Quarta-feira
13 de dezembro
A gentil solução de uma irmã
A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira. Provérbios 15:1

O dia do funeral de nosso pai foi triste além da conta. Papai, meu porto seguro, meu herói compassivo, se fora.

As circunstâncias de sua morte foram tão dramáticas que tivemos dificuldade de aceitá-la. Apenas dez dias antes, nós havíamos nos reunido como família na casa de nossos pais a fim de comemorar o aniversário de nossa irmã Margaret. Ela saiu da casa dizendo que havia algo muito errado com mamãe, e na verdade havia. Nós a levamos correndo ao hospital, onde, por três semanas, os médicos não conseguiam diagnosticar o que estava acontecendo. No sexto dia, quando levamos papai para vê-la, ele teve um forte ataque cardíaco – mais um, em uma série deles. Mas, dessa vez, sua ida ao hospital acabou na morte desse velho e querido homem. Todos os filhos e netos o rodearam, cantando para ele, em voz baixa, antigas canções, com o coração partido.

Antes mesmo de sabermos que mamãe contraíra duas doenças que lhe causaram dano cerebral, tivemos que tomar as providências quanto ao funeral do seu amado esposo. Ela nunca soube que ele não estava mais ao seu lado.

Chegamos ao cemitério para levar papai ao descanso, tudo cuidadosamente planejado com antecedência por nossos pais para que não tivéssemos com o que nos preocupar. Mas, o que era aquilo? Imagine meu horror – e ira – quando parentes e amigos se reuniram, só para descobrir que os funcionários haviam se esquecido de cavar a sepultura! Dan, nosso irmão, e eu estávamos a ponto de agredir alguém. Nossa irmã, vendo o que poderia criar uma cena deplorável, disse: “Deixem que eu resolvo.” Sabendo, no íntimo, que essa era uma ideia melhor, cedemos. Ela foi ao escritório e retornou com um plano.

Os funcionários do cemitério se sentiram muito mal com essa terrível omissão, e ela discutiu com eles um acordo que serviu a um bom propósito. Concordaram em fornecer flores para a sepultura durante um ano, plantar uma árvore ao lado e instalar um banco no local, onde pudéssemos nos sentar quando fôssemos ali para uma visita ao túmulo. Uma “resposta branda” foi muito mais prudente do que palavras iradas. Os gentis caminhos de Deus são os melhores. Minha irmã tinha razão quando disse, naquele dia: “Sabem de uma coisa? Papai acharia graça disso.”

E você sabe outra coisa? Eu tenho a esperança de que, um dia, papai também dê uma boa risada diante de tudo o que aconteceu.

Kathy Peterson