A Bíblia explica a verdade com tal simplicidade e adaptação às necessidades e anseios do coração humano que tem impressionado e encantado as pessoas mais cultas, ao mesmo tempo em que ao humilde e sem cultura também esclarece o caminho da vida. “Até os tolos andarão [nele] e não se perderão” (Is 35:8, NTLH). Nenhuma criança errará o caminho. Nenhum pesquisador reverente deixará de andar na pura e santa luz. Contudo, as verdades relatadas da mais simples maneira abrangem temas elevados, de grande alcance, infinitamente além do poder da compreensão humana – mistérios esses que são o esconderijo de Sua glória e estão além dos questionamentos da mente –, enquanto inspiram o sincero pesquisador da verdade que age com reverência e fé. Quanto mais pesquisamos a Bíblia, mais profunda se torna a nossa convicção de que é a Palavra do Deus vivo, e a razão humana se curva perante a majestade da revelação divina.
O objetivo de Deus é prosseguir revelando ao pesquisador fervoroso as verdades de Sua Palavra. Enquanto “as coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, […] as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos” (Dt 29:29). A ideia de que certos trechos da Bíblia não podem ser compreendidos tem levado à negligência de algumas de suas mais importantes verdades. Necessita ser enfatizado, e muitas vezes repetido, o fato de que os mistérios da Bíblia são assim porque nossa fraqueza e ignorância nos tornam incapazes de compreender a verdade, e não porque Deus tenha desejado ocultá-la. Essa limitação não está em Seu propósito, mas em nossa capacidade. Desses mesmos trechos das Escrituras, muitas vezes considerados incompreensíveis, Deus deseja que assimilemos tanto quanto nossa mente possa receber. “Toda a Escritura é inspirada por Deus” a fim de que possamos ser perfeitamente instruídos “para toda boa obra” (2Tm 3:16-17).
É impossível a qualquer mente humana esgotar mesmo uma única verdade ou promessa da Bíblia. Um capta a glória sob um ponto de vista; outro, sob outro ponto. Contudo, podemos perceber apenas lampejos. O brilho completo está além de nossa visão.
Ao contemplarmos as grandes coisas da Palavra de Deus, olhamos para uma fonte que se alarga e se aprofunda sob a nossa admiração. Sua largura e profundidade ultrapassam nosso conhecimento. Ao contemplar, teremos nossa visão ampliada e perceberemos diante de nós um mar sem limites (Educação, p. 170, 171).