As campanhas humanitárias da Igreja Adventista têm como lema o princípio de que ninguém é tão pobre que não possa contribuir, nem tão rico que não possa necessitar. Isso é verdade. Todos, sem exceção, têm o dever de ajudar. Afinal, quem não vive para servir, não serve para viver.
Conta-se a história de um cristão chamado Samir e de um muçulmano chamado Muhammad, que teriam vivido em Damasco, na Síria, durante o final do século 19. Samir sofria de paralisia nas pernas, enquanto Muhammad era cego.
Ambos sofriam muito devido às suas deficiências, vivendo em uma época em que não havia direitos humanos nem acessibilidade. Até que, numa coincidência da vida ou providência de Deus, eles se tornaram amigos. A partir de então, Muhammad, que podia andar, carregava Samir, que podia ver. O primeiro não enxergava sem os olhos do segundo, e o segundo não andava sem as pernas do primeiro. Sua amizade extraordinária tornava a vida mais suportável para ambos.
Os relatos indicam que ambos eram órfãos e decidiram morar na mesma casa, sendo um a família do outro. Quando Samir morreu, Muhammad chorou por uma semana e, pouco tempo depois, também faleceu.
Embora eu desconheça as fontes que documentam a veracidade dos detalhes dessa história, posso afirmar que eles realmente existiram. Há uma foto genuína de 1889 que mostra os dois, um carregando o outro, e você pode encontrá-la facilmente na internet. A própria fotografia já é um
poderoso incentivo para a unidade do povo de Deus.
Muitas pessoas veem nos defeitos alheios um motivo para se afastarem, quando, dependendo do contexto, esses defeitos podem ser uma oportunidade de união. A história de Samir e Muhammad demonstra que aquilo que falta no outro pode ser uma oportunidade para complementá-lo com meu dom, e aquilo que falta em mim pode ser complementado pelo dom que ele possui.
Ajude seu irmão em sua fraqueza e seja humilde para aceitar de volta o que ele tem a oferecer. É assim que os imperfeitos se unem, entre virtudes e defeitos, para construir a perfeição do povo de Deus. Um suprimindo, em amor, o que falta em seu irmão. Que tal começar hoje?