Desenvolver rotina é algo que não está na moda. Vivemos em um tempo em que tudo precisa acontecer muito rapidamente. A internet tem que ser rápida, os carros precisam ser cada vez mais velozes, a comunicação precisa ser instantânea. Estamos na era do instantâneo.
Não precisamos mais gastar uma manhã inteira na cozinha para prepararmos uma macarronada ou uma lasanha. Lembro-me de que, quando eu era criança, minha mãe demorava horas para preparar uma lasanha com suas diversas camadas de massa e molhos. Hoje, se quisermos, podemos ter uma lasanha pronta em alguns minutos. Basta colocarmos no forno de micro-ondas (outro símbolo da busca por processos mais rápidos) por alguns minutos e teremos uma lasanha prontinha para comer.
Outra prova de que a sociedade em que vivemos tem dificuldades com processos longos e trabalhosos é o que acontece nas academias de musculação espalhadas pelas cidades. Muitos “atletas” estão optando por um processo mais rápido para o ganho de massa e definição muscular. À custa da saúde, há quem opte por tomar anabolizantes e acelerar o processo. Gente que pensa assim não está disposta a esperar com paciência pelo processo natural de atividades físicas regulares e suas consequências.
O mesmo tem acontecido com quem quer perder peso. Alguns apelam para remédios ou dietas mirabolantes e, muitas vezes, acabam emagrecendo; mas, com a perda de peso, também perdem a saúde. Pura pressa! O processo normal seria mais seguro e duradouro.
A moda entre a juventude atual é “ficar”. O processo que existia há algum tempo o qual começava com conhecer uma pessoa, conversar por alguns dias, passear juntos, estabelecerem uma amizade e só depois chegar ao namoro é quase desconhecido hoje. Aliás, se você resolver descrever esse processo para a maioria dos jovens não cristãos, eles o chamarão de careta. A sociedade pede processos cada vez mais rápidos e sem profundidade.
Na vida, nem tudo pode ou precisa ser instantâneo. Essa pressa nos priva de muitas coisas boas. Que tal desacelerar um pouco e curtir os pequenos detalhes da existência?