“Baderna” é uma palavra exclusivamente brasileira que significa “confusão”. Sua origem remonta aos tempos do Império. Em 1849, uma bailarina italiana chamada Marietta Baderna veio exilada para o Brasil e começou a misturar dança clássica com elementos da dança afrobrasileira. Esse estilo chocou o público tradicional, ainda mais porque, ao final das suas apresentações, os admiradores de Baderna gritavam sem parar. Essa paixão incontida acabou se tornando sinônimo de desordem e bagunça e levando o nome da famosa dançarina. Em Atos 17, Paulo e Silas também foram acusados de causar alvoroço, simplesmente pelo fato de terem ensinado na sinagoga em Tessalônica a respeito da morte e ressurreição de Jesus. Para alguns judeus, eles desestabilizaram o status quo e incitaram discórdia, pois muitas pessoas se uniram ao evangelho que era considerado “loucura” para o mundo (1Co 1:18). Em resposta à “santa baderna” de Paulo e Silas, vários judeus causaram um alvoroço na cidade, influenciando uma multidão e, inclusive, as autoridades. 

Quem realmente estava virando as coisas de cabeça para baixo? Os dois lados. Só que uma baderna era positiva, enquanto a outra, negativa. Semelhante situação ocorreu nos dias do profeta Elias. Você se lembra do diálogo entre o rei Acabe e o profeta de Deus? O rei idólatra disse: “É você mesmo, perturbador de Israel?” (1Rs 18:17). Em resposta à franqueza de Acabe, Elias respondeu à altura: “Não tenho perturbado Israel […]. Mas você e a família do seu pai têm. Vocês abandonaram os mandamentos do Senhor e seguiram os baalins” (v. 18). Elias, então, propôs a Acabe o desafio do monte Carmelo, que no final demonstrou quem de fato estava promovendo baderna em Israel. 

Deus precisa de mais pessoas que “alvorocem” o mundo, dispostas a lutar pelo que é certo. Homens e mulheres que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato e que permaneçam firmes pelo que é reto, em qualquer circunstância. O que disseram contra Paulo e Silas podia ser uma acusação, mas perante o tribunal do Céu era um tremendo elogio. O mundo precisa de mais “baderneiros” assim, que estejam dispostos a ir para a prisão em vez de omitir princípios. Você está disposto a virar o mundo de cabeça para baixo?