Em 1979, eu estava viajando de Manila, capital das Filipinas, para a cidade de Adis Abeba, capital da Etiópia, onde meu esposo e eu servíamos como missionários. Mas eu tinha uma escala de trinta horas em Bombaim antes que eu pudesse embarcar no voo da Ethiopian Airlines para a última parte da minha viagem.
Enquanto eu estava sentada em um canto do aeroporto observando o movimento ao meu redor, vi uma senhora de meia-idade sentada sozinha. Ela estava com um olhar preocupado, mostrando que algo estava errado. Curiosa, me aproximei dela. Em um inglês limitado, ela contou sua triste história.
A mulher trabalhava como empregada doméstica para uma família na Arábia Saudita. Infelizmente, ela ficou doente e a família decidiu mandá-la de volta para o Sri Lanka, via Bombaim. Mas ela não sabia que a passagem não incluía o voo de conexão para seu destino final. Portanto, ela ficou presa em Bombaim por tempo indeterminado. Durante vários dias, ela implorou aos passageiros por dinheiro para comprar uma passagem para o Sri Lanka. Pensei em ajudá-la, mas não tive coragem de abordar as pessoas e mendigar algum dinheiro. Assim, dei a ela meu último dólar e orei para que eu não precisasse comprar mais nada antes de chegar em casa.
Antes de me acomodar em minha “cama” improvisada nas cadeiras do aeroporto, ajoelhei-me para agradecer a Deus por Sua proteção e pela companhia de uma nova amiga. De repente, ouvi uma voz perguntando:
– Filipina ka ba? [Você é filipina?]
Olhei em volta para ver quem havia feito a pergunta. Perto de mim, estava sentado um senhor árabe. Durante nossa conversa, ele mencionou que estava voltando para a Arábia Saudita de uma viagem de negócios em Manila. Apresentei minha amiga e mencionei sua triste situação. Ao ouvir a história, aquele gentil estranho me deu algum dinheiro e me disse para comprar a passagem dela para o Sri Lanka. Minha nova amiga não conseguia conter sua felicidade. Finalmente, ela poderia voltar para casa, graças à bondade de um estranho!
No dia seguinte, despedi-me dos meus novos amigos quando eles embarcaram no avião para seus respectivos destinos. Fiquei sozinha novamente, mas não por muito tempo, pois eu também estava voltando para casa.
Evelyn Porteza Tabingo