Na epístola aos Hebreus, é destacada a inteireza de propósito que deve caracterizar a carreira do cristão para a vida eterna: “Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12:1, 2). Inveja, malícia, ruins suspeitas, maledicências, cobiça são embaraços que o cristão deve pôr de lado se quiser correr com êxito a carreira para a imortalidade. Cada hábito ou prática que conduz ao pecado e causa desonra a Cristo precisa ser posto de lado, seja qual for o sacrifício. A bênção do Céu não pode acompanhar qualquer pessoa em violação dos eternos princípios de justiça. Um pecado acariciado é o bastante para promover a degradação do caráter e desviar outros. […]
Os competidores nos antigos jogos, depois de se haverem submetido à renúncia e rígida disciplina, não estavam ainda assim seguros da vitória. “Não sabeis vós”, pergunta Paulo, “que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio?” (1Co 9:24). Não importa com quanto entusiasmo e ardor tivessem corrido os competidores, o prêmio seria apenas de um. A mão de um apenas agarraria o cobiçado galardão. Alguns podiam dedicar supremo esforço para obter o prêmio, mas ao estenderem a mão para apanhá-lo, outro, um instante antes, poderia tomar o cobiçado tesouro.
Esse não é o caso na luta cristã. Ninguém que se submeta às condições ficará desapontado ao fim da carreira. Ninguém que seja fervoroso e perseverante deixará de alcançar sucesso. Não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja. O mais fraco dos santos bem como o mais forte podem alcançar a coroa de glória imortal. Podem vencer todos os que, pelo poder da divina graça, conduzem a vida em conformidade com a vontade de Cristo. Nos pormenores da vida, a prática dos princípios estabelecidos pela Palavra de Deus é, não raro, olhada como coisa sem importância – assunto por demais trivial para merecer atenção. Entretanto, considerando o que está em jogo, nada é pequeno quando ajuda ou atrapalha. Cada ato acrescenta seu peso na balança que determina a vitória ou o fracasso na vida. E a recompensa dada aos que triunfam será proporcional à energia e fervor com que lutaram (Atos dos Apóstolos, p. 312-314).