Ao crescer, ouvi repetidas vezes a decepcionante história por trás da escolha do meu primeiro nome. Parece que ninguém havia pensado em escolher um nome para aquele bebezinho – que era eu! Quando a enfermeira entrou no quarto da minha mãe no hospital para dizer que o médico precisava do meu nome antes de poder assinar a certidão de nascimento naquele dia (porque ele já havia esperado uma semana), membros da família  entraram repentinamente em uma acalorada discussão a respeito de qual deveria ser o nome.

Segundo continua a história, a televisão era o centro de toda essa comoção verbal, e estava no ar um programa em que aparecia o nome Gail. Alguém apresentou a brilhante ideia de me darem esse nome.

Durante anos, senti como se eu tivesse sido uma pessoa indesejada, para quem não se haviam feito preparativos, nem sequer quanto ao nome. Quanta indiferença da minha família, adiar algo tão importante! Isso deixou um buraco em minha alma, uma cicatriz, por muitos anos. Os nomes são importantes. Eles apontam nosso caminho na vida – um destino. O nome é sua marca de identidade. Prepara o caminho e dá o sinal para a sua existência guiada por um propósito. Isso é o que eu creio.

Ao longo dos anos, cheguei a acreditar que um nome deve ser dado intencionalmente. Os nomes sugerem uma oração atendida. Um nome denota uma comemoração e permite que essa criança cresça e se torne tudo o que o nome lhe dá o direito de ser. É a saudação da mais elevada honra que podemos prestar a uma criança!

Desde a mudança para o continente africano, minha antiga fascinação com o processo de dar nome se transformou em um profundo apreço por essa tradição particular impregnada na cultura daqui. Minha família e meus amigos sul-africanos dão aos filhos um nome que ajude a servir como mapa rodoviário para a vida. Se os filhos perdem a direção ou se perdem eles mesmos nos caminhos da vida, devem recorrer ao seu nome – seu nome os conduzirá com segurança ao lar.

No tempo de Deus, eu aprenderia o significado do nome que me deram. Enquanto isso, Deus preparava meu coração para entender a dádiva que meu nome realmente é. Afinal, foi Ele quem disse: “Você será chamada por um novo nome que a boca do Senhor lhe dará” (Isaías 62:2).

Gail Masondo