A gratidão é uma das marcas do cristianismo genuíno. Quem é agradecido não exige; pede. No entanto, o costume de exigir dos outros as coisas que a pessoa julga ser um direito adquirido marca a vida daqueles que ainda não assimilaram a essência do evangelho. Veja, por exemplo, o que aconteceu com os indivíduos crucificados ao lado de Jesus. Um deles desafiou o Senhor a usar o poder que tinha para livrá-lo da morte, como se não a merecesse. O outro, porém, teve uma atitude diferente. Ele não tentou manipular o Mestre. Não insinuou que Cristo fosse um meliante qualquer. Não foi raivoso, indiferente ou antipático. Não pensou apenas em si, mas se compadeceu com a situação do Inocente. “Este [homem] não fez mal nenhum!” – exclamou, repreendendo o da outra cruz. E arrematou: “Lembre-Se de mim,” Jesus (Lc 23:42).
Para o primeiro, a única coisa que importava era o hoje, o agora. Para o segundo, esta vida não era tudo; havia a promessa do Céu. Para o primeiro, Jesus era só mais uma vítima em potencial, alguém de quem ele queria se aproveitar. Para o segundo, era alguém capaz de salvar os que tinham vitimado a si mesmos como resultado de decisões ruins. Para o ladrão da primeira cruz, Jesus podia libertá-lo, mas não precisava salvá-lo. Para o da segunda, bastava Jesus salvá-lo, nem precisava libertá-lo. A cruz do arrependido suplicava piedade. A do perdido, exigia liberdade. Para um, a bênção divina era uma dádiva. Para o outro, uma conquista. Percebeu a diferença?
Conta-se que um garotinho recebeu do pai duas moedas iguais e um conselho: “Uma é para você, a outra para dar a Deus na igreja.” O menino saiu correndo, feliz, e, ao atravessar a ponte, tropeçou. Uma das moedas rolou e desapareceu nas profundezas do rio. Ele então exclamou: “Que coisa! Logo a moeda de Deus!” Reflita comigo. Mesmo que suas palavras não o denunciem – como as desse garoto ou as do ladrão impenitente na cruz –, Deus sonda seu coração. Ele conhece suas prioridades. Portanto, se você se desviou do caminho, mude. Arrependa-se! Volte. Deixe a fé triunfar sobre a incredulidade; o espírito obstinado ceder lugar ao contentamento e à dependência de Deus. Apresente hoje seu pedido a Deus e mantenha o coração aberto para receber Sua dádiva generosa.