Ao nos aproximarmos do fim de nossos anos laborais, nosso foco financeiro se volta para a preservação de nossos bens levando em consideração os anos finais da vida. A transição do período de trabalho para o tempo da aposentadoria pode ser uma experiência traumática. Em termos de finanças, qual é a melhor maneira de proceder?
À medida que as pessoas envelhecem, naturalmente começam a se preocupar com o futuro. Os temores mais comuns são: morrer cedo demais (antes que a família esteja segura); viver tempo demais (esgotando suas economias); enfermidade grave (todos os recursos poderiam se extinguir) e deficiência mental ou física (quem vai cuidar de mim?).
Ao comentar esses medos, Ellen G. White escreveu: “Todos esses temores são originados por Satanás [...]. Caso tomassem a atitude que Deus deseja que mantenham, seus últimos dias seriam os melhores e mais felizes [...]. Devem pôr de lado a ansiedade e as preocupações, ocupar o tempo da maneira mais satisfatória possível e amadurecerem para o Céu (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 376).
Vamos estudar o conselho de Deus sobre nossos últimos anos. O que devemos fazer, o que devemos evitar e quais princípios devemos seguir?
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1. Leia Lucas 12:16-21. Qual é a mensagem relevante nesse texto? Que repreensão o Senhor fez ao insensato, e o que isso nos diz a respeito de como deve ser nossa atitude em relação ao que possuímos?
Embora a mensagem seja mais ampla do que isso, pode-se argumentar que essa história fala sobre o que não fazer na aposentadoria. Portanto, se alguém está encerrando a carreira profissional para gastar seus recursos acumulados consigo mesmo, deve ter cuidado e levar a sério essa história. O problema não está em trabalhar, acumular bens e enriquecer. O problema é a atitude. As palavras “descanse, coma, beba e aproveite a vida” (Lc 12:19) expressam o verdadeiro problema.
“A aspiração daquele homem não era mais elevada que a dos animais, que perecem. Vivia como se não houvesse Deus, nem Céu, nem vida futura; como se tudo que possuía lhe pertencesse, e nada devesse a Deus nem aos homens” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 146).
Se, tendo recebido as bênçãos de Deus, só pensamos em nós mesmos e ignoramos os outros e a causa de Deus, seguimos o exemplo do rico louco. A parábola não sugere que o rico fosse preguiçoso ou desonesto. O problema era a maneira de gastar os recursos. Como não sabemos o dia da nossa morte, devemos estar sempre prontos, vivendo para cumprir a vontade de Deus, em vez de levar uma vida egoísta.
A perspectiva bíblica geralmente é que uma pessoa trabalhe e produza enquanto ela é capaz. Os autores dos livros de Daniel e Apocalipse estavam, muitos acreditam, na casa dos 80 anos quando completaram seu trabalho, numa época em que a expectativa de vida girava em torno de 50 anos. Ellen G. White publicou alguns de seus livros mais conhecidos e mais amados, como O Desejado de Todas as Nações, após seus 70 anos. Portanto, na medida do possível, a idade não deve nos impedir de ser produtivos nem de fazer o bem.
Jesus aconselhou aqueles que aguardavam Sua segunda vinda a não apenas vigiar, mas continuar trabalhando também (Mt 24:44-46).
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Certa vez alguém perguntou a Billy Graham o que mais o havia surpreendido na vida, agora que ele estava idoso (ele tinha 60 anos). A resposta de Graham? “A brevidade dela”.
2. O que os textos a seguir ensinam sobre a vida humana terrena? Sl 49:17; 1Tm 6:6, 7; Sl 39:11; Tg 4:14; Ec 2:18-22
Não só a vida passa rapidamente, mas, quando morremos, não levamos nada conosco, pelo menos dos bens materiais. A única coisa que nos acompanha é o caráter. Isso significa que deixamos o que temos para outras pessoas. Quem vai ficar com os nossos bens? Depende dos planos feitos de antemão.
Embora nem todos tenham propriedades, a maioria das pessoas, como trabalharam ao longo dos anos, acumularam algo. O que acontecerá com isso depois da morte é uma questão que todos devem considerar.
No fim da vida, não importa se a pessoa tem muitos ou poucos bens, o planejamento patrimonial pode ser seu ato final de mordomia cristã, de administração cuidadosa daquilo com que Deus os abençoou. Se alguém não tem um plano de patrimônio que inclua um testamento ou uma holding familiar (empresa criada para administrar bens dos herdeiros), as leis do estado ou do governo civil podem ser aplicadas (tudo isso depende, é claro, de onde a pessoa vive). Se alguém morrer sem deixar testamento, a maioria das jurisdições civis simplesmente passarão seus bens para os parentes, quer eles precisem ou não, quer façam ou não bom uso do dinheiro, não importa se a pessoa tivesse ou não escolhido dar uma parte dos recursos para os parentes. A igreja não vai receber nada. Se for isso que a pessoa quiser, tudo bem. Se não, ela precisa planejar com antecedência. Nesse contexto, busque orientação profissional para escolher a forma mais eficaz e econômica de administrar os recursos de Deus.
Como Deus é o Dono de tudo (ver Sl 24:1), seria lógico concluir a partir de uma perspectiva bíblica que, quando tivermos terminado a tarefa que Deus nos confiou, devemos devolver a Ele, o legítimo Dono, o que restar, uma vez que as necessidades dos entes queridos estejam atendidas.
A morte, como sabemos, pode vir a qualquer momento, inesperadamente. O que aconteceria com seus entes queridos se você morresse hoje? O que aconteceria com seus bens? Seriam distribuídos como você gostaria?
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Nos tempos do AT, muitos dos filhos de Israel eram agricultores e pastores. Assim, as bênçãos prometidas por Deus eram transmitidas na linguagem agrícola. Por exemplo, em Provérbios 3:9 e 10, Deus diz que, se formos fiéis, nossos “celeiros ficarão cheios”. Muitos cristãos não têm um celeiro hoje. Então, Deus abençoará nosso trabalho ou negócio se estivermos dispostos a segui-Lo e a obedecer-Lhe.
3. Leia Provérbios 27:23-27. “Procure conhecer o estado das suas ovelhas e cuide dos seus rebanhos”. Como aplicar essas palavras hoje?
Por mais que a Bíblia alerte contra a opressão aos pobres, ou a respeito da ganância, as Escrituras não condenam a riqueza nem os esforços para adquiri-la, desde que isso não seja feito de forma desonesta ou por meio da opressão aos outros. O texto de Provérbios indica que devemos ser diligentes para que possamos ter o suficiente para nós mesmos e para nossa família. “As cabras produzirão leite em abundância para alimentar você, alimentar a sua casa e sustentar as suas servas” (Pv 27:27).
Podemos parafrasear esse verso: “Revise seus registros financeiros e determine o estado de seus assuntos financeiros”. Ou: “Faça um balanço patrimonial e entenda sua relação dívida/capital”. De tempo em tempo, durante seus anos de trabalho, seria apropriado revisar seu testamento ou outros documentos em relação aos seus bens atuais e atualizar esses documentos, se for necessário. Testamentos e empresas de administração de patrimônio são estabelecidos no processo de planejamento patrimonial, a fim de proteger a família em caso de morte prematura, ou, por motivos de saúde, na impossibilidade de decidir sobre o destino de seus bens. Planeje o que ocorrerá com suas posses quando elas não mais estiverem sob sua administração.
A mordomia cristã das bênçãos que Deus nos deu não trata apenas do que temos enquanto vivemos, mas também do que acontece depois que descansamos. A menos que o Senhor retorne em nosso tempo, um dia morreremos, e os nossos bens, poucos ou muitos, ficarão aqui. Portanto, cabe a nós tomar providências para que esses recursos sejam uma bênção para outros e um auxílio para a obra de Deus.
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4. Que princípios podemos tirar dos seguintes textos sobre como devemos lidar com o dinheiro?
1 Tm 6:17
2 Co 4:18
Pv 30:8
Ec 5:10
O dinheiro pode exercer um controle poderoso sobre o ser humano, o que tem levado muitos à ruína. Quem nunca ouviu falar de pessoas que fizeram coisas terríveis por causa do dinheiro – mesmo quando já possuíam muito?
Mas não precisa ser assim. Pelo poder de Deus, podemos vencer a tentativa do inimigo de tomar o que devia ser uma bênção (posses materiais) e transformar isso em maldição.
No contexto de ser um bom mordomo ao planejar para a morte, um perigo que as pessoas enfrentam é a tentação de acumular bens agora, justificando esse acúmulo com a seguinte ideia: “Bem, quando eu estiver perto de morrer, poderei doar tudo”. Isso seria melhor do que gastar tudo agora. No entanto, podemos fazer melhor do que isso. Não devemos ser inconsequentes como aquele bilionário que desperdiçava dinheiro e declarou que ficaria feliz se o cheque para seu funeral voltasse!
“Vi que muitos sonegam a causa de Deus enquanto estão vivos, acalmando a consciência com a ideia de que serão caridosos na morte. Dificilmente ousam exercer fé e confiança em Deus para dar qualquer coisa enquanto vivem. Mas essa caridade no leito de morte não é o que Cristo exige de Seus seguidores; ela não pode desculpar o egoísmo da vida deles. Os que se apegam às suas propriedades até o último momento entregam- nas à morte em vez de fazê-lo para a Causa. Os prejuízos ocorrem continuamente. Bancos vão à falência e as propriedades vão sendo perdidas de muitas maneiras. Muitos se propõem a fazer algo, mas adiam o assunto, e Satanás entra em ação para que de modo algum os meios sejam postos no tesouro. Perdem-se antes de voltar para Deus, e Satanás se alegra com isso” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 130).
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Embora seja difícil saber como seria a vida na Terra se os seres humanos não tivessem pecado, podemos ter certeza de que não haveria acúmulo, ganância, pobreza – coisas que atormentam nosso mundo ao longo da história. Se temos propriedades conquistadas pelo trabalho honesto, esses bens são legítimos. No entanto, uma manifestação da vida neste mundo de pecado é o uso egoísta e mesquinho das bênçãos que Deus colocou em nossas mãos. No fim, no entanto, independentemente de quanto temos, há um ponto importante do qual devemos sempre nos lembrar.
5. Leia os textos a seguir. Qual é o ponto central em todos eles, e como isso deve impactar o que fazemos com as bênçãos materiais que Deus nos concedeu? Sl 24:1; Hb 3:4; Sl 50:10; Gn 14:19; Cl 1:15-17
Somos administradores do que Deus nos confiou; ou seja, Ele é o dono de tudo, e é o Senhor quem nos dá vida, existência e força para obter as coisas. Então, é lógico que, quando tivermos completado a tarefa que Deus nos deu, e tivermos cuidado de nossa família, devemos devolver o restante a Ele.
“Ao dar à obra de Deus, você está ajuntando para si tesouros no Céu. Tudo o que você ajuntar lá em cima está livre de desastre e perda e aumenta, tornando-se em bens eternos e duradouros [e] será registrado na conta de vocês no reino dos Céus” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 232).
Há muitas vantagens em doar agora, enquanto estivermos vivos. Eis algumas: (1) O doador pode ver os resultados no presente: um novo prédio da igreja, um jovem na faculdade, uma campanha evangelística financiada, etc.. (2) O ministério ou a pessoa pode se beneficiar agora quando a necessidade é maior. (3) Não há briga entre familiares ou amigos após sua morte. (4) É um bom exemplo de valores familiares de generosidade e amor ao próximo. (5) Minimiza impostos sucessórios. (6) Garante que a doação será feita à entidade destinada, sem interferência judicial ou parentes descontentes. (7) Demonstra que o coração do doador foi mudado do egoísmo para o altruísmo. (8) Armazena tesouros no Céu.
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Ellen G. White escreveu dois capítulos sobre esse importante tema de distribuição de nossos bens: Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 101-111 (“A Pais Ricos”), e Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 412-419 (“Testamentos e Legados”).
Há também uma seção que discute o planejamento patrimonial em Conselhos Sobre Mordomia, p. 219-224. Ellen G. White escreveu: “Se fossem cristãos verdadeiros, praticariam em vida, estando ainda saudáveis e fortes, o que adiam até a morte. Dedicariam a Deus a si mesmos e o que lhes pertence, ao passo que, agindo como Seus mordomos, teriam a satisfação de estar cumprindo seu dever. Como executores de seus próprios testamentos poderiam por si mesmos satisfazer às reivindicações divinas em vez de deixar essa responsabilidade a outros” (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 415).
O que ela quis dizer com “executores de seus próprios testamentos”? Em um testamento normal, aquele que faz o testamento nomeia um executor para distribuir os bens após sua morte, conforme o testamento. Ao se tornar seu próprio executor, você distribui seus bens enquanto está vivo. Assim, terá a satisfação de ver os resultados e de saber que está lidando de forma adequada com os talentos confiados por Deus.
A segunda vinda de Cristo é a nossa “bendita esperança”. Será incrível ver Jesus voltando. Queremos ouvir as palavras: “Muito bem, servo bom e fiel”. Mas, e se descansarmos antes da volta de Jesus? Se seguirmos Sua vontade revelada, poderemos ter a satisfação de ver Sua obra avançar por causa de nossos esforços, sabendo que, devido ao nosso plano patrimonial, ela continuará depois que partirmos.
Perguntas para consideração
-
Por que ajuntar tesouros no Céu não é “comprar” a sua salvação?
- Devemos ser generosos, mas devemos ser sábios. Algumas pessoas marcam datas para eventos proféticos e fazem apelos por dinheiro: “Visto que nosso dinheiro será inútil naquele tempo, é melhor doá-lo para o ministério deles agora”. Como discernir entre esse engano e maneiras legítimas de usar nosso dinheiro para a causa de Deus?
Respostas e atividades da semana: 1. A nossa prioridade não deve ser os bens materiais, pois nada nos pertence de fato. Nossa riqueza é nossa fé em Deus. 2. Com a morte, tudo que conquistamos será deixado para outras pessoas. Não levaremos nada. A vida é passageira. Sem Deus, nada tem sentido nem valor. Tudo é vaidade. 3. Seja sábio ao administrar seus bens. 4. Não depositar esperanças na riqueza, mas em Deus; nosso foco e atenção devem estar nas coisas eternas; contentar-se com o necessário; quem ama o dinheiro nunca estará satisfeito. 5. Deus é Criador e Dono de tudo. Devemos retribuir ao Senhor as bênçãos doando em favor de Sua obra.
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PARTE I – VISÃO GERAL
Precisamos confiar em Deus e não colocar nossa confiança e amor no dinheiro (Mt 6:24-27). Podemos cuidar das nossas posses (Pv 27:23), ser prudentes (Pv 6:8; 10:5) e fazê-lo sem ansiedade (Mt 6:34), dedicando nossa vida a proclamar o poder de Deus (Sl 71:18). Quando ficamos velhos e frágeis (Ec 12:1-8), ainda podemos dar frutos para o Senhor (Sl 92:14), com Sua ajuda (Sl 71:17, 18), porque Ele promete cuidar de nós (Is 46:4; Sl 92:12, 14). Assim, teremos paz quando nosso fôlego de vida retornar ao Criador, por meio de quem tudo foi feito (Cl 1:16).
Nossa vida e nossas riquezas não duram para sempre (Pv 27:24), nossas posses serão passadas para outros (Sl 49:10) e não podemos levar nada conosco (Ec 5:15). Assim, sempre que possível, “o homem bom deixa herança aos filhos de seus filhos” (Pv 13:22); no entanto, ele deve fazê-lo de forma a evitar disputas entre eles. Ao redigir um testamento, não devemos pensar apenas em nossos próprios interesses terrenos, deixando de ser generosos para com Deus. Esse fracasso foi a ruína do rico insensato da parábola contada por Jesus (Lc 12:19, 20).
Quando reconhecemos tudo o que Deus é para nós (Sl 24:1) e vivemos para Sua glória (1Co 10:31), fixamos nossa mente no invisível, que é eterno (2Co 4:8). Aguardamos a cidade com fundamentos (Hb 11:10), cujo construtor e artífice é Deus, em vez de investir todo nosso tempo e atenção em acumular riquezas temporárias (1Tm 6:17).
Ao investir na obra de Deus (Ml 3:8-10), deixamos um legado de fé. Então, um dia, quando descansarmos de nossos trabalhos, nossas boas obras nos seguirão (Ap 14:13), porque Deus será glorificado nelas, mesmo em nossa ausência.
PARTE II – COMENTÁRIO
Acredite em Deus
Todas as coisas vêm por meio de Deus, o Filho, e foram feitas para Ele (Cl 1:16). No entanto, visto que o dinheiro “dá conta de tudo” (Ec 10:19), nos apegamos a ele, apesar de sermos apenas guardiões temporários de tais recursos. A tendência de amar o dinheiro (1Tm 6:10) é condenada nas Escrituras (Mt 6:24).
Substituir a confiança em Deus por amor às coisas criadas e esperança nelas é loucura (Jr 5:4; Rm 1:21, 22). O deus desta era distorce nossa compreensão da realidade e cega nossa mente, de modo que a glória de Deus em Cristo não possa ser vista (2Co 4:3, 4).
Sem fé, perdemos o firme fundamento da esperança (Hb 1:1). Somos assaltados pelo medo da morte (Hb 2:15) e pela ansiedade (Mt 6:34). Assim, nos agarramos obstinadamente às coisas, resistindo à ordem de devolver a Deus o que Lhe pertence.
Se, após reter o que pertence a Deus, nos voltarmos para Ele (Ml 3:7), a fé trará esperança, salvação e boas obras (Ef 2:8-10). O amor de Deus expulsará o medo (1Jo 4:18) e haverá esperança, porque Nosso Pai nunca nos deixará nem nos abandonará (Hb 13:5).
Prepare-se para o futuro
O trabalho no Éden fazia parte dos prazeres do jardim (Gn 2:15). Depois do pecado, a sobrevivência dependia do “trabalho” e do “suor do rosto” (Gn 3:17-19). A Bíblia nos ordena a trabalhar honestamente (Êx 20:9) e a cuidar das nossas posses (Pv 27:23), bem como fazer provisões para o futuro (Pv 6:8; Pv 10:5), enquanto podemos trabalhar.
No entanto, ao envelhecer, a pessoa torna-se mais fraca (Ec 12:1-8) e pede a Deus que não a abandone (Sl 71:18). Apesar do declínio físico, ainda é possível dar frutos para Deus (Sl 92:14), que prometeu cuidar de Seus filhos até a velhice (Is 46:4).
As riquezas não duram para sempre (Pv 27:24), as posses serão passadas para outros (Sl 49:10) e não será possível levar nada ao morrer (Ec 5:15). Por essas razões, devemos nos esforçar para honrar a Deus agora (Pv 3:9, 10).
As bênçãos
Deus nos dá bênçãos e salvação, juntamente com a comissão de passar essas bênçãos para as gerações futuras. No Antigo Testamento, a palavra “aliança” também tem o significado de testamento com cláusulas condicionais, para que os beneficiários recebam uma herança.
No testamento divino estão incluídas bênçãos materiais, como a terra de Canaã (Gn 15:18), a condição de grandeza da nação (Gn 12:2; 15:5) e abundantes posses materiais (Dt 28:11). Há também promessas espirituais: o Messias (Gl 3:16) e a comissão de levar essas bênçãos a todas as nações (Gn 12:3; Gl 3:8, 14). Todos os que vivem pela fé são beneficiários desse testamento, recebem essa comissão e não precisam temer, porque estão sob os cuidados de Deus.
O Novo Testamento também apresenta o significado desse legado de bênçãos materiais e espirituais de Deus para Seu povo. A palavra grega diatheke (Gl 3:15-18; Hb 9:16, 17) significa “testamento” e “última vontade do testador”, no sentido de um relacionamento unilateral. Nesse arranjo, o herdeiro da fé precisa apenas aceitar a oferta. Nós, que somos os beneficiários do testamento (diatheke) executado com o sangue de Cristo (Mt 26:28), temos a responsabilidade de transmitir às gerações futuras o legado desse testamento (Gn 9:9; 17:9), conforme refletido nas bênçãos patriarcais (Hb 6:13-18) e na missão da igreja de pregar a todas as nações (Mt 28:19).
Devolva o legado do Senhor
Todas as bênçãos recebidas durante nossa vida devem ser usadas fielmente para glorificar a Deus (1Co 10:31; Ml 3:8-10). Nós O glorificamos compartilhando diretamente com a igreja e por meio dela tudo o que Ele nos dá. Os seguintes exemplos bíblicos demonstram esse princípio:
Abraão: Deus elogiou Abraão por instruir sua família “depois” dele a continuar a servir ao Senhor após sua morte (Gn 18:17-19).
Davi: nomeou seu filho Salomão como seu herdeiro. Davi também garantiu que seu filho recebesse um legado material e espiritual para continuar a obra que Deus havia lhe dado, a qual ele mesmo não conseguiu realizar.
Depois de ser generoso com a obra de Deus ao longo de sua vida, Davi, já idoso, ofereceu os recursos que havia preparado, tanto pessoais quanto de seu reino, para construir o templo (1Cr 29:2, 3). Essa obra começaria aproximadamente três anos após sua morte (2Cr 3:2) e serviria de testemunho a todas as nações (2Cr 6:32, 33).
Durante séculos, o templo foi um poderoso projeto missionário, originalmente planejado e financiado por Davi, atraindo milhões de pessoas para a casa de oração, destinada a todas as nações (Is 56:3-7). Essa obra só se materializou por meio da determinação de Davi de devolver a Deus o que havia recebido Dele ao longo de sua vida e no fim dela (1Cr 29:14).
A história de Davi nos mostra que nosso compromisso com Deus é vitalício. Se investirmos no reino de Deus nesta vida, como fez Davi, deixaremos um legado que continuará após o fim da nossa vida. Então, devemos fazer os preparativos necessários. Essa tarefa pode envolver a organização dos nossos bens e a capacitação dos nossos herdeiros de tal forma que eles possam continuar a testemunhar de Cristo depois que descansarmos das lutas desta vida.
Nossa parte na aliança
Jesus renovou o testamento divino conosco (Mc 14:24; Hb 12:24) para ser pregado ao mundo inteiro (Mt 28:19). Assim como ocorreu com Abraão e Davi, os bens materiais e o legado espiritual que Deus nos dá devem continuar a promover a herança do evangelho na família e na igreja, para a salvação de todas as nações.
O testamento divino ordena que o povo de Deus seja fiel e generoso nos dízimos e nas ofertas. Essa doação fiel e generosa deixará entre as nações a impressão de que as bênçãos recebidas pelo povo de Deus (Ml 3:12) vêm da obediência a Ele. As bênçãos devem se estender aos filhos para sempre (Dt 12:28). Por isso, os bens também eram trazidos para o templo durante os reavivamentos espirituais (Êx 35:20-29; 2Cr 31:1-12; Ne 10:37, 38; Ml 3:6-12) ou, no tempo do Novo Testamento, eram colocados aos pés dos apóstolos (At 2; 4:34-37).
“Uma torrente de luz resplandece da Palavra de Deus, e devemos reconhecer as oportunidades negligenciadas. Quando todos formos fiéis na devolução a Deus dos Seus dízimos e ofertas, o caminho se abrirá para que o mundo ouça a mensagem para este tempo. [...] Se houvesse sido executado o propósito divino de transmitir ao mundo a mensagem da misericórdia, Cristo já teria vindo à Terra, e os santos teriam recebido as boas-vindas na cidade de Deus” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 6, p. 355, 356).
O testamento (evangelho) anunciado a Abraão (Gl 3:8) deve ser anunciado pela pregação, primeiro aos que estão mais próximos de nós (como no tempo dos patriarcas) e depois até os confins da Terra. Só então judeus e gentios serão abençoados com o legado de fé que nos foi passado pela família ou pela igreja (Is 52:10; At 1:8; At 13:47). Assim, a mensagem de que “as suas obras os acompanham” (Ap 14:13) nos mostra que nosso exemplo pessoal e fidelidade com nossos bens continuarão a testemunhar às gerações futuras depois que não estivermos mais aqui.
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
A vida é um testamento vivo, comunicando às gerações futuras o legado sagrado colocado em nossas mãos. No fim das contas, tudo o que recebemos é continuamente devolvido a Deus.
Peça a um aluno que leia em voz alta as citações abaixo. Depois, discuta com a classe as questões que se seguem.
O testamento diário
“Legados deixados somente na morte são uma miserável compensação da beneficência que se deveria praticar em vida. Os servos de Deus devem dispor de seus bens todos os dias, em boas obras e ofertas generosas ao Senhor” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 221).
Como as boas obras e ofertas generosas estão relacionadas com a fé (Ef 2:8-10)? Por quê?
Depois que o povo de Deus partir
“Devem colocar em ordem sua propriedade de tal maneira que a possam deixar a qualquer tempo” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 222).
Deus planeja ações desde os tempos antigos (2Re 19:25).
Por que é importante planejar e fazer arranjos com antecedência, especialmente no que diz respeito às posses, para que estejamos prontos para deixá-las “a qualquer tempo”?
Nosso sagrado dever
“Muitos manifestam uma delicadeza descabida sobre esse assunto (fazer um testamento). [...] Entretanto, esse é um dever tão sagrado como pregar o evangelho para a salvação de pessoas” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 219).
De que forma a elaboração de um testamento é um dever tão sagrado quanto o dever de “pregar o evangelho para a salvação de pessoas”? Por quê?
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Fugindo do Conflito
Claude
Ruanda | 4 de março
Claude ficava bêbado habitualmente aos 12 anos de idade. Ele estava buscando uma fuga dos conflitos que marcaram sua juventude em Ruanda.
Claude cresceu em uma família atolada em conflito. Desde pequeno, ele ouvia seus pais discutindo constantemente. A mãe também brigava com a sogra e, após essas discussões, às vezes ela saía de casa por dias para ficar com sua própria mãe. A mãe implorava ao pai que mudasse a família para outra cidade, longe de seus parentes, mas ele se recusava, dizendo que não poderia deixar sua família.
Para o susto de Claude, o pai repentinamente ficou gravemente doente. Ele tomou os medicamentos, mas piorou. Ele foi para a clínica, mas o doutor não podia ajudá-lo e o encaminhou para um hospital maior. Ali, o pai foi diagnosticado com malária. Passou muitos dias no hospital, e Claude ouvia as pessoas dizerem que ele morreria. No entanto, em vez de morrer, o pai começou a agir de forma estranha no hospital. O médico o enviou para um hospital psiquiátrico. Após muitos tratamentos, o pai se recuperou e voltou para casa. Mas os tratamentos o deixaram surdo, incapaz de ouvir.
Em vez de comemorar a milagrosa recuperação do pai, parentes e vizinhos desconfiados lançaram dúvidas sobre se ele realmente teve malária. A fofoca era de que a mãe havia tentado envenená-lo. A mãe não podia suportar os rumores e finalmente pediu o divórcio, deixando Claude com o pai. O pai enviou Claude para morar com sua avó. Após o pai se casar novamente, ele chamou o garoto para voltar para casa.
Claude ficou marcado por sua infância difícil. Ele se sentia sozinho no mundo. Ele começou a beber cerveja até que se tornou um hábito. Aos 12 anos de idade, ele estava desesperadamente infeliz.
Um dia, após alguns drinques, ele notou que um vizinho estava caminhando pela estrada com uma cópia do livro O Grande Conflito, de Ellen White. Na capa do livro havia uma imagem de anjos em branco. Claude ficou surpreso com o título, O Grande Conflito. Ele sabia que a palavra conflito significava ter um desentendimento ou uma discussão. Ele já havia vivenciado muitos. Se o livro é sobre um grande desentendimento, ele pensou: “Por que havia anjos de branco na capa?” Ele estava muito curioso.
“Posso pegar seu livro emprestado?” ele perguntou ao garoto.
O garoto podia ver que Claude estava bêbado. Ele não media suas palavras.
“Se você se arrepender, ficará como esses anjos que você na capa”, disse o rapaz. “Se você se arrepender, ficará na presença de Jesus quando Ele voltar em glória.”
As palavras do garoto atingiram Claude como um raio. Ele instantaneamente ficou sóbrio. Ele sentiu grande culpa por seus erros. Ele se lembrou de que o vizinho ia à igreja todos os sábados.
“Posso ir com você à igreja no próximo sábado?” perguntou.
O garoto sorriu. “Sim”, disse ele. “Por favor, venha comigo.”
No sábado, crianças e adultos acolheram Claude na igreja. Ele se sentiu alegre e amado, e gostou do programa da Escola Sabatina. Ele voltou à igreja no sábado seguinte e no próximo. Ele começou a ler a Bíblia. Leu outros livros espirituais emprestados de crianças na igreja. Em um dos livros, ele leu sobre um garoto que queria ser uma testemunha para os outros. Na história, o garoto perguntava para seu pai: “Como posso ensinar a Palavra de Deus para outras crianças?” Ao que o pai respondeu: “Escreva seus versos favoritos da Bíblia em pedaços de papel e dê esses papeis a outras crianças”.
Claude amou a ideia e imediatamente começou a escrever seus versos favoritos em pedaços de papel e a dá-los a outras crianças. Logo, algumas dessas crianças começaram a ir à igreja com Claude. Quatro delas entregaram seus corações a Jesus através do batismo.
Hoje, Claude tem 15 anos de idade e é aluno do ensino médio. Ele ainda distribui versos bíblicos.
“Eu amo Jesus”, diz ele. “Por causa da cruz, eu sei que Jesus me perdoou e sou grato a Ele. Continuarei compartilhando a Palavra de Deus enquanto me preparo para a Segunda Vinda de Jesus.”
Obrigado por suas ofertas missionárias da Escola Sabatina que ajudam a espalhar as boas-novas sobre o breve retorno de Jesus a Ruanda e ao mundo.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
-
Saiba que a foto mostra o Claude jovem.
- Desafie os ouvintes a encontrar maneiras de ser boas testemunhas como Claude. Como uma atividade da classe da Escola Sabatina, eles poderiam escrever seus versos bíblicos favoritos em pedaços de papel para compartilhar com outros depois.
-
Baixe fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
- Baixe as postagens da missão e fatos relevantes da Divisão Africana Centro-Oriental: bit.ly/ecd-2023.
- Junte-se à igreja mundial em 2023 e 2024 na promoção e distribuição em massa mundial do livro O Grande Conflito. Visite greatcontroversyproject. com para mais informações ou pergunte ao seu pastor.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2023
Tema Geral: Administradores fiéis: à espera do Mestre
Lição 10 – 4 a 11 de março
Retribuindo
Autor: Wellington Almeida
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
O significado do termo “retribuir” no contexto desta lição é melhor entendido no sentido de responder a um gesto, favor, sentimento, etc., de maneira similar; corresponder. Na Bíblia, esse verbo aparece pelo menos três vezes no AT (Gn 50:15; 2Sm 22:25 [esse texto é repetido em Sl 18:24]). A ideia é a mesma nesses textos: “Deus e os outros me tratarão do jeito que os tratei”. Isso é retribuição. Então, cabe aqui a pergunta quanto à questão da fidelidade: Como você seria tratado por Deus se Ele retribuísse exatamente do mesmo modo que você O trata?
“Os sinais indicam que o clímax da História, a segunda vinda de Cristo, está às portas. Oramos para que estas lições aprofundem sua fé e confiança em Deus e o encorajem a ser um administrador fiel para Ele” (G. Edward Reid).
- Verso para memorizar
“Então ouvi uma voz do Céu, dizendo: – Escreva: ‘Bem aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor.’ – Sim – diz o Espírito –para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham” (Ap 14:13 – grifo acrescentado).
A primeira reação que tive ao ler o texto acima foi pensar o seguinte: “O que isso tem que ver com o tema? O tema não é a morte. Mas vamos cavar mais fundo? É óbvio que não estou falando da “sepultura”, mas do “conhecimento”. Comece observando que a “voz” é “autorizada”. Vem do Céu. Segundo, não há tristeza, mas felicidade (bem-aventurados). E aí vem o ponto da retribuição: “pois as suas obras os acompanham”, ou seja, quem praticou boas obras é feliz. Este pode descansar “em paz”. Então, pense comigo (e coloque seus alunos para pensar também), “dormir em paz” seria uma correspondente retribuição às obras que você tem praticado?
- Esboço para esta semana
O tema para esta semana poderá ser estudado considerando duas afirmações contundentes:
(1) Não levamos nada para o túmulo (lição de segunda)
(2) O que deixamos é “legado espiritual” (lição de quinta)
Em seguida, você poderá revisar as lições de terça e quarta na sequência, pois são orientações práticas de como lidar com casos em que sua assistência social seja necessária:
(3) Comece atendendo às necessidades (lição de terça)
(4) Não termine sendo bom só na hora da morte (lição de quarta)
Finalize sua abordagem com o exemplo do “rico insensato” apresentada na lição de domingo.
- Abordagem sugestiva
Vamos fazer um bolo? Para isso precisamos de um bom motivo (pode ser a vontade de comer) e de alguns ingredientes. Estudar e compartilhar a lição é como fazer um bolo. Precisamos de um bom motivo: no sábado temos o encontro entre amigos na Unidade de Ação. Leve os ingredientes que são os trechos que você apontou, sublinhou e destacou ao estudar a lição cada dia. Na classe dos professores a gente “bate a massa com os melhores ingredientes” e leva um saboroso “bolo” para nos deliciarmos com um “só sabor de conhecimento”. E sabe o que mais? Na unidade, a gente “come” e diz o que achou do aprendizado. E aí? Vamos para a “cozinha do experimento”? Ore antes de começar a experiência.
3.1. Não levamos nada para o túmulo – lição de segunda-feira
A síntese dos textos bíblicos da pergunta 2 é pontual: nada trouxemos, nada levaremos. Considere com a unidade o que cada um trouxe ao nascer. Vejam! Nem roupa trouxemos! Claro que ficam bem entendidas as palavras de Jó “nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei (Jó 1:21). Então, leve seus alunos a pensar: “Assim sendo, com quem vai ficar tudo o que tenho?” Entraremos então em um assunto no qual o autor da lição foi muito sábio ao abordar: minha herança é para quem mesmo? Infelizmente, algumas pessoas só têm dívidas para deixar. Mas esse assunto também envolve a mordomia dos bens.
Explore o tema: (1) nada trouxemos, nada levaremos; (2) tudo passará como uma neblina. Logo, o que temos é posse temporal daquilo que nos foi entregue em confiança; (3) Deus é o dono de tudo (Sl 24:1). E isso é tudo!
Vamos pensar? Deus é dono de tudo. Chegamos ao mundo sem nada. Partiremos sem nada. A pergunta crucial é: a quem pertence o que deixaremos (ou melhor, a quem deveria pertencer? Aos herdeiros, alguém pode estar pensando. Sim, mas já pensamos no fato de que muitas vezes isso é causa de brigas e até de morte? Que tal “dormirmos em paz” deixando a “paz entre os herdeiros?” Outra coisa: Deus está nos nossos planos, sendo Ele o legítimo dono de tudo o que temos? Já conversamos com Ele a respeito desse assunto? E se não houver herdeiros, a quem confiaremos os bens como “fiéis depositários” até que Ele [o dono, o Senhor] venha fazer os acertos?
3.2. Legado espiritual – lição de quinta-feira
Três verdades são apresentadas nos textos sugeridos para a leitura na pergunta 5 da lição: (1) Tudo pertence a Deus, inclusive os animais; (2) Deus é quem estabelece todas as coisas, inclusive os céus e a Terra; (3) Há um propósito: tudo foi criado “por Ele e para Ele”.
A lição de quinta-feira reforça a abordagem da lição de segunda-feira: “Ele é o dono de tudo, e é o Senhor quem nos dá vida, existência e força para obter as coisas. Então, é lógico que, quando tivermos completado a tarefa que Deus nos deu, e tivermos cuidado de nossa família, devemos devolver o restante a Ele” (G. Edward Reid). Pontue os oito benefícios que a lição deste dia cita.
O legado espiritual que você pode deixar é o do desprendimento, do altruísmo e do amor a Deus e ao próximo.
3.3. Comece com as necessidades pessoais – terça feira
Leia e comente com a classe a pergunta 3. Nossa maior riqueza são as pessoas, não as moedas. Mordomia não é apenas o uso sábio dos recursos na vida, mas também o destino certo dos recursos ante da morte.
3.4. Caridade no leito da morte – quarta-feira
Destaque o seguinte texto: “Vi que muitos sonegam a causa de Deus enquanto estão vivos, acalmando a consciência com a ideia de que serão caridosos na morte. Dificilmente ousam exercer fé e confiança em Deus para dar qualquer coisa enquanto vivem. Mas essa caridade no leito de morte não é o que Cristo exige de Seus seguidores; ela não pode desculpar o egoísmo da vida deles. Os que se apegam às suas propriedades até o último momento entregam-nas à morte em vez de fazê-lo para a Causa. Os prejuízos ocorrem continuamente. Bancos vão à falência e as propriedades vão sendo perdidas de muitas maneiras. Muitos se propõem a fazer algo, mas adiam o assunto, e Satanás entra em ação para que de modo algum os meios sejam postos no tesouro. Perdem-se antes de voltar para Deus, e Satanás se alegra com isso” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 5, p. 130). Não deixe “para a morte” o que possa representar “vida” para outros na Causa certa. Revise com a classe os quatro princípios que devem ser considerados ao lidar com o dinheiro.
(1) Confiar em Deus (1Tm 6:17).
(2) Tudo é passageiro (2Co 4:18).
(3) Riqueza é “ter o necessário” (Pv 30:8).
(4) Ter tudo nunca será suficiente (Ec 5:10).
3.5. Um exemplo para não seguir – o rico insensato – domingo
Qual é o verdadeiro problema apresentado nesse relato (Lc 12:16-21)?
Respondo: é pensar “no que farei” e não “no que serei”. Eis o ponto a ser refletido. O real problema é o acúmulo de recursos pensando apenas em si. É pensar apenas no que posso deixar de fazer na aposentadoria.
Dialogue com a classe sobre esse exemplo e não termine sem ler este texto:
“A aspiração daquele homem não era mais elevada que a dos animais, que perecem. Vivia como se não houvesse Deus, nem Céu, nem vida futura; como se tudo que possuía lhe pertencesse, e nada devesse a Deus nem aos homens” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus [CPB, 2022], p. 146).
Conclusão
O tema é melindroso, pois mexe com nossos interesses e, se o coração não for de Deus, a rejeição, em vez da retribuição já estará armada. Toque o tema sem parecer tendencioso e ganancioso. Como falei, o autor foi muito sábio e usado por Deus para tratar de um tema tão delicado. Reforce os dois pontos iniciais e o senhorio absoluto de Deus sobre todas as coisas. Nossa gratidão apontará a intensidade de nossa retribuição.
Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Francisco WeIlington de Oliveira Almeida é pastor, casado com a professora Rosalba Canté Almeida, pai de Ilos McRoswell Canté Almeida (in memorian). Graduou-se em Administração de Empresas (ISES, 1991), bacharel em Teologia (IAENE, 2002), pós-graduado em Missão no Século 21 (IAENE, 2013) e Família (2012) e mestre em Teologia Pastoral (IAENE, 2014). Iniciou o ministério como distrital em Paragominas (2003/2004), Tucuruí (2005-2008), foi MIPES e Secretário Executivo na Associação Sul do Pará (2009-2013), Secretário Executivo na Associação Maranhense (2014-2016), Secretário Executivo, Lar e Família e Mordomia Cristã na Associação Norte do Pará (2016-2022). Foi nomeado Presidente desse campo (ANPa) em novembro de 2022.