Para que servem os espinhos? Talvez você pense: “Ué, servem para machucar! Eles são consequência do pecado e provocam dor.” A resposta está certa, porém parcialmente. Os espinhos também têm um propósito “invertido”: servem de proteção.
Quando olhamos as belas rosas, por exemplo, não paramos para pensar que existem predadores que podem feri-las. Talvez o maior predador seja o jovem apaixonado que arranca as flores sem piedade para fazer um buquê e, com ele, conquistar a sua “presa”! Os espinhos, portanto, defendem as flores contra os ataques externos.
No texto de hoje, o apóstolo Paulo apresentou a dramática experiência de ter um espinho na carne. Não sabemos ao certo o que isso significava, e não adianta conjecturar. Contudo, é interessante notar que esse espinho servia tanto para atormentar quanto para impedir que o apóstolo se exaltasse, ou seja, era um instrumento de proteção contra o orgulho e a soberba.
Quatorze anos antes de escrever esse verso, Paulo havia tido uma visão extraordinária, na qual fora arrebatado até o terceiro céu, o lugar da morada de Deus. Para evitar que o apóstolo ficasse orgulhoso de sua notável experiência, o Senhor permitiu que esse “espinho” fosse infligido ao Seu servo a fim de equilibrar sua autoestima espiritual. A provação foi uma forma de proteção, e a dor veio como uma graça disfarçada.
Deus não é o causador das tragédias nem dos espinhos nas flores de nossa vida. Porém, Ele permite que o sofrimento bata à porta para nos ensinar quão mau é o pecado. Além disso, o Senhor usa “espinhos” para nos livrar das tentações. De fato, “há ocasiões em que o Criador nos disciplina a fim de prevenir um pecado futuro” (Warren W. Wiersbe, A Verdade de Cabeça Para Baixo, p. 10).
Acredito que a maior bênção do espinho na carne de Paulo tenha sido ensiná-lo a depender totalmente de Deus. Ele precisava entender que sua força vinha do Senhor. Então, se hoje você chora por causa de um “espinho na carne”, tenha calma, pois há espinhos que são para o nosso bem.