante porque, durante milênios, muitos acreditavam que as leis que governavam os céus fossem diferentes das que governavam a Terra. Newton mostrou que isso estava errado. E, embora sua contribuição tenha sido na área da lei natural, o mesmo princípio se aplica à lei moral. A mesma liberdade, inerente ao amor, que levou à queda de Lúcifer no Céu levou à queda da humanidade na Terra.

2. Leia Gênesis 2:16, 17 e 3:1-7. Como esses versos sobre seres perfeitos, em um ambiente perfeito, criado pelo Deus perfeito, também revelam a poderosa verdade sobre a liberdade inerente ao amor?

Após a queda, as coisas foram de mal a pior, até o ponto em que o Senhor concluiu sobre as pessoas “que todo desígnio do coração delas era continuamente mau” (Gn 6:5). E, se seus pensamentos eram ruins, suas ações também eram, até que o Senhor destruiu o mundo inteiro com um dilúvio, dando à humanidade uma chance de recomeçar, numa espécie de segunda criação. No entanto, como mostra a história da torre de Babel (Gn 11:1-9), a humanidade ainda parecia decidida a desafiar Deus. “Quando a torre estava parcialmente pronta, parte dela foi ocupada como habitação de seus construtores, e outros compartimentos, esplendidamente aparelhados e ornamentados, eram dedicados aos seus ídolos. O povo se alegrava com seu êxito e louvava os deuses de prata e ouro, colocando-se em oposição ao Governador do Céu e da Terra” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 119). Além de confundir sua linguagem, Deus espalhou a humanidade caída pela face da Terra.

Considere seus pensamentos ao longo do dia. O que eles dizem sobre o estado do seu coração?


Terça-feira, 28 de setembro
Ano Bíblico: Ageu
O chamado de Abraão

Abrão (mais tarde chamado Abraão) aparece pela primeira vez na genealogia de Gênesis 11, logo após a menção da dispersão de Babel.

3. Leia Gênesis 12:1-3. Olhando para a cruz, a morte de Jesus e a pregação do evangelho, como entendemos o que Deus prometeu fazer por meio de Abraão?

Muitos séculos depois, o apóstolo Paulo, ao tentar lidar com a heresia dos gálatas, apontou para Abraão, mostrando que o chamado de Deus ao patriarca foi uma expressão inicial do que sempre foi a intenção de Deus: o evangelho ao mundo. “Saibam, portanto, que os que têm fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria os gentios pela fé, preanunciou o evangelho a Abraão, dizendo: ‘Em você serão abençoados todos os povos’. De modo que os que têm fé são abençoados com o crente Abraão” (Gl 3:7-9).

O chamado de Abraão foi expresso pela primeira vez em Gênesis 12; a maior parte do restante desse livro é a história de seus descendentes, uma geração disfuncional após a outra, criando famílias conflituosas, e ainda, por meio delas, a promessa foi cumprida, atingindo um ponto crucial com o chamado de Moisés.

4. Leia Atos 7:20-36, a descrição do mártir Estêvão sobre Moisés e o êxodo. Como tal descrição se relaciona com a promessa de Deus a Abraão?

Neste mundo impregnado de ignorância, erro e escassez de conhecimento da verdade (as coisas não mudaram muito em mais de três mil anos, não é?), o Senhor chamou Seu povo, a semente de Abraão, do Egito. Por meio dele, procurou não apenas preservar o conhecimento da verdade, isto é, o conhecimento Dele, Yahweh, e do plano da salvação, mas também difundir esse conhecimento para o restante do mundo.

Como nós, adventistas do sétimo dia, nos vemos em relação ao restante do mundo? Que paralelos há entre nós e o antigo Israel? Que responsabilidade isso coloca sobre cada um de nós de forma individual?


Quarta-feira, 29 de setembro
Ano Bíblico: Zc 1-4
A aliança no Sinai

O êxodo e tudo o que o envolveu, desde o sangue no batente da porta até o drama no Mar Vermelho, impressionaram os sobreviventes. (E os que morreram, desde os primogênitos no Egito até os soldados no fundo do mar, Deus os julgará com justiça.) Como disse o Senhor: “Vocês viram o que fiz aos egípcios e como levei vocês sobre asas de águia e os trouxe para perto de Mim” (Êx 19:4).

Por que o Senhor operou esse resgate impressionante da nação? O próprio Moisés disse: “Já houve um deus que tentou ir tomar para Si um povo do meio de outro povo, com provas, com sinais, com milagres, com lutas, com mão poderosa, com braço estendido e com feitos espantosos, segundo tudo o que o Senhor, seu Deus, fez por vocês no Egito, como vocês viram com os seus próprios olhos?” (Dt 4:34).

5. Leia Êxodo 19:4-8. Por que o Senhor chamou Seu povo do Egito?

Deus chamou os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Com eles estabeleceu aliança, e eles seriam a divina “propriedade peculiar dentre todos os povos. Porque toda a terra é” Dele (Êx 19:5). Esse relacionamento foi fundamental para a aliança.

Contudo, essa ideia de uma “propriedade peculiar” (segullah) poderia ter sido (e foi) facilmente mal compreendida. Sua peculiaridade não vinha de algo santo e justo em si mesmos, mas da graça divina dada a eles e por causa das verdades maravilhosas que o Senhor lhes concedeu, as quais eles deveriam seguir e, como um “reino de sacerdotes”, espalhar pelo mundo.

Deus lhes transmitiu estipulações da aliança (a parte deles no acordo, por assim dizer) e os Dez Mandamentos (Êx 20). Assim, a aliança foi ratificada. Depois de aspergir com o sangue das ofertas um altar recém-construído, Moisés “pegou o livro da aliança e o leu para o povo” (Êx 24:7). O povo novamente declarou que obedeceria.

“Em primeiro lugar, Moisés anunciou ao povo todos os mandamentos conforme estavam na lei. Depois pegou o sangue [...] e borrifou o Livro da Lei e todo o povo, usando lã tingida de vermelho e hissopo. Então disse: “Este é o sangue que sela a aliança, que Deus mandou vocês obedecerem” (Hb 9:19, 20, NTLH). O que significa o sangue, e por que ele é tão importante ainda no presente?



Quinta-feira, 30 de setembro
Ano Bíblico: Zc 5-8
Apostasia e punição

“Tudo o que o Senhor falou faremos” (Êx 19:8; 24:3; 24:7). Embora, sem dúvida, era isso mesmo que o povo queria dizer, a história sagrada mostra que, infelizmente, suas ações, vez após vez, contradisseram suas palavras. Eram o povo escolhido, fizeram aliança com o Senhor, mas não cumpriram sua parte no acordo.

6. Qual foi o componente crucial para Israel em relação à aliança com Deus? Êx 19:4, 5

O chamado para obedecer a Deus, guardar Sua lei, não era legalismo naquele tempo tanto quanto não o é agora (ver Mt 7:24-27; Jo 14:15; Tg 2:20; Rm 6:11, 12), e ainda assim repetidamente os filhos de Israel falharam em cumprir sua parte. De fato, logo no início, mesmo com a visão do próprio Monte Sinai, eles caíram em apostasia total (ver Êx 32:1-6). Infelizmente, a infidelidade parecia ser mais a norma do que a exceção e, portanto, em vez de entrarem logo na terra prometida, vagaram pelo deserto por 40 anos.

7. Leia Números 14:28-35. Qual foi a punição imposta à nação por sua recusa em confiar no que o Senhor lhe disse que fizesse?

Muitas vezes a desobediência resulta não apenas de franca rebelião (embora isso aconteça), mas também de deixar de confiar no que Deus diz. O que tornou o pecado desses homens ainda mais hediondo para Israel foi o fato de que todos eles tinham testemunhado a ação divina: “Viram a Minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, e mesmo assim Me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à Minha voz” (Nm 14:22). Apesar de tudo o que viram e experimentaram, ainda se recusavam a obedecer ao Senhor e a tomar a terra, apesar das promessas divinas de que teriam sucesso (Nm 13, 14).

Pense no que foi dito acima: que muitas vezes a desobediência vem da falta de confiança no que Deus nos diz. Por que isso acontece e como podemos, de fato, aprender a confiar mais em Deus?


Sexta-feira, 01 de outubro
Ano Bíblico: Zc 9-11
Estudo adicional

“O amor de Deus (devidamente compreendido) está no centro de um conflito cósmico”; “o compromisso divino com o amor oferece uma razão moralmente suficiente para o fato de Ele permitir o mal, com ramificações significativas para a compreensão da providência divina que opera dentro do que chamo de regras pactuais de engajamento” (John C. Peckham, Theodicy of Love: Cosmic Conflict and the Problem of Evil [Baker Academic, 2018], p. 4). Nessa obra, de autor adventista, publicada por uma editora não adventista, vemos a realidade do grande conflito.

“O decreto de que Israel não deveria entrar em Canaã antes que passassem 40 anos foi uma amarga decepção para Moisés e Arão, Calebe e Josué. No entanto, sem murmurar, aceitaram a decisão divina. Mas aqueles que reclamavam da maneira de Deus lidar com eles e que diziam que retornariam para o Egito choraram e lamentaram profundamente quando as bênçãos que desprezaram lhes foram tiradas. Haviam se queixado de coisas irreais, e agora Deus lhes deu um motivo real para chorar. Se tivessem se lamentado de seu pecado no momento em que ele lhes foi apontado, a sentença não teria sido pronunciada, mas eles ficaram tristes apenas pelo castigo que receberam. Sua tristeza não era uma demonstração de arrependimento sincero e não podia liberá-los do castigo” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 283).

Perguntas para consideração

1. Diante do sofrimento no mundo, valeu a pena Deus oferecer amor gratuito?

2. Se a obediência é central na Bíblia, o que é o legalismo? O que pode transformar a fidelidade à Palavra de Deus e aos Seus mandamentos na armadilha do legalismo?

3. Quais são os paralelos entre o antigo Israel e a Igreja Adventista do Sétimo Dia? Por que devemos nos preocupar com eles?

Respostas e atividades da semana: 1. O amor verdadeiro precisa ser livre. Cada um tem a escolha de amar ou não a Deus. Satanás fez a escolha dele. 2. Deus criou Adão e Eva perfeitos e livres para tomar suas decisões. 3. Todas as famílias da Terra receberiam a bênção da salvação por meio de Jesus Cristo, Descendente de Abraão. 4. Israel tinha o conhecimento do Deus verdadeiro e deveria difundi-lo para o mundo. 5. Para estabelecer com eles uma aliança de salvação e usá-los como sacerdotes para as outras nações. 6. Obediência a Deus. 7. Todos acima de 20 anos morreram no deserto, antes de entrar na terra prometida, salvo Calebe e Josué.



Resumo da Lição 1
Prefácio de Deuteronômio

TEXTOS-CHAVES: 1Jo 4:8; Dt 4:37; 6:5

FOCO DO ESTUDO: Is 14:12-14; Ez 28:12-17; Gn 3:1-7; 12:1-3; At 7:20-36; Êx 19:4-8; Dt 1:34

ESBOÇO

O livro de Deuteronômio é o quinto e último livro do Pentateuco e contém a mensagem de despedida de Moisés a Israel antes de entrar na terra prometida. O livro é marcado por um senso de urgência. Moisés estava prestes a morrer e deixar seu povo, e o propósito de suas últimas palavras era, portanto, relembrar aos filhos de Israel os ensinamentos mais importantes de Deus. O livro é uma exposição da fé israelita – o livro-texto para os líderes do povo a fim de mantê-los no caminho certo.

Temas da lição

• O Deus da história. Quando Moisés se dirigiu ao povo, ele relembrou os eventos históricos passados quando Deus os salvou da escravidão, os tirou do Egito e os conduziu em meio às adversidades do deserto.

• O Deus de amor. Porque Deus é amor, Ele alcança Seu povo e luta por ele. Em resposta, o povo aprende a amar o seu Deus. • A aliança de Deus. Essa relação recíproca entre Deus e Seu povo assume a forma de um acordo, uma aliança entre o Senhor e Israel.

• O povo de Deus. Israel é o povo da aliança. De forma alguma essa designação sugere que ele era superior aos outros povos. Essa aliança, iniciada com Abraão, implica a santidade de Israel e seu compromisso por meio do amor e do temor a Deus e da obediência aos Seus mandamentos.

COMENTÁRIO

Todo o Israel

Deuteronômio é endereçado a “todo o Israel” (Dt 1:1), expressão que se refere à totalidade do povo pouco antes de entrar na terra prometida (Dt 34:12; 27:9; Dt 31:1, 7). O apóstolo Paulo usa a mesma expressão em um sentido escatológico para se referir à totalidade dos salvos (incluindo judeus e gentios): “E, assim, todo o Israel será salvo” (Rm 11:26). Embora a expressão “todo o Israel”, na oração de Daniel, possa se referir ao povo exilado em Babilônia, sugerindo a esperança de restauração, é claro que há tem um escopo universalista, abrangendo “tanto os de perto como os de longe” (Dn 9:7).

Perguntas para discussão e reflexão: Por que o livro de Deuteronômio fala ao povo de Israel como uma corporação? Por que as mensagens desse livro são mais bem compreendidas quando todo o povo está reunido? Como o ditado “ninguém é uma ilha” se aplica à igreja atual?

Deuteronômio

A palavra “Deuteronômio”, o título do livro, deriva da tradução grega (a Septuaginta) de uma frase de Deuteronômio 17:18, “uma cópia desta lei”, que significa literalmente “uma segunda apresentação [isto é, uma repetição] desta lei”. A palavra hebraica para “lei” é Torá, que, em sentido jurídico, se refere a algo mais abrangente do que nossa palavra “lei”; significa “ensino”, no sentido geral do termo, e inclui todas as instruções divinas. A frase “uma cópia desta lei” descreve de fato o conteúdo do livro (Dt 28:61; 29:21, etc.), não apenas por ser a repetição da lei originalmente dada no Monte Sinai, mas porque é uma revisão dos ensinamentos divinos. É importante observar que o título hebraico do livro, Debarim, “palavras” ou “são estas as palavras” (Dt 1:1), refere-se às palavras proféticas de Moisés, “segundo tudo o que o Senhor lhe havia ordenado a respeito deles” (Dt 1:3). Esse título ecoa as últimas palavras do livro de Números: “São estes os mandamentos” (Nm 36:13; compare com Dt 1:6).

Pergunta para reflexão: Por que Moisés precisou repetir a Lei?

Quatro discursos

Moisés se dirigiu ao povo em quatro grandes discursos. Cada um deles começa com a mesma frase: “são estas as palavras” ou seu equivalente (Dt 1:1; 4:44; 29:1; 31:1). O primeiro discurso é um prólogo histórico (Dt 1–4) em que Moisés reconstituiu a viagem de Israel do Sinai a Canaã (Dt 1–3). O segundo é uma revisão da Lei (Dt 4:44–28:68). O terceiro é um apelo para guardar a aliança (Dt 29–30). E o quarto discurso é um apelo final para ler a Lei e lembrar dela, seguido do cântico de Moisés, sua bênção e despedida antes de morrer (Dt 31–34).

Aliança

Uma análise mais cuidadosa da estrutura do livro de Deuteronômio à luz da literatura do antigo Oriente Próximo revelou uma organização sofisticada, que segue o padrão dos antigos tratados de aliança entre o suserano e seu vassalo (egípcio e especialmente hitita, do segundo milênio a.C.) e que exibe as seguintes características:

• Prefácio (Dt 1:1-5)

• Prólogo histórico (Dt 1:6–4:49)

• Estipulações gerais (Dt 5–11) e específicas (Dt 12–26)

• Bênçãos e maldições (Dt 27–28)

• Lealdade à aliança e testemunhas (Dt 29–30)

Deus na história

Essa estrutura de aliança, que confirma a antiguidade do livro e sua autoria mosaica, sugere a intenção de enfatizar a aliança de Deus com Seu povo. Os eventos históricos, um lembrete das obras de salvação de Deus em favor de Seu povo, precedem e estabelecem o fundamento da aliança desde Abraão e do Egito até o presente. Esses eventos sugerem uma teologia bíblica da história que é essencialmente diferente das modernas concepções ocidentais de história. Para a Bíblia, a história não é o fluxo mecânico de eventos de causa e efeito; em vez disso, é o resultado da presença divina e de Suas ações contínuas. O Senhor faz a aliança por meio de sua ação na história. Ele é o primeiro a mover-Se e agir. E esses atos na história são a base da aliança. Deus fez a aliança com Seu povo (Dt 5:3) porque Ele é o Senhor que os tirou da terra do Egito (Dt 5:6). A palavra hebraica debarim, “palavras” (dabar é o singular de debarim), o título hebraico do livro de Deuteronômio, também significa “eventos” e se refere à história sagrada das obras divinas de salvação. O livro de Crônicas, que narra essa história no Antigo Testamento, é chamado em hebraico dibrey hayammim, que significa “as palavras dos dias”. As palavras de Deus também devem ser lidas por meio desses eventos históricos.

Perguntas para discussão e reflexão: Que lições sobre Deus podemos aprender do fato de que a mesma palavra hebraica dabar significa “palavra” e “história”?

O princípio do amor

O princípio fundamental da aliança de Deus com Seu povo é o amor. O verbo “amar” aparece muitas vezes no livro, não apenas para se referir ao amor de Deus por Seu povo (Dt 4:37; 7:8; 10:15; 23:5, etc.), mas também ao amor de Israel em resposta ao amor divino (Dt 6:5; 7:9; 10:12). No livro de Deuteronômio, o amor divino não é descrito apenas como uma emoção. O amor de Deus é intenso e infinito e se manifesta por meio de eventos que expressam a intensidade, a autenticidade e a natureza infinita desse amor. Por causa desse amor, que criou os céus e a Terra (Dt 10:14; 4:35, etc.), Deus também entrou na arena dos eventos humanos e salvou Seu povo (Dt 1:27-31; 4:20). Em resposta ao amor divino, Israel, o povo da aliança é exortado por Deus: “Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força” (Dt 6:5). O amor implica, então, que eles devem se lembrar de Deus (Dt 7:18; 9:7; 24:9, etc.), ouvi-Lo, esforçar-se para compreender e obedecer às Suas palavras (Dt 4:1; 6:4; 20:3, etc.), temê-Lo (Dt 4:10; 5:29; 17; 19; 31:12, etc.) e servi-Lo (Dt 6:13; 28:47, 48, etc.).

Perguntas para discussão e reflexão: Por que o amor é mais do que uma emoção passageira? Por que os mandamentos de Deus são “uma expressão do princípio do amor”? (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 607).

Apelo ao estudo

O livro de Deuteronômio é um apelo para se estudar e ensinar as palavras de Deus (Dt 6:7) e tem sido estimado nas comunidades judaica e cristã como um dos mais importantes de seus escritos sagrados. É o livro que contém o Shema Israel, “Escute, Israel” (Dt 6:4), que moldou a identidade religiosa judaica. É também um dos livros do AT mais presentes no NT, onde é citado 80 vezes. É um dos livros mais importantes da Bíblia, de relevância para o povo de Deus no fim dos tempos, quando estão prestes a entrar na terra prometida que o Senhor lhes preparou (Jo 14:2). “O livro de Deuteronômio deve ser estudado cuidadosamente pelos que vivem na Terra hoje” (Ellen G. White, Advent Review and Sabbath Herald, 31 de dezembro de 1903).

Perguntas para discussão e reflexão: Por que o estudo da Bíblia deve ser um componente importante da vida espiritual dos adventistas do sétimo dia? Encontre na Bíblia exemplos de pessoas que enfatizaram o valor do estudo como um dever religioso.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Não basta ouvir e estudar as palavras de Deus, temos que viver de acordo com o que ouvimos e entendemos. Quando criança, Jacques Doukhan ouviu de seu rabino uma lenda sobre um homem que encontrou um trompete milagroso no mercado. O vendedor se gabou de suas qualidades mágicas: “Este trompete”, disse ele, “tem um poder maravilhoso. Se você o tocar, o fogo será imediatamente dominado”. Assim que o homem chegou em casa, quis testar o poder do instrumento. Ele colocou fogo em sua casa e começou a tocar o trompete. Quanto mais tocava, mais o fogo crescia e queimava a casa. O homem ficou furioso com a pessoa que lhe vendeu o trompete e correu de volta ao mercado para reclamar. O vendedor explicou que a função do trompete não era apagar o fogo, mas alertar as pessoas que ao avistarem o fogo viriam apagá-lo.

Uma das diferenças mais importantes entre Deus e o ser humano é que, quando Deus fala, as coisas acontecem. Encontre exemplos na Bíblia que ilustram esse princípio. Em comparação, encontre na história, na vida política e em sua própria vida casos que ilustram as discrepâncias entre palavras e ações.


Milagres na construção

Eu trabalhava em projetos de construção na Mongólia. Durante a construção de um prédio de apartamentos, um grande guindaste, com um metal grande, servia para levantar os materiais e virá-los para mim, que os esperava em um muro alto e os tirava do gancho. Certo dia, enquanto estava terminando de desenganchar uma carga no terceiro piso, o gancho se moveu abruptamente. Peguei uma vara comprida e tentei colocá-lo de volta no lugar. Mas o gancho voltou e me atingiu com força, derrubando-me contra a parede. Lembro-me de cair três andares até o térreo. Então, perdi a consciência. Sendo que o hospital mais próximo ficava muito distante, um médico foi chamado e correu até o local de construção.

Algum tempo depois, recobrei a consciência. Então, fiquei sabendo que minha perna havia quebrado e a medula espinhal tinha sido lesionada. “Não podemos levar você ao hospital por causa dos seus ferimentos”, o médico disse. Naquela época, a Mongólia não era desenvolvida como é atualmente. O país carecia de um bom equipamento médico. O médico não sabia exatamente o que havia acontecido comigo. Ele disse que minhas costas estavam quebradas, mas era tudo que sabia. Fiquei paralisado na cama durante dois anos, sem conseguir me mover. Durante esse tempo, vários estrangeiros visitaram minha cidade. Na época eu não sabia, mas agora sei que eram missionários divulgando o evangelho.

Tenho oito filhos e, naquela época, o mais velho estava cursando o oitavo ano. Todos assistiram aos cultos dos estrangeiros. Embora não fôssemos pessoas religiosas, nunca os proibimos que participassem daquelas reuniões. Então, meus filhos levaram os estrangeiros até nossa casa. Naquela época, eu não entendia o que acontecia, mas hoje sei que eles oravam por mim. E, por causa de suas orações, fui curado rapidamente.

Finalmente, recobrei as forças e comecei a fisioterapia. Exercitava-me colocando barras e cordas sobre minha cama. Inicialmente, minha cabeça doía, mas a oração dos meus filhos funcionou. Em pouco tempo, conseguia me locomover com o auxílio de uma bengala. Meus filhos se tornaram muito ativos na igreja adventista e gostavam de cantar. Eu também gostava dos cultos divinos e, enquanto estudava a Bíblia, minha vida começou a mudar. Eu costumava ingerir muita bebida alcóolica, mas abandonei esse o vício. Essa foi uma grande mudança. Eu queria ser fiel a Deus. Em seguida, minha e esposa e eu nos batizamos na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Alguns anos depois de conseguir andar, comecei a sofrer de dores nas pernas. O medo tomou conta de mim. Fiquei preocupado com a possibilidade de ficaria paralítico novamente. Depois de ter feito um o exame médico, o semblante do doutor parecia preocupado. “Você precisa submeter a uma cirurgia, mas será um procedimento arriscado”, ele disse, explicando que a espinha estava danificada e requeria uma atenção médica. Minha família foi convidada a assinar um termo de responsabilidade caso a cirurgia tivesse complicações. Minha esposa e eu oramos muito. O pastor da igreja orou por mim. Acredito que o sucesso da cirurgia foi por causa das orações. Até os ferimentos recorrentes da cirurgia foram curados rapidamente e recebi alta em apenas uma semana.

Hoje, estou restabelecido e curado. Minha família é cristã e desejamos que nossos amigos também conheçam o evangelho. Nós os convidamos para visitar a igreja, poucos aceitam e nenhum entregou o coração a Jesus. Não me preocupo, porque creio que Deus tem o poder para alcançá-los. Afinal de contas, Deus me resgatou no leito enfermo. Meu trabalho é convidar, o do Espirito Santo é convencer. Recentemente, convidei outros amigos para visitar igreja e espero que aceitem o convite.

Muito obrigado pelas ofertas do trimestre que ajudarão a abrir um Centro de Estilo de Vida Adventista na capital da Mongólia, Ulaanbaatar. Ali, as pessoas receberão apoio para abandonar o vício da bebida e aprender a tomar outras decisões importantes sobre o estilo de vida.

 

Informações adicionais

• Peça que um homem apresente esta história na primeira pessoa.

• Pronúncia de Erdenebat: .

• Saiba que “Erdene” significa “tesouro” e “bat” significa “forte, estável, firme, leal.”

• Faça o download das fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

• Para mais notícias sobre o Informativo Mundial e outras informações sobre a Divisão do Pacífico Norte-Asiático, acesse: bit.ly/nsd-2021.

Essa história missionária ilustra os componentes seguintes do plano estratégico do “I Will Go” [Eu irei] da Igreja Adventista: Objetivo de Crescimento Espiritual nº 1 – “reavivar o conceito de missão mundial e sacrifício pela missão como um modo de vida que envolva não apenas os pastores, mas todos os membros da igreja, jovens e idosos, na alegria de testemunhar por Cristo e de fazer discípulos” através do “aumento do número de membros da igreja que participam em iniciativas evangelísticas pessoais e públicas com o objetivo de envolvimento total dos membros” (KPI 1.1). Objetivo de Crescimento Espiritual nº 5 – “discipular indivíduos e familiares numa rotina espiritual”. Conheça mais sobre o plano estratégico em IWillGo2020.org.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2021

Tema Geral: A verdade em Deuteronômio

Lição 1 – 25 de Setembro a 1º de Outubro de 2021

Prefácio a Deuteronômio

Autor: Sérgio H. S. Monteiro

Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

A compreensão de qualquer situação, evento ou texto depende necessariamente da compreensão ou ao menos do conhecimento do contexto em que tal situação ou evento ocorreram ou em que o texto foi escrito. Isso é verdade em relação tanto a eventos e textos contemporâneos quanto a textos antigos como a Bíblia.

Na Lição da Escola Sabatina deste trimestre lidaremos com um dos livros que compõem o Pentateuco, os cinco primeiros livros das Escrituras. Considerando que o livro foi escrito há mais de 3.400 anos, precisamos nos lembrar de manter em foco a realidade de que, 1. Sua forma de falar o que foi dito é diferente da maneira que estamos acostumados a falar, 2. Seu contexto histórico não é o nosso, 3. Sua visão de mundo era muito (até demais, eu diria) diferente da nossa.

Além disso, é preciso considerar que Deuteronômio, nosso livro de estudo, está inserido em um conjunto harmônico de literatura histórico-legislativo-religiosa e que, de certa forma, funciona como a transição, nos três aspectos citados, para a literatura, a história e a religião que encontramos nos livros posteriores, a partir de Josué. Mas ele não faz uma transição do vazio. Ao contrário, acentua, rememora e coloca nova luz sobre a relação de eventos e histórias passadas com as ações e eventos do presente.

E, de forma paradoxal, como acentuamos na introdução, Deuteronômio faz essa ligação reflexiva de maneira fenomenal e única. Ele nos apresenta os eventos, as falas e as atitudes recontadas não pela visão divina, mas pelo ponto de vista de Moisés, como intérprete da revelação histórica e das injunções legais. Em nome de Deus, Moisés acusou Israel de infidelidade, ao rememorar as ações divinas e a resposta humana, e ao enxergar o curso humano da desobediência e da rebelião. Inspirado por Deus, Moisés chamou o povo para uma confirmação da aliança, estabeleceu essa necessidade e reuniu o povo para celebrar o estabelecimento da aliança divina com a nova geração.

No primeiro de nossos estudos deste trimestre, podemos ver como os elementos conceituais se fundem na teologia deuteronomista: a aliança, a fidelidade, a criação, o chamado dos pais, a escravidão, a libertação, o mar e o deserto, a comida providenciada e a rebelião da infidelidade às portas da Canaã terrestre formam o arcabouço do discurso mosaico que compõe a visão histórica e religiosa que veremos no decorrer do livro. A ideia subjacente a esse recontar da história é lançar diante do povo as bases de toda acusação e benção que advirá em sua experiência futura, porque no curso de seus atos passados houve a repetição e recorrência das atitudes.

Por outro lado, Deuteronômio também precisa ser compreendido a partir da estrutura maior das Escrituras, cuja primeira declaração é de origem amorosa e livre. Nas palavras de Gênesis, a criação não é apenas um ato natural a Deus, mas o Ato iniciador da relação amorosa e de comunhão do Criador com Suas criaturas. E isso porque a criação é apresentada não somente nessa linguagem de aproximação na qual Deus não apenas comanda a existência humana, como o faz com o restante da criação, mas Se envolve tactilmente nela (Gn 2:5-7). Não! De fato, é na história da queda, narrada de forma veloz após a criação, que a relação se aprofunda com a proposta de perdão e restabelecimento do relacionamento, através do Descendente (Gn 3:15). Nesse contexto, o dilúvio serve como uma re-certificação da proposta de relacionamento e de perdão. Nesse processo de autorrevelação e de construção da identidade do povo do pacto, Deus escolhe sempre um indivíduo para levar adiante os ditames da aliança e a proclamação das promessas do pacto. Assim, em Gênesis 12, Ele chamou Abrão, cuja história imediata é de pecado e perdão, quase em um adiantamento da história do povo não apenas após o Êxodo, mas durante toda a história. Ele pecou, quebrou o pacto, mas ainda assim foi beneficiado pelo perdão que advém do próprio pacto.

Esse paradoxo é explicado pela compreensão de que a aliança é divina, um concerto entre os Membros da Divindade, tendo os seres humanos como parte beneficiada e não parte constituinte. Por isso, a aliança é sempre, na boca de Deus, “Minha aliança” (Gn 6:18; 9:9, 11, 15; 17:2, 4, 7, 9, 10, 13, 14, 19, 21; Êx 6:4, 5; 19:5; Lv 26:9, 15, 42, 44; Nm 25:12; Dt 31:16, 20; Js 7:11; Jz 2:1, 20; 1Rs 11:11; Sl 50:16; 89:28, 34; 132:12; Is 56:4, 6; 59:21; Jr 11:10; 31:32; 33:20, 21, 25; 34:18; Ez 16:60, 62; 17:19; 44:7; Os 8:1; Zc 11:10; Ml 2:4, 5; Rm 11:27; Hb 8:9). Portanto, quando a aliança é “quebrada” ou “anulada”, não são as suas cláusulas que deixam de existir, mas o benefício dela sobre aquele que a quebrou. Isso permite que Deus perdoe o pecador que quebrou a aliança, justamente por manter a aliança, que prevê em seu próprio ato constituinte (a morte do Cordeiro, mencionada em Ap 13:8) o perdão. Dessa maneira, Abraão, em Gênesis 18, é convidado a entrar novamente no reino da aliança, muito embora a tenha quebrado em Gênesis 16. E esse padrão se repete com o povo de Israel, seus descendentes, após ele, que, sendo chamados no Sinai a participar da aliança propositiva de Deus, a quebra no próprio Sinai (Êx 32), e em vários momentos posteriores de sua história, sendo sempre lançados para fora da cidadela protetora da aliança, mas jamais longe de seu alcance salvífico e perdoador, já previsto na própria aliança em Levítico 26.

Não deixa de ser interessante, e chama à reflexão, o fato de que, no fim de Deuteronômio, Moisés tenha dedicado tempo justamente para lembrar à nova geração sobre o poder e o alcance da aliança. No texto que inicia seu penúltimo discurso, em Deuteronômio 29:10 em diante, Moisés afirma que a aliança renovada naquele tempo era feita também com os que ali não estavam, e se estendia a todo o povo e não apenas a um grupo de pessoas. Além disso, aquela era a aliança do Eterno, à qual eles eram convidados a entrar, não a estabelecer. A aliança seguiria existindo, mas o privilégio de pertencer a ela era então oferecido a cada membro daquela geração, ainda que o Senhor soubesse que seu juramento, naquele dia, não perduraria muitos anos, e que eles apostatariam e se afastariam de Deus.

O segredo dessa insistência de Deus se encontra no Seu mais básico atributo comunicável: o amor. Se há uma declaração sobre Ele da qual nós, humanos pecadores, gostamos é que Ele é amor. Não obstante, não chegamos ainda a compreender o que isso verdadeiramente significa. Mas, durante o estudo das próximas lições, por estranho que possa parecer, podemos chegar a ter uma compreensão melhor do amor em Deus pelos olhos de alguém que percebeu a história como uma sucessão de atos de amor, pois a história é o palco da revelação de Deus, e Deus é amor.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: O Pr. Sérgio Monteiro é casado com Olga Bouchard de Monteiro. É pai de Natassjia Bouchard Monteiro e Marcos Bouchard Monteiro. É Bacharel em Teologia, Mestre em Teologia Bíblica, cursa doutorado em Bíblia Hebraica. É pastor na Escola do Pensar e no Instituto de Estudos Judaicos  Feodor Meyer. É membro da Adventist Theological Society, International Organization for the Study of the Old Testament, Society for Biblical Literature e Associação dos Biblistas Brasileiros.