Estávamos em um lindo e pequeno museu em Isfahan, no Irã, admirando objetos antigos feitos de vidro quando notamos a garrafa. Ela tinha um lindo tom azul médio, formato elegante, um gargalo longo e uma tampa hermética. Olhamos para ela com admiração.
— Ah, sim — disse nosso guia turístico. — Esta é uma garrafa de lágrimas. Nos tempos antigos, quando o marido saía para a guerra, a esposa guardava as lágrimas em uma garrafa para mostrar a ele o quanto ela havia sentido sua falta, para impressioná-lo quando ele retornasse.
Tínhamos explorado sítios arqueológicos e cidades desertas no Sul do Irã, incluindo Persépolis, a qual havia sido construída com a ajuda de escravos, alguns dos quais teriam sido descendentes de judeus levados à Pérsia durante o tempo de Nabucodonosor. As belas molduras nas ruínas daquele palácio nos levaram de volta no tempo. Isfahan era a última parada em nossa viagem, e estávamos admirando a cidade fabulosa, que havia sido a capital da Pérsia, com seus monumentos incríveis.
Aprendi naquele dia que as garrafas de lágrimas tão populares naquela época no Oriente Médio eram uma espécie de “diário líquido”.
No dia seguinte, enquanto lia minha Bíblia no frescor do amanhecer, eu me deparei com o texto de hoje. Fiquei impressionada. Tive que ler duas vezes. Que incrível a leitura daquele dia se encaixar tão apropriadamente às minhas experiências! O que Deus estava me dizendo? Eu nunca tinha lido aquele texto antes. Se li, havia me esquecido. Então aquilo foi muito significativo. O texto me fez lembrar de que Deus conhece minhas peregrinações, os altos e baixos ao longo dos anos, e meu sofrimento. Ele conhece minhas lágrimas e até chora comigo.
Senti que Ele estava falando diretamente comigo, que Ele estava dizendo que me amava, que sempre havia estado comigo durante minhas perturbações e sofrimentos, até Ele me trazer de volta para Si.
Esse é um Deus que ama você e a mim de modo pessoal, um Deus que não somente é o Rei todo-poderoso do Céu, mas também meu Pai, que me acompanha e me guia. Ele sabe das nossas peregrinações e quer que voltemos para casa. Não é incrível saber que Deus nos ama tanto e assim pessoalmente? Seu amor e Sua graça excelsa nos resgataram.
Judith Martin